Pedro Picanha era um cantor de cabaré dos tempos antigos. Bebia muito e dizia muito palavrão. Mas não era só isso: era dono de um mau humor infinito. Mais: falava mal de todo mundo e, também valentão, dava tiro pra cima a torto e a direito. E repetia ameaças etc. e tal. Um dia foi preso e levado à delegacia. O delegado já sabia da sua fama e quis saber a razão de ele ser o que era. – Doutor – disse o arruaceiro –, se o senhor quer mesmo saber, eu digo: fui educado por um papagaio.
Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC ? Fotografia é fundamental
O Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade tem o segmento Imagem-Fotografia direcionado para repórteres fotográficos, que podem inscrever até cinco trabalhos pelo site www.premiojornalistasecia.com.br; o melhor receberá R$ 6 mil líquidos. Depois da escolha do vencedor na categoria Mídia Nacional, os demais trabalhos finalistas desse segmento seguem concorrendo – com as outras plataformas – à premiação da categoria Mídia Regional. A inscrição e envio da foto (em jpg) e da matéria (em pdf) devem ser feitos pelo próprio site até 5 de setembro. Regulamento e outras informações estão ali disponíveis. Os trabalhos devem ser produzidos entre 1º de setembro de 2012 e 31 de agosto de 2013. Dúvidas podem ser esclarecidas com a Coordenação Geral do Prêmio, a cargo de Lena Miessva (11-2679-6994, lena@jornalistasecia.com.br ou premio@jornalistasecia.com.br). Para ajuda nas dificuldades técnicas ao fazer a inscrição no site ou no envio do trabalho, o participante contará com auxílio técnico de profissionais da Maxpress, pelo 11-3341-2799. Dois são os objetivos principais do Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade: incentivar a produção de conteúdos jornalísticos sobre Sustentabilidade em jornais, revistas, televisão, rádio e internet (webjornalismo); e tornar a Sustentabilidade cada vez mais presente e compreensível na sociedade brasileira. Cada candidato poderá inscrever até cinco trabalhos de sua autoria e essas inscrições não precisam ser feitas de uma só vez.
Ana Flavia Furlan (ex-Motor Show) lança Abordo Magazine
Está chegando ao mercado a Abordo Magazine, publicação mensal da recém-criada R4, editora que tem entre seus fundadores Ana Flavia Furlan (flavia@abordomagazine.com.br), que acaba de se despedir da revista Motor Show.
Com foco no estilo de vida das classes A e AA, a publicação traz informações não apenas sobre o mercado automotivo de luxo, mas também de motocicletas, barcos e aeronaves. Este é o primeiro título da editora, que irá focar sua atuação em projetos especiais, publieditoriais e revistas customizadas.
Sua sede será em São Paulo, mas até o final do ano deverá entrar em operação também a filial no Rio de Janeiro, que Ana Flavia deverá comandar. Sobre a nova empreitada, ela explica: “O projeto de criação dessa editora não é algo novo. Sempre quis trabalhar com revistas customizadas e gratuitas porque acredito muito no potencial desse nicho, hoje ainda um tanto amador. Foram muitos meses de pesquisas, de sondagens, porque o mercado editorial está em um momento delicado. Dois meses atrás alcancei meu objetivo e decidi que, pessoal e profissionalmente, era o momento de mudar, inclusive de ares, já que com a abertura da filial no Rio de Janeiro pretendo ir para lá no próximo ano”.
Com distribuição dirigida a moradores de Alphaville, em Barueri (SP), e a um restrito mailing de empresários, executivos e formadores de opinião, a revista será gratuita, com tiragem inicial de 20 mil exemplares.
“A escolha da região baseou-se em pesquisas de mercado que apontam os moradores da região como maiores consumidores de artigos de luxo do estado de São Paulo e os 16os do Brasil. Focamos nossa distribuição para evitar que haja dispersão. Definimos o público com o qual queremos falar e é apenas com ele que falaremos”, explica Flavia, que também será diretora de Redação da publicação.
O projeto gráfico é assinado pelo diretor de Arte Joca Freire, duas vezes vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo. A redação conta ainda com, Fernanda Freire, ex-TV Alphaville (produtora), Carol Lima (repórter) e o experiente repórter fotográfico Cláudio Laranjeira, além do apoio de colaboradores. A revista, que começa a circular na próxima semana, contará ainda com versão para tablets e internet. O e-mail de contato é redacao@abordomagazine.com.br.
