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terça-feira, julho 8, 2025

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Morre em Brasília Agnes Melo, coordenadora de imprensa do Ministério da Fazenda

Morre em Brasília Agnes Melo, coordenadora de imprensa do Ministério da Fazenda
Crédito: Reprodução/Correio Braziliense

Faleceu em Brasília na madrugada dessa segunda-feira (17/2), aos 58 anos, a jornalista Agnes Melo. A profissional, que atuava como coordenadora de atendimento da assessoria de comunicação do Ministério da Fazenda, sofreu um AVC em 6/2 e permaneceu internada desde então, mas não resistiu às complicações.

Antes de assumir o cargo, em 2002, atuou no Ministério da Economia, nos Ministérios do Planejamento e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, nas Secretarias de Portos e de Aviação Civil e na Presidência da República.

Formada em Jornalismo pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub), ao longo da carreira desempenhou diversas funções, incluindo as de datilógrafa, escritora, produtora de conteúdo, redatora, revisora e editora de textos.

Agnes Melo deixa os filhos Amanda Melo e Gustavo Pereira, além do marido, Jefferson Silva.

SBT anuncia mudanças na estrutura organizacional

Fernando Justus Fischer (Crédito: Divulgação/SBT)

O SBT anunciou na segunda-feira (17/2) uma série de mudanças em sua estrutura organizacional. Fernando Justus Fischer, que foi diretor executivo de Operações, assume a diretoria de Relações Institucionais e Novos Negócios no Grupo Silvio Santos, reportando-se diretamente a Ana Karina Bortoni, presidente do grupo. O empresário Rinaldi Faria segue atuando como consultor da presidência.

Outra novidade, anunciada em comunicado enviado à imprensa, é que as responsabilidades da Diretoria Executiva de Operações serão assumidas pela Presidência em conjunto com os Superintendentes de Distribuição, Tecnologia & Serviços; Criação & Produção de Conteúdo; Negócios & Comercialização; e Financeira. O objetivo da decisão, segundo o comunicado, é focar na “geração de resultados e expansão do modelo de negócios”.

100 anos de rádio no Brasil: Crayola e Audible desenvolvem audiolivros e atividades artísticas

Por Álvaro Bufarah (*)

Em uma iniciativa inovadora, duas marcas renomadas – Crayola e Audible − anunciaram uma parceria que visa integrar audiolivros a atividades criativas para crianças. Essa colaboração busca enriquecer o desenvolvimento infantil ao combinar a escuta de histórias com atividades manuais, promovendo habilidades cognitivas e artísticas.

A iniciativa, intitulada Imagination in Action, oferece uma coleção de folhas de atividades que incentivam as crianças a se envolverem de forma criativa com títulos infantis selecionados. Essas folhas incluem projetos de colorir e sugestões de desenho relacionadas a podcasts e audiolivros, como Peppa Pig’s Play-A-Long Podcast e Disney Frozen: Olaf’s Quest.

Especialistas destacam os benefícios dessa abordagem integrada. A escuta de histórias em áudio tem a capacidade de cativar a mente infantil, transportando os ouvintes para mundos imaginários enquanto realizam atividades cotidianas. Com uma biblioteca crescente de títulos infantis e recursos como o Kids Profile, o momento é propício para aproveitar o poder da imaginação e inspirar a próxima geração a sonhar alto, pensar de forma inovadora e desbloquear todo o seu potencial criativo.

A experiência de ouvir e ilustrar uma história é fundamental para o desenvolvimento de habilidades narrativas e de leitura, além de apoiar a resolução de problemas, o pensamento crítico e a autoexpressão. Ouvir, imaginar e criar por meio da narrativa em áudio pode ser uma atividade simples e divertida que os adultos podem utilizar para incentivar a criatividade infantil, afastando-as das telas no dia a dia.

Recentemente, foi lançado o recurso Kids Profiles, que oferece um espaço de audição amigável para crianças, permitindo que os pais enriqueçam e estimulem a imaginação de seus filhos em um ambiente controlado, diretamente no aplicativo. Essa novidade chega em um momento em que há uma expansão contínua da oferta de conteúdo familiar, com uma ampla gama de títulos populares para crianças.

