O ministro Gilmar Mendes, do STF, suspendeu em 18/10 os efeitos da Medida Provisória (MP) 896, que retira a obrigação de publicar informações sobre licitações, tomadas de preços, concursos e leilões de órgãos da administração pública em jornais diários de grande circulação.
Gilmar acatou ação protocolada pela Rede Sustentabilidade, que
argumentava que a MP “poderia desestabilizar uma imprensa livre e impedir a
manutenção de critérios basilares de transparência e ampla participação no
âmbito das licitações”.
Em nota, a Associação Nacional de Jornais reiterou que a
medida atinge “pequenos e médios jornais no interior do País, onde já começam a
se formar os chamados desertos de notícias”.
Ciente dessas informações, Mendes determinou que a MP não
gere efeitos até ser analisada pelo Congresso Nacional.
Antonio Carlos Prado passa a diretor de Edição. Sérgio Pardellas, que estava no comando editorial, aceitou convite da revista Crusoé e está regressando a Brasília
A direção da Editora Três anunciou nesta segunda-feira (21/10) alterações no comando editorial de sua principal publicação, a revista IstoÉ. Sai Sérgio Pardellas, que aceitou convite para regressar a Brasília e integrar o estafe editorial da revista Crusoé, e sobem, para a posição de diretores, Germano de Oliveira, novo diretor de Redação, e Antonio Carlos Prado, diretor de Edição.
Ambos eram até então editores executivos da revista, por enquanto sem substitutos anunciados. A mudança já está valendo e foi comunicada pelo presidente da empresa, Caco Alzugaray, e pelo diretor editorial Carlos José Marques.
Carlos Nobre. Foto: Ernesto Carriço (Agência O Dia)
Carlos Nobre, professor da PUC-Rio, morreu no Dia do Professor (15/10). Tinha 66 anos, era diabético e teve sucessivas paradas cardíacas. O enterro foi nesta quarta (16), no cemitério de Irajá. A família dispensou o velório e as orações e homenagens foram feitas no momento do sepultamento.
Formado em Jornalismo, Nobre era mestre em Ciências Penais pela Universidade Cândido Mendes e pesquisador do Nirema – Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente, do Departamento de História da PUC. Trabalhou em O Dia, Jornal do Brasil eEstado de S. Paulo.
Repórter atento, especializou-se na cobertura do Judiciário e, por isso, foi capa da revista Lide no final dos anos 1990, então editada pelo Sindicato dos Jornalistas do Município. Considerava o Brasil o “país com maior número de afrodescendentes na diáspora”, e foi porta-voz da causa nas pautas, nas palestras e nos livros que publicou.
Ultimamente, estava empenhado em ajudar a Escola de Samba Grande Rio, em Duque de Caxias, no enredo para o Carnaval de 2020, com base em seus trabalhos sobre o pai de santo Joaozinho da Gomeia.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) divulgou em 18/10 os vencedores do 7º Prêmio Abear de Jornalismo, nas categorias Cargas, Competitividade, Experiência de Voo, Imprensa Setorizada, Inovação e Sustentabilidade, e Prêmio Especial Asas do Bem e Responsabilidade Social, além do Prêmio Especial Regional, que reconhece a melhor produção jornalística de fora das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
O Grande Prêmio Abear
de Jornalismo só será conhecido na cerimônia de premiação, em 6/11, em
Brasília. Ele contemplará um dos demais vencedores, à exceção dos das
categorias Prêmio Especial Asas do Bem e Responsabilidade Social e Prêmio
Especial Regional.
Confira os vencedores:
Cargas
A
morte pede carona – Guilherme Eler (Revista
Superinteressante – São Paulo)
Desenvolvido em parceria com o Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ, na sigla em Inglês), o Acelerador de Notícias Locais, projeto do Facebook para apoio do Jornalismo, já começa a apresentar os primeiros resultados às publicações participantes. Em apenas um mês, foram registrados 300 mil novos acessos e 900 mil pageviews, além da média de dois mil novos assinantes de newsletters por semana.
