Glenn Greenwald anunciou nessa quinta-feira (29/10) a sua demissão do The Intercept, publicação da qual é cofundador. Ele alegou que teve um artigo censurado por editores da versão norte-americana da página sobre o candidato à presidência dos Estados Unidos Joe Biden. “As mesmas tendências de repressão, censura e homogeneidade ideológica que afligem a imprensa nacional também engoliram a mídia que eu cofundei, culminando na censura de meus próprios artigos”, escreveu no Twitter.
Segundo Glenn, os editores do site estão apoiando Biden de tal maneira que não quiseram prejudicar o candidato com a publicação do artigo. “O artigo censurado, baseado em e-mails revelados recentemente e depoimentos de testemunhas, levantou questões críticas sobre a conduta de Biden”, disse.
Glenn escreveu um texto sobre seu pedido de demissão e publicou num site próprio, compartilhando também a troca de e-mails e a censura dos editores do The Intercept. O jornalista prometeu publicar o artigo completo de Biden em suas redes, e disse que o texto traz críticas sobre o candidato e seu filho, Hunter Biden.
Greenwald finalizou acrescentando que o conflito não tem relação alguma com a versão brasileira do serviço, que, segundo ele, continua tendo o seu respeito e que ele espera que continue sendo apoiada.
Segundo o Poder360, o Intercept publicou nota afirmando que a decisão de Glenn Greenwald de se demitir “origina-se de um fundamental desentendimento sobre o papel de editores na produção jornalística e na natureza da censura”.
Rodrigo Bocardi e Carolina Morand (Foto: Divulgação/CBN)
A rádio CBN lança em 9/11 o Ponto Final CBN, programa diário que irá ao ar das 17 às 20h. Para apresentar o novo jornal, a rádio contratou Rodrigo Bocardi, que chegou à TV Globo em 1999 e é apresentador da emissora desde 2013.
Ele dividirá a bancada com Carolina Morand, atualmente editora e apresentadora do podcastAo Ponto, de O Globo. Ela volta à casa onde trabalhou por quase 20 anos como repórter, âncora e gerente de Jornalismo.
Ponto Final CBN vai substituir o Jornal da CBN – 2ª Edição. O programa terá participação constante da audiência para analisar as principais notícias do dia, de um modo mais descontraído e dinâmico, com Bocardi em São Paulo e Morand no Rio de Janeiro.
Rosana Jatobá, atual âncora do Jornal da CBN – 2ª Edição, terá um novo programa, o CBN Sustentabilidade, com as principais notícias de ESG (Enviroment, Social e Governance, na sigla em inglês) e entrevistas dos grandes nomes da área.
O Google News Iniciative anunciou nesta quinta-feira (29/10) as dez startups jornalísticas selecionadas para a primeira turma do GNI Startup Lab, projeto que visa a incentivar o desenvolvimento de novos produtos inovadores e a promoção do jornalismo de qualidade.
Os veículos selecionados receberão até US$ 20.000 (valor bruto) em financiamento e terão acesso a mentoria, treinamento e workshops sobre assuntos como estratégia, produto, modelos de negócio, vendas e marketing, construção de comunidade e levantamento de fundos.
No final do programa, haverá um Demo Day, em que cada startup terá a oportunidade de apresentar seu pitch para potenciais investidores. Os selecionados também terão ajuda exclusiva de especialistas do Google na criação de estratégias digitais de sucesso.
O júri do 42º Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos excluiu dos finalistas da categoria Fotojornalismo o trabalho Culturas em Conflito, do fotógrafo Joédson Alves (Agência EFE). O motivo foi uma reclamação formal da Hutukara Associação Yanomami (HAY), que alegou que a fotografia viola o direito de imagem dos indígenas retratados.
A foto mostra uma mulher Yanomami com uma máscara de proteção contra o coronavírus nas mãos. A imagem foi distribuída por representantes do governo e viralizou nas redes sociais.
Dario Vitório Kopenawa Yanomami, vice-presidente da HAY, envio um vídeo aos organizadores do Prêmio Vladimir Herzog, no qual declarou: “Eu não gosto do uso da imagem Yanomami no processo de concorrência de premiação de direitos humanos. Somos contra. Queremos a revogação dessa premiação porque não fomos consultados, não autorizamos. Em primeiro lugar, respeite a cultura yanomami. […] Hoje em dia, nós temos protocolo de consulta Yanomami e Ye’kwana”.
Em entrevista à LatAm Journalism Review, Joédson disse que “a desclassificação me colocou numa posição de violador dos direitos humanos, à qual me recuso a ser designado. Eu era os olhos da sociedade sobre a violação do governo, isso sim, aos povos indígenas. A foto foi inscrita num concurso sobre defesa dos direitos humanos porque julguei que a imagem fazia exatamente isso: onde estão os direitos humanos daquelas pessoas quando o máximo que o poder público acha que elas merecem é uma máscara simples, que não atende a protocolos de certificação, e que não pode ser usada por aquele grupo?”.
