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quinta-feira, dezembro 18, 2025

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Band anuncia novidades no jornalismo

Fernando Mitre e Rodolfo Schneider, diretores de Jornalismo da Bandeirantes, anunciaram uma série de mudanças nos telejornais da emissora. As informações são de Flávio Ricco (UOL). Entre o que já está feito, o Jornal da Band terá um novo projeto gráfico e a participação fixa de Paloma Tocci e Joana Treptow. Além disso, um novo cenário será estabelecido até abril.

Em março, o Café com Jornal mudará de nome e passará a se chamar Primeiro Jornal. Luiz Megale deixará a apresentação do programa, mas continuará na emissora. Seu substituto ainda não foi definido, mas segundo a reportagem, será um “prata da casa”. O telejornal passará por transformações, tornando-o mais ágil, com um púlpito no lugar da bancada.

O matutino Bora SP irá ao ar das 6h às 8h, seguido pelo Bora Brasil, das 8h às 9h. Entre outras novidades, a Band também negocia um novo contrato com a Somar Meteorologia.

Artigo que desobrigava o registro de jornalistas foi retirado da MP 905

Christino Aureo. Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

O deputado Christino Aureo (PP-RJ), relator da medida provisória 905/2019, responsável pelo Programa Verde Amarelo, retirou do texto original o artigo que acabava com a exigência de registro profissional para jornalistas, publicitários, radialistas, químicos, arquivistas, guardador e lavador de veículo, entre outros.

Durante sessão da Comissão Mista na Câmara dos Deputados, Aureo relatou que, “tratando da extinção de registro profissional no Ministério do Trabalho, eu rejeitei a redação do artigo 51 da MP e acatei o conjunto de todas as emendas que estabeleciam os registros profissionais. O Ministério (Secretaria do Trabalho) permanece com todas as suas atribuições e as profissões com o mesmo padrão de registro que tinham antes da publicação da Medida Provisória, em novembro de 2019. Então, as categorias que estavam abrangidas pelo artigo 51 estão com seus registros restabelecidos no Ministério do Trabalho”.

A retirada do artigo foi vista como uma vitória para as entidades que lutaram por meses pela derrubada da desobrigação do registro profissional dos jornalistas. Para a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a vitória foi importante para a categoria, mas outras questões ainda devem ser analisadas: “O relatório, mesmo com modificações, mantém muitas medidas que precarizam as relações de trabalho. Ainda consideramos que a melhor alternativa é a MP ser derrubada”, disse Maria José Braga, presidente da Fenaj.

Com informações da Fenaj.

Nova plataforma busca facilitar o contato entre imprensa e cientistas

Conversa sobre jornalismo científico no Brasil e lançamento da BORI. (Foto Marcelo Justo)
Sabine Righetti (esq.) e Ana Paula Morales. Foto: Marcelo Justo

A Agência Bori, lançada em 12/2, é uma plataforma que visa a facilitar o acesso a assuntos e pesquisas científicas, atuando como ponte entre a imprensa e cientistas. A ideia é valorizar o jornalismo científico e a divulgação de temas relacionados à ciência no País. O projeto, tocado pelas especialistas em jornalismo científico Sabine Righetti e Ana Paula Morales, já tem parcerias com 90 revistas científicas.

Na plataforma são apresentados ao menos três estudos inéditos, vindos das revistas parceiras, e que têm potencial de divulgação e interesse público. A agência produz um pequeno resumo sobre os estudos, e disponibiliza o contato dos pesquisadores à imprensa: “Se eles (pesquisadores) concordarem com a divulgação na Bori, precisam estar disponíveis para dar entrevistas durante o período de embargo”, explica Sabine.

Em entrevista ao Knight Center, Sabine e Ana Paula destacaram alguns problemas que afetam a visibilidade da ciência no Brasil, como a falta de informação, dificuldades no acesso a dados e pesquisas sobre determinados assuntos científicos, e o fato de que poucas instituições de ciência brasileiras têm assessoria de imprensa. Sabine explicou que “às vezes, é mais fácil falar com alguém da Nasa do que com um cientista de uma universidade aqui na esquina, porque não tem assessoria ou você não acha o contato do pesquisador e, quando acha, ele não quer falar”.