Estudo mostra mapa digital de protestos em tempo real
Estudo mostrou como o movimento se espalhou nas redes sociais e algumas características dos ativistas Por volta de 94 milhões de internautas brasileiros foram impactados pelo ativismo nas redes sociais associado às manifestações que se espalharam pelo Brasil nos últimos dias. Essa conclusão é resultado do Mapa Digital das Manifestações, estudo realizado quase em tempo real pelo Grupo Máquina PR com o uso da ferramenta Brandviewer, que analisou toda a movimentação no ambiente digital entre 4ª e 6ª.feiras (19 e 21/6) para identificar mensagens relacionadas aos protestos. Um infográfico animado mostrou a rápida propagação do assunto pela quase totalidade dos municípios brasileiros. O pico da mobilização aconteceu na 5ª.feira (20/6), entre as 18h e 23h, quando houve tensão e confrontos em diversas cidades, incluindo a tentativa de invasão do Palácio do Itamaraty. A rede mais utilizada foi o twitter (49,3% das citações), seguido de facebook (47,1%) e google+ (1,9%). Dos autores de posts, 55,9% eram homens. Com 80,1 milhões de usuários impactados, a principal hashtag sobre o assunto foi #vemprarua. São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília foram as cidades com maior participação de usuários em número de posts. O mapa faz parte dos esforços da agência para elaborar informes e cenários de impacto nos negócios de seus clientes. Para isso, mobilizou todas as equipes de sua agência digital Studio, de web, gestão de reputação e do núcleo de análises editoriais, que somaram mais de 40 profissionais. “Todos estavam perplexos e nós tínhamos de nos posicionar fora dessa perplexidade e tentar nos antecipar de algum modo”, diz Maristela Mafei, sócia da agência. Confira a seguir entrevista de Maristela a Eduardo Ribeiro, diretor deste Portal dos Jornalistas e de Jornalistas&Cia, sobre os reflexos desse movimento na comunicação das empresas e do próprio negócio do setor em si: Jornalistas&Cia – Como surgiu a ideia e o que levou a Máquina a monitorar as redes sociais nacionalmente a partir dos protestos dos últimos dias? Maristela Mafei – Todos sabiam que as redes sociais estavam sendo usadas para marcar os protestos e para difundir informações ao vivo, seja por meio de fotos, textos ou vídeos. Mas queríamos saber mais: quantas pessoas eram atingidas por essas mensagens? Como esse ativismo se propagava na rede? Qual o perfil desses internautas? Vimos que a manifestação nas redes foi um bom indicativo do que aconteceria nas horas seguintes e da amplitude dos protestos pelo País. J&Cia – Como se deu esse monitoramento? Que apoio ou tecnologia a agência adotou? Maristela – O monitoramento foi feito com base nas principais palavras-chave e hashtags associadas aos protestos. Ou seja, fizemos uma pesquisa aprofundada dos “gritos de guerra” virtuais e das expressões mais usadas, para que nada se perdesse, até porque havia outros temas importantes em evidência. Foi utilizado um software específico de monitoramento, mas o número de posts foi tão grande – rapidamente se aproximou de 1 milhão – que precisamos realocar um servidor específico para isso e depois substituí-lo por outro com capacidade ainda maior. Houve uma verdadeira avalanche de dados sobre esse ativismo digital e, no momento em que se fala tanto em big data, conseguimos reunir um conteúdo precioso. A tecnologia foi importante para processar e colocar à disposição essas informações, mas mostrou-se igualmente fundamental o time de profissionais de inteligência para tirar conclusões e montar perfis do movimento, já que um volume muito grande de informações dispersas não teria nenhum uso prático. J&Cia – Quais foram os resultados e principais descobertas desse monitoramento? Maristela – Apesar de ter partido do Sudeste e de algumas regiões do Nordeste, o movimento alastrou-se por praticamente todo o território nacional. Até Fernando de Noronha aparece no mapa de calor que fizemos (mostrando a hora das manifestações, na 5ª.feira passada). Ou seja, a adesão foi maciça. Há vários outros dados interessantes. J&Cia – Houve algum investimento especial ou a agência valeu-se de seus recursos tradicionais para fazer esse trabalho? Maristela – Houve esforços próprios e investimentos, mas adotamos uma política de não mais especificar valores. J&Cia – Eles prosseguirão nessas esperadas próximas etapas? Maristela – Neste momento estamos viabilizando parcerias para a continuidade. J&Cia – O que muda na comunicação das empresas com os protestos? Maristela – Eles provocam uma mudança na relação entre redes sociais e mídia. Antes, o clamor das redes só era “legitimado” quando saía na grande imprensa, que se abastecia de pautas nas redes e selecionava o que queria ou não repercutir. Como muito desse clamor ficava “de fora”, as pessoas foram em massa para as ruas. Sem saber, elas pautaram editorialmente os veículos. Isso é uma enorme reviravolta: acompanharmos até quando esse “controle” sobre a informação muda de eixo e terá que ser dividido, compartilhado. A mudança editorial da cobertura das tevês foi um indício disso. Parece-me que elas demoraram a se situar no começo, mas depois foram bastante ágeis e corresponderam à expectativa de quem as assistia. Foi uma agilidade espantosa para as circunstâncias das ruas. J&Cia – Quais os desafios para a comunicação corporativa nesse novo cenário, caso ele se consolide? Maristela – Na Máquina, nos últimos 18 meses, introduzimos o socialmidiavideo em escala comercial e com isso estamos tateando para fazer uma PR colaborativa e participativa. Essa história de disparar um único texto para um mailing de mil pessoas foi definitivamente enterrada. As empresas precisarão criar valor e conseguir fazer com que o seu público-alvo se sinta identificado com o que ela vai dizer, se sinta “participativo” da mensagem. Uma mudança que já vinha sendo sinalizada teve um enorme acelerador com os protestos. J&Cia – Isso significa mais investimentos, por parte das agências, em digital e recursos multimídia? Maristela – Não necessariamente; hoje existem milhares de ótimos parceiros e fornecedores nessas áreas, além do que as agências de publicidade investem fortunas nisso. O que precisa é de gente, nas agências de PR, que saiba utilizá-los, adequá-los às perspectivas de cada um de seus clientes e ajudá-los a redirecionar suas políticas de comunicação, se for o caso. Fizemos uma ótima, excelente parceria com a Brandweiser nesse sentido. Nosso mercado está aí. Os clientes podem ficar perplexos com o que veem à sua frente, mas nós precisamos tentar ajudá-los a entender e extrair disso informações de interesse o quanto antes.
