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quinta-feira, julho 3, 2025

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Começa segunda fase da pesquisa Jornalismo ESPM e J&Cia sobre uso de inteligência artificial na profissão

Começa segunda fase da pesquisa Jornalismo ESPM e J&Cia sobre uso de inteligência artificial na profissão
Crédito: Markus Winkler/Unsplash

A pesquisa A Inteligência Artificial para Jornalistas Brasileiros entra agora em sua segunda fase. Os integrantes do grupo Tecnologias, Processos e Narrativas Midiáticas – ESPM, formado por professores de Jornalismo da ESPM-SP, responsável pelo estudo, iniciaram o envio de convites para profissionais participarem de entrevistas qualitativas, que servirão para aprofundar as respostas dadas na primeira fase da pesquisa.

Os objetivos do estudo, que tem apoio e divulgação do Jornalistas&Cia, são identificar o nível de conhecimento da inteligência artificial generativa por jornalistas no Brasil e conferir o grau de utilização de ferramentas de IA na produção e nos negócios jornalísticos, além das preocupações sobre seu uso na profissão.

Na primeira fase da pesquisa, realizada de dezembro de 2023 a fevereiro deste ano, 423 jornalistas das cinco regiões do País responderam a um questionário online, com questões em escala Likert (com alternativas de discordância total a concordância total).

Agora, na segunda etapa, os jornalistas participam de uma entrevista com perguntas abertas. Os profissionais foram escolhidos de acordo com a representatividade do perfil dentro da amostra da pesquisa, entre os jornalistas que manifestaram interesse em participar da segunda fase do estudo.

Nas questões da segunda fase, os profissionais poderão dar detalhes sobre o conhecimento e a utilização de ferramentas de inteligência artificial no trabalho jornalístico e aprofundar as respostas com suas impressões acerca dos impactos do uso da IA na profissão.

Resultados

Os resultados da primeira fase do estudo, que foi publicado na edição especial de J&Cia em comemoração ao Dia do Jornalista, indicam que as taxas de falta de treinamento para uso da inteligência artificial são altas entre jornalistas de todas as raças/etnias com maior representatividade na amostra. Porém, o índice é maior entre os profissionais que se declaram pretos, com 90% de discordância (soma de total e parcial) com relação a receber treinamento, contra 79,7% entre pardos e 75,1% entre brancos. Para 62,5% dos profissionais de raça/etnia amarela, não há treinamento.

Os números da primeira fase mostram que, diante da questão “Recebi/recebo algum tipo de treinamento para utilização de IA no meu trabalho”, a grande maioria dos 423 jornalistas participantes diz não receber ou ter recebido treinamento: 76,3% discordância, na soma de discordância parcial e total. Os que discordam totalmente da afirmação (o que significa que não receberam nenhum treinamento) são 69,2%, quase sete em cada dez respondentes. Uma pequena parcela diz o contrário (15,1% de concordância parcial ou total). Os que concordam totalmente, indicando que receberam de fato treinamento, são apenas 6,6%.

Com relação ao gênero dos jornalistas, o índice de homens que dizem não ter treinamento (79,3% de discordância, parcial ou total) é maior que o de mulheres (74,7%). Entre homens transgênero o índice é zero (nenhuma discordância), enquanto o de profissionais de outros gêneros é de 40%, e o daqueles que preferiram não dizer o gênero chega a 83,3%. O número de mulheres que dizem receber algum tipo de treinamento é maior que o de homens (18,5% a 11,3% de concordância, total ou parcial).

O grupo de pesquisa Tecnologias, Processos e Narrativas Midiáticas – ESPM, responsável pelo estudo A inteligência artificial para jornalistas brasileiros, é formado pelos jornalistas Antonio Rocha Filho, Cicelia Pincer, Edson Capoano, Maria Elisabete Antonioli e Patrícia Rangel, professores do curso de Jornalismo da ESPM-SP. Os jornalistas Eduardo Ribeiro, diretor, e Wilson Baroncelli, editor executivo, coordenam os trabalhos referentes à pesquisa no Jornalistas&Cia.

