O Globo estreou em 5/11 o podcastLauro e Gabeira. Semanal, traz a visão de dois conhecedores da política brasileira, colunistas do jornal. O programa está sendo preparado há dois meses, e três pilotos foram gravados antes da estreia, com produção realizada no estúdio que fica dentro da redação. O podcast permite alcançar um público mais jovem, de menos de 30 anos, pois pesquisas mostram que essa faixa etária se interessa pelo formato.
Lauro define: “A proposta é juntar dois jornalistas que se completam. Eu, que trabalho com muita informação, de diferentes assuntos, com bastidores. E o Gabeira, que conhece o outro lado; passou quatro mandatos como deputado. Mas, claro, podemos falar de outros assuntos”. Gabeira completa: “É bom porque poderemos ter um tom mais coloquial do que quando escrevemos um artigo, por exemplo. E também vamos poder juntar o que aconteceu na política da antiga e o que está acontecendo agora, e com mais tempo para abordarmos”.
O programa vem se juntar ao podcast diário Ao ponto, em que jornalistas aprofundam e analisam as principais notícias do dia. Para ouvi-los, são muitas as opções: a página do jornal em qualquer tela, e as plataformas de áudio (Spotify, iTunes, Deezer, Stitcher, Tune In e Castbox). É possível também receber atualização do novo episódio a cada semana.
Não chega a ser uma guerra dos sexos. Mas o papel das mulheres no jornalismo vem sendo discutido em diversas frentes no Reino Unido. Um movimento que faz refletir sobre diversidade de gênero na profissão e também a respeito da perspectiva sob a qual as historias têm sido contadas pela imprensa em todo o mundo.
A situação que mais vem
mobilizando o meio jornalístico aqui é a ação judicial aberta por Samira Ahmed, apresentadora do programa
NewsWatch, da BBC. Há duas semanas
ela entrou na Justiça para exigir da emissora pagamento retroativo da diferença
de £ 693 mil entre o seu salário e o do colega Jeremy Vine durante o tempo em que ele estrelava o Points of View (atualmente apresentado
por uma locutora em voiceover). A ela
devem se seguir pelo menos dez outras jornalistas da rede pública.
O NewsWatch acolhe manifestações dos espectadores em relação à
cobertura da emissora e questiona os editores, colocando no ar suas
explicações. Tem 15 minutos, vai ao ar nas noites de sexta-feira e é reprisado
aos sábados. O programa que Vine apresentava tem formato semelhante, o que
fundamentou a reclamação trabalhista.
Na ação, Ahmed reclama do salário
seis vezes menor do que o do colega: £ 3 mil por edição, fora outros
penduricalhos. As justificativas que a BBC está usando para se defender enfurecem
ainda mais as mulheres.
Para começar, argumentou que um
dos programas era da linha de notícias, enquanto o outro fazia
parte da grade de entretenimento. Sustentou que Vine é uma estrela reconhecida
por 79% da audiência, enquanto Samira Ahmed seria conhecida de apenas 29%. E
apontou que as perguntas que o apresentador fazia aos seus convidados eram mais
complexas – inferindo-se que ele seria mais capacitado do que a moça.
A jornalista rebateu observando
que o trabalho de criticar a própria emissora requer um alto grau de
diplomacia, profundo conhecimento das questões que envolvem o jornalismo e uma
habilidade enorme para entender e navegar na estrutura hierárquica da BBC.
Entre as muitas vozes que se colocaram a favor de Ahmed está a NUJ (National
Union of Journalists).
O caso de equal pay vem em um momento particularmente sensível no Reino Unido
sobre o assunto. O último relatório divulgado pelo Governo, em outubro, indicou
que o pay gap (diferença entre
salários de homens e mulheres) aumentou pela primeira vez desde 2013, embora
tenha diminuído na faixa abaixo de 40 anos.
Para piorar, a BBC vive um
inferno astral no que diz respeito aos altos salários, por ser uma emissora
pública. Há um movimento criticando os valores pagos a estrelas como o ex-jogador
de futebol Gary Lineker, apresentador do Match
of the Day, que virou uma celebridade em redes sociais e fatura £ 1,75
milhão. Uma tempestade perfeita.
Mulheres na redação e nas aspas –
Outra frente desse debate é a presença das mulheres no jornalismo. E não apenas
como profissionais atuantes nas redações, mas como fontes das matérias. Esse
foi o tema de um encontro promovido pela Bloomberg na semana passada, em
conjunto com a organização Women in Journalism.
O painel reuniu representantes da
própria Bloomberg, da BBC, da City University e do The Times. Na plateia,
jornalistas de várias idades. Além das situações relacionadas ao sentimento de
discriminação de gênero, discutiu-se bastante o desafio de ter mais mulheres
sendo entrevistadas, fortalecendo o seu papel na sociedade e também criando
empatia com a audiência feminina.
