Vinte e sete anos atrás, quando, numa iniciativa despretensiosa e quase underground, foi lançado o FaxMOAGEM, em atendimento ao pleito de alguns colegas de comunicação, não tínhamos planos e muito menos ideia do que o futuro nos reservaria. Pusemos o filho no mundo e deixamos a vida nos levar.
Da página semanal em fax (a grande revolução tecnológica da época) com o vaivém do mercado, que marcou os primeiros tempos, nos transformamos nessas mais de duas décadas e meia numa revista semanal de jornalismo e comunicação, que passou a ser uma das mais importantes referências junto a esse ecossistema profissional.
Vieram, em sequência, os muitos especiais, este Portal dos Jornalistas, os prêmios +Admirados, o Ranking dos +Premiados, o MediaTalks, o Censo Racial da Imprensa Brasileira, o #diversifica e uma série de outras iniciativas que, além de nos trazerem grande alegria e realização, contribuem para fortalecer a atividade profissional e o próprio jornalismo brasileiro, sempre com o apoio estratégico dos colegas e dos recursos da comunicação corporativa.
Olhando hoje para trás, vemos que, mesmo sem ter consciência disso, iniciamos naqueles primeiros passos de 1995 uma história de empreendedorismo e inovação no jornalismo brasileiro − modesta, porém efetiva.
Não por outra razão a escolha do tema para celebrar os 27 anos de estrada recaiu sobre a nova mídia nativa digital e seus impactos no jornalismo brasileiro, até porque nos enxergamos em várias dessas novas e inovadoras iniciativas, que, cada uma a seu modo, também aportam uma estratégica contribuição para que o Brasil venha a ter um jornalismo cada vez mais vigoroso, antenado, plural e diverso.
Nossos agradecimentos a Fernanda Giacomassi, que aceitou nosso convite para liderar este especial e que nos brinda com um trabalho jornalístico de primeira grandeza. Também o nosso muito obrigado às quase 40 marcas que viabilizaram esta iniciativa.
Eduardo Ribeiro, Fernando Soares e Wilson Baroncelli – editores
O presidente-executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), jornalista Marcelo Rech, defendeu nesta quarta-feira (28/9) um acordo global contra a desinformação e em apoio ao jornalismo ético, independente e profissional.
A defesa foi feita durante o painel sobre liberdade de imprensa no 73º Congresso Mundial de Jornais, promovido pela Associação Mundial de Editores de Notícias (WAN-IFRA, na sigla em inglês) e realizado em Saragoça (Espanha), logo depois da entrega do Golden Pen of Freedom 2022, com a presença do Rei Felipe VI da Espanha.
Segundo Rech, a proposta se deve à disseminação das desinformações e das bolhas de ódio, que ameaçam a estabilidade política, econômica e social em escala mundial. “Da mesma forma que o mundo se organiza em torno de um acordo global contra as mudanças climáticas, devemos estimular a Organização das Nações Unidas (ONU) a liderar um esforço para um acordo que garanta a estabilidade mundial”, disse o presidente da ANJ. “Se houvesse uma imprensa livre, independente e forte na Rússia, por exemplo, seria quase impossível lançar e manter a agressão à Ucrânia, e não se discutiria o absurdo de uma potencial guerra nuclear”.
Também participaram do debate Joanna Krawczyk, presidente da Fundação Gazeta Wyborcza, da Polônia; Ritu Kapur, cofundadora e CEO do The Quint, da Índia; e Joan Chirwa, fundadora da Free Press Initiative, Zâmbia, e CEO da The Mast, uma agência de notícias online, com sede em Lusaka. A mediação foi feita pelo jornalista Javier Garza Ramos, consultor de segurança e membro do conselho do Fórum Mundial de Editores (WEF).
O 73º Congresso Mundial de Jornais começou hoje e vai até sexta-feira (30). O tópico central do congresso deste ano são as estratégias para aproximar as organizações jornalísticas do público que não vê motivos para investir em jornalismo profissional.
Outros temas de interesse também serão discutidos, como quais são as prioridades do jornalismo e do noticiário para aumentar a audiência, como promover qualidade com recursos limitados, a editora do futuro, como se preparar para crises futuras, ou a chegada de novas ferramentas como inteligência artificial e metaverso, entre outros. Realizado desde 1948, o congresso tem mais de mil participantes de 80 países confirmados depois de dois anos suspenso pela pandemia.
* Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro
O Grupo Globo contratou na semana passada Paula Bellizia como integrante independente do conselho. Trata-se de um movimento semelhante – de evolução da governança corporativa – ao que foi feito em junho, com a contratação de Rodrigo Xavier para o mesmo cargo. A função é de complementar, com diversos pontos de vista, o Conselho de Administração. Paula vai atuar também no comitê de pessoas, cultura e ESG.
