Segundo relatório da ONG Human Rights Watch, o presidente Jair Bolsonaro bloqueou 176 contas em suas redes, a grande maioria no Twitter. Os perfis bloqueados incluem jornalistas, congressistas, influenciadores, veículos de imprensa e ONGs. O número de bloqueios, porém, deve ser ainda maior, destaca o estudo.
Para a organização, as ações de Bolsonaro “impedem que pessoas bloqueadas participem do debate público, violam a liberdade de expressão e as discriminam com base em suas opiniões”.
Além das informações relacionadas a Bolsonaro, a ONG fez também um levantamento sobre o número de pessoas bloqueadas por membros do gabinete do presidente. Os ministros da Cidadania e da Casa Civil disseram que não bloquearam ninguém até julho de 2021.
O vice-presidente Hamilton Mourão informou que bloqueou 28 pessoas, apenas no Twitter. Outros ministros recusaram-se a fornecer informações, dizendo que não tinham contas ou que estas eram privadas; a Secretaria de Comunicação da Presidência da República e os ministérios bloquearam 182 pessoas em contas institucionais; e os ministérios da Educação e da Justiça foram responsáveis por 85% dos bloqueios nas contas institucionais do governo.
Vale lembrar que, segundo monitoramento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Bolsonaro é a autoridade que mais bloqueia usuários no Twitter. A entidade, inclusive, entrou com ação no STF para impedir que o presidente bloqueie jornalistas, além do cancelamento dos bloqueios já realizados a comunicadores.