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segunda-feira, dezembro 22, 2025

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Como estragar uma viagem a Paris

* Por Eduardo Brito

 

Amigo do colunista Carlos Castello Branco desde que trabalharam juntos nos governos Jânio Quadros e de José Sarney, a partir dos tempos da Bossa Nova da UDN, o mineiro José Aparecido foi nomeado governador do Distrito Federal ainda na época da hospitalização do presidente eleito Tancredo Neves. Não gostava de administração, mas adorava uma festa.

À falta de algo para inaugurar, inventava qualquer coisa. O frondoso buriti que dá nome à praça fronteira ao palácio do governo brasiliense e ao próprio palácio foi pretexto para diversas festas do gênero. Buritis não têm vida assim tão longa e precisam ser substituídos. Como o que valia mesmo era o evento, Aparecido inaugurou bem uns três buritis. O fato de ser o mesmo não estragava a intenção.

José Aparecido também gostava de viajar. Governador nomeado, não tinha vice. Em ausências, era substituído pelo chefe da Casa Civil, o sério e competente jornalista Guy de Almeida.

Eis então que Aparecido embarca para Paris. Tratava-se de algum financiamento externo – o pretexto, claro, era irrelevante – e o governador estava acompanhado de assessores, entre eles o articulado José Carlos Mello, secretário dos Transportes. Após um lauto almoço, com papo cabeça e excelentes vinhos, pois era um bom copo, o feliz Aparecido retornou ao hotel caminhando sob os marroniers. Temperatura amena, sol brilhando, tudo maravilhoso.

Foi aí que veio a trovoada em céu azul. Dizem os intrigantes que, deixado para trabalhar em Brasília, o fiel Guy de Almeida sentia um prazerzinho perverso em dar más notícias ao governador que se esbaldava. Não deu outra.

Aparecido mal entrara no hotel e fora avisado de que havia um telefonema para ele. Atendeu ali mesmo, na recepção. Sim, era ele, Guy de Almeida. Para variar, má notícia. Aliás, péssima. Saíra na revista Veja uma nota informando que o governador do Distrito Federal, José Aparecido, estava em Paris para uma nova visita. Era a quinta desde que assumira o cargo. Em compensação, só duas vezes estivera em Ceilândia, a mais populosa e então a mais pobre das cidades do Distrito Federal.

Pior. Era verdade.

Previsivelmente, José Aparecido entrou em fúria. Começou a gritar com Guy ao telefone. “Essa nota é coisa do Elio Gaspari, claro. Mas quem está por trás são os chefes dele. Esses judeus. Querem é dinheiro. Sem isso, ficam aporrinhando, cometendo injustiças”… e por aí foi.

Ou melhor, iria, pois nesse momento foi interrompido por um senhor educado, de olhos claros, que estava também na recepção. Identificou-se como Edgard de Sílvio Faria, diretor-responsável de Veja, e começou a explicar-lhe que a revista, como aliás toda a Abril, não operava dessa forma. 

Cada vez mais irritado, José Aparecido retirou um maço de notas – aparentemente dólares – e começou a sacudi-las diante do interlocutor. “Está aqui, pegue o dinheiro, é isso que a empresa quer” e por aí foi. O secretário Mello e outros brasileiros que estavam por ali interferiram, separaram os dois, procuraram colocar panos quentes. Quando Aparecido estava mais calmo seguiram a fórmula infalível. Levaram-no ao bar do hotel, assim como o diretor-responsável de Veja. Argumentaram que pessoas do nível deles não poderiam ficar desse jeito, quase chegando às vias de fato, trocando insultos. Depois de servirem um uisquinho e puxarem a conversa para outros assuntos, conseguiram amenizar o quadro.

De natureza, o estourado Aparecido era extremamente afável e gostava de um bom papo. Culto e educado, Edgard de Sílvio Faria não insistiu no tema perigoso e, em pouco tempo, a conversa rolou. A turma do deixa-disso identificou alguns amigos comuns a ambos, assim como temas de interesse. Logo estavam em um diálogo aparentemente camarada, até um pouco caloroso.

Foi então que uma elegante senhora deixou o elevador, procurou alguém com os olhos e, então, foi para o bar. Edgard de Sílvio Faria apresentou sua mulher. Aqui, disse ele, está o governador do Distrito Federal, José Aparecido. Refinadíssima, ela disse que era um grande prazer, já que admirava muito o governador.

Era demais.

O diretor-responsável cortou. “Espera aí, vá lá que estamos conversando numa boa, mas admirar esse imbecil é demais!”

Não prestou. Aparecido retirou de novo o maço de dinheiro do bolso, começou a agitá-lo na direção do outro, os impropérios recomeçaram e precisaram, enfim, ser conduzidos cada um para seu lado. 

