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sexta-feira, dezembro 26, 2025

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Morre Ziraldo, patrimônio cultural brasileiro

* Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro

O cartunista, escritor e jornalista Ziraldo Alves Pinto morreu na tarde de sábado (6/4), em casa, no bairro da Lagoa, no Rio de Janeiro. Tinha 91 anos e a causa da morte foi falência múltipla dos órgãos. Depois de sofrer AVC por três vezes, estava acamado e não levava vida pública por recomendação médica. O velório foi na manhã de domingo (7/4) no Museu de Arte Moderna, e o sepultamento, à tarde, no Cemitério São João Batista. Deixa viúva sua segunda esposa e três filhos do primeiro casamento.

Mineiro de Caratinga, a família se mudou para Belo Horizonte por iniciativa da mãe, sob o argumento de que “o céu de Caratinga era muito baixo”. Em entrevista, Ziraldo comentou que ela intuía o “baixo astral”. Formou-se em Direito, mas desde sempre demonstrou a inclinação para o desenho. Filiado ao PCB, mais tarde optou pelo PSol.

Nos anos 1950, passou a colaborar com o jornal Folha de Minas. Daí, passou às revistas A Cigarra e O Cruzeiro, dos Diários Associados. Na década seguinte, já no Rio, trabalhou no Jornal do Brasil, com charges políticas e cartuns. Dessa época são os personagens para adultos Jeremias, o Bom, Supermãe e Mineirinho. Em 1960, lançou A Turma do Pererê, primeira revista em quadrinhos brasileira de um único autor. Tinha a selva como cenário, e o mitológico Saci Pererê liderando um grupo com crianças indígenas e animais de nosso folclore. A revista foi publicada até 1964.

É de 1969 o início da publicação do semanário O Pasquim. Com foco na contracultura e na oposição ao regime militar, teve entre seus fundadores e diretores a chamada “turma do Pasquim”.

Além de Ziraldo, nela estavam Jaguar, Tarso de Castro e Sérgio Cabral, Millôr e Luiz Carlos Maciel, Henfil, Paulo Francis, Ivan Lessa e Ruy Castro, além de outros notáveis do jornalismo nacional. Maior fenômeno editorial do País, começou com modestos (para a época) 20 mil exemplares e, em seis meses, atingiu mais de 250 mil.

A decretação do AI-5, no mesmo ano, e a consequente instauração do período mais sombrio da ditadura, levou à prisão a maior parte da redação do Pasquim. Ziraldo foi preso em casa e levado para o Forte de Copacabana. A expectativa de que o jornal deixasse de circular não se concretizou. O remanescente da redação recrutou novos colaboradores entre intelectuais brasileiros, e a circulação cresceu. O Pasquim vendia em bancas mais do que as revistas Veja e Manchete somadas. Por suas críticas ao regime, Ziraldo foi preso três vezes.

Como autor de livros – histórias aparentemente para crianças, que cativavam também os adultos –, Ziraldo começou com O menino maluquinho, de 1980. Inicialmente uma revista em quadrinhos, logo se tornou um livro de grande repercussão: vendeu quatro milhões de exemplares, foi adaptado para o cinema e a TV. A este seguiram-se Flicts, um clássico; O bichinho da maçã (na série, Cada um mora onde pode) e mais de 20 livros, alguns títulos desdobrados em séries. Deles, Menina Nina: duas razões para não chorar foi escrito e ilustrado para sua neta, após a morte da avó.

Versátil, continuou a colaborar com diversas publicações, criou cartazes e marcas publicitárias, descritos por Márcio Ehrlich. Em 1999, lançou a revista Bundas, uma sátira ao mundo das celebridades exposto na revista Caras.

Premiado com o Jabuti de Literatura, ganhou ainda o Internacional do Humor no Salão Internacional de Caricaturas de Bruxelas, Bélgica; o italiano Andersen − Il mondo dell’infanzia; o Ibero-americano de Humor Gráfico Quevedos, do governo espanhol. Suas ilustrações figuraram em publicações internacionais como as revistas Private Eye, da Inglaterra; Plexus, da França, e Mad, dos Estados Unidos. Em mais de seis décadas de carreira, teve os livros traduzidos para vários idiomas.