A agência utiliza inteligência artificial e cruzamento de dados para detectar assuntos com potencial de divulgação, além de destacar temas que são pouco veiculados. Com uma equipe de 13 profissionais, cinco fixos e oito redatores freelances, a Bori ainda não se sustenta sozinha e está em busca financiamento. A ideia é estabelecer um projeto de assinaturas e acordos com instituições e cientistas que queiram ter uma presença maior ou periódica na plataforma.

Com informações do Knight Center

Mauro Naves assina com a Fox Sports

Mauro Naves

Oito meses após ser afastado da TV Globo, Mauro Naves acertou na segunda-feira (24/2) sua ida para a Fox Sports. Segundo apurou o UOL, Naves não será utilizado como repórter. Ele participará dos programas e atuará diretamente na produção destes. Sua estreia na emissora será no próximo domingo (1°/3), no programa de Nivaldo Prieto.

A possibilidade de desempenhar funções novas, que não as de repórter – como fazia na Globo – despertou o interesse de Naves pela proposta da Fox Sports. Vale lembrar que ele já havia participado de alguns programas na emissora, como o Expediente Futebol, e o Aqui Com Benja, onde gravou uma entrevista com Benjamin Back.

Em 5 de junho do ano passado, Naves foi afastado pela TV Globo após envolvimento polêmico no caso de estupro contra o jogador Neymar. Desde então, fez participações especiais em programas esportivos da Band e da TV Gazeta. 

Diário de Pernambuco ganha novo projeto editorial e gráfico

Para marcar o lançamento da campanha Rumo aos 200 Anos, em 2025, o Diário de Pernambuco ganhou na edição de 15 e 16/2 um novo projeto editorial e gráfico. O DP é o jornal mais antigo do Brasil e da América Latina a poder alcançar esta marca. O jornal passou por muitas crises nos últimos anos e esteve perto de fechar. Foi comprado recentemente por um grupo de advogados, que constituíram um Comitê do Bicentenário, com representantes do jornal e da sociedade civil, para propor reportagens, projetos e ações a partir deste ano para marcar a data.

A base do projeto e da reformulação é um trabalho de consultoria realizado por Roberto Gazzi, profissional com passagens por O Estado de S. Paulo, onde foi editor-chefe e diretor de Desenvolvimento Editorial, e Folha de S.Paulo. Atua hoje como consultor de empresas de mídia, após ter sido diretor executivo do Correio, da Bahia.

Além das mudanças editorial e gráfica, a consultoria que fez para o Diário também reorganizou a estrutura da Redação, com remanejamento de profissionais e implantação de um novo modelo de operação. “Estas mudanças são importantes para reposicionar a marca neste momento tão desafiador para o jornalismo tradicional”, afirma Gazzi. Com o avanço da era digital, em todo o mundo os jornais enfrentam dificuldades e desafios para adaptar-se aos novos tempos.

“Estou contente com os resultados da consultoria”, disse ele a J&Cia. “Sem recursos extras e trabalhando com o competente pessoal interno, fizemos as reformas e lançamos o projeto, importante para a sobrevivência do jornal, um dos mais premiados do País segundo o ranking do J&Cia, uma instituição de Pernambuco e do Brasil, e que tem de ser apoiado em sua luta para chegar ao bicentenário. Mais feliz ainda com a repercussão. Como disse uma leitora, ‘ficou lindo demais, dá super pra perceber as mudanças, mas nāo faz o leitor estranhar’. Era tudo o que eu queria. Como disse: ‘Jornal é hábito, por isso as mudanças sāo sutis, mas marcantes”. Confira detalhes das mudanças.

O último guerreiro de Samuel Wainer

Por José Maria dos Santos

Jorge de Miranda Jordão

A partida de Jorge de Miranda Jordão (Salvador, 1932 – Rio de Janeiro, 2020), na semana passada, aos 87 anos, encerrou aquele que talvez tenha sido o mais ruidoso fenômeno da imprensa brasileira pois, salvo raríssimo engano, ele era o último soldado de Samuel Wainer. (Entrou na Última Hora carioca em 1954, com 22 anos, e a partir dessa data foi para onde Samuel mandasse. Dirigiu, por exemplo, a Última Hora gaúcha e a paulista). A rigor, as mais novas gerações do nosso jornalismo deveriam debruçar-se sobre a história do jornal Última Hora (1951-1991), criado por Samuel, para compreender suas inovações revolucionárias, tanto na prática da reportagem como na renovação gráfica, que, aliás, justificam a evocação sugerida.