Graduada em Tecnologia de Processamento de Dados com MBA em Marketing, Bellizia é. atualmente presidente de Pagamentos Globais da fintech Ebanx. Antes, dirigiu Microsoft e Apple no Brasil.
O colegiado do Grupo Globo é, assim, composto por nove integrantes: João Roberto Marinho como presidente; Roberto Irineu Marinho e José Roberto Marinho como vice-presidentes; e como conselheiros Paulo Marinho, Roberto Marinho Neto, Alberto Pecegueiro, Jorge Nóbrega, Rodrigo Xavier e Paula Bellizia.
A Edelman, integrante do Grupo DJ Edelman, chega neste 1º de outubro a 70 anos de existência, fundada que foi por Dan Edelman, em Chicago, no ano de 1952. Está entre as quatro mais antigas agências de PR ainda em atividade no mundo. Sua expansão para além-fronteiras americanas iniciou-se com a abertura de escritório em Londres, em 1967, seguindo-se China em 1986 (Hong Kong) e Beijing (1994), México em 1995 e Brasil (São Paulo) em 1997, entre outros mercados.
Primeira agência de PR no mundo a chegar aos 1 bilhão de dólares de faturamento, no último exercício, a Edelman tem entre seus marcos institucionais o lançamento da Edelman Digital em 1995; do Trust Barometer (estudo global sobre confiança nas instituições) em 2000 – que passou a incluir dados brasileiros a partir de 2012; do Grupo Zeno (sua segunda marca) em 2004 – que chegou ao Brasil em 2013; do Edelman Data & Intelligence (DxI) em 2019; e da Edelman Global Advisory em 2021.
Dan Edelman (Acervo: Edelman)
O grupo soma, atualmente, seis mil colaboradores, em 66 escritórios de 28 países.
Trust Barometer especial mede o poder de influência das novas gerações
Na semana de celebração do jubileu de platina, a agência lançou o Relatório Especial Edelman Trust Barometer 2022: A Nova Dinâmica da Influência, que revela o poder de influência da Geração Z e Z adulta 14/18 a 26 anos sobre os mais velhos tanto na compra de produtos quanto no ativismo de marca. O estudo ouviu mais de 13.700 pessoas maiores de 18 anos e mais de 6.700 entre 14 e 17 anos em 14 países, inclusive Brasil, com sondagens online de 13 de maio a 6 de junho de 2022.
Para 62% dos entrevistados no Brasil, adolescentes e jovens influenciam o que os mais velhos compram, nos produtos que usam, no modo de fazerem as compras, na avaliação de quão ecológicas ou diversas as marcas que consomem devem ser e se elas devem se posicionar sobre questões relevantes para a sociedade, entre outros pontos.
Marcelo Rech, presidente da Associação Nacional dos Jornalistas, participará da 73ª edição do Congresso Mundial de Jornais.
Marcelo Rech, presidente executivo da Associação Nacional dos Jornalistas (ANJ), participará nesta quarta-feira (28/9) da 73ª edição do Congresso Mundial de Jornais, às 12h30, no horário de Brasília, em Saragoça, na Espanha. Ele estará presente no painel sobre a preocupante situação da liberdade de imprensa em todo o mundo.
Com foco principal nas estratégias para aproximar as organizações jornalísticas do público que não vê motivos para investir em jornalismo profissional, o evento, que vai até 30/9, é realizado pela Associação Mundial de Editores de Notícias (WAN-IFRA, na sigla em inglês).
Também participam do debate Joanna Krawczyk, presidente da Fundação Gazeta Wyborcza, da Polônia; Ritu Kapur, cofundadora e CEO do The Quint, da Índia; e Joan Chirwa, fundadora da Free Press Initiative, da Zâmbia, e CEO da The Mast, uma agência de notícias online com sede em Lusaka. A mediação será de Javier Garza Ramos, consultor de segurança e membro do conselho do Fórum Mundial de Editores (WEF).
Uma reportagem sobre prevenção e combate a incêndios no campo acabou em ataque a jornalistas da TV Centro América, afiliada da Rede Globo em Mato Grosso, na semana passada. O repórter Bruno Motta e o cinegrafista Alexandre Perassoli estavam produzindo a pauta para o programa Globo Rural, quando foram agredidos e ameaçados pelo agricultor Jorge Meinerz, de Lucas do Rio Verde.