Congresso da Abraji

Integrantes do grupo de pesquisa participaram no último dia 13 de julho de uma roda de conversa sobre IA no Brasil, dentro da programação do 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo). No congresso, um dos principais encontros de jornalismo na América Latina, os professores detalharam e comentaram os resultados da primeira fase da pesquisa A inteligência artificial para jornalistas brasileiros. Puderam ainda trocar ideias, impressões e experiências com jornalistas, estudantes, pesquisadores e profissionais que trabalham com ferramentas de IA junto a veículos jornalísticos.

NÚMEROS DA PESQUISA

Visão geral

 

discordo totalmente – 69,2%

discordo parcialmente – 7,1%

não concordo nem discordo – 8,5%

concordo parcialmente – 8,5%

concordo totalmente – 6,6%

Por raça/etnia

discordo totalmente – 80%

discordo parcialmente – 10%

não concordo nem discordo – 5%

concordo parcialmente – 0

concordo totalmente – 5%

 

discordo totalmente – 75,4%

discordo parcialmente – 4,3%

não concordo nem discordo – 8,7%

concordo parcialmente – 5,8%

concordo totalmente – 5,8%

discordo totalmente – 67,6%

discordo parcialmente – 7,5%

não concordo nem discordo – 8,4%

concordo parcialmente – 10%

concordo totalmente – 6,5%

discordo totalmente – 62,5%

discordo parcialmente – 0

não concordo nem discordo – 12,5%

concordo parcialmente – 0

concordo totalmente – 25%

 

 

Por gênero

 

discordo totalmente – 144 (70,9%)

discordo parcialmente – 17 (8,4%)

não concordo nem discordo – 19 (9,4%)

concordo parcialmente – 12 (5,9%)

concordo totalmente – 11 (5,4%)

discordo totalmente – 68,9%

discordo parcialmente – 5,8%

não concordo nem discordo – 6,8%

concordo parcialmente – 10,7%

concordo totalmente – 7,8%

Danielle Afif, jornalista de Angra dos Reis, recebe ameaça de morte

Danielle Afif, jornalista de Angra dos Reis, recebe ameaça de morte
Danielle Afif (Crédito: YouTube)

Danielle Afif, editora e colunista do jornal A Cidade, de Angra dos Reis (RJ), recebeu uma ameaça de morte supostamente enviada pelo Comando Vermelho. Segundo relato dela, a ameaça foi entregue em 19/7 em seu escritório através dos Correios.

Ela recebeu uma carta, escrita à mão, que diz que sua morte foi encomendada por R$ 50 mil, além de detalhes sobre um monitoramento contínuo e uma reunião para planejar o crime. A jornalista registrou Boletim de Ocorrência. No depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro, Afif afirmou que as ameaças na carta são uma represália ao seu trabalho como jornalista, denunciando crimes e injustiças na região onde trabalha.  

O Sindicato dos Jornalistas do Estado do Rio de Janeiro e a Fenaj solicitaram celeridade na proteção a Afif e nas investigações do crime.

“Reiteramos nosso repúdio a qualquer forma de intimidação e violência contra jornalistas”, escreveram as entidades em nota conjunta. “O trabalho de Danielle Afif é um exemplo de coragem e compromisso com a verdade, essencial para a manutenção de uma sociedade democrática e informada. Exigimos das autoridades competentes uma investigação rigorosa e a garantia de proteção à vida de Danielle e de sua família”.

Guilherme Silva reforça a equipe da Mobiauto

Guilherme Silva reforça a equipe da Mobiauto
Crédito: Reprodução/Car Briefing/Youtube

Guilherme Silva, que em abril deixou a KBB Brasil após dois anos de casa, é o novo coordenador de Conteúdo e de Relações com a Imprensa da Mobiauto. Nesse novo desafio, dividirá seu tempo entre as duas áreas e responderá ao gerente de Conteúdo Renan Bandeira.

“Chego para reforçar a equipe na produção de conteúdo do site, mas ficarei mais empenhado na elaboração das pautas focadas nos produtos da Mobiauto e no atendimento aos colegas da imprensa, função parecida com a que eu exercia na KBB”, explica Guilherme. Ele segue colaborando paralelamente com a revista Motor Show e mantendo o seu canal Car Briefing.

Outra novidade na Mobiauto foi a promoção a repórter de Lucas Frasson, que vinha atuando nos últimos dois anos como estagiário. Completam a equipe o editor Renan Rodrigues, os repórteres Diego Dias e Vinícius Moreira, e o estagiário Davi Rocha.