Tive a honra e o privilégio de trabalhar com Miranda na Folha da Tarde em 1968/69. No meu entendimento, foi a sua tentativa de substituir politicamente a Última Hora sob a mesma receita ideológica de Wainer, pois, àquela altura, o jornal original arrastava-se debilmente, estrangulado pelos rumos do País pós-1964. Porém, em vez de buscar as camadas populares, dirigiu-se à classe estudantil. Fazia sentido, uma vez que não havia espaço para hastear a bandeira sindicalista; por outro lado, o movimento estudantil começava a se reorganizar a partir do primeiro congresso (clandestino) da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizado na cidade de Valinhos (SP), em 1967. E era a força à esquerda com a qual se podia contar.

A redação da Folha de Tarde adquiriu ares de uma assembleia estudantil permanente. Basta lembrar que, nas coberturas de passeatas, que começaram a pipocar em 1967 e tornaram-se contundentes em 1968, o jornal designava quatro repórteres, fora aqueles que, em eventual disponibilidade, iam por conta própria. Também é conveniente anotar que ali na redação os roteiros sigilosos das manifestações proibidas eram conhecidos com boa antecedência.

Essa espécie de Terra do Nunca era liderada por Miranda, tendo abaixo de si o secretário João Ribeiro, que equivalia ao atual posto de editor-chefe, e Vicente Wissembach, Arlindo Mungioli e Frei Betto como chefes de Reportagem. (À noite, e até o avanço da manhã seguinte, essa função cabia ao Rousseau – foge-me seu verdadeiro nome, que nunca soube –, doce figura que, nas horas vagas, era um declamador amador disputado por festas familiares e saraus eruditos, segundo constava).

Certamente Miranda Jordão merecerá uma biografia competente, à altura da sua trajetória. Por isso, limito-me aqui a lembrar de duas ou três coisas que sei dele (*) – Deux ou trois choses que Je Sais D’elle, filme nouvelle vague de Jean-Luc Godard, 1967 – relativas à estranha presença de um jornal como Folha da Tarde, agressivamente  oposicionista ao regime militar, na Empresa Folha da Manhã. (Realisticamente, em questão de meses, o vespertino passaria para a extrema-direita, após a decretação do Ato Institucional Nº 5, em 13 de dezembro de 1968).

Em uma reunião da redação, expus meu estranhamento à postura da empresa; Miranda Jordão explicou. “Quando Octavio Frias de Oliveira me chamou para fazer o jornal, eu lhe perguntei qual seria a linha. Ele me disse: ‘eu não quero fazer sacanagem com ninguém’. Entendi da minha forma e toquei em frente”. Contudo, numa entrevista que faz parte do livro Memórias da Imprensa Escrita (Editora Saraiva, de Aziz Ahmed) e que pode ser vista no YouTube, Miranda Jordão acrescentou uma ligeira variação: Frias anunciou que seria um jornal à esquerda, mas nos limites da prudência, face à situação em que o País vivia. Mas tudo indicou que Miranda Jordão fez do jeito dele.

Miranda sairia de cena em meados de 1968, se não me trai a memória, assim como Frei Betto, perseguido pela polícia política. Foi preso no Uruguai e recambiado para o Brasil; a partir daí desconheço suas idas e vindas. Sei que reapareceria mais tarde no Diário Popular, para o qual deu protagonismo inédito na sua história centenária.

A perseguição a Miranda Jordão rendeu um episódio ironicamente bem-humorado que teve a participação de Álvaro Luiz Assumpção, familiarmente conhecido como Meninão, empresário da noite. É justo recordá-lo.

            Meninão era um grandalhão divertido, como são os boêmios, e paulistano quatrocentão de alto costado. Seu apelido advinha de uma boate que fundou e fez enorme sucesso em São Paulo. Em certo momento, ele passou a assinar uma concorrida coluna diária, que se tornou leitura obrigatória na chamada classe A, embora fosse publicada no improvável, popularesco e sanguinolento jornal Notícias Populares. A propósito, na época, corria entre jornalistas uma piada de humor negro alusiva à cultura do diário, tendo como mote um frequente de pessoa que, sob aparência respeitável, conserva esqueletos no armário. Se for bem pendurado (no pau-de-arara), dá uma semana de manchete no Notícias Populares.

