Luís Ernesto Lacombe (esq.) e Marcelo de Carvalho (Crédito: Reprodução)
Luís Ernesto Lacombe assinou em 26/8 contrato com a RedeTV. Ele reuniu-se com Franz Vacek, superintendente de Jornalismo, Esportes e Digital da emissora, para discutir propostas de formatos de programas que apresentará “a partir de setembro”, segundo nota da RedeTV. De acordo com a emissora, Lacombe “desenvolverá um projeto jornalístico amplo e multiplataforma 360º”.
Até junho passado ele era apresentador do programa Aqui na Band, da Bandeirantes, mas optou por rescindir seu contrato, que se encerraria em dezembro deste ano, após divergências ideológicas entre departamentos da emissora.
Lacombe iniciou a carreira em 1988, como estagiário da Bandeirantes no Rio de Janeiro. Trabalhou como repórter e apresentador na extinta Rede Manchete e, posteriormente, na Rede Globo, onde permaneceu por 20 anos. Em 2017, retornou à Bandeirantes.
O podcastO Assunto, apresentado por Renata Lo Prete (TV Globo), completa nesta quarta-feira (26/8) um ano de existência. Desde a estreia, foram 261 episódios, cerca de 105 horas de programa e mais de 360 convidados. Segundo a empresa Triton Digital, O Assunto é o podcast mais baixado da América Latina, superando 33 milhões de downloads.
O Assunto traz análises e debates com jornalistas e especialistas sobre os temas mais relevantes da atualidade. A equipe de produção é formada por Isabel Seta, Gessyca Rocha, Luiz Felipe Silva, Thiago Kaczuroski, Giovanni Reginato, Mônica Mariotti e Renata Bitar.
Em reportagem especial sobre o aniversário do podcast, Renata escreveu que “a multiplicidade e a pluralidade de vozes são sempre recomendáveis no jornalismo. Mas tornam-se imperativas quando a sociedade está tão polarizada, tão avessa ao contraditório”.
O episódio desta quarta-feira é sobre posse e porte de armas no Brasil. O Assunto está disponível em Spotify, Castbox, Google Podcasts, Apple Podcasts, Deezer e outras plataformas de áudio.
O Grupo FSB lança nesta quinta-feira (27/8) a plataforma Bússola, que desenvolveu em parceria com a Exame. O objetivo é ampliar o debate entre líderes de empresas e o mercado e oferecer um melhor contexto sobre os principais setores da economia à sociedade.
Hospedada no site da Exame, a plataforma vai compartilhar diariamente conteúdos para os setores de varejo, infraestrutura, saúde, educação, sustentabilidade, política, comunicação e marketing. Além do portal na internet, a Bússola conta com newsletters, webinars e podcasts. A plataforma, comercializada por FSB e Exame, está disponibilizando ao mercado diversas opções de publicidade digital e conteúdo patrocinado para alcançar uma audiência qualificada.
Lucas Amorim, diretor de redação da Exame, afirma que a parceria com o Grupo FSB “preserva a independência e qualidade jornalística da redação da Exame e, ao mesmo tempo, traz um conteúdo diferenciado, de empresas líderes, para entregar ainda mais conteúdo aos assinantes do portal”.
Alexandre Loures, sócio-fundador da Loures Consultoria e sócio-diretor da FSB, diz que “esse canal multiconteúdo deve ser uma parada obrigatória para as principais lideranças e instituições empresariais que buscam orientação e informação confiável. Nosso time de especialistas trará experiências, perspectivas e novidades dos setores, além de produzirem análises estratégicas. Seremos agora provedor de conteúdo de qualidade para o público final”.
Para Flavio Castro, sócio-diretor da FSB Comunicação, a plataforma Bússola reflete o DNA e valores do Grupo FSB: “Procuramos desenvolver estratégias alinhadas com inovação e tendências do mercado. Esse projeto será um norte para nossos clientes e para diversas instituições. É um passo que estamos dando para mostrar para o mercado nossa expertise e nos colocarmos como referência no setor de comunicação”.
São os seguintes os conteúdos da Bússola:
Webinar − Toda terça-feira, ao meio dia, reúne líderes e autoridades dos principais setores da economia para discutir temas setoriais e da atualidade. Transmitidos ao vivo pelos canais de Exame e Bússola no YouTube.
Bússola Covid-19 − Curadoria diária das principais notícias do dia, atualmente bastante focado na pandemia.