 

Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar: 1º turno começa nesta quinta (1º/8)

Definidos os +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar

Inicia nesta quinta-feira (1º/8) o primeiro turno do Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar. Em sua quarta edição, a iniciativa, promovida pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein em parceria com este Jornalistas&Cia, tem como objetivo valorizar o trabalho da imprensa especializada na cobertura dessas três áreas do jornalismo brasileiro.

Assim como nos anos anteriores, o colégio eleitoral, formado por jornalistas e profissionais da Comunicação, poderá indicar nesta fase até cinco jornalistas ou veículos em cada categoria. A cédula de votação está disponível no Portal dos Jornalistas.

Serão oito categorias destinadas aos profissionais, com destaque para a principal, que homenageará os TOP 25 +Admirados Jornalistas de Saúde, Ciência e Bem-Estar. Além dela, mais uma vez haverá reconhecimentos especiais ao +Admirado Jornalista Especializado em Ciência, ao +Admirado Colunista e aos +Admirados Jornalistas Regionais (Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul).

Já para os veículos, serão sete categorias: Agência de Notícias, Áudio (Programa de Rádio/Podcast), Jornais e Revistas (Impresso ou Digital), Programa de TV, Veículo Impresso e/ou Digital Especializado em Saúde, Veículo Especializado em Jornalismo Científico e Site/Portal.

Os nomes mais indicados na primeira fase serão classificados para o segundo turno, que definirá os TOP 25 + Admirados Jornalistas e os TOP 3 +Admirados nas demais categorias. Na cerimônia de premiação, ainda a ser marcada, todos os selecionados serão homenageados e também serão conhecidos os TOP 5 +Admirados Jornalistas da Imprensa de Saúde e Bem-Estar do Brasil e os mais votados em cada categoria temática.

As indicações para o Prêmio Einstein podem ser feitas até 15 de agosto.

Congresso de Jornalismo Investigativo da Abraji – Uma celebração da profissão

Congresso de Jornalismo Investigativo da Abraji – Uma celebração da profissão
Crédito: Luciana Vassoler/Abraji

Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro

O 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, organizado pela Abraji de 11 a 14/7, em São Paulo, seguiu em 2024 com o formato híbrido de atividades presenciais, transmissão ao vivo de parte da programação e uma série de conteúdos gravados para maratonar.

Foram 1,8 mil participantes, nas modalidades presenciais e online, de todos os estados brasileiros. Em termos de diversidade racial, contou com 36% dos inscritos pretos, pardos, amarelos e indígenas. Houve ainda a preocupação quanto à diversidade de gêneros, e recursos de comunicação acessíveis para pessoas com deficiência (PCDs), tanto presencial como online.

Os palestrantes brasileiros foram de 20 estados. Os estrangeiros, mais de 20, vieram de Argentina, Bahrein, Colômbia, Estados Unidos, Holanda, Quênia, Quirguistão, Reino Unido e Venezuela, trazendo temas como IA, desinformação, mapeamento open source e sustentabilidade do jornalismo. Os ingressos para a modalidade presencial esgotaram-se, como no ano passado, uma semana antes do evento.

No total, foram quase 250 horas de conteúdo, 16 lançamentos de livros, e mais 27 atividades online, incluindo transmissões e conteúdos inéditos na plataforma. Com números tão significativos, o encontro recebeu o apelido carinhoso de Lollapalooza do jornalismo brasileiro nas redes sociais.

Crédito: Luciana Vassoler/Abraji

 

Programação

No dia 12/7, o Congresso recebeu o ministro da Fazenda Fernando Haddad e o presidente do Senado Rodrigo Pacheco, que foram sabatinados por jornalistas. Haddad respondeu a Basília Rodrigues, da CNN Brasil; Míriam Leitão, do Grupo Globo; e Nathalia Fruet, do SBT, sobre as estratégias de governo para a Economia. Pacheco foi entrevistado por Sarah Teófilo, de O Globo; e Breno Pires, da piauí, sobre regulamentação da IA e a lei Anti-Slapp. Quanto a este último tópico, comprometeu-se a estimular a criação de uma lei brasileira, nos moldes existentes na Europa, para coibir o assédio judicial contra jornalistas.