Nelson Motta assim definiu o homem de múltiplos talentos – jornalista, cartunista, chargista, escritor, pintor: “um patrimônio cultural brasileiro”.

Percival de Souza deixa Record após 21 anos

Percival de Souza deixa Record após 21 anos
Crédito: Reprodução/Arquivo Vivo

O comunicador e escritor Percival de Souza deixou a Record após 21 anos. Na emissora, ele atuava como comentarista de Segurança no programa policial Cidade Alerta. Ganhou notoriedade por fazer dupla durante cinco anos com Marcelo Rezende, apresentador que faleceu em 2017.

Em comunicado, a emissora agradeceu Percival pelo tempo de trabalho, descrevendo-o como “um dos mais reconhecidos e premiados” jornalistas investigativos: “Ao longo de duas décadas, suas análises e críticas contribuíram significativamente para a compreensão dos telespectadores em incontáveis casos, não só policiais, mas em diversos assuntos de interesse da sociedade brasileira”.

Com mais de 60 anos de profissão, Percival de Souza passou por veículos como Folha de S.Paulo, Rádio Capital, Rádio Eldorado, Rádio Gazeta, Globo e TV Cultura. Também escritor, são de sua autoria Autópsia do Medo, Eu, cabo Anselmo, Sindicato do Crime. PCC e Outros Grupos e Narcoditadura O Caso Tim Lopes.

O comunicador deve permanecer analisando casos policiais em seus outros projetos, como o blog no R7.com e o podcast Arquivo Vivo.

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Projor anuncia projetos selecionados para fundo contra a desinformação

Nove em cada dez brasileiros já cruzaram com alguma fake news, diz pesquisa
Crédito: Markus Winkler/Unsplash

O Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor) anunciou os cinco projetos selecionados para o Codesinfo – Fundo de Inovação Contra a Desinformação, que vai financiar projetos de soluções tecnológicas inovadoras para combater a desinformação online.

Foram selecionados projetos de Ambiental Media (SC), Aos Fatos (RJ), Folha de S. Paulo (SP), Folha do Mate (RS) e Núcleo Jornalismo (SP). Cada veículo receberá até R$ 100 mil para o desenvolvimento do projeto, além de mentoria e suporte do Projor.

O Ambiental Media vai criar um assistente de conversa automatizada, um chatbot, que vai checar de forma precisa e em tempo real informações sobre mudanças climáticas, baseando-se no no banco de dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

Aos Fatos vai desenvolver uma ferramenta de monitoramento automático com Inteligência Artificial (IA) para detectar e analisar anúncios potencialmente enganosos sobre temas de saúde e que se assemelham a notícias (native ads).

A Folha de S.Paulo vai criar um sistema com uso de IA para a produção de vídeos curtos com base em textos e imagens do banco de dados do jornal.

A Folha do Mate vai desenvolver um plugin para sites e sistemas de publicação de notícias que verifica as fontes das notícias e identifica os responsáveis por conteúdos, permitindo acesso a um minicurrículo dos autores, suas capacitações e um selo de verificação de sua identidade.

E o Núcleo Jornalismo vai criar também um plugin para sites e sistemas de publicação de notícias para automatizar a atualização de contexto em reportagens anteriormente publicadas.

Matheus Lombardi passa a CEO do Infomoney

Matheus Lombardi passa a CEO do Infomoney
Crédito:Linkedin/Matheus Lombardi

Matheus Lombardi iniciou há algumas semanas nova jornada no grupo XP Inc. Convidado, aceitou liderar, como CEO, o Infomoney, um dos mais importantes ecossistemas de comunicação especializado em mercados, investimentos e negócios do País, despedindo-se da área de Reputação, que liderou por cinco anos.

Nessa nova jornada, assume um projeto que conta hoje com uma comunidade de mais de 70 milhões de leitores, distribui seus conteúdos por diferentes formatos e plataformas e é integrado pelas marcas Stock Pickers e Zero ao Topo.