Análise & Conjuntura Política − Artigo semanal assinado pelo jornalista Alon Feuerwerker.
Comunicação e Marketing − Artigo semanal assinado por Alexandre Loures e Flavio Castro, sobre tendências desses mercados e da área digital.
Influência e Congresso − Ranking semanal produzido pelo Instituto FSB Pesquisa, acompanha publicações e engajamento dos deputados e senadores nas redes sociais.
Podcast A+ − Semanalmente, a equipe de jornalistas e analistas políticos da FSB discute os temas que estão na pauta de Brasília, e suas repercussões para a economia.
Podcast Digitalize − O programa traz as lideranças das equipes digitais da FSB Comunicação e convidados para discutir o mercado de transformação e comunicação digitais, e as melhores práticas da área.
Bússola está também em Twitter (@canalbussola), Facebook (@bussolacanal) e YouTube (@Bussola Digital).
Preconceito e racismo no mundo esportivo não nasceram com as mídias sociais, mas nelas encontraram campo fértil para proliferar. Agressões a atletas nas redes são uma triste consequência da possibilidade de comentar matérias publicadas nos canais digitais de veículos de comunicação. O espaço de comentários acabou virando ambiente propício para discurso de ódio contra minorias.
No Reino Unido a situação afeta particularmente as mulheres. Pesquisa feita pela BBC apontou que quase 1/3 das atletas de elite do país sofreram ataques nas redes sociais, incluindo a ameaças de morte. O percentual é o dobro do registrado em 2015.
Diante dos resultados, a rede − que tem 33 milhões de seguidores em seus canais digitais − anunciou uma iniciativa notável para combater esse mal: estabeleceu uma política rígida para controlar posts agressivos nas seções de comentários. No statement postado no Twitter, afirma que as plataformas devem ser um lugar para discussão, crítica construtiva, debates e opiniões pautadas pelo respeito.
Rigidez no controle de posts no Twitter
A BBC promete bloquear quem postar mensagens agressivas, reportar o caso às autoridades e trabalhar para manter o clima de respeito e cordialidade nos canais. Compromete-se ainda a aumentar o espaço dedicado a esportes femininos e a promover a discussão sobre igualdade no desporto.
O engajamento do público é parte importante da iniciativa. A emissora conclama as pessoas a sinalizarem via e-mail manifestações de ódio relacionadas a raça, cor da pele, gênero, nacionalidade, etnia, deficiência, religião, sexualidade, sexo, idade ou classe social.
Racismo nos esportes, uma questão social e política − O problema do racismo nos esportes é recorrente na Europa. Vem se agravando nos últimos anos, na esteira de movimentos de extrema-direita contrários a imigrantes que avançam na região, estimulados por políticos que adotaram a bandeira da intolerância, como Nigel Farage, no Reino Unido, e Matteo Salvini, na Itália.
Isso insufla pessoas que, veem imigrantes como ameaça ao país, sentimento que acaba se estendendo a esportistas de outros países ou descendentes de estrangeiros. Sem contar as mulheres, fortemente discriminadas por gente que chega a dizer que que esportes femininos não são de fato esportes.
Atletas femininas, alvo fácil para ataques − Para a pesquisa da BBC foram enviados questionários a 1.068 mulheres atuantes em 39 modalidades esportivas. Das 537 respondentes, 20% dizem ter vivido ou presenciado situações de preconceito racial e 65%, de preconceito de gênero. Mas apenas 10% declaram ter reportado o caso.
A imprensa não ficou bem na foto: 85% das esportistas creem que a mídia não se esforça o suficiente para promover o esporte feminino. Mas pelo menos 93% reconhecem que a situação melhorou nos últimos cinco anos.
O estudo classificou os tipos de abusos mais frequentes nas redes sociais: críticas à aparência física, à performance e sugestões machistas do tipo “volte para a cozinha”. Uma atleta contou ter recebido uma imagem do escudo de seu clube cheio de ferros de passar roupa.
Outra recebeu um comentário no Twitter sobre sua etnia, afirmando que “não era verdadeiramente britânica”. Foram registradas ainda recriminações nas redes pelo físico: “muito gorda”, “muito alta” ou “ombros muito largos”.
Algumas atletas que participaram da pesquisa autorizaram a divulgação dos ataques sofridos. A jogadora de dardos Deta Hedman contou sobre uma agressão racista depois de perder uma competição. O autor desejou que ela morresse de câncer.