Cerca de 10% da programação oferecida no Congresso teve patrocínio de empresas, o que marca uma nova estratégia da Abraji. Além disso, as parcerias permitiram ampliar a diversidade regional, com 243 organizações presentes, ou 25% a mais que na edição anterior. Garantiram ainda 87 bolsas para jornalistas e comunicadores, como a Jornada Galápagos, o programa Defensores Ambientais, o projeto Caravana da Abraji, pesquisadores do Seminário de Pesquisa em Jornalismo Investigativo, além de jornalistas negras selecionadas pela diretora da Abraji Basília Rodrigues, em parceria com YouTube, Fundação Lemann e Natura. 

Katia Brembatti comenta

Katia Brembatti

Katia Brembatti, presidente da Abraji, conversou com J&Cia sobre esta edição do Congresso.

Jornalistas&Cia − Como avalia este Congresso, que tem números tão significativos?

Katia Brembatti − Foi mesmo fora da curva. Embora procuremos sempre aumentar essa curva, os números bateram até as nossas expectativas. A cada ano, nosso objetivo é que o Congresso seja maior e melhor. Acho que conseguimos alcançar esse objetivo.

J&Cia − Na sua opinião, entre os temas tratados, qual ou quais foram os mais importantes, e por quê?

Katia − É difícil escolher um só, porque a Abraji tem como premissa a diversidade nos temas. Se formos escolher os principais, temos Amazônia e os indígenas, tentando antecipar as demandas da COP de Belém, no ano que vem. Temos que falar nas eleições municipais, uma cobertura com foco local. E também essa questão da Inteligência Artificial. Já foi abordada em nosso último Congresso, mas viemos com novidades. Lidamos agora tanto com as ferramentas para ajudar em processos de apuração, quantos as questões éticas e o impacto no setor. Quisemos abordar o que o público queria, sem sermos repetitivos.

J&Cia − Conforme o balanço do Congresso, houve 250 sugestões enviadas pelo público. O que a Abraji faz com essas sugestões?

Katia − As sugestões passam por um processo de curadoria. De uns três ou quatro anos para cá, temos pedido ao público sugestões. Se não, o conteúdo fica muito centrado nas nossas ideias. Algumas sugestões vêm repetidas, outras muito específicas, como “a minha reportagem”. Peneiramos tanto o que vem do público quanto o que consideramos importante para ser tratado, como o caso Dom e Bruno, a Guerra de Gaza. Não é só o que o público quer. Cabe a nós apontar as tendências para o público.

J&Cia − Parece que houve uma nova estratégia nos patrocínios. Qual a diferença entre o antes e o depois?

Katia − O Congresso da Abraji sempre aceitou patrocínios. O que fez foi diversificar e aumentá-los, para ter menos dependência de um ou outro patrocinador. Fizemos isso criando cotas específicas para os veículos. As bolsas tiveram patrocínios específicos: da Amazônia, por trabalho de pesquisa… Tivemos como parceiros Aberje e Abracom, que vieram somar, por serem do setor. A novidade deste ano foram as mesas patrocinadas, de branded content. Além do patrocínio com marcas, oferecemos conteúdo patrocinado. Tivemos desde o patrocínio clássico, até um leque de diversos tipos de patrocínio.

Katia Brembatti durante o Congresso da Abraji

J&Cia − Pode falar mais sobre as oficinas em formato de masterclass, produzidas para o ambiente digital?

Katia − Durante a pandemia, o Congresso passou a ser obrigatoriamente online, e precisamos chamar a atenção do público. Com isso, percebemos uma demanda reprimida de pessoas que queriam ter acesso ao conteúdo, mas estavam em lugares de difícil acesso a São Paulo. Quando voltamos a ser presenciais, não achamos justo manter essa distância. No online, procuramos ter conteúdos muito, muito interessantes, que pudessem contribuir para a formação do jornalista.

J&Cia − A Abraji já tem planos para o 20º Congresso, no ano que vem?

Katia − Até pela data redonda, temos a expectativa de que seja maior e ainda mais significativo e representativo. Já começamos a selecionar os temas, para fazer os convites aos palestrantes internacionais até o final do ano. Falamos com patrocinadores também.

J&Cia − O que gostaria de acrescentar?