A coluna intitulava Meninão em dia com a noite e apresentava uma variada coleção de notícias quentíssimas sobre economia e política, simultaneamente ao sempre folclórico movimento da noite, que incluía artistas, transações entre empresários do setor, fofocas a respeito de músicos e crooners, novidades em rótulos e coquetelaria, vendedores de flores e o pessoal do Exército da Salvação que ia distribuir santinhos religiosos para recuperar almas mergulhadas no pecado. Esse um mundo tão ricamente diversificado poderia ser representado pela boate que os Demônios da Garoa abriram na rua Barão de Tatuí, no Centro, obviamente batizada como Saudosa Maloca, em cuja parede havia um nicho protetor abrigando uma imagem de Nossa Senhora Aparecida sob uma luzinha vermelha.

Era natural que figura tão interessante quanto Meninão atraísse Miranda Jordão e fosse fazer sua coluna na Folha da Tarde. Ficaram amigos próximos, a ponto de Miranda merecer hospitalidade na residência de Meninão, na heráldica rua Gironda, nos Jardins. Em breve futuro, essa amizade custou caro ao colunista, que acabou sendo detido pelo Deops, durante a perseguição ao seu chefe, sob a acusação de dar guarida a subversivos. Na verdade, qualquer nome, encontrado na agenda de algum preso político, também tomava o imediato destino do Deops ou da Operação Bandeirantes. Em princípio, foi algo surpreendente que um quatrocentão festivo fosse ligado à luta armada, pois era essa a suspeita que recaia sobre Miranda Jordão. E neste ponto chegamos ao humor irônico referido acima. Meninão me contou, após safar-se do grave enrosco, que estava aguardando sua vez de ser ouvido, quando um delegado do Deops, ao reconhecer a conhecida figura corpulenta e alta de Meninão, perguntou, intrigado, a um investigador. Ué, o que esse cara está fazendo aqui? É do MR-8, respondeu o policial displicentemente, para facilitar a resposta. “Eu gelei”, recordou Meninão, apertando meu braço.

Meus caminhos se cruzaram indiretamente com os de Miranda Jordão nos inícios de 1969. Samuel Wainer voltara havia pouco do seu exílio em Paris para tentar reerguer a Última Hora, que prosseguia na sua lenta e inexorável agonia aberta em 1964. Os antigos companheiros de Wainer, que haviam participado da Folha da Tarde, já estavam a postos no Rio de Janeiro para participar da ressurreição. (Claro que Miranda não estava, como gostaria, uma vez que se preocupava em preservar a liberdade).

Samuel Weiner

João Ribeiro me chamou e eu lá fui, sob promessa de um salário excelente e apartamento pago pela Última Hora. Descobri mais tarde, que tais rompantes eram típicos de Samuel. Nada disso vingou. O apartamento da Zona Sul transformou-se num simples quarto no Solar da Fossa, em Botafogo, lendário reduto hippiee da contracultura pelo qual passaram Caetano Veloso & Cia quando vieram conquistar o Sul. Quando deixei o casarão, me disseram que outro grupo, Novos Baianos, estava chegando. 

Não posso precisar quanto durou aquela ressurreição da Última Hora, mas garanto que minha incursão carioca foi de uns seis meses, sem receber um tostão. Mas fui largamente recompensado pela aventura que Samuel Wainer me proporcionou.

Que ninguém se engane: a sedução de Samuel derretia pedras!

(*) A utilização dos títulos de obras célebres – livro, música, cinema, teatro – adaptados às matérias para torná-las mais chamativas foi-me ensinada por Justino Martins, grande mestre, na revista Manchete. Apliquei-a pela primeira vez numa reportagem sobre a centenária galeria de serviços que corre sob a avenida Paulista, com o título Viagem ao centro da terra. Nada a ver com o livro de Júlio Verne, pois a minha terra foi escrita com a letra t minúscula.

José Maria dos Santos

Esta é novamente uma colaboração de José Maria dos Santos, ex-Diários Associados, Manchete, Abril e Diário do Comércio, de São Paulo, entre outros.

Tem alguma história de redação interessante para contar? Mande para [email protected].

Correspondente paraguaio afirma que o PCC pode estar planejando ataques a outros jornalistas

Em entrevista ao Knight Center for Journalism in the Americas, o correspondente paraguaio Cándido Figueiredo, que trabalha na cidade de Pedro Juan Caballero, onde Léo Veras foi executado em 12/2, disse que a situação na região está muito tensa após o ocorrido. Segundo ele, “há rumores de que o Primeiro Comando Capital (PCC) estaria planejando ataques contra outros jornalistas”.