Memórias da Redação – Ao repórter, ao amigo, adeus
O adeus a Ewaldo Dantas Ferreira Ewaldo Dantas Ferreira, de 87 anos, faleceu na tarde do último sábado (22/6), no Hospital Samaritano, em São Paulo, onde estava internado desde maio por causa de Mal de Alzheimer e outros problemas próprios da idade. Nascido em Catanduva, no interior do Estado, iniciou a carreira como revisor de jornais aos 18 anos, em Nova Friburgo (RJ), onde morava. Matriculou-se na primeira turma do curso de Jornalismo da Faculdade Nacional de Filosofia do Rio de Janeiro e mais tarde transferiu-se para a Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo. Dotado de grande formação humanística, além de lecionar Jornalismo trabalhou nos principais veículos de comunicação de São Paulo (Folha de S.Paulo, Estadão, Jornal da Tarde e Rede Bandeirantes), e no católico O São Paulo, exercendo muitos cargos de chefia, mas sempre que podia voltava à reportagem. Foi ele quem revelou o educador Paulo Freire ao Brasil, quando produziu extensa reportagem sobre o trabalho de alfabetização de adultos que este realizava em Angicos (RN). Dentre suas reportagens mais famosas está a entrevista com o nazista Klaus Altmann Barbie, o “carrasco de Lyon”, que localizou na Bolívia em 1972, um trabalho de repercussão internacional. Ewaldo foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo no começo da década de 1960, quando liderou, em 1961, uma greve que marcaria a história sindical da categoria; pela primeira vez no Brasil os jornalistas obtiveram o piso salarial – um exemplo que se estendeu por outros sindicatos Brasil afora. Nos últimos anos, enquanto teve saúde, dedicou-se a organizar, com Rogério Amato, atual presidente da Associação Comercial de São Paulo, e Guilherme Afif Domingos, vice-governador de São Paulo e atual ministro da Pequena e Média Empresa, a Rebrates (Rede Brasileira do Terceiro Setor) e o Movimento Degrau, programa de inserção de jovens em situação de risco pessoal ou social no mundo dos valores do trabalho. (Colaborou Sérgio Leopoldo Rodrigues) Sua missa de sétimo dia está marcada para este sábado (29/6), às 10hs, na Igreja do Santíssimo Sacramento (rua Tutoia, 1125). A missa será celebrada por Monsenhor Dario Bevilacqua, com quem Ewaldo trabalhou em O São Paulo, durante a ditadura. Reproduzimos a seguir, com a permissão do autor, o texto em que Carlos Brickmann, seu amigo e admirador, escreveu para o Observatório da Imprensa (http://migre.me/fbbap). A história desta semana é uma homenagem que Carlos Brickmann presta a Ewaldo Dantas Ferreira, falecido em 22/6. Ela foi publicada originalmente no Observatório da Imprensa (http://migre.me/fbbap) e a reproduzimos com a permissão do autor. Memórias da Redação – Ao repórter, ao amigo, adeus Não escrevo este texto para enterrar o amigo e mestre Ewaldo Dantas Ferreira, mas para louvá-lo. Como não louvar o repórter que levou um amigo judeu não praticante a colaborar no jornal O São Paulo, da Arquidiocese de São Paulo, mantido pelo cardeal d. Paulo Evaristo Arns como local de apoio aos direitos humanos e resistência à ditadura? E que, pouco depois, convenceu o amigo judeu a levar uma freira aos jogos finais do Campeonato Paulista de 1977, com 150 mil pessoas no Morumbi festejando a vitória do Corinthians contra a Ponte Preta e gritando, aos ouvidos pouco experientes da religiosa, “um, dois, três/ quatro, cinco, mil/ queremos que a Ponte vá (…)” – e frase que segue. Todos nós, jornalistas, conhecemos o Ewaldo repórter, presidente do Sindicato, jornalista full-time – uma de suas facetas mais estranhas, já que havia tempo no full-time para muitas outras coisas. Por exemplo, dialogar com o indialogável ministro da Justiça da ditadura, professor Gama e Silva, sobre a proibição do filme A Compadecida, obra-prima de George Jonas, com Zózimo Bulbul e Regina Duarte. O filme tinha sido proibido porque Bulbul, negro, fazia o papel de Jesus; e Regina Duarte, numa magnífica interpretação, fugia ao estereótipo da Virgem Maria diáfana, aquela que parece rezar o tempo inteiro, para representar Maria como a grande mulher que foi. Onde já se viu exibir tamanhos sacrilégios? E o Ewaldo, amigo dos amigos, amigo de Jonas, foi negociar com os demônios da ditadura a liberação