Está previsto para julho o lançamento da Top Carros, publicação da Editora Todas as Culturas – que já edita as revistas Top Magazine e Top Destinos – que deverá se posicionar como uma nova opção no mercado de revistas com foco em veículos premium. A coordenação do projeto é de Fernando Calmon, que contará com textos produzidos por um experiente time, formado por Bob Sharp, Josias Silveira, Luís Perez, Eugênio Brito e Claudio Luis de Souza. Com tiragem de 20 mil exemplares, aproximadamente 160 páginas, e distribuição por mailing dirigido e bancas, no início a revista não terá periodicidade fixa, mas a previsão é de que uma segunda edição seja veiculada ainda neste ano, entre os meses de novembro e dezembro. “Nossa ideia é produzir uma revista de muita qualidade, mas que irá crescer à medida que o próprio mercado crescer”, explica Calmon. “No ano que vem, em que já teremos o lançamento da fábrica da BMW, pretendemos produzir mais três ou quatro edições, e projetamos que o título deverá estar consolidado já em 2016, com o início das operações das fábricas de Mercedes-Benz, Audi e Land Rover. É um segmento que, diferentemente da área automotiva como um todo, continua em franco crescimento no Brasil”.
Condenação do chargista Duke gera manifestações em MG
Continua gerando manifestações de repúdio o processo que envolve o chargista Duke, de O Tempo. A ABI divulgou carta em solidariedade a ele e de rejeição ao cerceamento da liberdade de expressão contra a charge brasileira. Duke foi considerado culpado, em segunda instância, pela 11ª Câmara Cível do TJMG, após a publicação de uma charge relacionada ao jogo Cruzeiro e Ipatinga, válido pelas semifinais do Campeonato Mineiro de 2010. A Sempre Editora, proprietária do jornal, e Duke foram condenados a pagar indenização de R$ 15 mil ao árbitro da partida, que se sentiu ofendido com a ilustração (veja ao lado). Em nota, a empresa disse que solicitará um embargo declaratório e, caso ele seja negado, entrará com um recurso no STJ, em Brasília. Leia mais + Abraji condena prisão de repórter no Rio de Janeiro + Comissão aponta torturas a menos de 1km do Planalto na ditadura + Laerte publica charge semanal na página de Opinião da Folha
Jornalistas e parlamentares divergem sobre regras de cobertura das eleições
Jornalistas e deputados discordaram sobre a necessidade de regulação do trabalho da mídia durante as eleições na 9ª Conferência Legislativa sobre Liberdade de Expressão, em 13/5, na Câmara dos Deputados. Fernando Rodrigues, da Folha de S.Paulo, questionou os deputados Cândido Vaccarezza (PT-SP) e Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS) sobre a legislação que obriga as emissoras de rádio e tevê a convidarem para participar de debates eleitorais todos os candidatos a um determinado cargo no Executivo. Ele argumentou que alguns candidatos não têm interesse para o eleitor e que o melhor critério para decidir isso seria o jornalístico. Os parlamentares até concordaram que as regras poderiam ser revistas, mas defenderam a participação de todos. Sobre o marco civil da internet, os deputados se mostraram contrários à medida, e Vaccarezza afirmou que é normal no processo legislativo serem aprovados dispositivos que poderão passar por reformas futuramente. Ele defendeu a autorregulação jornalística para proteger, por exemplo, o direito à privacidade do indivíduo. O jornalista norte-americano Robert Boorstin, consultor de estratégia política e mídias digitais, elogiou a aprovação do marco no Brasil, mas se disse contrário a limitações na liberdade de expressão na rede e a qualquer norma que oriente a mídia na divulgação das eleições. Diego Escosteguy, de Época, declarou-se preocupado com a manipulação dos eleitores pelos candidatos na campanha deste ano. Para ele, as pessoas que começaram a usar a internet há pouco tempo ainda não sabem em quem confiar na rede, e criticou os blogs financiados pelo governo: “A imprensa profissional tenta manter um nível de qualidade e conservar o debate dentro desses parâmetros… O que a gente vê é que existe uma arena enorme na internet de pessoas e grupos políticos que não se fiam por essas regras”. Leia mais + Paulo Celso Pereira é o novo coordenador de Política do Globo no DF + Diana Fernandes deixa a sucursal de O Globo em Brasília + Grupo Estado tem mudanças em São Paulo, Brasília e Rio
Projeto Mural, da Folha de S.Paulo, recebe inscrições até 31/5
O Mural, projeto da Folha de S.Paulo com mais de três anos de atividade e que traz notícias dos bairros mais afastados de São Paulo publicadas por correspondentes locais, está com inscrições abertas para seu novo processo seletivo.
