-1.8 C
Nova Iorque
quarta-feira, dezembro 17, 2025

Buy now

" "
Início Site Página 92

Brasileiros consideram redes sociais um dos principais meios de disseminação de notícias falsas, diz pesquisa

Brasileiros consideram redes sociais um dos principais meios de disseminação de notícias falsas
Crédito: Panos Sakalakis/ Unsplash

Pesquisa realizada pela Hibou, empresa especializada em pesquisa e insights de mercado e consumo, revelou que a maioria dos brasileiros defende a importância de combater as fake news. O estudo aponta que 70% acreditam que as redes sociais devem ser responsabilizadas pela disseminação de desinformação, enquanto 39% defendem que elas assumam total responsabilidade pelo conteúdo postado. Além disso, 60% discordam da decisão da Meta de deixar o combate à desinformação a cargo da comunidade.

Segundo o estudo, Facebook lidera como a plataforma mais associada à disseminação de fake news (45%), seguido por WhatsApp (42%) e Instagram (39%). TikTok (35%) e X (34%) também aparecem entre as principais menções. A pesquisa destaca ainda que a prevenção é um hábito frequente, com 51% dos brasileiros verificando a fonte antes de compartilhar notícias. Contudo, 13% ainda repassam conteúdo sem checar. Títulos sensacionalistas, falta de validação cruzada e sites de baixa credibilidade são os principais sinais de alerta, enquanto apenas 7% confiam em informações divulgadas por influenciadores.

Além de desinformar, elas prejudicam a percepção das marcas. Para 26% dos consumidores, produtos anunciados próximos a notícias falsas perdem apelo, e 32% acreditam que as empresas financiam indiretamente a desinformação, ressaltando a necessidade de práticas mais responsáveis no marketing digital.

Tele.Síntese encerra atividades após 20 anos

Tele.Síntese encerra atividades após 20 anos

O portal Tele.Síntese, especializado em notícias sobre o mercado de telecomunicações, tecnologias da informação e internet, anunciou o encerramento de suas atividades após 20 anos de trabalho. A decisão ocorre após a morte de Miriam Aquino, fundadora e presidente do site, em 7/1.

Em comunicado, Diego Aquino, diretor da Momento Editorial, empresa responsável pelo Tele.Síntese, falou sobre a decisão de encerrar as atividades do portal: “Com a morte repentina de nossa diretora editorial e líder da equipe, jornalista Miriam Aquino, tornou-se praticamente inviável manter o projeto com a qualidade e a confiabilidade que sempre caracterizaram o Tele.Síntese”.

O comunicado diz ainda que, em respeito aos “mais de 600 mil leitores/mês do Tele.Síntese”, as bases de dados do portal serão mantidas para qualquer um que se interesse em se informar sobre economia digital, telecomunicações, tecnologia da informação e internet.

InfoAmazonia lança curso sobre geotecnologias na cobertura ambiental com bolsa-reportagem

InfoAmazonia lança curso sobre geotecnologias na cobertura ambiental com bolsa-reportagem
Crédito: Vlad Hilitanu/Unsplash

Estão abertas até 24 de janeiro as inscrições para o curso gratuito Cartografia e Investigação Ambiental da InfoAmazonia. A edição é a primeira de uma série de capacitações voltadas a comunicadores visando fortalecer investigações ambientais na Amazônia.

A formação será composta por cinco aulas que ocorrerão nos dias 3, 6, 12 e 14 de fevereiro, das 18h às 20h, em formato online, via Google Meet. A capacitação ensinará a diferenciar formatos de arquivos geográficos, manipular dados geoespaciais, criar mapas interativos, aplicar técnicas de apuração ambiental e produzir narrativas visuais baseadas em evidências.

Participantes com certificado e experiência em temas socioambientais podem submeter pautas relacionadas ao curso para concorrer a bolsas de até R$ 8.200, destinadas à produção de reportagens no site da InfoAmazonia.

Inscrições aqui.

Jornal da Orla, de Santos, passa a integrar Grupo Brasil Export e estreia nova fase

Crédito: Instagram

O Jornal da Orla (JO), publicação de Santos, no litoral de São Paulo, passa a integrar o Grupo Brasil Export, responsável pelo BE News, portal e jornal especializado nos setores portuário, de transportes e logística. Com a novidade, o JO vai inaugurar em 25/1, véspera do aniversário da cidade de Santos, uma nova fase, que inclui ampliação de sua cobertura, aumento no numero de páginas e um novo projeto gráfico.