A foto foi tirada em julho, durante uma missão médica das Forças Armadas numa aldeia em Roraima. Vale destacar que, logo depois da missão, lideranças Yanomami já haviam reclamado por não terem sido consultadas sobre a viagem e a atuação dos profissionais de imprensa.
Alves também afirmou que “o representante que havia no local apenas pediu para evitar as crianças, no que prontamente acatei. Estava fazendo meu trabalho devidamente identificado, testado negativo para Covid (inclusive ultraprotegido com macacão, luvas, máscara certificada), à luz do dia, na frente de todos, num grupo grande de jornalistas e repórteres de imagem que fizeram as mesmas cenas que presenciei”. (Veja+)
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, cassou em 14/10 a decisão que impedia a publicação pelo Portal AZ, do Piauí, de quaisquer informações sobre um caso de erro médico cometido pelo cirurgião plástico Alexandre Andrade e sobre o Grupo de Repressão ao Crime Organizado do Piauí (Greco). Segundo a magistrada, a liminar do juiz Valdemir Ferreira dos Santos, da Central de Inquéritos de Teresina, desrespeitou decisões anteriores do Supremo e pôs em risco a garantia constitucional da liberdade de informar e de ser informado.
A decisão, porém, não muda em princípio a situação de Arimateia Azevedo, criador e diretor da publicação, que segue detido em regime de prisão domiciliar desde 12 de junho. O jornalista é acusado de extorsão contra o mesmo médico citado nas reportagens. O motivo seria um possível acerto feito com o cirurgião para que Arimateia não publicasse notícias sobre o caso de erro médico que quase resultou na morte de uma paciente.
“Apesar de não interferir diretamente na esfera da extorsão, a decisão da ministra Cármen Lúcia desqualifica o trabalho da Greco e escancara os excessos do juiz, que, ao impor censura ao Portal AZ, mostrou desrespeito a decisões do próprio Supremo, feriu um direito constitucional e tentou proteger a polícia de qualquer crítica à sua atuação”, argumenta o advogado de defesa de Arimatéia, Palha Dias. “Por enquanto, a prisão, sem provas, por acusação de crime de extorsão, ainda não foi levada ao STF porque sua análise judicial deve, primeiro, se esgotar nas instâncias inferiores. E nossa expectativa é de que seja solucionada nestas”.
Após um primeiro turno que registrou número recorde de eleitores e indicações, foram definidos os jornalistas e publicações finalistas do Prêmio+Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças.
A partir de agora, 100 jornalistas e 62 publicações disputam a preferência do público que definirá os Top 50 +Admirados Jornalistas e as publicações vencedoras nas categorias Agência de Notícias, Áudio, Jornal, Revista, Sites e Blogs, e Vídeo.
No segundo turno, que tem início nesta quarta-feira (28/10) e se encerra em 9/11, os eleitores poderão escolher do 1º ao 5º colocado em cada uma das sete categorias. Cada posição equivale a uma pontuação (1º: 100 pontos / 2º: 80 / 3º: 65 / 4º: 55 / 5º: 50) e a soma total dos pontos definirá o resultado final, que será anunciado em duas etapas.
No dia 11 de novembro, serão conhecidos os Top 50 Jornalistas e os três primeiros colocados em cada categoria de veículos; e em 30 de novembro haverá a cerimônia online que revelará os Top 10 Jornalistas e o vencedor de cada categoria.
A eleição dos +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças é uma realização deste Jornalistas&Cia e do Portal dos Jornalistas, e conta com patrocínios de BTG Pactual, Captalys, Gerdau, Samsung e Telefonica | Vivo, apoios de Grupo Pão de Açúcar e Imagem Corporativa, e apoio institucional do IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores).
Associação Mundial de Editores de Notícias (WAN-IFRA) anunciou os vencedores do LATAM Digital Media Awards 2020, premiação que reconhece o trabalho de empresas de comunicação na América Latina. Veículos brasileiros venceram em cinco categorias.
O jornal O Globo recebeu o prêmio na categoria Melhor uso de vídeo online, com a reportagem Entrevista na janela. Com a matéria No Epicentro, a Agência Lupa foi premiada como Melhor visualização de dados. Já O POVO+ de O Povo venceu a categoria Melhor Estratégia de Conteúdo Pago.
O Radar Aos Fatos, da Aos Fatos, recebeu o prêmio como Melhor Projeto de Jornalismo Digital, e O Globo empatou em primeiro lugar com o jornal argentino La Nacion na categoria Melhor envolvimento do público, com a iniciativa Cobertura do coronavirus sem paywall.
Em um relatório publicado em julho pela International News Media Association sobre os efeitos do trabalho em casa sobre a imprensa, a jornalista e pesquisadora americana Mary Meehan aponta uma necessidade que talvez ainda não esteja no radar de todas as organizações: processos de RH para lidar com situações advindas dessa nova realidade.
Ela cita o exemplo de um jornalista espanhol que fazia uma reunião por Zoom quando uma mulher quase nua passou atrás da câmera. E pergunta: “Por ser um problema que raramente acontece numa redação, é preciso criar novas políticas para lidar com ele?”.
Mas o caso – que provocou um novelesco debate sobre se Alfonso Melros traía a mulher com a quase-pelada, também jornalista – não é nada perto do que viria a se abater sobre a The New Yorker.