Para participar, os candidatos a blogueiros devem ter 18 anos ou mais e morar em bairros periféricos da capital ou de cidades da Grande São Paulo. Os interessados deverão enviar até 31/5 currículo com endereço completo e dois textos para [email protected].
As redações deverão ser compostas por um texto sobre os motivos para participar do projeto e uma reportagem sobre o bairro do candidato. Nos dois casos, os textos deverão conter até 2.500 toques, com espaços.
O adeus a Mylton Severiano da Silva, o Myltainho
Vítima de infarto na noite da 9/5, faleceu em Florianópolis Mylton Severiano da Silva, o Myltainho, que ultimamente atuava como editor de textos do Almanaque Brasil de Cultura Popular (revista de bordo da TAM). Sentiu dores no estômago à tarde, foi ao médico, voltou para casa e morreu do coração. Seu corpo foi transferido para São Paulo, onde foi enterrado no Cemitério Getshêmani. Myltainho nasceu em Marília, interior de São Paulo, em 10 de setembro de 1940.
Aos nove anos de idade publicou no jornal Terra Livre o primeiro texto, sobre as condições em que vivia um casal de camponeses na Fazenda Bonfim. Abandonou o curso de Direito no segundo ano e iniciou a carreira na Folha de S.Paulo, na década de 1960. Trabalhou em publicações como O Estado de S.Paulo, Jornal da Tarde, Quatro Rodas, Realidade, TV Globo, TV Cultura, TV Tupi, TV Abril, A Nação, O Jornal, Panorama (Londrina/PR), Brasil Extra, Extra-Realidade Brasileira (participou da criação desses três últimos) e Caros Amigos, onde foi colunista e editor-executivo até 2009, dentre outros.
Indicado ao Jabuti na categoria Reportagem pelo livro Se liga – o livro das drogas (Record, 1997), também escreveu outras obras, como a biografia João XXIII: Um século de boa vida, em parceria com Jorginho Guinle; Paixão de João Antônio, Nascidos para perder – História do jornal da família que tentou tomar o poder pelo poder das palavras (sobre o Estadão e a família Mesquita), Realidade, a revista que virou lenda, e colaborou na edição e produção de Honoráveis bandidos e O príncipe da privataria, de seu amigo Palmério Dória.
Fora do jornalismo, formou-se acordeonista em Marília e ia lançar seu disco este mês. Deixou mulher e três filhos. Sobre ele, o amigo Ricardo Kotscho publicou uma homenagem em seu Balaio do Kotscho, que reproduzimos com a devida autorização: Miúdo e franzino, meu amigo Myltainho era um valente e inconformado guerreiro na luta contra as injustiças sociais, a hipocrisia, as maracutaias, o autoritarismo, a intolerância, a violência, o mau-caratismo, todas essas desgraças das quais ainda não conseguimos nos livrar.
Para combater tudo o que achava errado, usava como arma apenas as palavras, dono que era do melhor texto da imprensa brasileira, um incansável artesão forjado nas redações para transformar pedra bruta em finos diamantes. Repórter, redator, editor, escritor, criador de publicações, Mylton Severiano da Silva se foi na noite de 6ª.feira, aos 73 anos, em Florianópolis. À tarde, tinha ido ao médico, sentindo fortes dores no estômago. Receitaram-lhe um remédio e o mandaram de volta para casa.