Primeiro passo − É cedo para dizer se a iniciativa da BBC vai dar certo. Os próprios comentários no Twitter sobre o compromisso − muitos criticando, outros duvidando da eficácia e alguns colocando em questão a legitimidade da rede para adotar tais providências − é um sinal da complexidade da questão.
Mas fazer alguma coisa é sempre melhor do que não fazer nada. E quem sabe pode servir de exemplo para outras organizações de mídia ao redor do mundo.
Por determinação da juíza Beatriz Fruet de Moraes, do Tribunal de Justiça do Paraná, o site da revista Quatro Rodas teve de tirar do ar a reportagem Militec-1 pode ser corrosivo para o motor e não tinha registro na ANP.
A matéria, do editor assistente Henrique Rodriguez, foi publicada em 14/8 e retirada um dia depois, após pedido de tutela antecipada provisória em caráter antecedente determinando a sua suspensão.
O pedido foi feito pela Militec Brasil Importação e Comércio Ltda., representante do produto Militec-1 no Brasil. A liminar suspende a veiculação da matéria até o julgamento final do processo.
A Abril está avaliando as medidas que tomará.
Reportagem negativa sobre produto Militec-1 resultou em censura pela justiça paranaense
A Folha de S.Paulo informou que seu acionista Luiz Frias passou a ocupar, no jornal, o cargo de publisher, decisão que entrou em vigor nesta quarta-feira (26/8). Com isso, na prática, ele deixa de ter o cargo de presidente da empresa.
A decisão, segundo comentou Lauro Jardim na tarde dessa terça-feira (25/8), em sua coluna em O Globo, teria sido motivada pela disputa judicial que Frias trava com a irmã, Maria Cristina, sobre questões societárias do Grupo.
Segundo o Portal dos Jornalistas apurou, apesar de a informação ter suscitado diversas especulações sobre os desdobramentos da decisão, ela em nada afetará a dinâmica do jornal. A mudança mais visível será a de que ele passa a ser designado publisher no expediente da Folha.
Profissionais de imprensa de Santa Catarina relataram à Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) que estão tendo dificuldades para acessar dados sobre a pandemia de coronavírus. Eles também criticam a qualidade das informações, que é baixa.
Desde junho, o Governo de Santa Catarina não faz mais coletivas de imprensa sobre a pandemia. O boletim epidemiológico do Estado informou que os detalhes dos casos, que eram publicados diariamente, não estariam mais nos informes, mas disponíveis em um arquivo de dados abertos. Segundo a denúncia, o problema é que a qualidade dos dados é ruim, com diversas informações duplicadas e imprecisas, e quem não tem o conhecimento necessário para analisar e interpretar tais dados acaba perdendo informações importantes sobre a pandemia.
Cristian Edel Weiss, repórter da NSC, afiliada da Rede Globo em Santa Catarina, conta que sua equipe vem rastreando os registros errados. Na semana passada, foram 28 óbitos duplicados. Tais informações podem confundir não apenas a imprensa, mas também o Ministério da Saúde, que usa como fonte as secretarias estaduais de saúde. Ele destaca, por exemplo, o caso de uma mulher que foi declarada como “morta”, e depois como “recuperada”.
Procurada pela Abraji, a assessoria de imprensa do governo catarinense declarou que foram testadas diferentes estratégias de comunicação durante a pandemia. Segundo a assessoria, a equipe segue atendendo pontualmente pedidos de jornalistas e o secretário de Saúde, André Motta Ribeiro, concede entrevistas individuais regularmente.
O ministro Jorge Mussi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), suspendeu nessa terça-feira (25/8) o inquérito contra o colunista da Folha de S.Paulo Hélio Schwartsman pelo artigo de opinião Por que torço para que Bolsonaro morra, publicado em julho, após o presidente contrair a Covid-19. O colunista foi intimado a depor nesta quarta-feira (26/8) à Polícia Federal, mas o ministro atendeu a um pedido da Folha e concedeu liminar que suspende o inquérito até o julgamento do habeas corpus.
Na decisão, Jorge Mussi declarou que, “não obstante as críticas que possam ser feitas ao artigo publicado pelo paciente, de uma breve análise de seu conteúdo, não é possível extrair a sua motivação política, tampouco a lesão real ou potencial à integridade territorial, à soberania nacional, ao regime representativo e democrático, à Federação ou ao Estado de Direito”. O ministro encaminhou o habeas corpus em favor do jornalista ao Ministério Público Federal, mas ainda não há previsão de data para o julgamento.