Katia − A cada ano, o Congresso é a celebração da nossa profissão. Um momento de encontro, para refletir o que a gente faz e como a gente faz. No dia a dia, temos dificuldade de fazer essa reflexão. Muitos jornalistas me falam que o Congresso é um momento de recarregar as baterias. Um momento de pensar por que a gente faz o que faz.

Jacira Silva e jornalistas negras são homenageadas durante o Festival Latinidades

Jacira Silva e jornalistas negras são homenageadas durante o Festival Latinidades
Crédito: Reprodução/Valter Campanato/Agência Brasil

Jacira Silva, de 73 anos, foi a grande homenageada em 26/7 na entrega do Prêmio Jacira Silva, durante a 17ª edição do Festival Latinidades, em Brasília. “É o reconhecimento dos colegas pela nossa trajetória e o pouco que a gente consegue fazer para transformar e para contribuir para uma comunicação democrática, plural, não sexista”, disse Jacira. “Espero que eu mantenha a minha coerência política e a minha dignidade como ser humano e que eu possa sempre representá-los e representá-las com muito Axé”. Foram premiadas, na categoria Jornalistas Negras, Juliana Cézar Nunes, gerente da Agência Brasil, Maju Coutinho, da Rede Globo, e Basília Rodrigues, da CNN.

Jacira começou a cursar Comunicação após quatro tentativas para entrar na UnB. “Eu não passava porque trabalhava, tinha dois empregos, sempre fui de escola pública”, afirmou. Ela foi a primeira negra a assumir a Presidência do Sindicato dos Jornalistas do DF, entre 1995 e 1998, e fundou a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira/DF). Iniciou a carreira como revisora da gráfica do Congresso Nacional. Passou por Correio Braziliense, Jornal de Brasília, além de rádios e jornais comunitários.

Também atuou na assessoria do Ministério da Educação e da Funarte, e de outros órgãos públicos, além de participar do movimento sindical no DF. Atualmente, é diretora de Condições de Trabalho e Qualidade de Vida do Sindicato. (Com informações da Agência Brasil)

No melhor estilo Succession, sucessão do conglomerado de Murdoch chega aos tribunais

Os Murdoch: Lachlan, Rupert e James

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

Para quem acompanha os rumos dos grandes conglomerados de mídia é impossível assistir à série Succession e não imaginar que a inspiração para o personagem Logan Roy tenha sido Rupert Murdoch, embora o autor negue que tenha se baseado em apenas um modelo.

Mas ainda que alguns lances da série possam parecer fantasiosos para alguns, o que está acontecendo agora no seio da família do magnata da mídia poderia ter sido escrito por um roteirista criativo, com direito a um twist para surpreender os espectadores que achavam que tudo estava resolvido.

Rupert Murdoch, de 93 anos, transferiu pacificamente o comando da News Corp e da Fox News para o filho Lachlan em 2023, aparentemente sem brigas na família.

Só que agora ele quer mais: garantir que o filho preferido continue liderando mesmo quando ele não estiver mais por perto. Para isso, está movendo um processo para alterar as regras do trust da família, que prevê a divisão do poder decisório entre os quatro filhos mais velhos − James, Elizabeth e Prudence – após a sua morte.

A briga, revelada pelo New York Times na semana passada, não diz respeito apenas a uma família bilionária. O conglomerado fundado por Murdoch é dono de veículos de mídia influentes, incluindo The Wall Street Journal, The Times de Londres, Sky News da Austrália, seu país natal, e a poderosa Fox News, que molda a opinião de boa parte da América.

Os filhos têm posições políticas e ideológicas diferentes. Dependendo de quem fique no comando − apenas um, ou um sistema de decisões colegiadas −, a linha editorial desses veículos pode continuar a mesma ou mudar, com consequências − boas ou más − para a sociedade.

A tentativa de Rupert Murdoch de mudar as regras corre sob segredo de justiça. Mas a reportagem do New York Times informou que advogados de peso foram contratados pelos dois lados.

Em um deles estão o patriarca e o filho Lachlan. Do outro estão James e as irmãs, que teriam discordado da ideia do pai e feito uma aliança com o irmão mais velho.

James é um progressista que em 2020 fez uma polpuda doação para a campanha de Joe Biden e defende políticas de proteção ambiental, enquanto a Fox dá voz aos negacionistas do clima.

O primogênito afastou-se do conselho da News Corp naquele ano de forma dramática, como um roteirista de Succession poderia ter escrito.