Segundo relatos dos jornalistas, eles pretendiam mostrar que a atividade algodoeira é de alto risco e que por isso necessita de procedimentos reforçados de segurança contra incêndios, principalmente com tempo seco. Após ter a gravação negada na propriedade de Meinerz, que dias antes havia perdido 1.100 rolos de algodão em um incêndio, a dupla decidiu fazer uma tomada na beira de uma estada de terra além dos limites da fazenda, quando acabou surpreendida pelo proprietário.
Exaltado, o produtor rural tentou pegar a câmera da equipe e chegou a tomar com violência o aparelho celular de Bruno Motta. Imagens feitas pelo cinegrafista mostram o agricultor descontrolado durante o ataque. Além dos insultos, ele chegou a segurar no colarinho do repórter e ameaçou a dupla, dizendo que se as imagens fossem exibidas “sobraria” para eles e que os “buscaria em casa”.
“Quer militar? Vai militar pra lá”, atacou o produtor rual
Em um trecho da gravação, que só mostra parte do ataque, é possível ouvir ainda o produtor mandar os jornalistas apagarem as imagens, e falar: “Quer militar? Vai militar pra lá”. A equipe registrou queixa na delegacia de polícia e o Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor-MT) está acompanhando o inquérito policial. A Abraji condenou o ataque.
Os indicados já estão na cédula que será usada por mais de dois mil votantes da área de quadrinhos nas próximas semanas. Além das 27 categorias em votação nacional contempladas na cédula, TCC, Mestrado e Doutorado também serão premiados por um júri especializado e por membros da comissão organizadora.
Os vencedores serão anunciados no final de novembro e a cerimônia de entrega dos troféus será virtual, como nos dois últimos anos, no canal do YouTube do Sesc CPF, em 10/12, às 19 horas.
A Abraji promoverá nesta terça-feira (27/9), em parceria com 12 organizações, Ato em Defesa do Jornalismo e da Democracia.
Em resposta aos constantes ataques sofridos por jornalistas, a Abraji promoverá nesta terça-feira (27/9), em parceria com 12 organizações, Ato em Defesa do Jornalismo e da Democracia. O encontro será no Auditório 239 – Prof. Paulo Barros de Carvalho, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), às 19 horas.
O evento discutirá ameaças, agressões, ataques físicos e virtuais, e tentativas de censura e intimidação contra a classe, bem como as dificuldades enfrentadas pelos profissionais diante desse cenário. Também será divulgado um manifesto em defesa do livre exercício do jornalismo e da democracia.
Estarão presentes Patricia Campos Mello, repórter da Folha de S.Paulo e diretora da Abraji; e a jornalista e escritora Bianca Santana. Elas estão entre as vítimas de agressões e ataques promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores e vão compartilhar suas histórias com os participantes.
O ato conta com a participação de organizações da sociedade civil em defesa dos direitos humanos, como OAB, Grupo Prerrogativas, Grupo Tortura Nunca Mais e Comissão de Justiça e Paz, do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), além do apoio e parceria do Curso de Jornalismo da PUC-SP.
Duas demissões agitaram os bastidores da ESPN na última semana. A emissora do Grupo Disney anunciou as saídas dos comentaristas Felippe Facincani, em 21/9, e Fábio Sormani, dois dias depois. As demissões não tiveram relação uma com a outra, apesar de terem acontecido com apenas dois dias de diferença e sido decididas pela área de Compliance da empresa.
Segundo apurou Ricardo Guimarães, para o Lance!, a saída de Facincani deu-se por um problema de relacionamento com a produção do canal. O caso foi levado a instâncias superiores e acabou culminando na demissão do jornalista.
Já Sormani foi demitido após uma acusação mais grave, que envolve homofobia. O jornalista teria feito uma piada de conotação sexual contra um funcionário LGBTQIA+ em um banheiro da emissora. O episódio teve testemunhas e o funcionário levou a reclamação ao RH.
Fábio Sormani e Felippe Facincani foram desligados da ESPN
Uma fonte ouvida pelo Lance citou a expressão ‘tolerância zero’ e que a Disney preza pela igualdade e o respeito dentro de sua empresa, independentemente de raça, gênero ou classe social. A ESPN, inclusive, tem um departamento específico para realizar palestras e treinamentos recorrentes sobre os temas.
Em nota divulgada na noite desta segunda-feira (3/10) pelo advogado Daniel Bialski, que representa Sormani, o jornalista se defendeu da acusação de homofobia, que classificou como fake news, e esclareceu que tudo não passou de uma “brincadeira feita com um velho companheiro de trabalho e que entendia ser meu amigo”.
