O Grupo Globo decidiu demitir mais funcionários em São Paulo, como parte do projeto Uma só Globo, que busca reduzir a empresa e integrá-la em todas as mídias, com cortes de gastos e reestruturação institucional. A empresa já tinha feito um corte no começo da semana.
Os alvos das demissões agora teriam sido funcionários mais
antigos da TV, principalmente editores e repórteres com os maiores salários. A
informação é de Ricardo Feltrin (UOL). Ainda segundo o colunista, a emissora
não renovará o contrato de repórteres com salários superiores a R$ 120 mil como
pessoa jurídica (PJ) e contratará outros com carteira assinada (CLT). As
demissões podem vir a atingir cerca de 4000 funcionários.
O repórter Jairo Silva Júnior (Rádio Transamérica de Curitiba – PR) foi detido por PMs de Santa Catarina (PMSC) na última terça-feira (19/11), durante transmissão do jogo entre Criciúma e Paraná, após ele registrar agressões dos policiais a membros da comissão técnica do Paraná Clube.
Em entrevista ao UOL, Jairo contou que os policiais
tentaram tirar o celular de sua mão com brutalidade, afirmando que existe uma
lei estadual que proíbe filmagem de ações policiais, e que quem o fizer terá o
celular apreendido como prova de defesa da PM. Porém, segundo a Assembleia
Legislativa de Santa Catarina, não existe uma lei que restrinja a filmagem de
ações políciais ou que obrigue a retenção dos celulares para averiguação. O
repórter foi liberado depois do término do jogo, mas seus dois celulares foram
apreendidos.
“Em nenhum momento filmei o campo, os jogadores”, relatou
Jairo. “Tentei fazer o registro jornalístico da ação policial contra Alex
Brasil (diretor de futebol do Paraná) e Irapitan Costa (assessor de imprensa do
Paraná). O supervisor da CBF Robson Cechinel me viu, veio até mim e tentou
tirar o celular da minha mão de maneira brusca. Como não conseguiu, chamou os
PMs”.
Em nota, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e
Televisão repudiou a ação dos militares catarinenses e afirmou que “nada justifica
a agressão a um repórter que está devidamente identificado como imprensa e no
exercício da profissão. A plena liberdade de informação jornalística está
garantida na Constituição Federal e não pode, em qualquer circunstância, ser
desrespeitada”.
A premiada Elenilce
Bottari e a editora executiva Letícia Sorg estão entre os que saem
Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de J&Cia no Rio
Início de semana triste para os impressos: o jornal O Globo demite sem dó. Esperava-se um comunicado formal até o final dessa terça-feira (19/11), que afinal não foi divulgado. As listas dos que saem circularam nos grupos, nas redes, impossível ignorar. Mas quantos foram ainda não está claro.
Além da editora executiva Letícia Sorg, o nome mais sonoro é o da premiada Elenilce Bottari, da editoria Rio, com bagagem no investigativo. Também da Rio saem Antônio Werneck, Letícia Gasparini e Matheus Maciel.
De cultura e variedades foram Bernardo Araújo, subeditor do Segundo Caderno, a bem conhecida Nani Rubin, além de Fabiano Ristow, do mesmo caderno, e Marcela Sobral, do suplemento Rio Show. Do Esporte, vão Sanny Bertoldo, Carla Felícia, Cristina Massari e Gabriel de Oliveira.
O Globo Bairros diminui bastante. Suplementos que circulavam duas vezes por semana, como Niterói e Barra, passam a semanais. Saem Ana Marin, Daniela Kalicheski, Elisa Torres, Maurício Peixoto, Patrícia de Paula e Stefano Salles.
A fotografia perde Fábio Guimarães e Marcos Ramos,e o clássico Marcelo Carnaval. Da arte, saem Ruben Paiva e Carol Oyama. Da diagramação, Thatiana Marceli, Lu Costa e Robson. No digital, as baixas são Cláudio Nogueira, da capa, e Renné Rocha, do vídeo. Outras editorias cedem profissionais para suprir alguns cortes. E sai a secretária Thais Costa, além de Nivaldo Esperança, do Acervo.
Da sucursal de Brasília, vai Jailton de Carvalho,de País. Da sucursal de São Paulo, Ana Paula, da Economia.
O Extra perde Flávia Junqueira e Ana Paula Araripe, e Roberto Dutra, do Carros. O premiado Fábio Gusmão vai trabalhar em projetos especiais do Extra.
Apesar dos boatos de extinção do Expresso, é certo que o mais popular da Infoglobo não vai acabar. Ele concorre diretamente com o Meia Hora, o mais bem-sucedido título do grupo O Dia no Estado do Rio. O mesmo não ocorre com a revista Época que, com rumores de manter-se apenas até o final deste ano, não faz face a um competidor. Porém, a notícia de sua extinção não foi desmentida.
Segundo o Poder360, a revista de ciência Galileu será totalmente digital a partir de janeiro. O corte teria atingido a editora-chefe Giuliana de Toledo e toda a equipe de arte.
