No começo da semana, funcionárias e funcionários da Globo em São Paulo promoveram o Movimento Esmeralda, manifestação silenciosa contra o assédio sexual. Composto por artistas, jornalistas, técnicos e auxiliares administrativos, o movimento apoia a engenheira Esmeralda Silva (nome fictício), que trabalhou na Globo entre 2017 e 2018 e foi assediada em quatro ocasiões diferentes, durante o horário de trabalho.

Ao longo da programação, funcionárias vestiram a cor verde em frente às câmeras, como símbolo de protesto contra o assédio sexual. No Mais Você, a apresentadora Ana Maria Braga vestiu verde. No Encontro, Patrícia Poeta, fez o mesmo. A jornalista Clara Velasco, do Hora 1, também usou roupas verdes no telejornal. Outras jornalistas usaram figurino verde ao longo da programação, na Globo e na GloboNews.

Na segunda-feira (22/5), um grupo de 80 mulheres reuniu-se em frente à sede da Globo em São Paulo para tirar uma foto oficial do movimento. Todas vestiam verde e seguravam cartazes com frases como “Mexeu com uma, mexeu com todas” e “Somos todas Esmeralda”. A própria Esmeralda Silva emocionou-se com o movimento: “O verde traz a esperança de que eu possa um dia voltar a ser como eu era, feliz. Tenho esperança de que as mulheres que sofreram assédio tenham coragem como eu tive de procurar justiça”, disse.

A articulação do movimento ocorreu após a publicação da reportagem A Globo e o assédio sexual, da revista piauí, que aborda casos de assédio na emissora, como os da própria Esmeralda e o que teve como protagonista o humorista Marcius Melhem.

Esmeralda moveu ação trabalhista contra a Globo por assédio sexual, moral e xenofobia. Ela ganhou uma indenização no valor de R$ 2 milhões. A emissora propôs um acordo, que não foi aceito, e depois recorreu. O caso agora está no Tribunal Superior do Trabalho.

Em nota, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo declarou apoio ao Movimento Esmeralda: “O SJSP acredita que é obrigação das empresas garantir um ambiente de trabalho seguro e, em face a ocorrências de assédio, punir os responsáveis e dar suporte às vítimas”.

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