O programa de 12 semanas tem o objetivo de apoiar veículos de notícias locais para tornar seus modelos de negócio mais sustentáveis, ajudando a encontrar novos públicos, fidelizar audiências e potencializar receitas. Dez veículos de diferentes estados, representando todas as regiões do País, participam do programa. Foram selecionados: A Crítica (AM), A Gazeta (ES), Correio (BA), Correio do Estado (MS), Estado de Minas (MG), Gazeta do Povo (PR), Jornal do Commercio (PE), NSC Total (SC), O Popular (GO) e O Povo (CE).
Foram anunciados em 16/10, durante a Fenatran 2019, os vencedores do 13º Prêmio SAE Brasil de Jornalismo. O concurso, direcionado a reportagens sobre tecnologia da mobilidade nos modais automotivo, aeroespacial, ferroviário e naval, destacou 15 trabalhos nas categorias Impresso, Eletrônico e Vídeo.
Na categoria Mídia Impressa, André Barros e Marcos Rozen, daRevista AutoData, ganharam com a reportagem Beca e crachá. As duas menções honrosas foram para Rodrigo Ribeiro (Quatro Rodas) e Diogo de Oliveira (Autoesporte), enquanto os dois destaques ficaram com Adair Santos (Jornal NH) e José Antonio Leme (Jornal do Carro/Estadão).
Em Mídia Eletrônica o prêmio principal foi para Pedro Kutney, do portal Automotive Business, pela reportagem Veículos Euro 6 no Brasil enfrentarão dificuldades. Receberam menções honrosas nessa categoria Gabriel Francisco Ribeiro (UOL) e Tarcísio Dias (Mecânica Online), e os destaques ficaram com Elton Alisson de Moura (Agência Fapesp) e Henrique Koifman (blog Rebimboca/O Globo).
E na recém-criada categoria Vídeo, o primeiro lugar foi para Isadora Carvalho, da Webmotors, pela reportagem Preparador deixa antigos com conforto de carro novo. As menções honrosas foram para Alexandre Akashi (O Crítico Automotivo) e André Paixão (G1), e os destaques, para Carolina Villacreces e equipe, do programa Via Legal (TV Cultura / TV Justiça / TV Brasil), e Rafaela Borges, do canal do Jornal do Carro/Estadão no YouTube.
Jurados – Integraram o júri desta edição do SAE Brasil de JornalismoFernando Calmon (Alta Roda e Os Especialistas), Décio Costa (AutoIndústria) e Ricardo Simões de Abreu (SAE Brasil).
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo
(Abraji) emitiu nota nessa quinta-feira (17/10) manifestando solidariedade a Guga
Noblat (Jovem Pan) pelo ataque do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ),
que, na quarta-feira (16/10), na Câmara dos Deputados, arremessou
o celular dele no chão e ameaçou agredi-lo.
Na nota, a Abraji condena a atitude de Daniel Silveira e
reitera que tais agressões representam uma afronta à Constituição: “A agressão
a um jornalista que está no exercício da profissão é absolutamente incompatível
com a Constituição Federal, que o deputado jurou cumprir ao assumir o cargo, e
um atentado direto à democracia que lhe garante o mandato. Um deputado federal
deve ‘tratar com respeito (…) os cidadãos com os quais mantenha contato no
exercício da atividade parlamentar’, como determina o Código de Ética da Casa,
independentemente do tipo de questionamentos a que seja submetido”.
A entidade também relembra que não é a primeira vez que o
deputado Daniel Silveira ataca jornalistas, cobrando providências da Câmara dos
Deputados: “Em 20 de setembro ele amplificou peças de desinformação sobre a
revista AzMina, intensificando ataques virtuais às jornalistas que lá
trabalham. A Câmara dos Deputados deve tomar providências para determinar se
houve infração ao decoro parlamentar e aplicar as sanções cabíveis”.