Pouco tempo depois, morreu de infarto. Acabou sendo vítima de uma das muitas mazelas que não se cansava de denunciar: a negligência e a incúria nos serviços de saúde. Devo a esse brasileiro de fé e compromisso com seu povo meu primeiro emprego na grande imprensa, nos anos 60 do século passado. Se sou jornalista até hoje ele é o culpado. Myltainho já era uma das estrelas da lendária revista Realidade.
Naquela manhã de 2ª.feira, como só ele estava na redação, entreguei-lhe o bilhete do meu primo Klaus, recomendando-me para um emprego na melhor publicação brasileira de todos os tempos. Era muita pretensão minha… Por cima dos óculos de aro fino, olhou-me bem e abriu um sorriso, incrédulo, dizendo mais ou menos assim: “Meu filho, você é muito novo, está começando agora. Aqui só tem craque, é a seleção brasileira do jornalismo… Tem que ralar primeiro em jornal, depois você volta…”. Vendo minha cara de decepção, logo encontrou um jeito de ajudar e me encaminhou para o Estadão, ali perto, onde um amigo dele, Aloísio de Toledo Cesar, era o chefe da Reportagem da manhã.
Comecei no mesmo dia, trabalhei mais de dez anos no jornal e estou ralando até hoje, mas a Realidade acabou bem antes que eu pudesse criar coragem de pedir novamente uma vaga naquele time. Myltainho era assim: sempre solidário, disposto a ajudar os outros, mesmo que fosse um jovem desconhecido. Mais tarde, nos cruzamos em outras redações da vida, ficamos amigos, cúmplices e confidentes, rimos muito juntos nas vitórias e choramos as derrotas da nossa geração, na gangorra do último meio século.
Humilde, sem nunca perder a altivez, só faltava ele pedir desculpas quando mexia num texto, invariavelmente para torná-lo melhor. Foi tão rica sua trajetória como jornalista, iniciada aos nove anos, no Terra Livre, publicação de Marília, no interior paulista, onde nasceu, com reportagem sobre as condições de trabalho numa fazenda da região, que não cabe contar essa história no espaço de um blog.
Estou muito triste para continuar escrevendo sobre uma das figuras mais admiráveis que tive a ventura de conhecer neste ofício de contar histórias dos outros. Para quem quiser saber mais sobre a vida e a obra de Mylton Severiano da Silva, recomendo a belíssima homenagem prestada a ele no comovente texto de Luana Shabib publicado pelo site da revista Brasileiros, onde também trabalho: http://migre.me/jaJCN. Vai com Deus e descansa em paz, meu velho e bom amigo.
MEC rejeita inclusão da história de Landell no Ensino Fundamental
Sob a alegação de que não cabe à União decidir sobre o assunto, o MEC enviou correspondência a Jornalistas&Cia informando da recusa ao pedido que o diretor Eduardo Ribeiro fez no último dia 4/4, por ofício em nome do Movimento Landell de Moura, de inclusão, no currículo escolar obrigatório do Ensino Fundamental, dos feitos científicos do padre Roberto Landell de Moura, inventor do rádio e responsável pela primeira transmissão da voz humana realizada no mundo. O ofício, endereçado ao ministro Henrique Paim, estava acompanhado de um dossiê com farta documentação para respaldar o pedido. Confira a seguir as justificativas do MEC para a recusa, em correspondência assinada por Soraya Cardoso Santos, do Apoio Jurídico da Diretoria de Currículos e Educação Integral da pasta: “1. De ordem da Senhora Diretora de Currículo e Educação Integral, e em atenção à sua correspondência encaminhada ao Ministro de Estado de Educação, em que sugere a inclusão da vida e obra do inventor do rádio, Roberto Landell de Moura, no currículo escolar obrigatório do ensino fundamental, informamos que, embora se trate de proposta meritória, deve se observar que a legislação assegura que a organização curricular deve ser de acordo com a realidade de cada instituição educativa, não cabendo à União tal imposição. 2. Nesse diapasão, se destaca que, no que tange à organização do currículo da educação básica, a Lei nº 9.394/1996, denominada Lei de Diretrizes e Bases de Educação – LDB, em seu artigo 26, dispõe o seguinte: Art. 26. Os currículos […] devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. 