Além disso, a parceria incluiu o patrocínio oficial da Semana da Criatividade 2025, entre 27/1 e 2/2, auxiliando educadores a engajar seus alunos por meio de histórias em áudio. Como parte da iniciativa, foram fornecidas estações móveis de audição criativa para dez escolas nos EUA, que puderam ser utilizadas em bibliotecas e salas de aula. Cada estação incluiu tablets, fones de ouvido e assinaturas de presente válidas por três anos. As escolas também receberam US$ 1.000 em produtos para estimular a criatividade das crianças enquanto elas ouviam conteúdos de áudio imersivos.

A integração de audiolivros com atividades criativas oferece uma abordagem inovadora para o desenvolvimento infantil. Estudos indicam que os audiolivros auxiliam no desenvolvimento da fala e da leitura, ampliando o vocabulário e melhorando a compreensão auditiva. Além disso, ao ouvir histórias, as crianças trabalham em conjunto com o narrador para criar imagens mentais de situações e personagens, desenvolvendo a criatividade e a imaginação.

A união de atividades manuais com a escuta de histórias proporciona uma experiência multimodal que enriquece o aprendizado. Enquanto a criança colore ou desenha cenas relacionadas à narrativa, ela reforça a compreensão do enredo e dos personagens, promovendo uma conexão mais profunda com o conteúdo. Essa abordagem também estimula diferentes áreas do cérebro, integrando habilidades motoras e cognitivas.

Para os pais e educadores, essa parceria oferece ferramentas valiosas para incentivar a criatividade e o amor pela leitura nas crianças. Ao combinar audiolivros com atividades artísticas, é possível criar momentos de aprendizado lúdico que promovem o desenvolvimento integral dos pequenos, preparando-os para os desafios futuros com uma base sólida de habilidades e conhecimentos.

As iniciativas que promovem a interação ativa e a criatividade são essenciais para o desenvolvimento saudável das crianças. A combinação de audiolivros com atividades manuais representa uma abordagem equilibrada que une o melhor dos recursos tecnológicos e das práticas tradicionais de aprendizado, oferecendo uma experiência enriquecedora e envolvente para os jovens exploradores do conhecimento.


Álvaro Bufarah

Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.

(*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.

Artigo: Linguagem simples na Comunicação Pública (ABCPública)

A importância de projetos que facilitam o entendimento da informação pelo cidadão

Usar linguagem simples para explicar ao cidadão quais são os seus direitos e como acessá-los é um dos princípios da comunicação pública defendidos pela ABCPública. Aos poucos, esse movimento vem ganhando força e sendo formalizado por órgãos públicos, como aconteceu recentemente no Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), que lançou o “Descomplica MPRS”. Com ele, termos e expressões jurídicas de pouco conhecimento utilizados nos textos produzidos pelo Gabinete serão explicados.

De acordo com a coordenadora do Gabinete de Comunicação, Roberta Salinet Alvarez, a importante ação resulta em transparência e inclusão. “Adotar uma linguagem simples nos releases do Ministério Público é crucial para assegurar um dos pilares da Comunicação Pública, que deve ser acessível e compreendida por todos os cidadãos, fortalecendo a transparência e a inclusão na disseminação da informação”, afirmou.

Algumas instituições estão inserindo a Linguagem Simples em suas Políticas de Comunicação. É o caso do Instituto Federal de Sergipe (IFS), que recentemente lançou o documento com diretrizes para fortalecer o diálogo institucional e garantir acesso à informação de forma clara e estratégica no Instituto. Entre as medidas estão a inclusão de tradução em Libras em vídeos institucionais, o uso de legendas e audiodescrição em materiais audiovisuais e a priorização de uma linguagem simples e objetiva para facilitar a compreensão por diferentes grupos.

Um dos 12 Princípios da Comunicação Pública, defendidos pela ABCPública, trata justamente dessa questão:  “A Comunicação do serviço público deve produzir conteúdo adaptado e acessível. Deve abrir espaço à diversidade de pensamento, garantir a representatividade e o uso de linguagem inclusiva.” (princípio nº 8)

Heloísa Fischer é uma das referências em Linguagem Simples no Brasil. No artigo “Falando simples sobre linguagem simples”, de autoria dos vice-presidentes da ABCPública Lília Gomes Ferreira e Lincoln Macário, a jornalista e escritora, explicou que a Linguagem Simples é direito do cidadão: uma comunicação em Linguagem Simples é visualmente convidativa e fácil de ler. Costuma ter o tom de uma conversa amigável e respeitosa. Reconhece o direito que toda pessoa tem de entender textos relevantes para o seu cotidiano. Sua intenção primordial é esclarecer”. 