Antes da XP Inc., Matheus passou por Banco Pan, BTG Pactual e FSB Comunicação. No jornalismo, para onde agora está de volta, trabalhou em redações como UOL, Rede Record, Grupo Bandeirantes e TV Tribuna. Membro do Comitê de Comunicação e Relacionamento com Mídias e Influenciadores da Aberje, ele foi o executivo de comunicação campeão da etapa nacional do TOP Mega Brasil de 2020.

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Parabéns aos +Admirados da Imprensa Automotiva 2024!

Com vocês os +Admirados da Imprensa Automotiva 2023

Ao dar início ao calendário da série +Admirados em 2024, a eleição dos +Admirados da Imprensa Automotiva homenageia nesta edição especial os jornalistas e publicações preferidos pelos seus próprios pares de redação e ainda pelos profissionais de comunicação e áreas afins quando o assunto é a cobertura do segmento de automóveis.

Assim como em 2023, esta edição é marcada por uma intensa renovação e muitas novidades, tanto na categoria geral para jornalistas quanto nas temáticas. Entre os TOP 25 +Admirados Jornalistas, que neste ano serão 26 por causa de um empate, apenas dez também constaram da mesma lista em 2023, entre eles Tião Oliveira, do Jornal do Carro/Estadão, eleito o +Admirado Jornalista no ano passado.

Além dele, integram essa seleta lista Alzira Rodrigues (AutoIndústria), João Anacleto (A Roda), João Brigato (Auto+), Rafaela Borges (UOL Carros), Sergio Dias (AlphaAutos), Sérgio Quintanilha (Guia do Carro), Silvio Menezes (Carro Arretado), Tarcísio Dias (Mecânica Online) e Thais Villaça (Jornal do Carro).

Já entre os que estreiam nos TOP 25, ou retornam após ficarem de fora em 2023, estão Boris Feldman (AutoPapo), Carolina Vilanova (Oficina News), Cauê Lira (Autoesporte), Giovanna Riato (Automotive Business), Henrique Rodriguez (Quatro Rodas), Isadora Carvalho (Quatro Rodas), Jorge Moraes (UOL Carros), Leonardo Felix (Autoesporte), Leonardo Fortunatti (Motor1), Marcos Rozen (Use Elétrico), Paulo Campo Grande (Quatro Rodas), Raphael Panaro (Autoesporte), Soraia Pedrozo (AutoData), Thiago Moreno (Motor1), Vitor Matsubara (Automotive Business) e Vitória Drehmer (Autoesporte).

Nas categorias temáticas voltadas aos profissionais, integram os TOP 3 dos homenageados, em ordem alfabética: Boris Feldmann (AutoPapo), Fernando Calmon (UOL Carros) e Jorge Moraes (UOL Carros), em Colunista; Eliana Malizia (Acelerada Adventure), Karina Simões (KS1951), Thiago Moreno (Motor1) e Tite Simões (Webmotors), em Jornalista Especializado em Duas Rodas; e Aline Feltrin (Transporte Moderno), Andrea Ramos (Estradão) e Pedro Trucão (Pé na Estrada), em Jornalista Especializado em Veículos Comerciais.

Nas categorias destinadas aos veículos, os homenageados foram: AutoPapo, CBN Autoesporte e Motor1 Podcast, em Áudio (Programa de Rádio/Podcast); Autoesporte, Jornal do Carro/Estadão e Quatro Rodas, em Periódico (Impresso/Digital); Autoesporte, Quatro Rodas e UOL Carros, em Site; e Acelerados, Autoesporte e AutoPapo em Video (Programa de TV/Canal de Youtube/VideoCast).

Os TOP 5 +Admirados Jornalistas e o primeiro colocado de cada categoria temática serão conhecidos durante a cerimônia de premiação, marcada para 6/5, na sede da Fenabrave, em São Paulo.

Automob confirma apoio à premiação

A Automob, empresa do Grupo Simpar que atua em vendas de veículos novos e usados, confirmou nesta semana apoio à eleição e à festa de premiação dos +Admirados da Imprensa Automotiva 2024.