3. No mesmo sentido, se observa, também, que a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, em seu Parecer CNE/CEB 22/2004, de autoria do Conselheiro Arthur Fonseca Filho, entendeu que: Após a promulgação da Lei 9394/96, de 20 de dezembro de 1996 e, especialmente com a aprovação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio fica absolutamente definido que não convém a inclusão compulsória de disciplinas, a partir de decisão normativa federal, nos currículos das Escolas de Educação Básica. 4. Assim, se verifica que a LDB é clara no sentido de confiar à escola a responsabilidade de se autoconduzir, a começar pela tarefa de produzir sua proposta pedagógica. 5. Deve se observar, também, que as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio dão especial tratamento à organização da escola na dimensão do seu planejamento, envolvendo de maneira geral, a comunidade escolar e, particularmente, os professores, na determinação de sua proposta. 6. No que se refere ao tratamento curricular de disciplinas e conteúdos, ressalvado o delimitado pela base comum nacional, cabe à escola – de acordo com a realidade em que está inserida, sua condição de organização do trabalho pedagógico e a compreensão da sua função social – estabelecer o tratamento a ser dado à formação de valores e hábitos que constituirão a formação da criança e do jovem. 7. Nesse sentido, a apresentação de tais proposições exige organização pedagógica visando à inserção de temáticas no trabalho educativo, exigindo preparo e delineamento de ações no sentido de evitar a improvisação e a falta de profundidade dos conteúdos a serem tratados, aspectos que inviabilizam os objetivos propostos. 8. Por fim, compreendendo-se que a inserção de componentes curriculares é incumbência dos sistemas estaduais, municipais e da escola, no tratamento da sua proposta pedagógica, e que referido tema deve ser tratado pelas instituições escolares de acordo com seu projeto pedagógico, informamos que se manifesta contrariamente à proposta apresentada.” Leia mais + Eliseu Gabriel propõe história de Landell na rede municipal de São Paulo + Vereador propõe história de Landell nas escolas de Porto Alegre + MEC recebe dossiê sobre Landell de Moura
Encontro de Jornalistas discute a relação entre políticas públicas e comunicação
Em um evento que se dividiu entre a discussão de políticas públicas e sociais para populações mais carentes do semiárido brasileiro, e os desafios para divulgar essas iniciativas junto à imprensa brasileira, a cidade de Natal recebeu na última semana a oitava edição do Encontro de Jornalistas, iniciativa promovida pela Fundação Banco do Brasil. Com o tema Desenvolvimento social e políticas públicas – Os desafios da comunicação, o encontro reuniu cerca de 80 jornalistas de várias regiões do País para apresentar projetos de captação e armazenamento de água em regiões que historicamente sofrem com a seca. Como exemplo dessas iniciativas, a edição debateu a importância das chamadas cisternas de placas, que hoje abastecem cerca de 700 mil residências naquela região e que permitem uma autonomia de fornecimento de água para consumo, capaz de atender a uma família de cinco pessoas por até oito meses sem chuva. Mas assim como na edição do ano passado em Manaus, o encontro mais uma vez ressaltou a importância e o papel da mídia para a difusão dessas iniciativas junto às populações mais afastadas dos grandes centros. Dos cinco painéis programados para o evento, dois tiveram temáticas relacionadas à atividade jornalística. Uma das moderadoras do evento, a repórter especial do Diário do Nordeste Maristela Crispim, ressaltou a relevância e a grande quantidade de notícias e fatos que o semiárido brasileiro pode oferecer para os veículos de imprensa: “É um mundo de pautas, já que temos o semiárido mais populoso do planeta. São muitas realidades e histórias diferentes, que rendem um vasto material jornalístico”, destacou a profissional, que justamente em uma dessas viagens pela região produziu a reportagem Retrato sertanejo: esperança e convivência. Vencedor do Grande Prêmio J&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade em 2011, o trabalho mostrou a vida em várias comunidades, de Minas Gerais até o Piauí, passando por nove estados. > Embora a região possa ser vista como rica em pautas para os jornalistas, a presença desses profissionais na cobertura das iniciativas locais é defendida por ONGs e entidades como estrategicamente essencial pelo seu caráter social de