Confira a íntegra:
Sou jornalista há 43 anos e sempre pautei minha vida pessoal e profissional regido por alguns princípios que me são muitos Valiosos e valorosos: ética, verdade, respeito, retidão e moralidade.
Dentro dessa minha história não posso aceitar a aleivosa divulgação que fui desligado da ESPN por homofobia. Isso é o que popularmente se diz fake news, o que é inaceitável.
E preferi me manifestar, porque quem cala, consente, diz o velho ditado. Por harmonizar com o secular axioma, estou aqui pedindo um minutinho de sua atenção para esclarecer os fatos.
Na última sexta-feira, dia 23/09/22, fui desligado da ESPN. Mas, ao contrário do que sites inveridicamente disseram, meu desligamento não se deu por homofobia. O comunicado do meu desligamento por parte da ESPN não cita, em momento algum, essa pratica preconceituosa. Aliás, nem mesmo o compliance da empresa entendeu o episódio desta maneira, ao contrário do que foi divulgado por alguns meios de comunicação.
Há uma distância e uma diferença enorme entre essa infundada adjetivação e a brincadeira feita com um velho companheiro de trabalho e que entendia ser meu amigo (por isso senti-me à vontade para fazê-la). A ESPN entendeu que feriu cláusulas contratuais, asseverando desrespeito e quiçá indevida, mas, repito, jamais discriminatórias.
A própria carta elaborada pelo Jurídico da ESPN sobre o meu desligamento não fala em trecho algum em ato homofóbico, e que isso, pois, fique bem claro para descartar narrativas excessivas sobre o ocorrido.
O comunicado da ESPN sobre o rompimento do meu contrato, entregue aos veículos de comunicação, também não fala, em momento algum, de alguma forma de homofobia ou ilicitude. Diz o comunicado: “O jornalista Fábio Sormani deixa de fazer parte do time de comentaristas dos canais de esporte da Disney. Agradecemos por todo seu empenho e desejamos sucesso à sua nova etapa profissional”.
Um dos princípios básicos do bom jornalismo é apurar corretamente os fatos. Isso JAMAIS ocorreu; por isso, cometeram o equívoco e expuseram meu nome e minha reputação ao julgamento público por um preconceito que não possuo e por infração que eu não cometi.
Nem preciso externar, mas faço questão de fazê-lo, que passei dias horríveis. Refleti a respeito da minha carreira, minha profissão e fiquei terrivelmente abalado por conta dessa atitude dos veículos de comunicação que informaram de maneira incorreta o motivo do meu desligamento.
Aliás, sinto-me ainda assim. Minha família também sofre neste momento. Por isso estou aqui, usando esse espaço, para clarear a situação. Repito: fui desligado da ESPN por uma brincadeira e não por homofobia. Nunca o fui, sou ou serei. E quem me conhece, sabe que faz parte do meu caráter e formação.
O #diversifica é um hub de conteúdo multiplataforma sobre Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) do Portal dos Jornalistas e da newsletter Jornalistas&Cia. Ele conta com os apoios institucionais da Associação de Jornalismo Digital (Ajor), International Center for Journalists (ICFJ), Meta Journalism Project, Imagem Corporativa e Rádio Guarda–Chuva./
Com reportagem de Fernanda Giacomassi, coordenadora de Comunicação da Ajor (Associação de Jornalismo Digital), especialista em estratégia digital, gestão de mídias sociais e jornalismo nativo digital e empreendedor, a edição especial em comemoração aos 27 anos da newsletter Jornalistas&Cia circulará na próxima quarta-feira, 28 de setembro.
Ela vai mergulhar no universo dos veículos nativos digitais para mostrar como elas estão encontrando seu lugar ao sol em um mercado que há décadas vinha sendo dominado pelas mídias tradicionais.
Discutirá tendências e soluções presentes no dia a dia dessas publicações, além do impacto do jornalismo local no ecossistema de mídia; os modelos de financiamento e sustentabilidade financeira; as novidades em inovação e diversificação de formatos; a formação de jovens jornalistas com perfis cada vez mais diversos e o ensino de jornalismo inovador; o trabalho de fôlego em investigações que impactaram e ajudaram a pautar a história recente do Brasil.
Também relatará casos em que esses veículos tiveram papel preponderante na vida das pessoas; a preocupação deles com a diversidade de suas equipes e a consequente busca de pautas mais inclusivas e com foco em direitos humanos; e a atuação regional de muitos deles em áreas antes conhecidas como desertos de notícias.
Como de costume, a edição será distribuída para o mailing de assinantes de Jornalistas&Cia, e também divulgada na quinta-feira (29/9) neste Portal dos Jornalistas.