Ao ver Donald Trump internado em um hospital militar com a Covid-19, brasileiros mais velhos ou que gostam de história não podem deixar de recordar o caso de Tancredo Neves, presidente eleito internado na véspera da posse, em 1985. E que morreria sem nunca assumir o cargo.
A enfermidade de governantes coloca dilemas universais diante da imprensa e dos que administram sua comunicação com a sociedade. Qual a fronteira entre público e privado? Como ser transparente sem causar pânico na população e afetar os mercados financeiros ou a democracia?
A doença do presidente Trump, líder da nação mais poderosa do planeta, às vésperas de uma disputada reeleição, testou ao extremo o riscos advindos da condução equivocada da informação à sociedade. O que resultou em um oceano de desinformação, alimentou ainda mais as teorias conspiratórias e exigiu ação das plataformas digitais. O Poynter Institute chegou a antecipar sua newsletter semanal de fact-checking, tamanha a avalanche de boatos.
Aldo De Luca fez para o MediaTalks by J&Cia uma análise dos melhores − ou piores − momentos do caso e das lições que ele deixou sobre gestão de crises e transparência.
O Canal Rural anunciou Giovani Ferreira como seu novo diretor de Jornalismo. Ele será responsável por desenvolver conteúdo jornalístico para TV e digital e ampliar a atuação do canal por todo o País.
Ferreira tem cerca de 30 anos de experiência em agronegócio. Trabalhou em Folha de Londrina, O Estado do Paraná, Diário da Manhã, Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado do Paraná (Fetaep), Portos do Paraná, Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), entre outras.
“Além dos telejornais, vamos comandar e apostar na capacidade de mobilização e audiência do portal e dos projetos especiais como Soja Brasil, Nação Agro e Mais Milho”, diz o novo diretor.
O UOL anunciou a contratação de 24 novos colunistas. Entre os contratados, estão, na editoria de Esportes, Rodrigo Coutinho, colunista do Yahoo Esportes e especialista em análises táticas, além de ex-jogadores de futebol que compartilharão suas experiências.
Na plataforma de iniciativas positivas ECOA, foram contratadas Adriana Barbosa, criadora da Feira Preta; Bianca Santana, organizadora de coletâneas sobre gênero e raça que atualmente escreve uma biografia de Sueli Carneiro; e Anielle Franco, diretora do Instituto Marielle Franco.
Na editoria Universa, reforçam a equipe a produtora de conteúdo digital Maqui Nóbrega, que falará sobre autoestima; e a profissional multimídia e consultora Maria Santa Helena, que abordará o universo da moda.
E no UOL Notícias, foi contratadoo repórter investigativo Amaury Ribeiro Jr., que escreverá sobre Direitos Humanos. Ele lançou recentemente o livro Poderosos pedófilos, que denuncia casos de pedofilia em diferentes regiões da Amazônia nos últimos 20 anos
Abriu nesta sexta-feira (9/10) e vai até dia 23 o primeiro turno do Prêmio Os +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças, iniciativa de Jornalistas&Cia que elegerá profissionais e veículos de destaque nesses segmentos. Pela primeira vez, nos quatro anos da premiação, a votação será aberta, permitindo também a participação do público.
O link de votação ficará hospedado no Portal dos Jornalistas e para votar será necessário o preenchimento de um cadastro com nome, e-mail, organização e cargo, além de login e senha que valerão para os dois turnos de votação.
Nessa primeira etapa, de livre indicação, cada pessoa poderá indicar nomes de até cinco profissionais e até cinco veículos de todo o País nas seis categorias específicas: Jornal, Revista, Programa de TV, Programa de Rádio/Podcast, Site/Blog e Agência de Notícias.
O prêmio, que contará novamente com o apoio de BTG Pactual, Captalys, Gerdau e Telefonica Vivo, ganhou este ano a adesão da Samsung. A cerimônia de premiação, em novembro, terá apresentação de Rosenildo Ferreira e de Fátima Turci, eles próprios já contemplados em edições anteriores do prêmio.
Aílton Nasser, o Mineiro, assumiu a Diretoria de Jornalismo da Record TV em Brasília. Ele substitui a Domingos Fraga, que, segundo Flávio Ricco (R7), volta a São Paulo para dar apoio na região a Antonio Guerreiro, vice-presidente de Jornalismo.
Mineiro atuou nos telejornais matinais da emissora, em São Paulo. Antes, foi diretor de Redação e Programação da Record News.
O 42º Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, que valoriza trabalhos sobre democracia e temas correlatos, anunciou os finalistas nas categorias Arte, Fotografia, Produção Jornalística em áudio, Produção Jornalística em vídeo, Produção Jornalística em multimídia e Produção Jornalística em texto.
A solenidade de premiação será em 25/10, em ambiente virtual. Nesta edição, os homenageados serão a cartunista Laerte, a filósofa Sueli Carneiro e o jornalista Luiz Gama.