Com a nova fase, o Jornal da Orla, que tem 51 anos de existência, vai ampliar sua cobertura para todas as cidades que compõem a Baixada Santista. A publicação, que se manterá gratuita, vai ampliar também a sua distribuição, com edições digitais diárias e a tradicional edição impressa aos finais de semana. Além disso, o JO terá também um novo projeto gráfico em sua versão impressa e vai fazer também melhorias no layout de seu portal online.

A equipe de redação terá ao menos 15 profissionais, entre jornalistas e colunistas. Entre eles estão Leopoldo Figueiredo, diretor-geral do BE News e ex-A Tribuna que coordenará o Jornal da Orla; Eduardo Silva, diretor de redação, que chefiou por muitos anos o jornalismo da TV Tribuna; e Paulo Schiff, que vai apresentar a partir de 27/1 o Conexão Metrópole, novo programa do OrlaPlay, o canal do JO no YouTube.

Brazil Economy, focado em economia e negócios, estreia em 10 de fevereiro

Brazil Economy, focado em economia e negócios, estreia em 10 de fevereiro

O Brazil Economy, novo portal focado em jornalismo de economia e negócios, definiu sua estreia para 10 de fevereiro. Liderado pelo sócio e fundador Flavio Pestana, o veículo será exclusivamente digital, com acesso gratuito. As informações são do Meio & Mensagem.

O time de sócios da empresa é composto pelo próprio Flavio Pestana, que também participou da fundação do Valor Econômico, além de ter trabalhado em Estadão, Folha de S.Paulo e UOL; José Roberto Maluf, presidente da Fundação Padre Anchieta (responsável pela TV Cultura) e ex-Bandeirantes e SBT; Agostinho Turbian, publisher de eventos nacionais e internacionais de negócios; e Hugo Cilo, editor-chefe do projeto e ex-IstoÉ Dinheiro, UOL, Jornal da Tarde e Diário do Grande ABC.

Além de Cilo, integram a equipe da redação Beto Silva, Agência Estado e IstoÉ Dinheiro, que atuará como editor de negócios e tecnologia; e Paula Cristina, editora de finanças e economia, que trabalhou anteriormente em Estadão, Folha de S.Paulo e DCI.

O Brazil Economy terá oito grandes editorias principais em seu site: Empresas, Finanças, Agronegócio, Tecnologia, Lifestyle, Mercados, Opinião e Vídeos. Em entrevista para o Meio & Mensagem, o sócio-fundador Flavio Pestana disse que o projeto “nasce para preencher uma lacuna no mercado. Nosso objetivo é ser referência em jornalismo econômico de profundidade, conectando os leitores com análises exclusivas e informações que realmente importam”.

Luiz Bacci deixa a Record após quase 15 anos

Luiz Bacci deixa a Record após quase 15 anos
Crédito: Reprodução/Cidade Alerta

A Record anunciou na última sexta-feira (17/1) a saída do apresentador Luiz Bacci após 14 anos de casa. Bacci, que comandava o Cidade Alerta desde 2017, será substituído por Reinaldo Gottino. Antes de integrar a emissora, Bacci teve passagens pela extinta Rede Manchete, SBT e Band.

Embora o contrato dele estivesse vigente até março, a emissora informou, em comunicado, que o desligamento foi decidido em comum acordo. O Balanço Geral SP também passou por mudanças, com Eleandro Passaia assumindo a apresentação.

De acordo com a coluna F5, da Folha de S.Paulo, a saída de Bacci foi motivada por questões financeiras. O apresentador tinha um salário elevado para os padrões atuais da empresa e, no ano passado, já havia renovado o contrato com redução de vencimentos.

Morre Léo Batista, voz marcante no esporte

Léo Batista (Crédito: Estevam Avellar)
Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro

Léo Batista morreu neste domingo 19/10, no Rio de Janeiro, aos 92 anos, em decorrência de um câncer no pâncreas. Deixa duas filhas.