Era para ser uma entrevista definitiva, na qual o príncipe Andrew, filho da Rainha Elizabeth, se defenderia de críticas em torno da amizade com Jeffrey Epstein, bilionário condenado por abuso de menores que se matou em agosto na prisão. E rebateria a acusação de ele próprio ter tido relações sexuais com uma jovem de 17 anos.
Mas ao ignorar fundamentos elementares de
administração de crises, o príncipe protagonizou o que deve entrar para a
história como um dos maiores desastres de comunicação de que se tem notícia. A
entrevista no programa Newsnight da
BBC no sábado (16/11 ) é um festival de erros e
serve como alerta sobre o que não fazer em uma crise.
Especula-se sobre o motivo de Andrew ter resolvido
falar agora, sem que nada o impelisse a tal e sem provas capazes de reverter a
situação. Talvez acreditasse que a emissora pública lhe seria condescendente.
Errou. Emily Maitlis fez perguntas
duras e pinçou cada deslize. A edição
explorou com maestria a linguagem corporal denotando insegurança.
Mostrar humildade e empatia com as vítimas está em
qualquer manual de crises. Mas o príncipe foi crucificado por sequer mencionar
as moças abusadas por Epstein. Disse não se arrepender da amizade por ter sido
útil para o seu objetivo de promover negócios para o país. E ainda justificou
ter passado cinco dias na casa do amigo em Nova York depois de sua condenação
por ser uma pessoa honrada e por isso ter se sentido obrigado a ir até lá dizer
que não podiam continuar amigos. Um telefonema não resolveria?
A óbvia necessidade de ser assertivo para
convencer passou longe. Andrew lançou mão do inacreditável “não me recordo” ao
ser indagado sobre se conheceu, saiu para dançar, fez sexo e foi fotografado
com Virginia Roberts-Giuffre, que o acusa de tudo isso e exibe uma foto dos
dois juntos. Irritou e deixou a impressão de que se não pode negar, é tudo
verdade.
Ele tentou ainda desqualificar os detalhes
revelados pela moça com argumentos que até poderiam (se verdadeiros) ser
referendados com provas. Mas não foram e se tornaram ainda mais frágeis. Como o
de que no dia do suposto encontro teria levado a filha a uma festinha na Pizza
Express. Registros da segurança confirmariam. Ou que uma doença na época o
impedia de transpirar, contradizendo o relato de que teria dançado até suar. Um
atestado explicaria.
Em tempo de redes sociais, inconsistências assim
são exploradas e ganham dimensão planetária. Ainda durante a entrevista
começaram a circular no Twitter imagens de Andrew suado em solenidades. E
abraçado a moças, ridicularizando a dúvida que levantou sobre a veracidade da
tal foto usando a desculpa de que “não costuma demonstrar afeto em público”.
A falta de preparação adequada oferece ainda o
risco de revelar fatos inconvenientes quando se está diante de um bom
jornalista. O descuidado príncipe acabou confirmando ter-se encontrado
recentemente com a socialite Ghislaine Maxwell, tida como captadora de moças
para o séquito de Epstein, enroscando-se ainda mais no caso criminal.
Cadê os assessores? – Por que alguém com acesso a bons assessores
incorreria em tais falhas? A resposta pode estar na sensação de impunidade que
por vezes acomete poderosos, sejam membros da realeza, artistas, políticos ou
CEOs. Adulados por falsos amigos e funcionários submissos, correm o risco de
esquecer que a voz do povo nas redes sociais e a imprensa livre não são
controláveis.
No dia seguinte à entrevista, por sinal, surgiu a
notícia de que o assessor contratado para proteger a imagem do príncipe Andrew
pedira demissão tão logo o cliente resolveu levar a ideia adiante. E que a
equipe do Palácio de Buckingham não teria tido participação no desastre. Ponto
para os profissionais de RP, que ganharam destaque nas bancadas dos principais
telejornais e estão sendo reconhecidos como capazes de evitar situações
semelhantes.
Além deles, quem está rindo à toa é a Pizza Express, que ganhou uma exposição
gigantesca nas redes sociais devido aos memes sobre o caso. Já Andrew não tem
muito o que comemorar.
Aumentam as pressões para que ele deponha ao FBI
sobre Epstein no processo movido pelas vítimas. Patrocinadores de sua
iniciativa de apoio ao empreendedorismo estão deixando o barco. Jornais
questionam da origem de seus bens até declarações racistas que teria dado anos
atrás. A coisa não deve acabar em pizza para ele.
Em tempo: na tarde desta quarta-feira (20/11),
Andrew anunciou que estava se desligando das funções oficiais.
A Bradesco Seguros divulgou nesta segunda-feira (18/11) os vencedores da nona edição do Prêmio Longevidade de Jornalismo. No total, 10 trabalhos foram premiados nas cinco categorias jornalísticas do concurso. Confira a relação:
Jornal Impresso
1º Colocado: Carmem Lúcia Melo de Souza, do Correio Braziliense, com uma série de três matérias sobre os impactos da obesidade na saúde, na qualidade de vida e na expectativa de vida dos indivíduos.
2º Colocado: Leila Cristina de Souza Lima, do jornal Valor Econômico, na reportagem Envelhecimento rápido impõe novos desafios para o Brasil.