da Virgem e de seu filho Jesus. Quais as áreas de interesse do Ewaldo? Todas: do pescador de Ubatuba que, por saber ler e escrever, foi enquadrado como subversivo por um delegado desconfiadíssimo desses intelectuais, ao político americano Nelson Rockefeller, que o considerava seu amigo pessoal e com quem se encontrava sempre que vinha ao Brasil. Interessava-se por educação – não apenas como tema jornalístico, mas convencendo o empresário Octavio Frias de Oliveira e o professor J. Reis, o notável intelectual que dirigia a redação da Folha de S.Paulo, a apoiar uma profunda reforma educacional no Litoral Norte paulista (o pessoal da ditadura acabou matando a proposta). E arranjava tempo para mostrar aos colegas do jornal certos desvios educacionais e jornalísticos, comuns na época, mas que não deixavam de ser desvios: por exemplo, uma mulher que tinha vários homens era prostituta, e o homem que tinha várias mulheres era herói. Ou que a frase “fulano foi assaltado por três negros” tem forte carga de preconceito. Informações confiáveis Trabalhar com o Ewaldo era fácil e difícil, tudo ao mesmo tempo. Um grande repórter, uma garantia de excelentes matérias; mas cheio de segredos, que deixavam a Redação na incerteza. Certa vez, no Jornal da Tarde, sumiu umas duas semanas (e, fosse outra a empresa, não fosse a presença forte e amiga de Ruy Mesquita, estaria na rua). Voltou com uma reportagem sensacional: a demonstração de que o Serviço Nacional de Informações (SNI), até então encarado apenas como um órgão de espionagem interna, era na verdade o principal instrumento político da ditadura, envolvido em todos os ministérios e em todas as decisões tomadas pelo governo. E por que o segredo? Ewaldo sempre temeu os vazamentos de informação. Confiava em pouquíssima gente, no quesito discrição. E achava – mais tarde lhe daríamos razão – que os serviços de espionagem interna do País se informavam sobre pautas e se preparavam para evitar que os repórteres encontrassem o que procuravam. Mas como trabalhar com um repórter muito bem informado, mas agitado a ponto de não ter tempo para escrever e, ainda por cima, chegado a um segredo? Uma das coberturas jornalísticas mais bem-feitas do Jornal da Tarde envolveu o derrame que vitimou o presidente Costa e Silva, a consequente prisão do vice, a ascensão dos ministros militares, a escolha pelos quartéis do novo presidente (que seria o então comandante do 3º Exército, general Emílio Garrastazu Médici), tudo mesclado ao sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick e à libertação de prisioneiros pelo governo em troca de sua liberdade. O Ewaldo conseguiu se colocar no meio das articulações e trazer, o tempo todo, informações de primeira linha. Escrevê-las, não dava tempo: ia de uma reunião para outra. A solução JT: Fernando Morais e eu, juntos, entrevistávamos o Ewaldo e, a quatro mãos, redigíamos sua matéria. E como lidar com informações explosivas cuja fonte ele não revelava de jeito nenhum? Simples: com o aval de Ruy Mesquita, informações que o Ewaldo trouxesse eram verdadeiras, sem necessidade de confirmações ulteriores. Se estivessem erradas, o jornal se corrigiria; e ele sofreria as consequências. Simples assim. Transplante acelerado Às vezes, as coisas não eram tão simples assim. Um dia, o Ewaldo me ligou e, no habitual tom de voz conspiratório, informou onde estava e o que fazia: “Estou na onça esperando o macaco”. Não se discute com doido. Se ele disse que está na onça esperando o macaco, é porque está na onça esperando o macaco. Alguns jornalistas de outra Redação, curiosíssimos para descobrir de onde o Ewaldo estava tirando tantas informações exclusivas, me perguntaram onde é que ele estava. Fui sincero: “Ele disse que está na onça esperando o macaco”. O Ewaldo chega, alguém brinca: “Então, o macaco esteve lá na onça?” Ele me olhou furioso. Mais tarde, cobrou: “Nós não tínhamos combinado que não haveria informação?” Tínhamos, Ewaldo. Mas você faria a gentileza de me explicar o que é estar na onça esperando o macaco? Ele tinha a certeza de ter sido claro. Vamos traduzir: “na onça” significa estar no centro dos acontecimentos, no lugar em que as coisas acontecem. O macaco é uma referência ao macaco do realejo, que entrega o