André Felipe de Lima e Sérgio Pugliese lançam Em defesa da honra – A retórica de Clovis Sahione, com selo da Rebento Editora. A biografia do criminalista narra alguns dos principais casos levados ao Tribunal do Júri que tiveram o advogado como protagonista jurídico.

Ele foi uma das estrelas dos muitos juris criminais populares no Rio de Janeiro, atuou como advogado de defesa em casos que chamaram a atenção do público, como crimes passionais que chocaram o País. Aos 80 anos, e após 60 anos de carreira, o criminalista Clovis Sahione venceu seu último júri – a absolvição de um homem acusado de matar um policial militar.

O caso que o biografado considerou o mais difícil, o mais complicado, foi o do ex-chefe do Serviço Nacional de Informação (SNI), general Newton Cruz, em 1992.  Mesmo sendo comunista, Sahione não se esquivou em aceitar a defesa. Ele conseguiu a absolvição do militar, acusado de sequestro, homicídio qualificado e ocultação do cadáver do jornalista Alexandre von Baumgarten. Cruz foi o primeiro militar desde o golpe de 1964 a ir a júri popular.

Em depoimento, a neta do biografado, a filósofa Nastassja Pugliese, afirma: “Eu nunca tinha ouvido e nem lido, até hoje, essas histórias a partir do ponto de vista da dor física e do sofrimento do réu. Como contos, elas me habitam traduzidas de antemão pela retórica do advogado que já tinha escolhido as palavras certas para falar publicamente do assunto delicado e privado do réu, mas de que agora é dele também responsável”.

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