Logo depois de completar 21 anos de atividades no Brasil, a Central Press amplia suas atividades no Reino Unido. A agência de comunicação corporativa paranaense, que desde 2013 mantinha na Europa uma aliança estratégica com sua congênere Agency Brazil, tem agora uma operação própria em Londres, ao lado do Brondesbury Park, no norte da cidade.
Registrada na Companies House do Governo Britânico em 16 de setembro passado, a Central Press UK inicia a operação com clientes locais: Oxitec, empresa fundada em 2001 como uma spinout da Universidade de Oxford e que atua na área de biotecnologia; e a fabricante de chuveiros Triton, que está ampliando suas atividades no Brasil.
Fundada em Curitiba por Lorena Nogaroli e Claudio Stringari, a Central Press foi eleita em 2016 a melhor agência de comunicação corporativa do Sul e uma das Top 10 do País no prêmio Top Mega Brasil / MaxPress, além de ganhar sete prêmios Aberje.
Roseann Kennedy é a nova editora-chefe do programa Poder em foco, apresentado no SBT por Fernando Rodrigues. Ela deixa a TV Brasil depois de três anos como apresentadora e entrevistadora. Sobre o trabalho atrás das câmeras, novo para ela, comentou em entrevista ao Comunique-se: “Mantenho o hábito de acompanhar, pessoalmente, discussões e votações no Congresso, conversar com autoridades e buscar informações em primeira mão”.
De volta ao SBT, em que já foi repórter, passou 13 anos na CBN, lá conquistando o prêmio Mulher Imprensa na categoria Melhor repórter de rádio. Publicou, em coautoria, o livro Jornalismo e publicidade no rádio: como fazer.
Foi comentarista da GloboNews e esteve por último na TV Brasil, como apresentadora e entrevistadora, entre outras funções, no comando do programa Conversa com Roseann Kennedy. Ali, pela natureza de sua contratação (livre provimento), não será substituída. As entrevistas do programa Impressões serão feitas por Katiuscia Neri, âncora do telejornal Repórter Brasil.
No SBT, o programa Poder em foco, de entrevistas com personalidades da política brasileira, foi descontinuado em 2018. Mas reestreou há poucas semanas, numa segunda fase. A parceria com o novo apresentador, Fernando Rodrigues, diretor do premiado site Poder360, sinaliza uma tendência da emissora para levar seu jornalismo a outras plataformas além da telinha.
Mais de 60 cidades em vários continentes viveram transtornos nos últimos dias devido à ação do grupo Extinction Rebellion, ou XR, nascido em Londres. Importantes ruas do centro da capital britânica foram bloqueadas por manifestantes preocupados com os efeitos da mudança climática. O ato foi programado para durar duas semanas.
A forma
de ação do grupo coloca em pauta as estratégias das organizações dedicadas a
lutar por uma causa. Qual é a melhor maneira de transformar a sociedade?
Eventos espetaculares? Lobby sobre
quem decide? Engajamento pelas redes sociais? Boicotes a marcas? Protestos
violentos?
O
Extinction Rebellion escolheu como caminho manifestações pacíficas, mas que
causem um impacto enorme na vida das pessoas, com altíssima visibilidade. Eles
paralisam ruas e pontes, montam acampamentos, acorrentam-se a postes, colam-se
ao chão para resistir à polícia e fazem barulho com batucadas e megafones.
Críticos
denunciam a falta de diversidade do movimento, liderado por pessoas brancas de
classe alta. Criticam o aumento do consumo de energia causado pelos bloqueios.
Ou as exigências quase impossíveis de serem atendidas, como a de zerar o saldo
de emissões de carbono até 2025 no Reino Unido.
Mas o
Extinction Rebellion “pegou”. Impressionante a quantidade de pessoas de
diferentes idades, origens e formações marchando pelas ruas de Londres, sob
chuva e frio, muitas acomodadas em acampamentos improvisados. Apesar dos
transtornos, uma pesquisa do Instituto YouGov feita no primeiro dia apontou
aprovação superior a 40% nas faixas etárias de 18 a 24 e 25 a 49 anos.