papel da sorte preparado por seu dono. Traduzindo melhor: estava no centro dos acontecimentos (talvez alguma reunião de empresários com militares), aguardando um emissário que lhe traria uma informação exclusiva de uma fonte importante. Funcionava? Funcionava. Alguns anos depois, Fernando Morais fez para Visão uma grande reportagem sobre Cuba (que se transformaria no livro A ilha, seu primeiro best-seller). Mas, com o passaporte carimbado pelos cubanos, não poderia voltar ao Brasil sem ser preso. Foi Ewaldo, que dirigia a revista, que negociou a volta de Morais com os ministros Golbery do Couto e Silva e Armando Falcão. Demorou – é preciso lembrar que, numa ditadura, muita gente tem autoridade para prender, e frequentemente ninguém a tem para soltar. No final, tudo combinadinho, Fernando Morais recebeu na Argentina a ordem de cortar o cabelo, raspar a barba e tirar nova foto para passaporte. O passaporte velho deveria ser picado em pedacinhos e jogado na privada. O novo documento foi enviado ao consulado brasileiro em Buenos Aires, que colocou a foto. Com a nova foto, diferente da que constava no arquivo policial, e o novo passaporte, cujo número não batia com os do perigoso subversivo que deveria ser preso tão logo tentasse entrar no País, Fernando Morais retornou ao Brasil. Funcionou muitas outras vezes. Ewaldo soube que o Hospital das Clínicas de São Paulo estava se preparando para realizar o primeiro transplante de coração no País, pouco depois da operação pioneira do cirurgião Christiaan Barnard, na África do Sul. Mas havia alguns entraves. Ewaldo convenceu o Jornal da Tarde a colaborar com a equipe do cirurgião Euryclides de Jesus Zerbini – o que incluiu o envio de médicos à África do Sul, a importação de algum equipamento, a colocação do projeto em ponto de bala. O JT, com a equipe liderada por Ewaldo, fez de longe a melhor cobertura do transplante, das biografias do paciente João Ferreira da Cunha, o João Boiadeiro, e do doador, Luís Ferreira Barros, vítima de acidente de trânsito, à explicação técnica do que havia ocorrido e ao acompanhamento do caso até a morte do transplantado, por rejeição do organismo (ainda não havia remédios que a combatessem). Com Ewaldo ou sem Ewaldo, com JT ou sem JT, a brilhante equipe do Hospital das Clínicas acabaria fazendo o transplante. Mas, com o trabalho do jornal e do jornalista, o projeto se realizou mais cedo. História notável Ewaldo Dantas Ferreira conseguiu destacar-se no jornalismo numa época em que os notáveis eram monumentos como Nahum Sirostky, Alberto Dines, José Hamilton Ribeiro, Carlos Castello Branco, Jânio de Freitas, Reynaldo Jardim, Evandro Carlos de Andrade, Luís Edgar de Andrade, Fernando Gabeira, Luiz Orlando Carneiro; e também mais tarde, quando surgiram Ricardo Kotscho, Fernando Portela, Raymundo Pereira, Ricardo A. Setti, Augusto Nunes, José Nêumanne Pinto, Moisés Rabinovici. Havia talentos em quantidade; e, entre os mais talentosos, Ewaldo Dantas Ferreira. Cinema, educação, política, segurança nacional, muitas reportagens. E muitas extravagâncias. Certa vez, Ewaldo viu na rua um caminhão fazendo as maiores barbeiragens. Fechou o caminhão com seu carro, pulou nos degraus e tentou abrir a porta. O motorista, cuidadoso, tinha travado a cabine. Ewaldo então começou a socá-lo (segundo explicou mais tarde, queria livrar o mundo dos malucos). O motorista, talvez com o mesmo objetivo, reagiu acelerando o caminhão e tentando derrubar o passageiro em algum poste. O caminhão ficou bem arranhado, o Ewaldo se feriu e teve de levar alguns pontos no rosto. Os colegas que o levaram para casa quiseram primeiro avisar sua primeira esposa de que ele estava machucado, mas ele os tranquilizou: ela já estava acostumada. Assim que ela abriu a porta e viu o marido coberto de curativos, pontos e iodo, desmaiou. Mas extravagâncias, quem nunca as fez? Talvez ele tenha feito mais do que o habitual, apenas isso. Temperam uma história profissional absolutamente notável. Coisas do Tião Medonho. (Tião Medonho? Mas esta é uma outra história, que fica para outra vez.) N. da R.: J&Cia indica a leitura da entrevista que Ewaldo deu a Cecília Prada para a revista Problemas Brasileiros nº 380, de março/abril de 2007 (http://migre.me/faWk6).
