Diretora de Jornalismo da CBN, Mariza Tavares, conhecida executiva de imprensa, mostra pela segunda vez sua faceta de vovó contadora de histórias. Inspirada no netinho Gabriel, lança O medo que mora embaixo da cama, pela Globinho. A primeira experiência no gênero foi com O sofá que engoliu as crianças, lançado em meados do ano passado pela mesma editora. Além deles, também fora do óbvio, nasceram as coletâneas de poesia Fio (Jaboticaba, 2006) e Privação de sentidos (7Letras, 2008). Ao Portal dos Jornalistas, Mariza contou mais sobre suas aventuras no universo infantil: Portal dos Jornalistas – De onde veio a inspiração para escrever duas obras para crianças e com uma diferença tão pequena de tempo? Mariza Tavares – Na verdade, uma história puxa a outra. Quando se mergulha no universo infantil, a atenção fica mais aguçada para temas e questões que mobilizam os pequenos. Quando entreguei os originais do primeiro livro, O sofá que engoliu as crianças, já estava trabalhando no segundo. E tenho um terceiro pronto: desta vez, infanto-juvenil, em parceria com meu marido, o escritor José Godoy. Portanto, não pretendo parar tão cedo. Portal dos Jornalistas – Como se deu a parceria com a ilustradora Nina Millen, que também ilustrou sua primeira obra? Mariza – Por uma feliz coincidência. Estava num concerto, no Teatro Municipal do Rio, e encontrei a mãe de Nina, Manya Millen, que é editora do Prosa, caderno de Literatura de O Globo. Conversando sobre filhos, ela me disse que Nina havia acabado de se formar em desenho industrial e queria trabalhar na área editorial. Bastou um encontro para descobrir que ela era um talento e seria capaz de traduzir em imagens o que eu havia escrito. Nina vai longe! Portal dos Jornalistas – Qual é a principal dificuldade de escrever livro para o público infantil? Mariza – Uma vez, há muitos anos, eu entrevistava o músico Erasmo Carlos e ele disse uma frase que nunca saiu da minha cabeça: “Se o simples fosse fácil de fazer, já teriam inventado um outro ‘Parabéns pra você'”. O texto para crianças tem que ser simples, mas isso não quer dizer pobre. O encadeamento tem que fazer sentido, a narrativa tem que ser envolvente. São leitores muito críticos, atentos a falhas na história. Portal dos Jornalistas – E qual é a grande recompensa? Mariza Tavares – Lancei o primeiro livro no Salão da FNLIF (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil) e farei o mesmo com o segundo. Além disso, fui a algumas escolas, e não há coisa melhor do que ver aquelas carinhas embarcando na aventura literária. Portal dos Jornalistas – A literatura infantil influencia de alguma forma seus textos jornalísticos? Mariza Tavares – Eu trabalho na direção executiva de um veículo, que é a CBN, e não estou diretamente envolvida na produção de textos, mas os assuntos ligados à infância e adolescência sempre me interessaram muito. Leia mais: + O Ato e o Fato, de Cony, ganha releitura + Eliane Brum lança Meus desacontecimentos + Carlos Marchi começa a escrever Castelinho, jornalista do Brasil