Paulista de Cordeirópolis, João Baptista Belinaso Neto, seu nome de batismo, começou como radialista em rádios de Birigui, de Campinas e na Difusora de Piracicaba. Mudou-se para o Rio em 1952, para trabalhar na Rádio Globo como locutor e redator de notícias do programa O Globo no Ar, e passou a fazer parte da equipe esportiva da rádio. Esteve depois na TV Rio, à frente do Telejornal Pirelli por 13 anos. Teve ainda uma passagem rápida pela TV Excelsior.

Chegou à TV Globo em 1969. Na emissora, participou, de alguma forma, da cobertura de quase todas as Copas desde 1974 e dos Jogos Olímpicos desde Los Angeles, em 1984. Fez parte da equipe de quase todos os programas esportivos da Globo. Em 1971, ao lado de Luís Jatobá e Márcia Mendes, foi um dos apresentadores do Jornal Hoje e, por muitos anos, apresentou o Jornal Nacional aos sábados.

Noticiou momentos históricos, como o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, no Palácio do Catete; a morte de John F. Kennedy, em 1963; e o acidente que matou Ayrton Senna, em 1994. “Eu estava de plantão naquele fatídico dia 1º de maio. Na hora do acidente todo o mundo ficou chocado, rezou, torceu, segurando aquele choro engasgado. Eu vestia uma camisa laranja e achei que não cabia entrar no ar com uma cor tão alegre. Lembrei que o Senna havia me dado uma coleção de camisas tipo polo com a grife dele. Quando fui até o armário pegar uma, era justamente a preta que estava lá”, relembrou certa vez, em uma entrevista.

Até 2007, narrou lances decisivos dos campeonatos estaduais e do campeonato brasileiro de futebol no quadro Gols do Fantástico. Em 2011, foi homenageado com a criação do quadro Histórias do Léo, no Globo Esporte, no qual partilhava algumas lembranças de sua carreira, como a estreia de Mané Garrincha na Seleção Brasileira em 1957. Em 2024, o canal SporTV o homenageou com a série documental Léo Batista, a voz marcante, disponível no Globoplay. O documentário mostra parte da sua vida pessoal que poucos conheciam, como cantor, artista plástico, comediante e ator. A última aparição na TV Globo se deu em 26/12 do ano passado, no Globo Esporte, em reportagem sobre a relação do beisebol com os Jogos Olímpicos.

Léo Batista era mais do que uma voz marcante. Seu carisma alcançou durante décadas o público brasileiro. E trabalhou com o que gostava até praticamente os últimos dias de sua vida.

Preciosidades do acervo Assis Ângelo: Licenciosidade na cultura popular (XCIV)

Por Assis Ângelo

Além de Machado de Assis, José de Alencar e outros antes dele e depois fizeram circular nas páginas dos livros grandes mulheres que perderam o marido nas mais diversas circunstâncias. Entre esses autores não custa lembrar que também se acha o curitibano Dalton Trevisan (1925-2024).

Trevisan falou de todas as relações possíveis que há entre o homem e a mulher, seja novo, seja velha.

Falar de Dalton Trevisan é o mesmo que falar de feijão com arroz. No caso, amor e putaria.

A estreia de Loyola Brandão ocorreu em 1965, quando lançou à praça um livro de contos intitulado Depois do Sol. Entre os contos se acha O Homem do Furo na Mão. Muito bom, ótimo.

O personagem, um professor de história, volta às páginas do escritor em 1981. Nesse ano é publicado o romance Não Verás País Nenhum. Distópico. Há momentos hilariantes.

O buraco na mão do sujeito provoca grande preocupação da mulher, Adelaide. Mas ele mesmo não liga, passa a se preocupar mesmo quando é aposentado compulsoriamente. A mulher o abandona e ele, que perde tudo e até a vontade de viver, acaba preso depois de conhecer uma jovem e com ela transar. Curioso é o fim.

De Brandão é também bacana o romance Bebel que a Cidade Comeu. É de fundo político, como quase tudo que Brandão escreve. A história passa-se em São Paulo, como em São Paulo se passam também as histórias narradas no livro Cadeiras Proibidas (1976).

Version 1.0.0

Tudo ou quase tudo que ele se dispõe a contar nos seus livros parece banal, mas o fato é que o leitor quase sempre tem uma surpresinha no final.

Ao contrário de Machado, Loyola nunca até aqui pôs em suas páginas de ficção uma viúva.