informação à população. “Notícia é informação que vira conhecimento, e o conhecimento é muito valioso para essas pessoas que vivem em realidades diferentes da nossa”, destacou a secretária executiva da Rede Nacional de Mobilização Social (COEP) Gleyse Peiter. “Pensando por esse prisma, ressalto três pontos que mostram como a participação da imprensa é fundamental para o desenvolvimento dessas políticas: ela se mostra essencial para levar ao público carente conhecimento sobre os direitos que ele tem e irá exercer; para promover as boas ações e exemplos, porque é por meio dessa divulgação que outras pessoas podem se espelhar e promover por si mesmas a mudança em suas vidas; e pela importância da mídia no fortalecimento da participação social, aprofundando essa discussão no cotidiano das pessoas e fazendo com que o tema sustentabilidade esteja sempre presente também em outras editorias”. Apesar do apelo por uma presença maior do tema entre a imprensa, Gleyse reconhece que o crescimento de espaço que o assunto teve nos últimos anos é bastante satisfatório: “Quando comecei minha atuação em projetos sociais, em 1993, o espaço que a mídia dava para esses temas era praticamente nulo, e desde então isso evoluiu muito. Essa trajetória faz com que a gente acredite que essa abordagem irá crescer ainda mais nos próximos cinco ou seis anos”. Também presente ao encontro, a editora do Empreendedor Social da Folha de S.Paulo Paula Leite destacou algumas pesquisas recentes da publicação que mostram uma demanda dos leitores por maior número de matérias positivas, entre elas as de sustentabilidade e relacionadas a projetos sociais de sucesso: “Mas não é porque a gente cobre esse tema que temos que deixar de lado nosso senso crítico. Quando vamos conhecer um projeto ou uma ONG, por exemplo, temos que olhar com o critério jornalístico e sempre nos perguntar o que aquilo tem de novo, de relevante, e quantas pessoas efetivamente irá afetar. Tem muita gente fazendo bons projetos, mas nem todos são inovadores e nós, como jornalistas, temos que mostrar algo que seja inovador, algo que mude a forma como as pessoas encaram as coisas”. Ainda que haja necessidade de manter essa posição mais crítica, Paula reconhece que questões relacionadas ao semiárido poderiam aparecer com mais frequência na mídia. “A cobertura ocorre quando a seca já chegou. Não existe cobertura de projetos de sustentabilidade e de outros que estão acontecendo nesses lugares”. O encontro foi encerrado pelo diretor responsável da revista Envolverde Dal Marcondes, que falou sobre a atual situação da imprensa especializada em políticas sociais e sustentabilidade: “Estamos em um momento fantástico para promover a divulgação desses temas. Com pouco investimento, é possível acompanhar o segmento pelas novas mídias digitais. No nosso caso, por exemplo, com um investimento médio de R$ 12 mil mensais chegamos a atingir números de visitações que muitas publicações mais antigas e consolidadas não conseguem”. *O repórter viajou a Natal a convite da Fundação Banco do Brasil
?Não há desculpa para quem quer fazer jornalismo sério?,diz Batista de Andrade
“Em pleno estado de direito democrático, as redações não investem mais na grande reportagem. Motivo? Além das limitações de ordem financeira, acho que falta disposição para ir a campo, ouvir as pessoas e não depender das informações de gabinetes”. As declarações são do cineasta e jornalista João Batista de Andrade, que palestrou nesta 3ª.feira (13/5) do Ciclo de Debates em Comunicação da Câmara Municipal de São Paulo, sob coordenação de Eugênio Araújo e com a participação de Joana Puntel, pesquisadora e coordenadora do Curso de Jornalismo da Fapcom. Criador e ex-diretor do Globo Repórter, João Batista – atualmente na Presidência do Memorial da América Latina, em São Paulo –, revelou ainda que muitas reportagens especiais foram vetadas, nos anos 1970, inclusive sob ordem expressa do ex-presidente João Figueiredo. “Reportagens que mostravam a miséria real das periferias eram, simplesmente, proibidas pela censura militar”. No final de sua fala, ele deu um conselho aos novos profissionais: “Não há desculpa para quem quer fazer jornalismo sério e flagrar os problemas cotidianos. Sempre haverá formas criativas para driblar a censura ou a burocracia de redações”.
