Um carro de reportagem da TV Record foi atingido por um tiro na manhã de 10/9, quando transportava equipe para cobrir operação policial no morro do Juramento, em Vicente de Carvalho. O repórter Ernani Alves, o cinegrafista Geomar Rangel e o motorista Edson Rocha chegaram por volta das 8h30 e foram abordados por um criminoso armado, que disparou cinco tiros no carro, dizendo que era para “ninguém fazer fofoca da comunidade”, e fugiu em seguida para a mata próxima. Uma das balas atingiu o para-brisas dianteiro do carro, que não era blindado, e os estilhaços feriram levemente o cinegrafista. A equipe chamou a Polícia Militar, que os escoltou para longe do morro. A Polícia Civil abriu um inquérito na 27ª DP, de Vicente de Carvalho. Em nota, a PM disse que o carro de reportagem “seguiu o blindado do batalhão sem autorização do comandante”. A Record informou que seus funcionários usavam coletes à prova de balas e a equipe não entrou na comunidade com os policiais por questões de segurança. O Sindicato dos Jornalistas do Município considera o fato “um flagrante desrespeito às recomendações de segurança do Ministério Público do Trabalho para as empresas jornalísticas no município do Rio”, enviou ofício ao MPT alertando para o desrespeito a essas recomendações por parte da emissora, notificou-a a esclarecer o caso e enviou ofícios aos sindicatos patronais reivindicando o respeito às recomendações e ao cumprimento das medidas de segurança das atuais convenções coletivas. A Abraji, também em nota, declarou-se “preocupada com a segurança dos jornalistas que cobrem ações policiais em comunidades do Rio” e solicitou “agilidade na apuração do atentado”, por entender que “a intimidação a jornalistas é uma afronta ao direito fundamental de acesso a informações e prejudicial a toda a sociedade”. Em nota de repúdio, a ABI vê que “essa manifestação desproporcional de violência tem como principal objetivo intimidar os profissionais de imprensa e cercear o direito à informação num dos momentos mais delicados da vida brasileira”.
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