Manezinho Araújo era uma figura tranquila, pacata, educada, um doce de pessoa. Bebia socialmente, compunha e cantava embolada como ninguém, tanto que ficou para a história como o Rei da Embolada. Mas que não lhe pegassem no pé. Em 1945, o Rei do Baião Luiz Gonzaga estreara como cantor na extinta Victor, depois de gravar 49 músicas instrumentais. Manezinho prometeu gravar nesse ano Cortando o pano, no original uma rancheira de Gonzaga, Miguel Lima e J. Portella. Muito ansioso, Gonzaga achou de ensinar a Manezinho a cantar a sua música. Irritado, o Rei da Embolada respondeu, virando as costas: – Não vou gravar porcaria nenhuma sua. E vá à merda! Anos depois ele acabou gravando de Gonzaga as músicas Dezessete e setecentos e O chamego da Guiomar, enquanto Gonzaga gravaria dele Adeus Pernambuco e Beata Mocinha. Cortando o pano foi gravada pelo próprio Gonzaga como mazurca, no mesmo ano de 1945.
De papo pro ar ? Briga de reis
Por Redação
0
754
Artigo anteriorTV Globo anuncia mudanças no comando de suas centrais
Próximo artigoMemórias da Redação ? Atestado de óbito