Heloísa Fischer é uma das novidades do Curso Completo em Comunicação Pública 2025, uma parceria entre a ABCPública e a Aberje, e vai ministrar o módulo “Linguagem Simples na Comunicação Pública” no dia 17 de maio. As inscrições podem ser realizadas aqui. As atividades do curso, em 2024, sobre esse tema resultaram na publicação do e-book “Simplificar para Incluir: Casos Inspiradores de Linguagem Simples em Comunicação Pública”, organizado por Jorge Duarte, presidente da ABCPública e um dos curadores do curso.

O envolvimento da ABCPública no movimento da Linguagem Simples não para por aí. A associação participou do processo de elaboração da norma ABNT NBR 24495-1, estabelece os princípios e diretrizes para elaborar documentos em Linguagem Simples e tem por objetivo padronizar o processo de redação, contemplando três etapas: planejamento, desenvolvimento e testagem. A ABCPública foi representada pela integrante do Conselho Consultivo Patricia Roedel (Câmara dos Deputados), no time dos especialistas que ajudaram voluntariamente a ABNT no processo de construção da norma.

A ABCPública também acompanha de perto a tramitação do PL 6256/2019, no Senado Federal. De autoria da deputada federal Érica Kokay (PT-DF), o projeto institui a Política Nacional de Linguagem Simples para fazer com que os documentos oficiais da União, de estados, municípios e do Distrito Federal tenham uma redação clara e acessível a todos os cidadãos. A matéria teve acompanhamento e apoio da ABCPública desde o início da tramitação, na Câmara dos Deputados. “Começamos o diálogo com os senadores para que essa matéria avance no Senado rapidamente, e possamos tornar efetiva essa política pública, fundamental para o exercício pleno da cidadania por todos os brasileiros, independentemente do seu grau de instrução”, afirmou Lincoln Macário, Vice-Presidente de Relações Legislativas e Governamentais da ABCPública.

Uma das sugestões feitas pela ABCPública durante a tramitação na Câmara, e acatada pelos deputados, foi a criação de um cargo em todos os órgãos públicos para supervisão do cumprimento da lei, como existe na Lei Geral de Proteção de Dados.

Confira mais conteúdos sobre Linguagem Simples, disponível na Biblioteca da ABCPública:


Leia também: Termina em 28/2 o prazo para envio de sugestões para o 20º Congresso da Abraji

Preciosidades do acervo Assis Ângelo: Licenciosidade na cultura popular (XCVIII)

Por Assis Ângelo

Dante Alighieri teve uma Beatriz como musa inspiradora. Não foi correspondido.

Francesco Petrarca teve uma Laura como musa inspiradora. Não foi correspondido.

O fato, porém, de esses italianos não terem sido correspondidos pelas respectivas musas não significa que guardassem qualquer tipo de ressentimento. Ao contrário. Tanto Dante quanto Petrarca escreveram belos textos inspirados nas duas musas. Quer dizer: ambos platônicos.

A expressão “amor platônico” data de tempos um tanto distantes, quando filósofos se reuniam para beber e discutir a vida na velha Grécia. Platão na parada, Sócrates na parada e tantos outros abrindo portas para entendermos as complicações provindas da nossa alma.

Quem leu O Banquete sabe disso. Essa história nos leva a entender os passos que quase sempre damos pra trás.

Quando há correspondência do amor entre amantes a vida certamente fica muito melhor. Para ambos.

José Nêumanne Pinto

Sorte essa teve o paraibano José Nêumanne Pinto. Apaixonado pela musa querida Isabel, tem sido completamente correspondido no amor a ela dedicado.

Dito isto, digo mais: Eros, Dalila e Sansão misturam-se num banquete com caju, inhame, cuscuz e ovos, queijo de manteiga e carne de sol, castanhas de caju primorosamente preparados e servidos pelo poeta, que também adora comer tudo isso.

Pra ficar melhor ainda esse banquete de amor e alegria, uma violinha ao fundo enfeita tudo.

