Fernando Henrique de Oliveira está processando a CNN Brasil após alegar ter sofrido racismo na emissora. O profissional, que atuava para a empresa na redação de Nova York, argumenta que teria sido orientado a mudar seu cabelo (ele usa dreads) por “estar em descompasso com a atividade”. As informações são do Alma Preta.

No processo, Fernando relata várias situações de desigualdade em comparação aos colegas brancos no trabalho. Em uma delas, a emissora teria explorado o fato de ele ser negro ao convidá-lo para falar publicamente sobre o assassinato de George Floyd, algo que seus colegas não precisaram fazer. Além de diferenças salariais significativas, alega ter sido submetido a tarefas mais perigosas ou de menor relevância.

Ele ainda cita que, por ser negro, teve que carregar equipamentos para gravações externas e atuar como segurança de uma colega branca. Além da denúncia de racismo, o processo inclui fraude contratual, jornada de trabalho excessiva, acúmulo de funções, adicional de transferência e fraude na obtenção de visto de trabalho nos Estados Unidos.

A CNN Brasil negou as acusações de discriminação, afirmando que Oliveira não era o único a usar dreadlocks e que a relação com ele era apenas comercial. A emissora argumentou que outros jornalistas negros com o mesmo estilo capilar trabalhavam lá e que sua demissão foi por cortes de gastos.

O juiz José Celso Bottaro, da 80ª Vara do Trabalho, julgou que as provas apresentadas pelo jornalista são insuficientes para comprovar a discriminação racial, considerando que as diferenças salariais e a menor exposição na televisão decorriam de diferenças nas funções dos cargos. A defesa de Oliveira recorreu e o caso irá a julgamento novamente, porém sem data definida.

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