Ele atribuiu a resolução à discordância com decisões e conteúdos editoriais dos meios de comunicação da família, além de ter criticado abertamente a News Corp por espalhar desinformação.

Lachlan ocupou o espaço e conseguiu a confiança do pai para ser nomeado como o chefão. Só que, com a morte de Murdoch, que pela ordem natural das coisas deve acontecer antes da dos filhos, James pode voltar a ter influência nas decisões − ou vencer brigas com o irmão se as irmãs se aliarem a ele em tudo − e é isso que o pai tenta evitar.

Os Murdoch: Lachlan, Rupert e James (Crédito: https://cnnportugal.iol.pt/rupert-murdoch)

O argumento para a briga jurídica está associado à política editorial. Rupert Murdoch alega que a concentração de poder nas mãos de Lachlan seria benéfica para os negócios do grupo, é baseada em boa-fé, e traria vantagens para todos os herdeiros.

Isso quer dizer, em outras palavras, que ser alinhado ao conservadorismo e à extrema-direita, como faz a Fox, apoiadora de primeira hora de Donald Trump, dá dinheiro.

Mas também faz perder, e esse pode ser um argumento dos filhos que podem ser mandados para escanteio. A Fox teve que pagar a fortuna de US$ 785 milhões para colocar fim a um processo movido pela empresa de urnas eletrônicas Dominion, acusada por ela de uma suposta fraude que teria “roubado” a vitória de Trump.

Quem viu Succession lembra como Logan Roy transitava nos meios políticos e tinha linha direta com o presidente da República. Assim provavelmente é Rupert Murdoch, que não faz o tipo que esnoba um presidente só por não gostar das ideias dele.

A julgar pelo intenção de mudar o trust para garantir um sucessor à sua imagem e semelhança, entretanto, ele mostra que continua acreditando no estilo Fox News de fazer jornalismo e influenciar a sociedade − seja por ideologia ou por achar que, mesmo pagando uma multa aqui outra ali, no fim das contas a audiência, os lucros e o poder compensam.

Succession não deve ter uma nova temporada, segundo a HBO. Mas com a nova temporada da série Murdoch, com direito a julgamento em setembro, quem precisa?


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TOP Mega Brasil anuncia vencedores da edição 2024

TOP Mega Brasil anuncia vencedores da edição 2024

Foram anunciados em 30/7 as agências de comunicação e os executivos de comunicação corporativa vencedores da edição 2024 do TOP Mega Brasil, agora candidatos ao Troféu da Onça Pintada. Passam a integrar a galeria da premiação 35 executivos e 37 agências, que conquistaram pelo voto um lugar nos TOP 10 Brasil ou nos TOP 5 das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Entre os executivos, as mulheres dominaram de forma acachapante, elegendo 30 executivas, sendo nove nos TOP 10 Brasil, quatro no Norte, quatro no Nordeste, quatro no Centro-Oeste, quatro no Sudeste e cinco no Sul. Os homens estão presentes nos TOP 10 Brasil com apenas um representante, o mesmo ocorrendo nos TOP 5 das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, e passaram em branco no Sul.

Entre as agências o equilíbrio regional foi maior. Nos TOP 10 Brasil, entraram três agências com sede no Rio de Janeiro, seis com sede em São Paulo e uma com sede no Distrito Federal.

No Norte, o domínio foi do Pará, com quatro agências eleitas, contra apenas uma do Amazonas. No Nordeste, foram quatro da Bahia, uma de Pernambuco e uma do Rio Grande do Norte. No Centro-Oeste, três do Distrito Federal, uma de Goiás e uma do Mato Grosso. No Sudeste, duas de Minas Gerais e quatro de São Paulo. E no Sul, duas do Paraná e três do Rio Grande do Sul.

A festa de premiação será em 28 de agosto, a partir das 18h, na Unibes Cultural, em São Paulo (rua Oscar Freire, 2.500), na véspera da abertura do 27º Congresso Mega Brasil de Comunicação, Inovação e Estratégias Corporativas. O evento será por adesão e o custo por participante é de R$ 250. As reservas podem ser feitas com Bruna Valim (brunavalim@megabrasil.com.br) ou Clara Francisco (clarafrancisco@).

Confira aqui os eleitos pelo TOP Mega Brasil 2024.