Nós, pobres mortais, temos mais é que tecer louvores pela existência de dona Isabel por ter inspirado tão belo poema. E chega de prosa, vamos aos versos:

Manual de pintura, cartografia e anatomia

Ou melhor: corpo, alma, dengos e coração da mulher amada

 

Aqui entre nós Maria Isabel,

a rainha, a mãe, a tia,

a neta, a filha, a poesia;

Pimentel de Castro,

herdeira de engenho,

norte de bússola,

linha do Equador.

Recolhida ao solar de taipa

dos Pinto do Rio do Peixe,

que não tem água nem peixe,

balança na rede de Mãe-Inda,

egressa de outras trempes,

outros cantos, outros tempos

e mais cem anos de solidão.

À sombra das mangueiras,

em moagens de rapadura,

alfenim e cana de cabeça,

na Baixa Verde do clã Ferreira;

e à mesa farta de fruta e pão

de Maria Moreira, na feira sem beira

lá do sem fim do sertão.

 

Ao norte, esta minha amada

tem dois cérebros de pensar:

um é o templo da deusa Clio,

com seu passado em ordem.

O outro, o altar do bobo Eros,

sob desordens do amor a fazer,

oculto na cortina de cabelos,

que envolve seu crânio

em novelos de fios de ouro,

finos, macios e lisos,

a vigiarem esmeraldas

− dois sóis de ondas do mar,

dois canhões de raios laser,

um casal de araras mudas,

um par de periquitos de estimação.

Os olhos canavieiros de Isabel

ninguém consegue esquecer.

A testa da mestra amada

é feito caixa de Pandora,

proibida de ser aberta,

pois abriga legiões de César,

dispara guilhotinas de Marat,

espouca em cometas e fogos,

revela os segredos de Fátima

e espera dom Sebastião chegar.

As sobrancelhas de Isabel,

que a coroam rainha de Sabá,

protegem a harpa de Davi,

caçoam do saber de Salomão

e contêm a arca da aliança,

da nova e da velha aliança,

da Bíblia, da Cabala, do Alcorão.

No desenho dos lábios que beijo

o Criador traçou as rotas

de caravanas cruzando desertos

a buscarem oásis perdidos

sonhados em delírios nômades

dos contos de Sheherazade,

esquecidos ao acordar.

E boca mais linda não há!

(A voz grave que a esta chega

direto das cordas vocais

− com sensual toque masculino −

dá aulas do que passou

e fantasia o que virá.

Sua palavra traduz o que sente

e entrega o que promete.

Suas sentenças reproduzem

o que aprendeu e o que viverá).

E a perfeição vive em plena

e complexa harmonia

entre os lábios que a compõem

e o queixo em que se precipita

− à frente, o pescoço esguio

e atrás, a nuca solerte e alerta.

Mas tudo seria incompleto

sem seu nariz imperfeito,

que não aponta pra cima

para a ninguém humilhar.

E sem o labirinto das orelhas,

com curvas de risco

e contornos imprevistos,

que nunca levam ao Minotauro.

 

Sob a cabeça da amada,

ombros sustentam o peso do mundo

com a malícia de Dalila

no corte das madeixas de Sansão.

Seu colo é o vale de lágrimas,

o Muro das Lamentações

de uma Jerusalém particular.

É, também, o adro da devoção

onde o Crucificado agoniza

antes de o lavar o pranto da mãe.

Dos ombros partem braços,

endereços de nosso abraço,

que abarca a história inteira

quando ela vem se repetir:

meus bancos no seminário,

as aulas de português

de Argentina e Francisca Neuma

no Estadual da Prata,

seus passeios de bicicleta

com Cacá, no Junco do Seridó,

onde eu costumava tomar café

no posto de João Galo,

com inhame, cuscuz e ovos,

queijo de manteiga e carne de sol,

castanhas de caju à beira do asfalto

nas curvas da Serra da Viração,

onde almas penadas dançam o baião.

Deles pendem duas mãos pequenas,

com palmas fofas e cheirosas

sob dorsos firmes e bem feitos,

onde pousam aves e beijos

e descem foguetes e aviões.

Mãos que indicam caminhos

e entregam dádivas,

dedos que encurtam distâncias

e recolhem afagos

com suas unhas de cor viva

e nós fortes de massame.

Mãos de menina simples

com meneios de mulher

e feitiços de anjo-bruxa.

Suas clavículas foram feitas

somente para impedir

aos ousados o acesso abusado

a seios sensíveis ao toque

e aptos ao exercício de sugar

e lamber e beijar e chupar

para apenas um par de mãos

e uma língua só que desvende

mistérios de um gozo secreto

que ela pensava ter perdido.