Dá até para comparar os escritos de Brandão com os escritos de Lima Barreto, que nos seus 41 anos de vida escreveu provocativos, críticos e engraçados contos. Nessa mesma linha, o jornalista João do Rio também escreveu bonitos e sangrentos textos em jornais da sua época.

O curioso em João do Rio é que seus textos tinham origem na vida real. Até os personagens aparentemente fictícios eram reais.

Num dia qualquer do começo do século 20, João esteve numa cadeia pública do Rio e lá ouviu alguns presidiários. Depois, contou. Um trecho:

João do Rio

− Pois vá ver esses criminosos. O assassino por amor é o único delinquente que confessa o crime.

Alguns chegam mesmo a reviver detalhes insignificantes. Ao passo que os gatunos, os incendiários e os homicidas vulgares, mesmo tendo a cumprir sentenças longas, negam sempre o crime; essas vítimas da paixão não se cansam de contar a sua história, cada vez com maior número de minúcias e mais abundâncias de memória.

“− Ora, nós brigamos. Eu gostava dele. Nós brigamos. Um dia ele me disse uma porção de nomes. Eu fiquei calada, mas quando o vi deitado, com o pescoço à mostra, roncando, parece que o diabo me tentou. E fui então com a faca…”

Aproximei-me, bem perto, quase murmurando as palavras:

− Diga: era capaz de fazer o mesmo outra vez, de abrir o pescoço do pobre rapaz, de acender as velas, de cantar? diga: era?

Ela riu como uma fera boceja, e disse num arranco de todo o ser:

“− Eu era, sim, senhor…”

 

Uma das primeiras revistas em que o autor de A Alma Encantadora das Ruas publicou textos foi O Diabo.

O Diabo, aliás, é personagem presente em tudo quanto é romance mundo afora.

Quem não se lembra do incrível texto Doutor Fausto, de Tolstói?

Nessa obra, o autor cria um personagem que quer ter o conhecimento de tudo que há no mundo. É um sabichão. Mas quer mais e aí ele, o doutor, faz um pacto com o demônio. O final é fantástico.

E Machado de Assis, hein?

Machado tem um conto intitulado A Igreja do Diabo.

Tem também Olavo Bilac, que foi jornalista, poeta e tal. É dele o conto envolvendo uma jovem e um padre. Título: O Diabo:

Tinham metido tantas caraminholas na cabeça da pobre Luizinha, que a coitada, quando, às dez horas, apagava a luz, metida na cama, vendo-se no escuro, tinha tanto medo, que começava a bater os dentes… Pobre Luizinha! Que medo, que medo ela tinha do diabo!

Um dia, não pôde mais! E, no confessionário, ajoelhada diante de padre João, abriu-lhe a alma, e contou-lhe os seus sustos, e disse-lhe o medo que tinha de ver uma bela noite o diabo em pessoa entrar no seu quarto, para a atormentar…

Padre João, acariciando o belo queixo escanhoado, refletiu um momento. Depois, olhando, com piedade a pobre pequena ajoelhada, disse gravemente:

− Minha filha! Basta ver que está assim preocupada com essa ideia, para reconhecer que realmente o Diabo anda a persegui-la… Para o tinhoso amaldiçoado assim é que começa…

− Ai, senhor padre! Que há-de ser de mim?! Tenho a certeza de que, se ele me aparecesse, eu nem forças teria para gritar…

− Bem. filha, bem… Vejamos! Costuma deixar a porta do quarto aberta?

− Deus me livre, santo padre!

− Pois, tem feito mal, filha, tem feito mal… Para que serve fechar a porta se o Amaldiçoado é capaz de entrar pela fechadura? Ouça o meu conselho… Precisamos saber se é realmente Ele que quer atormentá-la… Esta noite, deite-se, e reze, deixe a porta aberta… Tenha coragem … Às vezes, é o Anjo da Guarda que inventa essas coisas, para experimentar a fé das pessoas. Deixe a porta aberta esta noite. E, amanhã, venha dizer-me o que se tiver passado…

− Ai! Senhor padre! Eu terei coragem?…

− É preciso que a tenha… é preciso que a tenha… vá… e, sobretudo, não diga nada a ninguém… não diga nada a ninguém…

E, deitando a benção à rapariga, mandou-a embora. E ficou sozinho, sozinho, e acariciando o belo queixo escanhoado.

