Os jornais baianos A Tarde e Massa, do Grupo A Tarde Comunicação, decidiram em assembleia paralisar as atividades nestas terça e quarta-feiras (8 e 9/3), em protesto a três meses de atrasos salariais.

Parte da redação ainda não percebeu o vencimento de dezembro de 2021 e a direção da empresa sinalizou com o pagamento de janeiro de 2022 apenas em abril. Além disso, aqueles que têm contrato CLT não receberam o 13º salário, pelo sexto ano seguido.

Na última reunião de conciliação com o Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba), segundo a entidade, a empresa propôs pagar o salário de janeiro de 2022 até 15 de abril, e o de fevereiro até 15 de maio, o que é “inaceitável para quem está com dívidas acumuladas e credores batendo à porta”.

Para Moacy Neves, presidente do Sindicato, a direção de A Tarde está colocando nas costas de seus empregados os custos de sua gestão: “A direção de A Tarde não pode mais pedir voto de confiança aos empregados depois de um ano descumprindo acordos e pagando salário com três meses de atraso”. Ele destaca também que o jornal fez um corte de 25% na equipe, mas até hoje não pagou a quem saiu.

O Sinjorba listou tópicos que ilustram a situação dos trabalhadores de A Tarde e Massa: além dos salários atrasados e do não pagamento do 13º, houve redução de 10% nos contratos dos trabalhadores PJ desde maio de 2020; congelamento salarial desde 2016, acumulando uma perda de 32,64% até janeiro de 2022; não pagamento de tíquete-refeição desde 2017; não recolhimento de FGTS/INSS há pelo menos 76 meses; e intermitência do convênio médico, que algumas vezes é suspenso por falta de pagamento.

“A paralisação é a única forma neste momento encontrada pelos jornalistas para mostrar à empresa que é preciso buscar uma solução para um problema que se arrasta desde o final de 2020”, explica o Sinjorba, que se dispôs a mediar negociações que de fato levem a avanços concretos no Grupo.

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