A marca une-se a outras empresas que já prestigiam a premiação: os patrocínios de Abraciclo, Bosch, Honda e Volkswagen Caminhões e Ônibus; apoios de Scania, Volkswagen, Press Manager, Portal dos Jornalistas e Kia; e apoio institucional da Fenabrave. Empresas que ainda queiram apoiar a iniciativa ou anunciar na edição especial com a cobertura da festa podem obter mais informações com Vinicius Ribeiro ([email protected]).

Galeria dos +Admirados Jornalistas da Imprensa Automotiva

2015 – Fernando Calmon + Elisa Sartri

2020 – Bob Sharp

2021 – Zeca Chaves

2022 – João Anacleto

2023 – Tião Oliveira


Mudanças climáticas nas TVs americanas: pouca cobertura e sob a perspectiva dos menos afetados

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

Manter as mudanças climáticas na pauta da mídia não deveria ser tão difícil, diante de catástrofes atribuídas ao aquecimento global cada vez mais frequentes e recordes de calor no mundo − mas as TVs americanas parecem discordar.

É o que sugere uma pesquisa feita pela Media Matters For America, organização que pesquisa desinformação na mídia e analisou o noticiário de 2023.

No ano mais quente já registrado na história, as principais redes de televisão dos EUA − ABC, CBS, NBC e Fox News − reduziram sua cobertura climática em 25%, depois de avanços em 2021 e 2022.

A queda reduz o que já era pouco. Mesmo nos bons tempos, as mudanças climáticas representavam apenas 1% do total da cobertura televisiva. Em 2023, o total foi inferior a 1%.

Os resultados são impressionantes no segundo maior emissor de gases de efeito estufa. E que assumiu o compromisso de reduzir pela metade suas emissões até 2030, meta que deveria estar sendo cobrada pela imprensa. Pelo menos nas TVs, não é o que está acontecendo.

E não é por falta de oportunidade. A possibilidade da volta de Donald Trump à Casa Branca pode mudar os rumos da política ambiental. Analistas apontam o risco de que ele desfaça o que Joe Biden tentou consertar depois de seu primeiro mandato, voltando a apoiar combustíveis fósseis e a flexibilizar regulamentações que reduzem as emissões.

Mas esse ângulo da disputa eleitoral não entrou no radar das TVs americanas em 2023, quando a campanha de Trump já estava na rua.

O volume de cobertura de mudanças climáticas nos noticiários matinais e noturnos e nos programas políticos dominicais recuou 25% entre 2022 e 2023, de quase 23 horas para pouco mais de 17, distribuídas por 435 segmentos (reportagens, entrevistas ou comentários).

Combustíveis fósseis fora da pauta

Apenas 12% deles (52) mencionaram o termo “combustíveis fósseis”. Houve aumento em relação a 2022. No entanto, é preocupante que o tema principal das negociações da COP28, realizada em Dubai em dezembro de 2023, tenha aparecido tão pouco na televisão dos EUA, que influenciará o voto de boa parte dos eleitores.

Quem se informa pelos telejornais noturnos da ABC, CBS e NBC ficou ainda mais desinformado do que a média. Nelas, a atenção às mudanças climáticas recuou 36% em relação a 2022. Os produtores da manhã são os menos interessados no tema: nesse horário, o clima foi mencionado em 23% das matérias.

Pelo terceiro ano seguido, segundo a Media Matters, a CBS ultrapassou as concorrentes na cobertura da crise ambiental, respondendo por 42% do noticiário sobre o assunto. A ABC foi a que menos cobriu o tema. A NBC foi a que mais se afastou dele em relação a 2022.

O estudo comprova ainda que o clima entra na pauta das TVs impulsionado por grandes acontecimentos, e não por ser considerado um tema de relevância que deve ser abordado de forma regular.

Eventos climáticos extremos pautaram 37% da cobertura. Entre junho e setembro, quando foram mais severos nos EUA, representaram 54% da cobertura total, com pico em julho, o mês mais quente já registrado no país.

