Espera-se para esta semana o anúncio da reestruturação da Editora Abril. Dia 1° de agosto, esta 5ª.feira, era a data apontada como a mais provável para o anúncio. Algumas nuances valem ser comentadas para se entender um pouco melhor o processo: o executivo que fez e liderou o projeto de reestruturação da empresa, ainda com Roberto Civita em vida, foi Jairo Mendes Leal. Ele, no entanto, não está mais na operação, transferido que foi para o Conselho da Abrilpar. O presidente Fábio Barbosa não conhece como Jairo a operação e, portanto, não tem a mesma segurança na tomada de decisões mais drásticas – e Jairo já não participa mais do processo. Com isso, os estudos sobre fechamento de títulos, corte de pessoal e outras medidas sofreram alterações nessas várias semanas entre a doença e o pós-morte de Civita. O grande drama envolve de fato o fechamento de títulos: ao descontinuar um título pouco lucrativo, a empresa, além de perder essa receita, provoca um desequilíbrio orçamentário em duas outras de suas operações: gráfica e distribuição. Com menos exemplares para imprimir e para distribuir, as revistas que permanecerem no portfólio da empresa terão de arcar com custos maiores, diminuindo sua lucratividade. Além disso, as duas operações ficarão com razoável ociosidade. É um drama típico de uma empresa verticalizada como a Abril. Playboy – Playboy, título que o mercado deu como certo que seria fechado, saiu da linha de tiro, segundo apurou Jornalistas&Cia, porque se descobriu que a multa contratual era muito pesada, sendo preferível continuar com a circulação. Mas aí vem um segundo problema que a atual equipe terá de superar: o vazamento do possível fechamento foi seguido de uma significativa diminuição de publicidade. Ninguém tem certeza de que os rumores contribuíram para isso, mas a hipótese é vista como muito provável.
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