O inquérito, aberto por determinação do ministro da Justiça André Mendonça, foi instaurado com base na Lei de Segurança Nacional. Na época da publicação do artigo, a Folha declarou em nota que “o colunista emitiu uma opinião; pode-se criticá-la, mas não investigá-la”. No pedido ao STJ, os advogados do jornal ressaltam que “a coluna incriminada tem caráter crítico, mas não ofende nem ameaça o presidente da República e não faz apologia de crime. Qualquer que seja o suposto delito a ser investigado pela Polícia Federal, que certamente tem assuntos mais relevantes a tratar, seja com base na Lei de Segurança Nacional, seja com base no Código Penal, não existe justa causa para o constrangimento imposto ao paciente pelo ministro da Justiça e Segurança Pública”.
A Associação Nacional de Jornais declarou que, “em uma democracia, é descabida qualquer investigação policial sobre opiniões publicadas na imprensa, como a manifestada por Hélio Schwartsman na Folha de S.Paulo. A ANJ assinala que a Constituição brasileira, no seu Artigo 5º, inciso IV, define ser ‘livre a manifestação do pensamento’. A entidade condena a distorção da finalidade da Polícia Federal para atuar como uma espécie de polícia do pensamento e lamenta o uso da Lei de Segurança Nacional, instrumento anacrônico em uma democracia, para intimidar a livre expressão da opinião”.
O economista e comentarista da TV Cultura Ricardo Sennes sofreu diversos ataques e processos por causa de um comentário feito no Jornal da Cultura, em abril, que criticava a medida do presidente Jair Bolsonaro de revogar portarias do Exército destinadas ao controle de armamentos no Brasil. Colecionadores de armas e caçadores promoveram uma perseguição judicial contra ele. A informação é do colunista da Folha Rogério Gentile.
Na ocasião, Sennes comentou que “ele (Bolsonaro) é um cara que o histórico era de relação com miliciano, com cara da área do armamento, que ele chama de colecionador. É traficante de arma, e as pessoas se assustam quando veem que ele tem esse tipo de comportamento”. Segundo Gentile, dezenas de processos foram movidos contra o comentarista da TV Cultura, em campanha promovida pelas redes sociais, com o objetivo de fazê-lo gastar dinheiro com advogados e se deslocar para outros municípios em plena pandemia.
O juiz Roberto Chiminazzo Júnior, de Campinas (SP), que julgou um dos processos, concluiu que Sennes é vítima de ação “destinada a intimidar e causar despesas e incômodos”. Outro juiz, Daniel Borborema, de São Carlos (SP), disse que o objetivo do processo “é constranger o réu, retaliar e desgastá-lo financeira e emocionalmente”.
Morreu na segunda-feira (24/8), em Aparecida de Goiânia, Washington Novaes, aos 86 anos, por complicações de uma cirurgia para a retirada de um tumor no intestino.
Pioneiro na cobertura de temas relacionados a Meio Ambiente e povos indígenas, Washington trabalhou nos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo, na revista Veja, nas Rede Bandeirantes, TV Cultura e TV Globo, nesta como editor do Jornal Nacional.
Ganhou em 1992 o Esso Especial de Ecologia e Meio Ambiente por artigos sobre a Eco-92, publicados no Jornal do Brasil, e a medalha de prata no Festival de Cinema e TV de Nova Iorque, em 1982, pela direção do documentário Amazonas, a Pátria e a Água, que foi ao ar no Globo Repórter. Sua série documental Xingu − A Terra Mágica foi premiada em Cuba e Coreia do Sul, e foi selecionada para a Sala especial da Bienal de Veneza, em 1986.
Pedro Novaes, cineasta e filho de Washington, declarou ao Estadão que ele e seu irmão ficaram “órfãos de um pai extremamente generoso, mas acho que também muita gente fica órfã de uma referência para o jornalismo brasileiro, um pioneiro do jornalismo ambiental, que trouxe para a grande comunicação as pautas ambiental e da defesa dos povos indígenas. Espero que nesse momento trágico que a gente está vivendo em todos os sentidos − político, social, sanitário, ambiental e para os povos indígenas – que o exemplo dele possa, de alguma forma, guiar a gente um pouco nessa reconstrução do nosso País”.