Impactos da mudanças climáticas não relacionados aos eventos extremos em áreas como agricultura, natureza e economia foram tratados em somente 29% das reportagens.

Outra revelação é que o jornalismo de soluções, visto como tábua de salvação para reverter a fadiga de notícias e a ansiedade climática − que indiretamente ajuda a afastar o público do jornalismo −, não foi incorporado às TVs americanas. A pesquisa encontrou 22% do conteúdo apresentando ações para combater a crise.

E quem é mais credenciado para falar sobre o clima? Para as TVs americanas, são os homens brancos. Eles foram personagens em 52% do conteúdo, como entrevistados ou debatedores. Mulheres brancas foram 36%, e as não-brancas apenas 10%.

Se esse quadro não mudar em 2024, o público médio americano, que ainda tem a TV como importante fonte de notícias e confia nela mais do que em redes sociais, terá pouca informação sobre o que pode acontecer com a política climática de seu país e os efeitos sobre os cidadãos comuns na hora de definir seu voto para presidente da república. E o fará sob a perspectiva de pessoas que não representam o conjunto da população mais afetada.


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Justiça condena Globo a indenizar Veruska Donato por misoginia e danos morais

Justiça condena Globo a indenizar Veruska Donato por misoginia e danos morais

A Justiça condenou a Globo a indenizar a jornalista Veruska Donato, que deixou a emissora em 2021, por misoginia e danos morais. A decisão diz que a emissora tentou impor padrões estéticos à jornalista, o que ficou entendido como prática misógina. Cabe recurso da decisão.

Em janeiro de 2023, Donato, que trabalhou na Globo por 21 anos, entrou com uma ação na Justiça contra a emissora, acusando-a de misoginia e etarismo. Ela declarou que recebia críticas da chefia da área de figurino “quanto a flacidez, ruga ou gordura fora do lugar”. Foi anexado ao processo um comunicado interno com “regras de beleza” para as profissionais mulheres da emissora, que incluíam cortes de cabelo proibidos, cores de esmalte e até roupas com tecidos pouco apertados para não “evidenciar barriguinhas indesejáveis”.

Na sentença, o juiz Adenilson Brito Fernandes, da 37ª Vara do Trabalho de São Paulo, reconheceu que houve “perseguição estética” e “misoginia intolerável”, e determinou indenização por danos morais de R$ 50 mil para a jornalista.

“Documentos e testemunhas do processor permitiram concluir pela existência de discriminação face às mulheres por sexo, idade (etarismo), peso, cor, hipóteses de misoginia intolerável, evidentemente, já que toda forma de discriminação está proscrita desde o texto constitucional”, declarou o magistrado.

A Justiça também anulou o contrato de Pessoa Jurídica (PJ) de Donato com a emissora, que vigorou entre 2002 e 2021, entendendo que ficou configurado vínculo empregatício. A Globo deverá também arcar com diversos benefícios trabalhistas como adicional de tempo de serviço, diferença de aviso-prévio e 13º salário, vale-refeição, FGTS, horas extras, adicional noturno e multas.

Fundacentro e Fenaj lançam pesquisa sobre saúde mental dos jornalistas

Fundacentro e Fenaj lançam pesquisa sobre saúde mental dos jornalistas
Crédito: SEO Galaxy/Unsplash

A Fundacentro e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) realizarão a Pesquisa Nacional sobre Condições de Saúde Mental dos/das Jornalistas. Desenvolvido em conjunto, o projeto busca por meio de pesquisa quantitativa e qualitativa identificar as consequências da pandemia de Covid-19 e dos novos arranjos trabalhistas na saúde mental dos jornalistas.

Com os constantes ataques, assédio e pressão à categoria, em especial às mulheres e profissionais de grandes empresas de comunicação, é inevitável que haja reflexos na saúde mental. O objetivo é que os resultados obtidos colaborem na criação de políticas sindicais e leis que protejam os profissionais dos danos psicológicos adquiridos durante o exercício da profissão.