A Bloomberg tem um programa
formal para aumentar a presença feminina em suas reportagens e eventos. Há
metas a serem atingidas, e até uma série de media
trainings para executivas das áreas de finanças e negócios, capacitando-as
para conceder entrevistas. Jornalistas da empresa só podem participar de
painéis em que haja diversidade de gênero. BBC e Financial Times também
desenvolvem iniciativas semelhantes aqui.
Mas o desafio não está apenas na
decisão do repórter sobre quem entrevistar. Muitas profissionais presentes ao
encontro, inclusive da própria Bloomberg, relataram dificuldades em encontrar
mulheres dispostas a falar. Seja porque as corporações ainda nomeiam mais
homens do que mulheres como porta-vozes, especialmente em indústrias fortemente
masculinas como o setor financeiro, mas também porque nem sempre as mulheres
querem se expor, segundo os depoimentos no encontro.
A boa notícia é que os esforços
conscientes para transformar essa realidade surtem efeitos. A Bloomberg tem conseguido elevar o número de
mulheres como fontes e como entrevistadas nos programas da TV, demonstrando o poder das iniciativas bem
organizadas para a inclusão feminina.
Augusto Nunes (Record TV e Jovem Pan) agrediu Glenn Greenwald (The Intercept Brasil) durante o Programa Pânico da Jovem Pan, realizado hoje (7/11). Os jornalistas discutiam sobre o polêmico comentário de Augusto Nunes sobre a criação dos filhos de Glenn Greenwald e seu marido, David Miranda. Veja na íntegra:
O Estadão, em parceria com a Faap, realiza nesta quinta-feira (7/11) o debate Transformação Digital Estadão: O jornalismo do futuro agora.
Participarão do evento Luciana Garbin, editora e
coordenadora de planejamento do Estadão, Marco Túlio Pires, coordenador
do Google News Lab no Brasil, e Rafaela Campani, responsável pelo
departamento de consultoria na Prodigioso Volcán, de Madri.
A mediação será de João Gabriel de Lima, editor executivo de Jornalismo e Audiência do Estadão, e Edilamar Galvão, coordenadora do curso de Jornalismo da Faap.
O evento será transmitido pela TV FAAP e pelas redes sociais do Estadão.O debate será das 9h às 11h45, no campus da Faap (rua Alagoas, 903). Inscreva-se aqui.
A Adobe anunciou, em evento realizado em 4/11, uma nova iniciativa de combate a deepfakes, desenvolvendo um novo modelo de distribuição de informações na internet. O Twitter e The New York Times são parceiros da Adobe na iniciativa.
O projeto, chamado Content Authenticity Initiative (CAI), busca solucionar a falta de transparência do conteúdo veiculado na internet, que pode ter sido alterado anteriormente ou não. Será criada uma equipe para solucionar o problema, e criar uma ferramenta capaz de identificar o material falso e entender no que os consumidores podem de fato confiar.
Segundo as entidades envolvidas, o projeto será lançado “num
evento futuro junto de um grupo maior de empresas de tecnologia e mídia”. Para
fazer parte da CAI, entre em contato com [email protected].
A BBC News criou um espelho de seu site internacional na dark web para evitar a censura, como em países onde o conteúdo é bloqueado (China, Irã e Vietnã, países citados pela BBC).
Para acessar o site, é preciso usar o navegador Tor, que consegue ocultar a localização e a identidade da pessoa em camadas de criptografia. Por ele, é possível acessar sites normais de forma “mais anônima” e sites ocultos.
Segundo a BBC, o conteúdo desse site na dark web inclui matérias em línguas estrangeiras, como árabe, persa e russo, mas não o acesso ao IPlayer, serviço de transmissão da emissora.
Para acessar o site espelhado da BBC News, utilize a URL bbcnewsv2vjtpsuy.onion no navegador Tor. O link não funciona em navegadores convencionais.
O Portal Comunique-se premiou os vencedores das 26 categorias de seu Prêmio Comunique-se 2019. A cerimônia foi realizada nessa terça-feira (5/11) na casa de shows Tom Brasil, em São Paulo.
O evento teve homenagens póstumas a Ricardo Boechat.
Sandra Annenberg e Guga Chacra entraram para a lista de Mestres
do Jornalismo, título concedido a quem vence a mesma categoria três vezes
seguidas ou cinco em oportunidades alternadas.