Revista impressa
1º Colocado: Giuliana Toledo, da Revista Galileu, reportagem de capa O envelhecimento é uma doença? Tem cura?
2º Colocado: Joyce Moisés, da Revista AT, do Jornal a Tribuna de Santos, com Os perennials estão entre nós.
WEB
1º Colocado: Yuri Alves Fernandes, do Projeto #Colabora, com LGBT + 60: Corpos que resistem.
2º Colocado: Marcelle Cristine de Souza, do UOL, com Rumo aos 100 anos.
TV
1º Colocado: Gracielly Bittencourt Machado, da TV Brasil, com Quarta idade: a vida depois dos 80.
2º Colocado: Mariana Romão, do Jornal da Globo, com Jogo da Previdência: envelhecimento populacional pressiona as contas da seguridade social.
Rádio
1º Colocado: Marcos Andrei Meller, da Rádio Peperi, com Viver Mais.
2º Colocado: Géssika Aline Lima da Costa, da Rádio Correio AM 1200, de Maceió, com Veteranos da Vida.
A campanha de financiamento para o livro Queimadas na Amazônia – uma aventura na selva, de Simão Zygband, termina nesta quarta-feira (20/11). O livro conta uma história da época de juventude do autor, com informações e dados sobre incêndios criminosos na Floresta Amazônica, além do processo de construção da rodovia Transamazônica, a questão indígena e filmes que abordam o tema.
Nesta quarta (20), encerram-se as doações via Catarse,
mas as doações por transferência bancária e depósitos continuarão até dezembro,
período previsto para o lançamento do livro. Mais informações pelo [email protected].
Os colaboradores ganharão um exemplar no lançamento e, caso
não possam comparecer ao evento, receberão o livro pelo correio.
A Thomson Reuters abriu o período de inscrições para seu Programa de Treinamento em Jornalismo, com duração de nove meses, a partir de setembro de 2020.
O programa é dividido em um mês de estudos no Reino Unido e
outros oito meses em um dos escritórios da Reuters localizados em China,
Cingapura, Reino Unido, México, África do Sul, Egito, Líbano ou Emirados Árabes
Unidos.
Os candidatos selecionados receberão um salário no
escritório onde permanecerão e a oportunidade de se tornarem correspondentes
internacionais, caso sua performance seja considerada satisfatória.
Os requisitos para o programa são: inglês fluente (escrita
e fala); habilidade de contar histórias relevantes e interessantes; compromisso
com a profissão de jornalista. O domínio de um segundo idioma e familiaridade
com economia e finanças, edição de vídeo e fotografia serão diferenciais.
As inscrições vão até 15 de dezembro. Mais informações aqui (em
inglês).
Da esquerda para a direita: Tarsilla Alvarindo (Salvador), Amanda Santos (Florianópolis), Fagner Coelho (Salvador), Mariana Bispo (São Paulo), Clóris Akonteh (editora em São Paulo), Salcy Lima (São Paulo), Luiz Fara Monteiro (Brasília) e Rodrigo Cardozo (Florianópolis). Foto: Divulgação Record TV
Para marcar a Semana da Consciência Negra, a Record TV lança nesta segunda-feira (18/11) a série especial Sem vaga para o racismo. A emissora reuniu oito jornalistas negros que discutiram o tema e elaboraram reportagens especiais, com pesquisas, dados e experiências pessoais sobre o papel do negro no mercado de trabalho, os principais obstáculos e preconceitos. A série também mostra exemplos de negros bem-sucedidos e iniciativas que buscam estimular a inserção dos negros no mercado de trabalho.
As reportagens irão ao ar até sexta-feira, no Jornal da
Record. O episódio de hoje será sobre os negros no mercado de trabalho.
Novo horário
Em comunicado à imprensa, a Record anunciou que o Jornal
da Record ganhará novo horário de exibição a partir de 2 de dezembro. O
telejornal apresentado por Celso Freitas e Adriana Araújo passará
a ser exibido às 19h45.
Marcelo Cosme, da GloboNews, que ancora o Jornal Hoje aos sábados, apresentará o Hora 1 na semana do Natal, cobrindo Roberto Kovalick. Se agradar, poderá virar o substituto oficial do programa.
O apresentador, que faz parte de alguns quadros na
GloboNews, estreou no Jornal Hoje em setembro.
Ana Estela de Sousa Pinto, que hoje integra a equipe de repórteres especiais da Folha de S.Paulo, será a partir de fevereiro a nova correspondente do jornal na Europa, baseada em Bruxelas, pelo período inicial de um ano. O cargo vem sendo ocupado desde agosto de 2018, a partir de Paris, por Lucas Neves, que seguirá na capital francesa por conta própria.
Ana entrou na Folha em 1988 pelo primeiro programa de treinamento do jornal, e desde então foi repórter, redatora e editora em várias áreas, entre elas Ciência, Educação, Cidades, Política e Fotografia. Coordenou o programa de treinamento por 15 anos e editou o caderno Mercado de 2012 a 2016, quando passou a repórter especial.