Figueiredo, que trabalha no maior jornal do Paraguai, o ABC Color, se disse muito abalado com a morte de Véras, com quem tinha uma grande amizade e conversava diariamente. Ele está cobrindo o assassinato, e contou que é “muito difícil escrever quando a vítima é um amigo”, denunciando a demora no avanço da investigação.

Afirmou que vive com escolta policial há 25 anos, devido a diversas ameaças que recebeu ao longo da carreira. Com o avanço do PCC, a região fica “mais perigosa”, relata: “Eles implementam o seu poder na base do medo. (…) Acho que agora estão pressionando para que a gente não publique muitas coisas sobre eles”.

Confira a entrevista completa de Cándido Figueiredo ao Knight Center.

China expulsa três jornalistas do Wall Street Journal por calúnia e racismo

Ministério das Relações Exteriores da China

O governo chinês revogou na quarta-feira (19/2) as credencias de dois repórteres e um chefe da sucursal do jornal americano Wall Street Journal no país. O motivo foi a publicação de uma coluna de opinião sobre o surto de coronavírus, considerada pelos chineses como racista e caluniosa.

O texto, publicado em 3/2, utiliza a frase “o real homem doente da Ásia”, referindo-se à China. A coluna foi assinada por Walter Russel Mead, professor da Universidade Bard (EUA), não pelos três jornalistas que foram expulsos.

O ministro das relações exteriores da China Geng Shuang afirmou que a coluna “mancha os esforços do governo chinês e das pessoas que lutam contra a epidemia”. Ele também disse que os editores “usaram um título que discrimina com base na raça, disparando indignação e condenação entre os chineses e na comunidade internacional”. Ainda segundo o comunicado, a expulsão dos jornalistas ocorreu depois que eles se recusaram a fazer um pedido de desculpas oficial e apontar os responsáveis.

Em nota, o clube de correspondentes da China declarou que a medida foi “extrema e uma tentativa óbvia das autoridades chinesas de intimidar organizações de mídia estrangeiras ao exercer vingança nos correspondentes que ficam no país”. Em outras ocasiões, a China já havia se recusado a providenciar novas credencias para jornalistas estrangeiros, mas essa foi a primeira vez que o país as revogou.

Com informações do G1.

O suicídio de Caroline Flask e a culpa da imprensa

A petição pela criação de uma lei criminalizando o assédio da imprensa

Por Luciana Gurgel, especial para o J&Cia

Luciana Gurgel

Não é de hoje que a imprensa é demonizada no embalo da comoção provocada por desgraças envolvendo celebridades. Mas o suicídio da apresentadora Caroline Flack, anunciado sábado (15/2), provocou uma avalanche sem precedentes sobre os tabloides britânicos.

Aos 40 anos, ela tinha uma existência invejável. Linda, rica, vencedora do Strikly Come Dancing em 2014 e apresentadora do popular Love Island. O castelo ruiu em dezembro, Acusada de agredir o namorado em seu apartamento, foi afastada do posto e seria julgada em março, com risco real de ser presa. Não aguentou até lá.

Desde as primeiras horas de sábado as redes sociais foram tomadas por protestos contra os tabloides, em particular o The Sun. Foram inevitáveis comparações com a decisão do casal real Harry e Meghan de se refugiar no Canadá para fugir deles.

A segunda onda foi o boicote. Muita gente compartilhou campanhas propondo não comprar jornais sensacionalistas, deixar de segui-los nas redes sociais e desinstalar os aplicativos. Uma petição requerendo a passagem de uma lei apelidada de “Caroline’s Law”, tornando crime o assédio de uma pessoa pela imprensa, recebeu mais de 700 mil assinaturas em três dias.

Na mira dos protestos não estão somente os títulos, mas também seus jornalistas, muitos atacados pelas redes sociais. Uma situação que está virando rotina, a ponto de o International Press Institute ter criado um protocolo para as redações lidarem com assédio contra seus profissionais. São quatro etapas a serem seguidas pelos gestores de organizações de mídia que tenham sua gente sob ameaça online.

A culpa é só da Imprensa? – Depois que os ânimos serenarem, será hora de discutir em profundidade as responsabilidades. A imprensa é a única culpada pelo ato da apresentadora?