Veículos paulistanos bancarão treinamento de segurança a jornalistas
Em reunião em 14/5, o grupo de trabalho formado por representantes do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e do Sindicato Patronal de Jornais e Revistas decidiu que as empresas paulistanas bancarão o treinamento de profissionais de veículos impressos para coberturas de risco. Esse treinamento será realizado em 27/5, das 9h30 às 13h, pelo instrutor Ryan Swindale, membro do International News Safety (INSI), que soma 23 anos de experiência na capacitação de jornalistas que trabalham em ambientes hostis e de risco. Segundo o SJSP, o evento terá tradução simultânea e dará orientações sobre como o jornalista deve se comportar, por exemplo, durante manifestações. São 130 vagas para profissionais de jornais e revistas, que devem ser indicados pelas empresas. O Sindicato pretende negociar as mesmas condições para trabalhadores de rádio e tevê, bem como para os de interior e litoral. Além do treinamento, já está acordado que as empresas devem colocar à disposição equipamentos básicos de segurança, como óculos de proteção, capacete e máscara contra gás lacrimogêneo. A negociação inclui também equipamentos para eventos de alta gravidade, tais como capacete balístico e colete à prova de balas. Mais informações no 11-3217-6299. Leia mais + GT recomenda criação de Observatório de Violência contra Comunicadores + Empresas de SP fornecerão equipamentos de segurança a jornalistas + Segurança em pauta
Reformulação em Veja SP leva a promoções e contratações
Alexandre Nobeschi, Patrícia Colombo e Ana Carolina Soares começam na revista. Sérgio Ruiz Luz, Daniel Bergamasco e Marcelo Ventura assumem novas funções. A redação de Veja SP passou recentemente por um importante processo de integração entre suas plataformas impressa e digital, inclusive com mudanças em sua equipe. Após três anos como editor executivo, Sérgio Ruiz Luz foi promovido a redator-chefe, ampliando sua participação nas várias frentes da marca; e Daniel Bergamasco, que passou a editor sênior, coordena agora o dia a dia do site, mas também segue atuando na edição impressa. Ainda com a reformulação, o editor executivo Marcelo Ventura assume funções mais estratégicas, como a coordenação de projetos especiais e a busca de parcerias para o site, mas continua responsável pelo Roteiro da Semana, editado por Meriane Morselli. Para a vaga de Amauri Soares, editor do site, que deixou a casa, foi contratado Alexandre Nobeschi. Ele estava na revista da TAM e antes integrou por dez anos a equipe da Folha de S.Paulo, onde chegou a ser editor do Painel do Leitor e de Esportes. Na equipe de reportagem, destaque para a chegada de Patrícia Colombo (ex-UOL e Rolling Stone) para ocupar a vaga de Mayra Maldjian e de Ana Carolina Soares, que fazia parte da equipe de Contigo desde 2003 e será transferida em junho ocupando vaga da repórter Angela Pinho, que foi para Cotidiano da Folha. Leia mais + Top Etanol divulga os vencedores + Jaime Klintowitz deixa Veja + Repórter Brasil: imprensa falha ao retratar tráfico de pessoas