E, no dia seguinte, logo de manhã cedo, já estava o padre João no confessionário, quando viu chegar a bela Luizinha. Vinha pálida e confusa, atrapalhada e medrosa. E, muito trêmula, gaguejando, começou a contar o que se passara….

− Ah! Meu padre! Apaguei a vela, cobri-me toda muito bem coberta, e fiquei com um medo… com um medo… De repente, senti que alguém entrava no quarto… Meu Deus! Não sei como não morri… Quem quer que fosse, veio andando devagarinho, devagarinho, devagarinho, e parou perto da cama… não sei… perdi os sentidos… e…

− Vamos, filha, vamos…

− … depois quando acordei… não sei, senhor padre, não sei… era uma cousa…

− Vamos, filha… era o Diabo?

− Ai, senhor padre… pelo calor, parecia mesmo que eram as chamas do inferno… mas…

− Mas o que, filha? Vamos!…

− Ai, senhor padre… mas era tão bom que até parecia mesmo a graça divina…

 

Luisinha é também um personagem que enriquece o texto do livro O Cabeleira, de Franklin Távora (1842-1888). Nessa história o leitor fica sabendo que Cabeleira é filho de Joana e Joaquim Gomes. Esse Joaquim é uma figura totalmente temerária, violenta, assassina. É história terrível, de cangaço, de morte e tudo mais.

Luisinha é uma menina do passado de Cabeleira. Ela o amava.

É uma história de muito sangue essa história de O Cabeleira. Mas nessa história tem também momentos de divertimento em cabarés e mulheres da vida. Tem dança, tem viola, tem cantiga…


Foto e ilustrações de Flor Maria e Anna da Hora

100 Anos de Rádio no Brasil: Como atrair ouvintes em um mundo de conteúdos infinitos?

Por Álvaro Bufarah (*)

O mercado de podcasts continua a crescer de forma exponencial, mas os desafios da descoberta de novos conteúdos são cada vez mais complexos. Uma nova pesquisa revela dados fundamentais sobre como os ouvintes estão encontrando novos programas, apontando para tendências significativas que impactam tanto criadores de conteúdo quanto as plataformas de distribuição. O estudo, realizado pela The Podcast Host em 2024, oferece um panorama detalhado das práticas de descoberta e do comportamento da audiência, revelando insights cruciais para as emissoras e produtoras de áudio digital no Brasil e no mundo.

A descoberta de novos podcasts tornou-se um dos maiores desafios para ouvintes e criadores. A pesquisa indica que 47% dos ouvintes ouvem podcasts recomendados por amigos, familiares ou colegas, e 45% dependem das redes sociais para encontrar novos conteúdos. No entanto, a quantidade de programas disponíveis, combinada com o aumento da saturação no mercado, torna o processo de descoberta um campo competitivo e, muitas vezes, saturado. As plataformas de distribuição enfrentam o desafio de facilitar a descoberta em meio a esse mar de conteúdos. Isso se deve, em parte, à crescente diversificação das fontes de recomendação, como redes sociais e aplicativos dedicados à curadoria de programas.

O estudo também revela o impacto da curadoria das plataformas de áudio na descoberta de podcasts. A Apple Podcasts e o Spotify, as duas plataformas de streaming de áudio mais populares, desempenham um papel central na forma como os ouvintes encontram novos podcasts. Ambas as plataformas utilizam algoritmos para recomendar programas, mas, conforme observado no estudo, a descoberta por meio de recomendação algorítmica tem suas limitações. Muitos ouvintes preferem programas indicados por fontes humanas, como amigos e influenciadores, o que sinaliza uma oportunidade para criadores de conteúdo focarem em um marketing mais pessoal e orientado para o engajamento direto com suas audiências.

Outro dado significativo aponta que cerca de 40% dos ouvintes afirmam confiar mais nas recomendações de marcas do que nas sugestões feitas por plataformas de streaming. Isso sugere que a construção de parcerias estratégicas e campanhas de marketing de influenciadores pode ser uma maneira eficaz de aumentar a visibilidade de podcasts em um mercado saturado. Para emissores e produtores de podcasts, isso destaca a importância de uma abordagem de marketing que não se limite à distribuição em plataformas de áudio, mas que também se estenda ao uso de campanhas em redes sociais e colaboração com influenciadores.