Muita
gente está se debruçando sobre o XR para entender os fundamentos da estratégia
que vem dando certo. E que podem servir como parâmetro para outras
organizações.
Uma
interessante análise sobre a forma de ação do grupo foi publicada pela Tortoise
Media. Um de seus fundadores, entrevistado pela publicação, é um pós-graduando
de 53 anos que pesquisa movimentos de protesto. Sinal de que não se trata de um
ajuntamento de adolescentes idealistas, e sim de uma estrutura planejada por
gente qualificada.
Foi
destacado o mecanismo para engajar não-iniciados em causas sociais. A fim de
atrair gente da classe média britânica que nunca foi a um protesto, optaram por
um discurso capaz de sensibilizar pessoas comuns: o futuro das crianças. Apelo
eficiente para as próprias crianças e também pais e avós. E suficientemente
vago para acomodar uma vasta gama de preocupações individuais – do desmatamento
da Amazônia à perfuração do solo britânico para extração de gás.
Uma
estrutura descentralizada, composta por pequenas unidades autônomas, favorece o
engajamento. Segundo o Tortoise Media, o XR inspirou-se em um modelo utilizado
na Guerra Civil Espanhola. São grupos em torno de dez pessoas, que não precisam
de autorização prévia de um “comando central” para se unir e protestar. Basta
aderir aos dez princípios do grupo.
Estima-se
que existam cerca de 500 unidades em 72 países, sendo mais de 100 no Reino
Unido. Mas esse pessoal não fica solto por aí. Há uma sofisticada estrutura
quase empresarial para assegurar o alinhamento. Quem trabalha ou já trabalhou
em multinacionais ou empresas que operam via franquia sabe o que é isso.
Coordenadores
regionais supervisionam as unidades. Recém-chegados recebem treinamento antes
dos protestos, principalmente sobre como não utilizar violência. Veteranos
fazem simulações ensinando como se relacionar com a Polícia caso sejam
abordados.
O modelo
tecnológico que faz essa estrutura rodar foi escrutinado pela revista Wired.
Para a comunicação em larga escala, começaram com o WhatsApp mas agora estão
migrando para o Telegram, devido à segurança e à limitação de grupos de até 256
participantes na rede mais popular. Dentro dos grupos, empregam o Signal (uma
alternativa ao Facebook) e o Matter Most.
A
ferramenta de treinamento antes dos protestos é a plataforma Zoom. Planos de
trabalho e documentos de referência estão no Google Drive. Há orientações de
segurança de dados para os que participam dos protestos – incluindo a de usar
um aparelho alternativo que possa ser inutilizado caso apreendido pela Polícia.
Do ponto
de vista de comunicação, o Extinction Rebellion desenvolveu uma poderosa
máquina de gerar fatos e imagens, com atos simultâneos em vários locais
disseminados por um exército de voluntários. O pacifismo dos protestos ajuda a
criar uma imagem simpática, distante da agressividade de outros grupos
ambientalistas que se notabilizaram por atos violentos.
Até a
prisão dos ativistas virou material para alimentar essa máquina. Em um lance
genial, o Extinction Rebellion transformou os presos em heróis da causa. São
aplaudidos, gerando simpatia. E deixando a Polícia constrangida, parecendo
estar involuntariamente fazendo parte de um bem orquestrado teatro em que os
manifestantes é que são os protagonistas.
O
capital de imagem e a capacidade de mobilização do Extinction Rebellion são
altos nesse momento. Seu profissionalismo é superior ao de grupos mais heroicos
e menos organizados. O modelo descentralizado pode dar mais agilidade e
eficiência em comparação a ONGs com estruturas mais pesadas.
O
desafio será manter essa bola no alto. E conseguir vitórias reais que possam
validar o modelo.