Ao ser flagrado masturbando-se durante uma reunião interna via Zoom, o jornalista da revista Jeffrey Toobin virou dor de cabeça para o RH da Condé Nast, que não deve ter seguido o conselho de se preparar para desastres assim. Uma suspensão só veio quando o Vice revelou o caso, em 19/10, quase uma semana depois de Toobin ter sumido das redes sociais.
Quanto mais alto o voo, maior a queda
Advogado formado em Harvard, ele protagonizou coberturas jurídicas célebres, como a do julgamento do atleta O.J.Simpson, transformado no livro que deu origem à série. Além de afastado da New Yorker, teve que se licenciar da CNN, onde é (ou era?) analista-chefe de assuntos legais. E pode vir mais.
Segundo o Motherboard, site de tecnologia do Vice, a New York Public Radio (que tinha profissionais na tal reunião) vetou Toobin em seus programas. O Doubleday, selo da Ramdon House que publicou seu último livro, não quis se manifestar sobre o futuro do autor.
Mesmo que os publishers perdoem, ele já foi condenado pelas redes sociais. A hashtag #meToobin foi a pá de cal, associando o escândalo a assédio sexual e moral. Até O.J.Simpson tirou uma casquinha, ironizando seu ex-carrasco em um video no Twitter,assistido por mais de 2 milhões de pessoas.
“Não basta apenas mandar as pessoas para casa”
Independentemente do destino da mais nova vítima do Zoom, o episódio expõe uma das consequências do trabalho remoto, que sem aviso prévio tirou boa parte dos jornalistas das movimentadas redações para os isolar em seus casulos.
Não é seguro afirmar que Jeffrey Toobin tenha cometido o deslize por causa da pandemia. Poderia ter acontecido em outros tempos. Mas a frequência com que profissionais (não apenas jornalistas) passaram a interagir com colegas pelas telas, muitas vezes sem processos nem reflexão sobre como se posicionar, eleva os riscos a um outro patamar.
No relatório, Mary Meehan faz um alerta importante: não basta mandar as pessoas para casa. Ela descreve a necessidade de sistemas adequados. Um dos pontos destacados é a infraestrutura, já que a desiguladade nos equipamentos pode levar a situações de desvantagem.
O documento chama também a atenção para procedimentos legais, com recomendações apresentadas em seminário promovido pela America’s Newspapers. A lista inclui aspectos trabalhistas e mecanismos para assegurar a confidencialidade diante de conexões domésticas não seguras e risco por descarte inadequado de documentos.
A autora aborda ainda os efeitos sobre a saúde emocional. Ela afirma que a cultura tradicional da redação deve mudar. E que apoio psicológico e empatia serão necessários em escala maior. Vários estudos têm mensurado o impacto da pandemia sobre o estado de espírito dos profissionais de imprensa, alguns apontando que é mais alto do que na média da população.
Trabalhar em casa não foi uma opção para a maioria dos jornalistas, profissionais de comunicação e de tantas outras áreas de negócio. A probabilidade de que uma vacina milagrosa devolva todos rapidamente às suas estações de trabalho e ao cafezinho amigo não parece realista.
A nova realidade está mostrando que há um preço a pagar. Há muito dever de casa – literalmente – a ser feito para tirar dela o melhor e amenizar seus riscos, que não são poucos.
Leia em mediatalks.com.br um resumo das conclusões do relatório e dos cases principais.
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A Polícia encontrou na manhã desta terça-feira (27/10) o apresentador Romano dos Anjos na região do Bom Intento, zona Rural de Boa Vista. Ele havia sido sequestrado na segunda-feira por três homens encapuzados, enquanto jantava com a esposa. Segundo autoridades, ele teve as pernas e os braços quebrados.
O apresentador da TV Imperial (afiliada da Rede Record em Roraima) relatou à Polícia que foi amarrado, espancado e abandonado pelos homens na noite de segunda. Conseguiu soltar-se e passou a noite numa área de pasto. Na manhã desta terça, ele começou a andar e acabou sendo encontrado por um funcionário da empresa Roraima Energia. Romano contou que foi agredido com um pedaço de pau.
Em nota, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiaram o sequestro de Romano dos Anjos e pediram “providências imediatas às autoridades locais e federais para o esclarecimento do caso e uma rigorosa apuração dos fatos”. (Veja+)
Glauco Monteiro Wanderley lança o livro de ficção Segredos do Planalto, que conta a história dos personagens Jairo Bonamigo, candidato à reeleição para presidente do Brasil, e Valéria Bonamigo, filha do político.
A obra aborda temas como desinformação e fake news, homofobia, e uso político da religião. O período pré e pós eleição presidencial de 2018 serviram de inspiração para o enredo do livro, mas o foco principal é a relação de pai e filha entre os personagens principais.
Nascido no Amazonas, Glauco formou-se em Jornalismo no Rio de Janeiro. Exerceu a profissão por mais de duas décadas na Bahia, atuando nos setores de impresso, rádio, TV e internet. Para adquirir o livro, clique aqui.