Assis Ângelo lança adaptação de Os Lusíadas com versão em braille

Assis Ângelo lança adaptação de Os Lusíadas com versão em braille

A Biblioteca do Memorial da América Latina, em São Paulo, sediará nesta sexta-feira (2/8) o lançamento de A Fabulosa Viagem de Vasco da Gama, adaptação da obra clássica Os Lusíadas, de Luís de Camões, feita pelo jornalista e pesquisador cultural Assis Ângelo, colunista do J&Cia. O evento, multimídia e inclusivo, contará com exposição do livro e das imagens que o ilustram, leitura dramática do texto, mesa-redonda com o autor e especialistas em Camões, além de uma mostra de livros do acervo do Memorial com publicações de autores portugueses.

A adaptação de Assis Ângelo busca tornar a obra mais acessível, utilizando uma linguagem simples e direta em sextilhas, tradicional na literatura de cordel. A publicação também será lançada em braille e com fonte ampliada, para distribuição gratuita a bibliotecas e entidades para pessoas com deficiência visual e baixa visão.

Ávido leitor, mas impossibilitado de ler em razão da cegueira – teve descolamento das retinas em 2013 −, Assis começou a ouvir audiolivros por intermédio da filha. “Entre as obras que caíram nos meus ouvidos estava Os Lusíadas, que havia lido quando jovem na escola, mas do qual não me recordava muito”, relata.

Segundo o jornalista, quanto mais ouvia os versos do clássico português mais mergulhava em suas histórias, e sem se dar conta começou a tramar sua adaptação na memória. De início, acreditou que poderia deixar seus versos bem guardados na mente e declamá-los a quem quisesse, mas desistiu da ideia. No front da luta diária para manter-se culturalmente ativo, a intenção inicial foi aos poucos se transformando na poesia do livro. Assis conta que foram dezenas de audições, depois a escrita feita de memória, passada para um gravador e finalmente, com a ajuda de amigos, materializada em texto no computador.

A publicação do livro é resultado de um projeto desenvolvido pela Casa de Conteúdo, que contou com recursos do ProAC/SP − Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo. Sylvia Jardim, sócia-diretora da agência, ressalta que a obra visa reduzir as barreiras linguísticas ao transformar o texto clássico em uma linguagem contemporânea e acessível: “O projeto é uma homenagem aos 500 anos do nascimento de Camões e se destaca por sua inovação, ao preservar o tema original, renovar a linguagem e aproximar o clássico do público atual”.

O evento de lançamento, gratuito, será realizado das 17h às 21h, no Auditório da Biblioteca Latino-Americana Victor Civita, no Memorial da América Latina. A exposição do livro e das gravuras continuará até o dia 10 de agosto, em horário comercial.

Confira neste link a palestra que Assis fez sobre o tema na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo.

Equipe do SporTV deixa estúdio após ameaça de bomba em Paris

Equipe do SporTV deixa estúdio após ameaça de bomba em Paris
Marcelo Barreto (Crédito: SporTV/X)

A equipe do SporTV precisou deixar o estúdio ao lado do Trocadero, um dos principais pontos turísticos de Paris, devido a uma ameaça de bomba na madrugada desta terça-feira (30/7). Outras equipes de imprensa internacional que estão cobrindo as Olimpíadas também precisaram deixar as instalações.

O apresentador Marcelo Barreto comandou parte do programa Ça Va Paris diretamente da rua. Ele explicou que havia saído para jantar entre uma entrada ao vivo e outra, e ao retornar para o estúdio, foi impedido de entrar no prédio e informado sobre a ameaça. O jornalista deu detalhes da situação e tranquilizou os espectadores, dizendo que todos estão bem.

“Quando se fala aqui em ameaça de bomba, pode ser um objeto perdido, pode ser uma mochila largada que alguém esqueceu”, explicou. “Não tem jeito, não tem como escapar do procedimento. O caminhão do esquadrão antibombas vai fazer uma análise. Nunca é bobagem, é precaução. Mas está tudo tranquilo, estamos seguros”.

Esse não foi o primeiro caso de ameaça de bomba durante as Olimpíadas. Em 26/7, o aeroporto de Basileia-Mulhouse foi evacuado e os voos suspensos. Horas depois, as operações foram progressivamente retomadas.

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