A apresentação da pesquisa será realizada na próxima terça-feira (9/4), às 14h, na sede da Fundacentro na cidade de São Paulo. Aberto ao público, o evento contará com a presença de pesquisadores em mesas e debates sobre o tema; ao fim delas será feita uma coletiva de imprensa. O evento de lançamento também será transmitido pelo canal da Fundacentro no YouTube.

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Morre Alan Neto, ícone do jornalismo cearense, aos 83 anos

Alan Neto, o Trem Bala (Crédito: O Povo/YouTube)

Morreu na quarta-feira (3/4) o jornalista Alan Neto, conhecido como Trem Bala, aos 83 anos. Ele estava internado desde o fim de janeiro após sofrer um acidente doméstico e fraturar o fêmur. Ele passou por uma cirurgia e recebeu alta, mas voltou ao hospital por causa de um quadro de pneumonia. Deixa a esposa, uma filha e uma neta.

Neto, referência no jornalismo do Ceará, tinha quase 60 anos de carreira na comunicação. Nascido em Senador Pompeu, no interior do Ceará, começou a carreira aos 15 anos, em uma rádio de Fortaleza. Posteriormente, trabalhou como colunista do Diário do Nordeste, do Sistema Verdes Mares.

Ultimamente trabalhava no jornal O Povo, onde mantinha uma coluna diária sobre futebol cearense e uma coluna aos domingos, na qual escrevia sobre a política da região. Era também apresentador do programa Trem Bala, sobre futebol, na Rádio O Povo/CBN e na TV Ceará. Neto ficou conhecido por seu jeito bem-humorado de conduzir o programa, com bordões marcantes como “Olha o dedo do Trem Bala”, “passe adiante” e “bombas de milmegatons”.

Ao longo da carreira trabalhou como repórter e fez entrevistas marcantes, como uma com Pelé, que revelou a Neto, com exclusividade, num encontro no Savanah Hotel, no Centro de Fortaleza, que a Copa do Mundo de 1970 seria a última da sua carreira.

O Povo publicou um vídeo em homenagem a Alan Neto. Clubes e entidades ligadas ao esporte cearense também lamentaram a morte do jornalista.

Tribunal do Distrito Federal mantém proibição de reportagem da Pública sobre Lira

Tribunal do Distrito Federal mantém proibição de reportagem da Pública sobre Lira
Crédito: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

A 6ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) manteve a decisão que censura a reportagem publicada pela Agência Pública sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Ao solicitar a remoção da publicação, feita em 2023, o desembargador Alfeu Gonzaga Machado considerou ter havido “abuso do direito à liberdade de expressão”.

A reportagem em questão trazia acusações de abuso sexual feitas contra Lira por sua ex-esposa, Jullyene Lins, que não foram analisadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O suposto episódio de violência teria ocorrido em 2006, mesma época em também afirmava ter apanhado do ex-marido. Lira, contudo, foi absolvido da denúncia de violência doméstica em 2015.

No julgamento do recurso da Pública, realizado em 3/4, o tribunal aprovou de forma unânime a manutenção da proibição de circulação da reportagem. O relator, Alfeu Gonzaga defendeu em seu voto o “esquecimento” das acusações contra Lira:

“(…) imputando ao autor suposto estupro praticado em novembro de 2006 sob pena (…) Nós estamos em 2024, 18 anos atrás, reesquentando novamente matéria e espero que a comissão do novo código civil insira e traga o direito ao esquecimento, porque nós estamos com discurso num país cristão, de perdão, mas o esquecimento que é o fato não está sendo praticado, lamentavelmente, por uma parte da imprensa nesse País. Provavelmente amanhã eu serei chamado de censor e vou ter que dizer isso aqui: não sou censor e nunca fui a favor da censura, porque pela minha idade eu sei o que que a Revolução de 64 fez em termos de censura neste País”.

Após o resultado, a Pública divulgou um texto ressaltando que a matéria trata de um assunto de interesse público e que tomará as medidas cabíveis para a defesa dela.

“Mais uma vez, a Agência Pública reitera a lisura da reportagem e repudia a censura e a violação da liberdade de imprensa, um preceito constitucional tão caro para as democracias”, afirmou.

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