Confira a lista dos finalistas:
Arte
• Infernópolis – Laerte (Folha de S. Paulo)
• E daí? – Duke (www.domtotal.com)
• Máquina de Moer Preto – Amanda Miranda (The Intercept Brasil)
• Charge Continuada – Luís Carlos Augusto dos Santos (Instagram @somostodosaroeira)
• Choram Marias e Clarices no solo do Brasil… – Rafael Alves (Estado de Minas)
• Desenhamos fatos – Luiz Fernando Menezes (Aos fatos)
• O foco – Quinho (Correio Braziliense – edição online)
Fotografia
• Culturas em conflito – Joedson Alves (Agência EFE)
• Amazônia Pede Socorro – Bruno Kelly (Reuters)
• Um rio poluído no quintal de casa – Michael Dantas (Agence France Presse – AFP)
• Durante crise da Covid-19, mais de 30% dos óbitos ocorrem em casa em Manaus – Yan Boechat (O Globo)
• Sombra da pandemia – Michael Dantas (O Globo)
• Na mira – Gabriela Biló (O Estado de S. Paulo)
• Presidente Viral – Gabriela Biló (O Estado de S. Paulo)
Produção Jornalística em áudio
• Eu espero que você não esqueça – Gabriela Viana e equipe (Rádio CBN)
• Procura-se afeto – Gabriela Viana e equipe (Rádio CBN)
• Brumadinho – Seis Meses Depois – Gabriela Mayer (Rádio BandNews FM)
• As histórias de Mercedes Baptista, Consuelo Rios, Bethania Gomes e Ingrid Silva – Tiago Rogero (O Globo)
• Mulheres e suas lutas em cada canto do Brasil – Raquel Baster e Joana Suarez (Cirandeiras)
A mostra do prêmio Documentando o impacto da Covid-19: isolamento coletivona AméricaLatina escolheu 25 fotógrafos para fornecerem uma perspectiva sobre os impactos do coronavírus na região. Cinco dos selecionados são brasileiros.
Em primeiro lugar ficou o peruano Rodrigo Abd, pelos registros feitos em Lima, seguido pelo mexicano Miguel Tovar, que fotografou as consequências da Covid-19 na Cidade do México. Em terceiro lugar, ficaram empatados os brasileiros Yan Boechat, por suas fotos feitas em Manaus quando a cidade registrou o ápice do número de mortos e contaminados, e Gui Christ, que retratou o impacto da pandemia na periferia de São Paulo.
Os outros brasileiros selecionados foram WertherSantana, do jornal O Estado de S.Paulo, o freelance Apolo Sales e a publicitária Emi Takahashi. A premiação é organizada pelo Centro Harvard David Rockefeller para Estudos Latino-Americanos. Confira a exposição na íntegra.
Aos 92 anos, a rainha Elizabeth é vista como inspiração no Reino Unido, apesar das turbulências envolvendo a família real. Com frequência coloca suas altas taxas de aprovação a serviço de causas sociais. Esta semana, a causa foi o jornalismo.
Na segunda-feira (5/10), usou as redes sociais para mandar “warm good wishes” à imprensa , abrindo a campanha Journalism Matters, da News Media Association. Durante a semana estão sendo feitas ações para promover o jornalismo de qualidade, em um ano em que se tornou ainda mais necessário, ajudando o público a navegar no mar de desinformação sobre o novo coronavírus.
Declaração da rainha sobre a campanha
Não é a primeira vez que a rainha empresta sua popularidade ao jornalismo. Em abril homenageou os profissionais que mantinham a população informada sobre a Covid-19.
Apesar da perseguição dos tabloides britânicos à realeza, a monarca é elegante ao ponto de não apenas apoiar a imprensa mas também de se engajar. É patronesse da Journalist’s Charity, criada por Charles Dickens em 1864 para ajudar jornalistas em dificuldades.
Confiança não ajudou a pagar as contas
O apoio vem em boa hora. A imprensa do país sofreu com a Covid-19, que fez o desserviço de aprofundar a crise provocada sobretudo pela mudança de hábitos de consumo de notícias e centralização de verbas publicitárias nas plataformas digitais.
Não foi uma quebradeira generalizada, como alguns vaticinaram. Mas veículos regionais desapareceram, jornais impressos viraram online e muitos perderam o emprego.
O Reach, maior grupo de mídia britânico, anunciou corte de 550 postos − 12% da equipe. Evening Standard, The Times, The Guardian e BBC também eliminaram vagas. Sucursais de dois digitais famosos, Buzzfeed e Quartz, fecharam no país.
Isso a despeito dos altos índices de confiança no jornalismo, incapazes de conter a fadiga de notícias quando a crise começou a cansar, como mostramos no especial que examinou os efeitos da pandemia sobre a mídia. E insuficientes para atrair assinantes e anunciantes em volume que permitisse ao setor fechar as contas.