Especial de J&Cia sobre Landell de Moura vai circular dia 1º
Jornalistas&Cia está preparando uma edição especial para marcar a passagem, neste domingo (30/6), do 85º aniversário da morte do padre Roberto Landell de Moura, primeiro homem a transmitir no mundo a voz humana pelo rádio. O especial, que vai circular na 2ª.feira (1º/7), trará um resumo da vida e da obra do cientista gaúcho, os esforços de J&Cia e do Movimento Landell de Moura pelo reconhecimento dos seus feitos e a cobertura do seminário De Landell à web – o futuro do rádio, que vai reunir profissionais da área na Câmara Municipal de São Paulo nesta 6ª.feira (28/6). O encontro será realizado na Sala Sérgio Vieira de Mello (viaduto Jacareí, 100), das 14h às 16h, e contará com as participações de Alexandre Machado (Cultura FM), Álvaro Bufarah (professor da Faap e integrante do Núcleo de Pesquisadores dos Cursos de Radiojornalismo), André Luís Costa (BandNews FM), Cal Francisco (assessor de Comunicação e professor de radiojornalismo da Uniban/Anhanguera), Filomena Salemme (ex-Rádio Estadão), Hamilton Almeida (biógrafo de Landell), Luiz Carlos Ramos (Rádio Capital), Milton Jung (CBN) e Nelson Breve Dias (EBC). O evento é gratuito e aberto a todos os interessados. Inscrições na Jornalistas Editora pelo e-mail perfil@dev.portaldosjornalistas.com.br ou 11-3861-5280, com Zeza Loureiro ou Vinícius Ribeiro. No dia 30, aniversário do falecimento, às 11h, haverá missa especial na Capela Santa Cruz de Santana (rua Voluntários da Pátria, 2.678), onde em 1898 o padre-cientista gaúcho tomou posse como pároco. A cerimônia será oficiada pelo cônego Antônio Aparecido Pereira, o padre Cido, vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação Social da Arquidiocese de São Paulo, colunista do jornal O São Paulo, e âncora do programa Bom dia, povo de Deus, da Rádio 9 de Julho, representando o cardeal-arcebispo Dom Odilo Scherer. A capela fica ao lado do local de onde, em 3 de junho de 1899, Landell fez sua primeira transmissão sem fio, documentada, da voz humana; hoje ali está instalado o Colégio Santana. Os principais feitos de Landell podem ser conferidos no documentário Padre Landell – Fé na ciência, que a TV Senado fez sobre ele (http://migre.me/fbiUL).
Pedro Venceslau deixa o Brasil Econômico e vai para o Estadão
Pedro Venceslau deixou o Brasil Econômico depois de três anos, dois deles como titular da coluna Mosaico Político, que ele criou e que foi publicada primeiro na página 3 e depois na 2, e começa na próxima 2ª.feira (1°/7) no Estadão, para cobrir política na editoria Nacional. Essa é a segunda passagem dele pelo jornal, onde de 2008 a 2010 atuou na coluna Direto da fonte, de Sonia Racy. Antes, editou a revista Imprensa e colaborou com diversas publicações, entre elas Jornalistas&Cia. No Brasil Econômico, a coluna Mosaico Político continua sendo publicada com a assinatura Redação.
CartaCapital apresenta novidades em seu portal
Em sequência ao projeto de transformar o site de CartaCapital em um portal, a página, sob o comando do editor Lino Bocchini, teve diversas novidades nos últimos dias, com os lançamentos dos blogs Caixa Preta, sob transparência governamental, de Patricia Cornils; de Felipe Milanez, ex-national Geographic, referência em jornalismo ambiental/indígena; e Feminismo Pra Quê, de Clara Averbuck e Nadia Lapa. Também migraram para a página os blogs Esporte Fino, de Fabio Chiorino, José Antonio Lima, Luiz Augusto Lima, Otavio Maia, Rodrigo Borges e Bruno Winkler, e Socialista Morena, de Cynara Menezes. O site também contou esta semana com a estreia do cartunista André Dahmer.