Não é pra qualquer um,

É pra pouco, é só pra um.

(Dentro do peito pulsa o coração,

músculo de bondade e malícia,

capaz de muito mais amar

e se deixar amar em profusão).

(Lá dentro do tal órgão vital,

sopra sua alma capaz

de se entregar e se integrar,

mas só a quem decida amar).

 

No meio do ventre de Isabel,

o umbigo é o centro do universo.

Foi lá que Marco Polo achou

a trilha do Adriático ao Oriente.

E nele o genovês descansou

antes de singrar ondas no Caribe.

É o miolo do cogumelo atômico,

que caiu em Hiroshima, meu amor.

O reverso do dorso desta mulher

são suas costas de planícies

e nelas a vista se perde

sem tropeçar em contrastes

nem escorregar em lombadas.

Costas sem areia ou pedras

às quais o mar só chega

se ela chegar ao mar.

 

 

De um lado, a cintura de Isabel

introduz a gruta de mucosas

sob um bosque de pelos

e é ali que Eros foi morar

com sua destilaria de mucos,

que só ao iniciado cabe provar,

e sua confusão de odores

que uma inteira encarnação

não basta para identificar.

A origem de minha vida

passa por pétalas de rosas

que não me canso de admirar.

Do lado de trás, o Aleph,

orifício de onde tudo se vê,

mesmo o que não existe,

mesmo até o que não se vê,

artifício de uma beleza peculiar

que a nada mais é dado ter.

É o vale mais profundo

entre dois morros simétricos

que o ocultam e lhe dão valor.

Nada é demais ou de menos

nas nádegas de minha mulher:

na parábola de suas ancas,

em que convivem em paz

formas de côncavo e convexo,

tudo está em perfeita ordem,

embora elas provoquem o caos,

a desídia e o conflito nuclear.

 

Na vida toda nunca pude ver

membros inferiores tão belos

como os que ela tem, acredite.

Em palco, tela, sala ou cama,

mesa, desfile ou via pública,

onde mais pudesse haver,

nada me pareceu ter existido

com que se pudesse comparar:

nem as coxas de Norma Bengell

no filme exibido no Capitólio.

nem as pernas de Cyd Charisse

dançando com Fred Astaire.

Entre coxas e pernas

joelhos discretos, de matar

de inveja os de Nara Leão.

Quando vi pela primeira vez,

julguei que fossem miragem,

que nem pudessem existir.

E a ninguém careço convencer.

Pois é assim que vejo.

E assim é que são:

do magnífico traseiro,

de que descem,

aos pezinhos delicados,

com que só pisam o chão

depois de esmagar minha dor

e perdoar minha perdição.

Seus pés são asas de andorinhas,

sem as quais o inverno não parte,

sem as quais nunca chega o verão.

 

Ao sul Maria Isabel se dirige

para partilhar o maná caído do céu

e o pão que o diabo amassou,

a par de que vida é pra viver

e não há tempo que se possa perder.

 

(Poema extraído do livro Antes de Atravessar)


Contatos pelos assisangelo@uol.com.br, http://assisangelo.blogspot.com, 11-3661-4561 e 11-98549-0333

TJ-RJ absolve Tai Nalon, de Aos Fatos, por reportagem sobre financiamento de sites desinformativos

MPF processa Igreja Universal por danos ao sistema de justiça e à liberdade de imprensa
Crédito: Tingey Injury Law Firm/Unsplash

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) absolveu Tai Nalon, diretora executiva de Aos Fatos, de uma queixa-crime movida contra ela pelo site Jornal da Cidade Online. O portal acusou Nalon de “difamação e concorrência desleal” após a publicação de uma reportagem sobre o financiamento de sites desinformativos, e um desses sites seria o Jornal da Cidade Online.

Na decisão, o juiz Paulo Roberto Sampaio Jangutta considerou que a reportagem não foi publicada com propósito ofensivo ou difamatório e teve o objetivo de “informar o público sobre uma investigação relevante”. Além disso, descartou a alegação de concorrência desleal, sob o argumento de que os dois veículos atuam em nichos diferentes e o Jornal da Cidade Online não comprovou que as informações publicadas eram falsas ou de alguma forma visavam obter vantagem.