Jornalismo de campanha, uma prática britânica
O projeto Journalism Matters é anual. Segundo a News Association, alcançou 17,4 milhões de pessoas em 2019. A associação, que reúne os editores de jornais, mobiliza os membros a promoverem o valor do jornalismo em suas páginas e redes sociais.
Para esta quinta-feira (8/10) foi programado o #trustednewsday, com atividades virtuais para mostrar aos leitores como as notícias são produzidas e distribuídas.
Há também uma votação online, Fazendo a Diferença, em que o público escolhe as melhores campanhas realizadas por jornais nacionais e regionais. O jornalismo de campanha é uma prática no Reino Unido.
Os veículos aqui mantêm a tradição de defender causas − ambientais, legais, infantis, de saúde. E muitas vezes alcançam resultados concretos, como mudança em leis ou arrecadação de fundos.
Um dos mais notáveis momentos da história da imprensa britânica foi a campanha que nos anos 1970 expôs o drama da talidomida, medicamento contra enjoo que mutilou milhares de bebês, liderada por Harold Evans, então editor do The Sunday Times,.
Evans morreu em setembro. A história de sua luta, desafiando os tribunais e que acabou levando a mudanças na lei de segredo de justiça, foi enaltecida em obituários e editoriais. (Veja o perfil de Harold Evans em MediaTalks.com.br).
A sempre tensa relação entre jornais e plataformas digitais
Entre as campanhas selecionadas pela News Media Association para o prêmio de melhor do ano ano está a do Daily Telegraph, exigindo leis severas para controlar conteúdo nocivo nas mídias sociais. Ganhou força apoiada na triste história de uma adolescente que tirou a vida influenciada por posts relacionados a suicídio e automutilação.
As plataformas estão no radar da associação. Na abertura da campanha, o presidente da News Media Association cobrou ações do Governo para ajudar o setor a sobreviver. E defendeu mudanças no relacionamento com as plataformas digitais, “para assegurar um futuro brilhante ao jornalismo”.
No Reino Unido, as plataformas vão precisar ir além do que já têm feito para serem percebidas como aliadas do jornalismo de qualidade e não como ameaça a ele.
A Fenaj realizou nessa terça-feira (6/10) um evento virtual de lançamento do manifesto Pela taxação das grandes plataformas digitais, pelo fortalecimento do jornalismo e pela valorização dos jornalistas. Segundo a entidade, trata-se de uma medida concreta de valorização do jornalismo como atividade essencial à democracia e da categoria dos jornalistas, responsável pela produção de notícias. A live foi transmitida ao vivo pelo Facebook, com a participação de Younes Mjahed, presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ); Zuliana Lainez, presidente da Federación de Periodistas de América Latina y el Caribe (Fepalc); Maria José Braga, presidente da Fenaj; e de Dão Real, 1º vice-presidente do Instituto Justiça Fiscal, além de representantes de Sindicatos de Jornalistas. A mediação do evento foi feita por Beth Costa, secretária-geral da Fenaj.
A proposta da entidade surge a partir da Plataforma Mundial por um Jornalismo de Qualidade, idealizada pela FIJ e encampada por suas 140 entidades sindicais nacionais filiadas. O entendimento das entidades representativas da categoria em todo mundo é de que as sociedades democráticas precisam debater e implementar medidas para garantir o financiamento da produção jornalística. A taxação das grandes plataformas para compor um Fundo de Apoio e Fomento ao Jornalismo e aos Jornalistas é, na avaliação delas, uma alternativa viável.
A Fenaj embasa sua proposta em dados e análises sobre poder e a influência das grandes plataformas digitais, especialmente no domínio do fluxo da informação e na utilização da produção jornalística para obtenção de receita, sem qualquer contrapartida para quem a produz (empresas e jornalistas). Também leva em conta o fato de as grandes plataformas praticamente não pagarem impostos nos diversos países do mundo. Para a entidade, é urgente a adoção de medidas, no âmbito político, que possam proteger os meios de produção e de suporte ao Jornalismo. Saiba mais.
O Instituto FSB fez pesquisa sobre os impactos da pandemia no setor da comunicação. O estudo Executivos, Pandemia e Comunicação, que levou em conta respostas de mil executivos, mostra que a comunicação é a solução no mundo pós-pandemia, repleto de desinformação e campanhas de cancelamento.
Cerca de 50% das empresas participantes disseram não estar preparadas para combater fake news ou campanhas de cancelamento. O número aumenta para 64% ao levar em conta casos de ciberterrorismo.
Segundo as empresas que responderam, a solução é investir na comunicação: Cerca de 83% afirmaram investir na comunicação interna. Desses, quase metade investe muito no setor. Porém, num mundo pós-pandemia, 65% pretendem investir mais em comunicação. A pesquisa perguntou também se os executivos pretendem engajar mais suas empresas em causas sociais: 84% disseram que sim.