Imprensa não vivia momentos tão tensos desde a ditadura militar
Após mais uma semana de ebulição em todo o País, com multidões seguindo em protestos por ruas e estradas, arrastando atrás de si minorias de vândalos e saqueadores, a imprensa, de um lado, abriu cada vez mais espaços para a cobertura e, de outro procurou entender e explicar as manifestações. Na nossa área de especialização, o jornalismo, muitos profissionais têm-se dedicado nos últimos dias a essa tarefa de tentar desvendar os mistérios das ruas, ocupando espaços como o Observatório da Imprensa, o Diário do Centro do Mundo e o Blog do Nassif, apenas para citar alguns. Se tem sido árdua a tarefa de articulistas e analistas de imprensa, pior ainda é a de repórteres, cinegrafistas e outros profissionais encarregados das coberturas nas ruas, porque fazer jornalismo no Brasil nas últimas semanas tornou-se realmente uma atividade de risco. É sobre esse aspecto das manifestações, antes praticamente restrito a áreas bem conhecidas de banditismo e pistolagem, que J&Cia se debruça esta semana, trazendo como exemplo alguns casos que apuramos e outros noticiados em sites da nossa área, como Coletiva.net, Comunique-se e Portal Imprensa. O grande número deles e a frequência com que têm ocorrido mereceram o repúdio e pedidos de providências às autoridades brasileiras de entidades como Associação Internacional de Radiodifusão, Sociedade Interamericana de Imprensa, Repórteres sem Fronteiras, Fenaj e sindicatos de Jornalistas de todo o País, entre outras. O caso mais emblemático foi certamente o de 130 profissionais de Zero Hora – editores, colunistas, repórteres, fotógrafos, infografistas, administrativos, diagramadores, estudantes de jornalismo e profissionais de vídeo –, que nesta 2ª.feira (24/6) publicaram um inusitado manifesto em que pedem o fim de ameaças, alertam para os riscos do cerceamento à liberdade de imprensa e reafirmam o seu dever de informar. As ameaças partiram, segundo o Grupo RBS, de grupos isolados que pretendiam depredar a sede da empresa em Porto Alegre nas manifestações dos dias 17 e 20 e entraram em confronto com a Brigada Militar. No texto, os funcionários lamentam que em meio aos protestos contra o aumento da tarifa do transporte coletivo seu local de trabalho seja alvo de ameaças de “uma minoria violenta e radical”. “(…) queremos trabalhar, queremos ouvir o público. Queremos cobrir as manifestações da forma mais plural possível. É nosso papel e nossa forma de contribuir para a evolução da sociedade. Mas não podemos aceitar que nossa integridade física esteja ameaçada”. Cirurgia plástica Em Niterói, na noite de 19/6, Vladimir Platonow, trabalhando para a Agência Brasil, ao gravar cenas de manifestantes que se refugiaram no Terminal Rodoviário da cidade, foi impedido por seguranças que tentaram tirar sua câmera e, não conseguindo, o espancaram. O cinegrafista Murilo Azevedo, também da EBC, foi atingido na rua por uma bomba de gás lacrimogêneo disparada pela polícia. No dia seguinte, no Rio, em nota sobre as agressões aos jornalistas, o Sindicato do Município registrou mais baixas: o repórter Pedro Vedova (Foto), da GloboNews, foi ferido na testa por uma bala de borracha (veja relato dele em http://migre.me/fbkTR), o que também aconteceu com Marcelo Piu, fotógrafo de O Globo. Vedova foi levado ao hospital e fez uma operação plástica. Por obra de vândalos que se infiltraram nas manifestações, Mônica Puga foi atingida por uma lixeira e Ernesto Carriço, da Fotografia de O Dia, ferido por uma pedrada na cabeça. Na mesma 5ª feira, um carro do SBT, estacionado próximo à Prefeitura, teve os equipamentos roubados e foi incendiado em seguida. Os profissionais estavam em campo e não foram atingidos. As moções de repúdio foram muitas: da ABI, juntamente com a OAB e a Arquidiocese do Rio, que em nota conjunta defenderam as manifestações, repeliram os atos de violência e pediram serenidade em um momento de ânimos exaltados; dos decanos e diretores da UFRJ, à “violência generalizada e descontrolada”; da Abert, que considerou “um grave atentado ao livre exercício do jornalismo”; e a nota do Conrerp, que fala em “um gap entre governantes e governados”. E as interpretações se sucederam. Esta semana, o Rio de Janeiro voltou à sua “normalidade”: na 2ª.feira (24/6), na favela da Maré, depois da morte de pelo menos dez pessoas, sendo três moradores, um policial do Bope e seis suspeitos de envolvimento com o tráfico, a reportagem viu chegar um carro blindado para garantir a segurança na região. No Leblon, de frente para o mar, ainda há manifestantes acampados, em barracas, diante do prédio, fortemente protegido, em que mora o governador. Na 3ª, já que estavam tão próximos, cerca de mil moradores da favela da Rocinha desceram até o local para um protesto pacífico, sem motivo definido. Revólver na barriga A Esplanada dos Ministérios e o gramado do Congresso Nacional foram palcos da maior marcha realizada na Capital Federal na