Veja a lista dos vencedores:
Âncora de Rádio
Carla Bigatto (BandNews
FM)
Âncora de TV
Sandra Annenberg (TV
Globo)
Apresentador
Serginho Groisman (TV
Globo)
Agência
Textual
Profissional de Comunicação Corporativa
Diego Viñas (Reclame Aqui)
Propaganda & Marketing
Bruna Calmon (Reclame / MultiShow)
Cultura: Mídia Escrita
Artur Xexéo (O Globo)
Cultura: Mídia Falada
Marcelo Tas (CBN / TV Cultura)
Notícia
Mônica Bergamo (BandNews
FM / Folha de S. Paulo)
Opinião
Augusto Nunes (Jovem
Pan / R7.com / Record TV / Veja.com)
Digital: Jornalista Influenciador
Felipe Moura Brasil (Crusoé
/ Jovem Pan)
Digital: Tecnologia
Carlos Aros (Jovem Pan)
Economia: Jornalista Empreendedor
Milton Neves (Portal 3º Tempo)
Economia: Mídia Escrita
Denise Campos de Toledo (Jovem
Pan Online)
Economia: Mídia Falada
Denise Campos de Toledo (Jovem
Pan / TV Gazeta)
Esporte: Mídia Escrita
Milton Neves (Agora S. Paulo / BOL /
Portal 3º Tempo)
Esporte: Mídia Falada
Renata Fan (Band)
Locutor Esportivo:
Rômulo Mendonça (ESPN)
Executiva de Veículo de Comunicação
Sheila Magalhães (BandNews
FM)
Nacional: Mídia Escrita
Eliane Brum (El País)
Nacional: Mídia Falada
Augusto Nunes (Jovem
Pan / Record TV / Veja.com)
Repórter: Imagem
Adriano Gambarini (National
Geographic)
Repórter: Internacional
Guga Chacra (CBN / GloboNews / O
Globo / TV Globo)
A FSB anunciou nesta terça-feira (5/11) a chegada de Rodrigo Pinotti como sócio-diretor de sua operação Privada, em São Paulo. Na posição, Pinotti terá um papel fundamental na gestão de clientes da área, ao lado de Marcelo Diego, na agência já há um ano. Ele vai reportar-se diretamente aos sócios majoritários da FSB.
Graduado em Jornalismo pela Faculdade Cásper Libero, o executivo despediu-se recentemente do JeffreyGroup, onde ocupou pelos últimos três anos o cargo de managing director, principal posto na operação brasileira do grupo.
“Pinotti traz para a FSB quase 20 anos de experiência no mercado e um conhecimento em áreas como estratégias de comunicação corporativa, corporate affairs, brand building, estratégias digitais e programas de Prevenção e Gerenciamento de Riscos e Crises”, destacou Francisco Brandão, sócio fundador da FSB.
“Sempre tive a FSB como uma referência de qualidade e comprometimento com os seus clientes, bem como de uma equipe altamente competente e qualificada”, explica Pinotti. “Não se é a agência líder do mercado à toa, afinal. Assim, é um prazer enorme poder me juntar ao time agora”.
“Patifaria”, retrucou Bolsonaro nas redes sociais após reportagem no Jornal Nacional que ligaria seu nome ao assassinato da vereadora Marielle Franco
O Grupo Globo divulgou na manhã desta terça-feira (5/11), no site de O Globo, um editorial criticando os recentes ataques do presidente Jair Bolsonaro aos seus veículos e jornalistas. A relação entre o político e o grupo de mídia, que já não era das melhores desde as eleições de 2018, piorou ainda mais na última semana, após a TV Globo divulgar em primeira mão, em 29/10, detalhes do depoimento de um porteiro do condomínio em que Bolsonaro morava e tem casa, no Rio de Janeiro, afirmando que o então deputado teria liberado a entrada dos assassinos da vereadora Marielle Franco, no dia de sua morte.
Horas mais tarde, pelas redes sociais, o presidente, que estava em viagem na Arábia Saudita, atacou a emissora, taxando a reportagem como “patifaria” e ameaçando não renovar a concessão da TV Globo, prevista para 2022. No mesmo dia, a Globo chegou a divulgar uma nota em resposta às ofensas do presidente, porém os ataques ao grupo e seus jornalistas não cessaram desde então.
Confira, na íntegra, o editorial publicado em O Globo:
Não é novidade. O presidente Jair Bolsonaro não tem apreço pela imprensa independente e profissional. Não tinha durante a campanha e continuou sem ter desde o primeiro dia no cargo. Ele diz que defende uma imprensa livre, mas suas palavras e atos comprovam que ele quer apenas uma imprensa que o bajule e que não busque noticiar os fatos como eles são, mas como ele gostaria que fossem. A essa altura, ele já sabe que jamais terá isso daqueles que praticam com zelo o jornalismo profissional. Certamente não terá isso dos veículos do Grupo Globo. Seus antecessores não tiveram, seus sucessores não terão.
