Recebemos de Andreza Matais, ex-chefe da sucursal Brasília e ex-editora executiva de Política do Estadão, mensagem afirmando que a matéria Estadão faz demissões na sucursal de Brasília, publicada por este Portal dos Jornalistas em 30 de janeiro, tem várias informações sobre ela que não correspondem à realidade dos fatos.
Transcrevemos a íntegra a seguir:
Prezado senhor Eduardo Ribeiro, a respeito da matéria “Estadão faz demissões na sucursal de Brasília”, gostaria de esclarecer quatro trechos:
- “No final do ano passado, a jornalista foi denunciada no Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal (MPT-DF) por ter supostamente coagido repórteres recém-contratados a produzir matéria associando o ministro da Justiça Flávio Dino a uma mulher conhecida como ‘dama do tráfico do Amazonas’.” Não fui denunciada pelo Ministério Público do Trabalho. O que existiu sobre esse caso foi uma acusação anônima que não virou denúncia, não foi acatada. A propósito, os repórteres de política de Brasília, Rio e São Paulo do Estadão assinaram e publicaram uma carta aberta para negar a autoria dessa e de outras acusações. No âmbito do MPT o que existem são investigações na esfera trabalhista contra o jornal.
- “Em outubro do ano passado, Matais publicou uma reportagem com o título ‘Lula atuou em operação para banco emprestar US$ 1 bilhão à Argentina e barrar avanço de Javier Milei’.” Não sou autora do texto. Como se tratava de uma coluna de opinião, não participei nem mesmo do processo de edição.
- “George Marques, assessor da Secretaria de Comunicação Institucional da Presidência, contestou a matéria, dizendo que continha informações falsas, e associou o texto à ‘extrema-direita e ao gabinete do ódio’. Em resposta, ela escreveu ‘11.306,90’, em referência ao salário do assessor, atitude muito criticada nas redes sociais.” Esse trecho ignora que o assessor da Presidência publicou foto de uma jornalista marcando com uma seta na cabeça dela. Ele ainda defendeu uma prática de “bateu, levou”. O que fiz foi defender uma colega de um ataque misógino e leviano. Esse caso precedeu a campanha de linchamento que eu sofreria depois.
- “Recentemente, Matais envolveu-se em uma série de polêmicas.” Jornalistas&Cia faz um relato de minha trajetória que não cita conquistas obtidas nos últimos cinco anos, justamente o período abordado pelo texto do site.
Foi nesse tempo que dirigi a equipe premiada que publicou reportagens relevantes para o país.
É de se lamentar que Jornalistas&Cia, publicação tão importante para a nossa classe, não tenha tido o apuro de checar informações tão básicas e, pelo menos, ter me procurado para me ouvir sobre temas que atingem a minha honra, ataques que tiveram a finalidade de arranhar minha carreira construída com muito trabalho em favor do jornalismo.
Peço que publique a carta e faça as correções dando o mesmo destaque para evitarmos uma judicialização do caso.
Além dessa correspondência, Andreza encaminhou ao portal diversas mensagens da equipe de jornal sobre a saída dela e o comunicado do Estadão sobre os motivos desse desenlace: “Essa foi uma decisão corporativa, com o objetivo de melhorar os fluxos operacionais com a concentração de coordenações editoriais na sede da empresa em São Paulo”.
Sobre esse comunicado, ela afirmou: “O jornal queria essa vaga em SP e eu não saio de BSB. Tudo além disso é maldade”.
A esclarecer que as informações por ela contestadas foram publicadas no Portal dos Jornalistas e foram linkadas pela nota do Jornalistas&Cia.