última 5ª.feira (20/6), que reuniu cerca de 30 mil participantes. Além das bandeiras das anteriores, manifestantes protestaram contra dois projetos votados recentemente pelo Congresso – o do ato médico, aprovado pelo Senado; e o que permite o tratamento da homossexualidade, aprovado pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Em um dos momentos mais dramáticos do ato público, segundo relato do Sindicato dos Jornalistas local, mas sem revelar nomes, um repórter-cinematográfico da EBC foi ameaçado de morte com um revólver na barriga para não continuar filmando a movimentação que resultou na invasão do Palácio do Itamaraty. E um repórter foi arrancado do veículo de reportagem, tendo que correr dos manifestantes para evitar agressões. Na mesma linha, uma bandeira contra a Rede Globo foi levantada por manifestantes, que gritavam “mídia fascista, sensacionalista”, para os repórteres de televisão. Um jornalista da Rede TV foi ferido com uma garrafada na cabeça. No mesmo dia, em São Paulo, Fábio Pannunzio, da sucursal Brasília da Band, teve seu microfone arrancado durante a cobertura da manifestação. O repórter declarou que “teve o privilégio de comemorar seu aniversário na Praça da Sé e na Avenida Paulista em meio a uma festa magnífica”. Mas como nem tudo são flores e felicitações, contou também que ouviu, durante as comemorações e o ato, xingamentos e ofensas do tipo “imprensa burguesa”, “imprensa golpista”, “jornalista escroque”, “manipulador fascista” e até “filho da puta”. Indenização de R$ 700 mil Em São Paulo, a direção do Sindicato dos Jornalistas manifestou intenção de entrar com ação coletiva por danos morais contra o Governo do Estado em razão das agressões aos profissionais de imprensa durante as manifestações contra o reajuste das tarifas do transporte público. No dia 20, os jornalistas Fernando Mellis, do Portal R7, Gisele Brito, da Rede Brasil Atual, e Aline Moraes, da TV Brasil, estiveram no Sindicato respondendo à convocação da entidade para analisar as ações judiciais. Também compareceu a esposa de Sérgio Silva, da Futura Press, que foi atingido por uma bala de borracha no olho, apresenta lesões oculares e fraturas de órbita e tem grandes chances de perder a visão. O fotógrafo já decidiu que pedirá R$ 700 mil de indenização ao Estado. Em Campinas, no interior, os atos se repetiram. Ao todo sete profissionais de comunicação foram agredidos, por policiais ou por manifestantes. Outros casos Em Salvador, o repórter Tiago Di Araújo e a equipe do site iBahia conseguiram recuperar as fotos que ele havia sido obrigado a apagar em 22/6, enquanto cobria manifestações na cidade. Segundo o Portal Imprensa, as fotos registravam a prisão de manifestantes por policiais. O repórter foi abordado por alguns deles, que o obrigaram a apagar as imagens. No entanto, o cartão de memória ficou na máquina e com a utilização de programas foi possível recuperar as fotos. Também no dia 22, a repórter Adria Rodrigues, da TV Guará, de São Luís, foi agredida por um grupo que queria impedir que cenas de vandalismo fossem filmadas no centro da cidade. E na 2ª.feira (24), Honório Jacometto, da TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo em Goiás, foi agredido durante a manifestação que ocorria no Centro de Goiânia.
Juca Kfouri é internado com suspeita de AVC
Após ser internado na noite desta 3ª.feira (25/6) com suspeita de uma isquemia cerebral aguda – interrupção do fluxo sanguíneo em uma ou mais artérias que nutrem o cérebro –, Juca Kfouri, colunista da Folha de S.Paulo e comentarista dos canais ESPN, tem quadro estável, mas sem previsão de alta. Segundo confirmou uma fonte deste Portal dos Jornalistas, ele estava jantando em Belo Horizonte com o também colunista e comentarista Tostão, quando começou a passar mal. Tostão, que também é médico, logo percebeu os sintomas e o levou até o hospital Mater Dei, na região Centro-Sul da capital mineira. A notícia de sua internação foi inicialmente divulgada na tarde desta 4ª.feira pelo repórter Álvaro Castro, do jornal Hoje em Dia, e quinze minutos depois o hospital emitiu comunicado oficial sobre o seu estado de saúde: “O Hospital Mater Dei informa que o senhor Juca Kfouri deu entrada no Hospital no dia 25 de junho, às 22h. Nesse momento, o paciente encontra-se internado no Centro de Tratamento Intensivo – Unidade Cardiovascular. O diagnóstico inicial foi isquemia cerebral aguda. Respondeu ao tratamento instituído com desaparecimento completo dos sintomas apresentados. Encontra-se lúcido, consciente, com absoluta estabilidade hemodinâmica (pressão arterial e frequência cardíaca estáveis) e sem déficits neurológicos. No momento, Juca Kfouri submete-se a exames especializados de rotina. Não há previsão de alta. Ele mesmo informa que será desfalque no jogo entre Brasil e Uruguai. Dr. Marcos Andrade – Coordenador da Unidade de Terapia Intensiva – Serviço de Cardiologia. Dr. Anselmo Dornas – Coordenador Clínico da Unidade de Terapia Intensiva”