E o motivo é simples. O jornalismo profissional está calcado em três pilares: isenção, correção e agilidade. Isenção significa ser independente de governos, partidos políticos, igrejas, grupos econômicos e lobbies. Ser correto significa apurar os fatos de tal modo que eles condigam no maior grau possível com a realidade dos fatos. Ser ágil significa informar com rapidez porque a informação jornalística, por definição, sendo uma primeira aproximação com a verdade, só tem valor se for tornada pública em tempo razoável. Sem esses pilares, não há jornalismo, não há veículos com credibilidade, não há público que se interesse por eles.
Não é sem razão que só exista jornalismo profissional e independente em democracias. Em sociedades sob o império das leis, mas sem dono, ninguém controla o fluxo dos fatos, o que publicar e o que não publicar, o que é conveniente e o que não é conveniente, o que agrada e o que desagrada. O fluxo de informação é livre, absolutamente livre. Em ambientes assim, sobrevivem aqueles que informam com qualidade, acertam bem mais do que erram (e quando erram reconhecem seus erros) e provam ao público que aquilo que noticiam são fatos. O Grupo Globo existe desde 1925 na mídia impressa, desde 1944 no rádio, desde 1965 na televisão (e nenhuma concessão recebida de militares, presidente), desde 1991 na TV por assinatura e desde 1995, na internet. E em cada uma dessas mídias, é líder de audiência e conta com o respeito e a credibilidade do público. Nenhum veículo jornalístico tem um desempenho desses se não for por mérito. O público, que é o mesmo que vota, sabe julgar. E o Grupo Globo fará de tudo para que continue a merecer a confiança e o respaldo do público. Sempre.
Ao longo desses 94 anos, o Grupo Globo obteve o respeito do público porque sempre se cercou dos melhores talentos, dos mais competentes jornalistas. Profissionais comprometidos com a verdade, íntegros, honestos, que se dedicam, com grande esforço pessoal, hora após hora, dia após dia, semana após semana, ano após ano, a dar o melhor de si em busca da informação de qualidade. A notícia não tem hora, costuma-se dizer nas redações. Muitas vezes, o dever profissional se impõe ao lazer, aos filhos, aos amigos, à família. Tudo na crença de que uma sociedade bem informada vive melhor, decide melhor, constrói um futuro melhor. Não há sociedade que caminhe para o bem-estar sem informação de qualidade, e quem a provê com método são os jornalistas. No Grupo Globo são os jornalistas de todas as redações, de todos os veículos que o compõem.
Chamá-los de patifes, canalhas e porcos não diz nada deles, mas muito dos valores de quem profere insultos tão indignos. É preciso repudiar tal atitude do presidente da forma mais veemente possível e denunciá-la como a de um homem que, hoje não se tem mais ilusões, não comunga dos valores democráticos mais básicos. Não se esperem, contudo, reações no mesmo nível. Espere-se mais jornalismo. Espere-se a busca pela verdade, de forma destemida, que retrate os fatos como eles são, positivos ou negativos, inclusive sobre o governo. E que denuncie qualquer tentativa de cercear as liberdades de nossa democracia.
São 94 anos, repita-se. Atos e palavras são o que definem o lugar de homens e instituições na História. O Grupo Globo tem orgulho do seu lugar, obra de gerações de jornalistas que passaram por ele. O tempo dirá o lugar que o presidente reservará para si.
Para marcar o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas (2/11), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgou um levantamento sobre os ataques do presidente Jair Bolsonaro à imprensa. Segundo a pesquisa, ele ataca os jornalistas e o jornalismo como um todo pelo menos duas vezes por semana, em discursos, entrevistas, pronunciamentos e postagens em redes sociais. Para fazer o levantamento, foram considerados dados coletados no período de 1º/1 a 31/10 deste ano (99 ataques).
Em nota, a Fenaj divulgou que a pesquisa tem como objetivo “divulgar,
denunciar e visibilizar os ataques e reafirmar a defesa dos jornalistas, do
jornalismo e da democracia”.
Ainda na nota, a entidade explica que o levantamento tem
como objetivo expor a atitude de Bolsonaro, que é a de colocar os jornalistas
como “inimigos”: “Nesse mapeamento, que produzimos de forma a seguir uma
metodologia de busca e de categorização para visibilizar esses ataques à nossa
profissão por parte do presidente, entendemos que é uma postura deliberada de
Jair Bolsonaro colocar profissionais jornalistas como inimigos e a imprensa, de
uma maneira geral, como sem credibilidade para apurar, produzir e publicizar
informações. Enquanto entidade de defesa dos trabalhadores jornalistas, vamos
expor essa postura institucionalizada”.