A reportagem em questão segue censurada até hoje. Publicada em 2020, a matéria aborda estratégias de monetização de uma rede de páginas que espalhavam fake news e conteúdos desinformativos. Entre os sites que integram a rede estava o Jornal da Cidade Online. A reportagem foi censurada em junho de 2023, após decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS). Atualmente, o caso aguarda julgamento de recurso no Superior Tribunal de Justiça.

Termina em 28/2 o prazo para envio de sugestões para o 20º Congresso da Abraji

Termina em 28/2 o prazo para envio de sugestões para o 20º Congresso da Abraji
Crédito: Abraji

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) prorrogou até 28/2 o prazo para envio de sugestões de atividades para o 20º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. O evento acontecerá de 10 a 12 de julho, e o Domingo de Dados será em 13 de julho, ambos no campus Álvaro Alvim da ESPM, em São Paulo.

Profissionais, estudantes de comunicação e organizações podem submeter propostas que promovam a diversidade e inclusão étnico-racial, de gênero, regional, socioeconômica e de pessoas com deficiência no jornalismo. Os autores das propostas selecionadas terão custos de deslocamento e estada cobertos, independentemente de sua localização.

Paula Monteiro assina com a Times Brasil/CNBC

Paula Monteiro (Crédito: Divulgação/Times Brasil-CNBC)

A repórter Paula Monteiro assinou contrato com a Times Brasil/CNBC, novo canal focado em jornalismo de negócios que estreou no Brasil no final do ano passado. Ela será âncora de um telejornal da emissora, com foco na cobertura de temas relacionados a empreendedorismo, economia e inovação.

Formada em Jornalismo em 2008, Paula iniciou a carreira como repórter em uma afiliada do SBT em Campinas, no interior de São Paulo. Mudou-se para o Rio de Janeiro para trabalhar na Rede TV e, posteriormente, foi para São Paulo, atuando pela mesma emissora. Alguns anos mais tarde, assinou com a Bandeirantes, trabalhando por quatro anos como repórter. Em 2015, chegou à TV Globo, e destacou-se como repórter do programa Pequenas Empresas, Grandes Negócios, especializando-se em pautas de empreendedorismo e tecnologia.

Vale lembrar que, desde janeiro, o Times Brasil/CNBC está sendo transmitido ao vivo no YouTube, em parceria com o Google, com o objetivo de ampliar a audiência do canal.

Motor Driver retorna às atividades e estreia podcast

Motor Driver retorna às atividades e estreia podcast
Crédito: Reprodução/Spotify

Após alguns meses sem atualizações, o Motor Driver, canal no YouTube criado em 2018 por Carlos Mattos, está de volta e com novidades. Além da produção de conteúdo em vídeo para YouTube e redes sociais, a plataforma prepara o lançamento do podcast Motor Driver no Ar. A atração será apresentada por Mattos e contará com as participações de jornalistas e executivos convidados.

Os programas serão semanais, publicados nas manhãs de sexta-feira em Spotify, YouTube Music e demais agregadores de podcasts. Mais informações e pautas pelo e-mail: carlos.mattos@motordriver.com.br.

Morre Cleide Carvalho, do O Globo, aos 63 anos

Morre Cleide Carvalho, de O Globo, aos 63 anos
Crédito: Reprodução/ O Globo

Faleceu nesta sexta-feira (14/2), aos 63 anos, a jornalista Cleide Carvalho, do O Globo. Segundo o jornal, ela foi diagnosticada com câncer há alguns anos e mesmo durante um tratamento intenso nunca se afastou do jornalismo. O local do falecimento não foi divulgado.

Formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, Cleide trabalhou em veículos como a revista Exame, na época da Editora Abril. Em O Globo, atuou como repórter e coordenadora de Economia da Sucursal de São Paulo e, mais tarde, tornou-se editora. Antes de consolidar sua trajetória na imprensa, teve uma breve passagem pelo setor bancário, mas foi no jornalismo que encontrou sua verdadeira vocação.

Ao longo da carreira, cobriu temas de grande impacto, como a Operação Lava Jato, o tráfico de adolescentes no Pará e questões ambientais, incluindo a luta indígena por territórios, o combate à exploração ilegal de madeira e o garimpo, tema pelo qual tinha especial interesse. Cleide deixa o marido, Raul, e o filho, Matheus.

 

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