A influência das redes sociais, especialmente plataformas como Instagram, Twitter e TikTok, no mercado de podcasts tem crescido de maneira expressiva. Em 2024, mais de 50% dos ouvintes afirmaram ter descoberto novos podcasts através dessas redes, com destaque para o TikTok, que se tornou uma plataforma essencial para a promoção de conteúdos em formato de áudio. A natureza viral e altamente compartilhável do TikTok permite que podcasts alcancem novos públicos rapidamente, especialmente aqueles focados em nichos específicos. Isso representa uma grande oportunidade para criadores de podcasts que querem aumentar sua base de ouvintes e engajar com audiências mais jovens.

Com a crescente popularidade dos podcasts, a saturação do mercado tornou-se um ponto de preocupação. Estima-se que mais de 5 milhões de podcasts estejam disponíveis nas principais plataformas de distribuição, tornando difícil para novos shows se destacarem. Nesse cenário, a personalização torna-se um diferencial importante. Os dados da pesquisa indicam que 48% dos ouvintes estão mais dispostos a descobrir novos podcasts se as recomendações forem mais personalizadas de acordo com seus gostos e comportamentos de consumo. Criadores de conteúdo e plataformas precisam investir em algoritmos mais precisos que ofereçam recomendações baseadas em preferências individuais, o que melhora a experiência do usuário e pode aumentar o tempo de escuta.

À medida que o mercado de podcasts continua a crescer, as estratégias de descoberta e engajamento precisam se adaptar. O futuro do podcasting está intimamente ligado à evolução das tecnologias de recomendação, à integração de novos formatos de conteúdo e ao uso das redes sociais como ferramentas centrais para marketing e divulgação. Criadores de conteúdo precisam estar atentos não apenas à qualidade do áudio, mas também à construção de uma identidade digital sólida e engajante. O uso de dados e personalização será fundamental para captar a atenção de um público cada vez mais exigente, e a colaboração com influenciadores pode ser uma forma eficaz de superar a saturação do mercado e gerar novos ouvintes.

O mercado de podcasts encontra-se em uma fase crítica de seu desenvolvimento, onde a descoberta de novos conteúdos torna-se cada vez mais difícil devido à saturação. Contudo, as oportunidades de crescimento são abundantes, desde que as estratégias de marketing se adaptem às novas formas de consumo de mídia. Criadores de conteúdo, plataformas de distribuição e emissores de rádio precisam abraçar a personalização, a colaboração e a inovação para garantir que seus podcasts se destaquem em um mercado cada vez mais competitivo. O futuro do podcasting depende da capacidade de superar os desafios de descoberta e de aproveitar as novas ferramentas tecnológicas para conectar produtores e ouvintes de forma mais direta e personalizada.


Álvaro Bufarah

Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.

(*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.

Times Brasil CNBC Brasil começa a ser transmitido no YouTube na próxima segunda (20/1)

Times Brasil CNBC Brasil começa a ser transmitido no YouTube na próxima segunda (20/1)
Crédito: Divulgação/Times Brasil

O canal Times Brasil (licenciado exclusivo CNBC) começará a ser transmitido ao vivo no YouTube na próxima segunda-feira (20/1). A parceria com o Google tem como objetivo ampliar o alcance da audiência, que já chegou aos 14,2 milhões de pessoas nos primeiros 30 dias, segundo dados de Google Analytics, Meta, TikTok, Kantar Ibope Media e Dailymotion. O sinal ao vivo estreará no mesmo dia da posse do presidente Donald Trump e do início do Fórum Econômico de Davos.

O acordo com o Google foi anunciado após o canal completar 60 dias no ar. Referência em notícias de negócios, a emissora já está presente ao vivo em Pay TV, FAST Channel, no digital e outros serviços de streaming. A programação no YouTube será idêntica à das outras plataformas, com um modelo de comercialização diferenciado.

André Ramos, vice-presidente de Conteúdo do canal, destacou a importância da expansão: “Estar ao vivo no YouTube é um novo passo importante para que mais pessoas acessem nosso conteúdo, que é inovador e apresenta a relevância que os negócios têm na vida de todos os brasileiros”.

Últimas notícias

pt_BRPortuguese