Para começar, os jornais não inventaram nada. Nem usaram meios escusos para ter acesso a informações particulares. O namorado agredido chamou a polícia, que ao chegar encontrou-o sangrando. O processo foi aberto pelo CPS (Crown Prosecution Service) porque o fato era público, mas ele também está sendo criticado por supostamente estar planejando um julgamento-espetáculo.

A notícia não ficou restrita aos tabloides. Toda a imprensa vem cobrindo o caso. Mesmo quem não compra esses jornais viu Caroline Flack deixando a corte depois de indiciada.

E não se pode esquecer das mídias sociais. O massacre que ela sofreu não foi apenas pelos tabloides, mas sobretudo pelas redes, esse território desregulado em que todos (inclusive anônimos) podem expressar opiniões, disseminar memes ferozes e agredir diretamente, dispensando jornais como intermediários.

Por coincidência, saiu na semana passada uma proposta preliminar sobre a regulação das plataformas digitais no Reino Unido, muito aguardada como resultado do Relatório Cairncross, sobre o qual falamos aqui há exatamente um ano (J&Cia 1.192, pág. 21). A impressão foi de que a montanha pariu um rato. Não foi confirmada a ideia inicial de se criar um organismo dedicado a fiscalizar conteúdo ofensivo, nem punições efetivas para as empresas que permitem sua propagação.

ITV na berlinda – Os holofotes estão se voltando também para os programas que expõem pessoas em situação de estresse ou humilhação. Trata-se do terceiro suicídio relacionado ao Love Island, da ITV, em 20 meses. E em 2019 ano o apresentador Jeremy Kyle, da mesma emissora, foi afastado porque um participante de seu show tirou a própria vida depois de submetido a um detector de mentiras para responder sobre traição conjugal.

Programas assim sempre existiram. Mas a combinação com as mídias sociais, em que pessoas podem se unir para atacar um indivíduo ali exposto, amplifica o impacto e está se revelando capaz de criar condições para atos extremos.

Dymond, o personagem do programa de Kyle, era um anônimo sem recursos. Flack era uma famosa com assessores e advogados. Mas ambos sucumbiram a esse coquetel fatal. No caso dela, com o agravante do pavor de ser mandada para trás das grades.

Parece haver mais culpas nessas histórias do que apenas a da imprensa, ainda que os tabloides mereçam uma uma revisão em suas práticas.

Claudia Daré e Roger Darashah fundam a Latin Intersect PR

Claudia Daré e Roger Darashah

Claudia Daré e Roger Darashah associaram-se para lançar, no Brasil, com abrangência para toda a América Latina, a Latin Intersect PR, que vai atuar prioritariamente com consultoria de imagem, desenvolvimento de estratégias e planos de comunicação e relações públicas para organizações de todo o continente.

Cláudia e Roger conheceram-se em 2015, na Edelman, oportunidade em que desenvolveram projetos para América Latina. Ela havia acabado de voltar de México e Estados Unidos, tendo ali atuado como colaboradora de Época e Valor Econômico, e ele, inglês, recém-chegara de Londres, onde era vice-diretor administrativo da Europa, para ocupar a posição de diretor global de Tecnologia e Negócios Internacionais no Brasil.

Roger teve passagens por Paris, onde liderou o escritório da Hotwire, e Londres, gerenciando programas europeus pela Weber Shandwick. E Claudia deixou a Edelman a caminho da Sherlock Communications, ali estruturando o networking e o lançamento da agência no mercado latino-americano. Os dois decidiram juntar o conhecimento da região e a experiência para atuar no continente com metodologia e crenças próprias.  “Conhecemos bem a região e nos alicerçamos com profissionais seniores para atuar na América Latina, desde o Caribe e América Central até a Argentina, passando pelas principais economias, incluindo o Brasil”, conta Claudia. “E queremos oferecer nossa parceria para agências que não tem esse networking em outros países e assim atuarmos como ponte para a região”.

“Acreditamos em um programa de relações públicas baseado em audiência, no engajamento que une as pessoas por meio de histórias, não mais com marcas e produtos”, explica Roger, que tem um livro publicado sobre o assunto – Unleashing the power of adjacency – e que pode ser acessado como e-book no site da agência.

Com sede em São Paulo, Claudia atua como diretora de toda a operação, enquanto Roger, ainda com outras atuações na Índia, onde vive atualmente, é, por enquanto, fundador não executivo da agência.

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