 

* Eduardo Brito ([email protected]) é editor executivo do Jornal de Brasília.

Reinaldo Azevedo acerta com o Grupo Bandeirantes

O Grupo Bandeirantes assinou nessa quarta-feira (25/5) contrato com Reinaldo Azevedo. Após sua polêmica saída da revista Veja, e mais tarde o anúncio do desligamento também da Jovem Pan, o colunista agora terá um programa diário na BandNews FM.

O nome ainda não foi definido, mas a atração, que irá ao ar das 18h às 19h, seguirá os moldes de Os pingos nos is, que ele comandava na Jovem Pan. A estreia está marcada já para esta segunda-feira (29/5).

Além do contrato com o grupo dirigido por Johnny Saad, Reinaldo confirmou que seu blog, antes hospedado na plataforma da Veja, passa a ser publicado no site da Rede TV, onde ele também é comentarista e ganhou um programa nos canais online da emissora – portal de notícias, YouTube e Facebook –, ao vivo, às 18h, de segunda a sexta-feira.

Maratona Piauí reúne no Rio o melhor do jornalismo independente

* Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro

 

A revista Piauí realiza neste sábado (27/5), das 10h30 às 19h30, a Maratona Piauí. O encontro discutirá as grandes iniciativas do jornalismo independente no Brasil. Num único dia, serão nove horas de troca de informações, com seis palestrantes escolhidos a dedo.

Das 10h30 às 11h30, Cristina Tardáguila, diretora da agência Lupa, explica como checa, de forma sistemática e contínua, o grau de veracidade das informações que circulam pelo País. São mediadoras dessa discussão Luiza Miguez e Paula Scarpin.

Às 12h começa a apresentação de Fausto Salvadori, da PonteJornalismo, site de notícias que cobre segurança pública e direitos humanos. Sob mediação de Leandro Demori e Rafael Cariello, o repórter conta como produz e divulga documentários, relatórios e pesquisas sobre temas relacionados a justiça, racismo, questões de gênero e violência do Estado.

Depois da pausa para almoço, às 14h, é a vez de Paula Miragaia, do jornal digital Nexo. A editora relata como são pautadas as colunas, os vídeos, os gráficos e as animações interativas que dão suporte às matérias do jornal, com mediação de Fernando de Barros e Silva e Júlia Dualibi.

Paulo Werneck apresenta, às 15h30, a revista Quatro Cinco Um, de crítica literária e que acaba de chegar às livrarias. Um de seus criadores, fala sobre o projeto, cujo nome faz referência a Fahrenheit 451, o romance de Ray Bradbury. Quem media a discussão é Alejandro Chacoff com Armando Antenore.

Das 17h às 18h, Consuelo Dieguez e Roberto Kaz mediam o que Laura Diniz tem a dizer sobre o Jota, um portal de notícias jurídicas. Ela conta como surgiu e como tem sido o trabalho neste momento especial, em que ocorre a maior investigação de corrupção da história do País.

A Maratona Piauí fecha sua programação, das 18h30 às 19h30, com um sucesso internacional que escolheu o caminho fly to Rio para prosseguir com sua trajetória: Andrew FishmanAmericano naturalizado brasileiro, ele comenta como foi a implementação no País do site The Intercept Brasil. A versão brasileira do site criado pelos americanos Glenn Greenwald, Laura Poitras e Jeremy Scahill é discutida com mediação de Bernardo Esteves e Daniela Pinheiro.

Em 2013, no jornal britânico The Guardian, Greenwald foi um dos porta-vozes de Edward Snowden para revelar a existência dos programas secretos dos Estados Unidos efetuados pela NSA (Agência de Segurança Nacional). Sua reportagem original mereceu o Prêmio Pulitzer  em 2014 e, no Brasil, ganhou o Esso de Reportagem, por artigos publicados em O Globo sobre o sistema de vigilância virtual dos Estados Unidos em território nacional.

A Maratona Piauí acontece no Instituto Moreira Salles (rua Marquês de São Vicente, 476). A participação custa R$ 250, com almoço incluído. Assinantes da revista e estudantes pagam R$ 150. Os ingressos estão à venda até a véspera do evento (26/5) somente pela internet. Vale conferir.

Márion Strecker assume comunicação da Escola de Artes do Parque Lage

Márion Strecker ([email protected]), mais conhecida dos paulistanos, mora agora no Rio e está de volta ao jornalismo cultural. Assumiu o conteúdo e a comunicação da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, a convite de Lisette Lagnado, curadora de ensino e programas públicos da EAV. Márion começou a carreira justamente dedicada às artes plásticas, em parceria com a também jornalista Lisette, editando a revista Arte em São Paulo.

Depois disso, foram algumas décadas na grande imprensa, como Folha de S.Paulo e UOL. Nos últimos anos, passou a produzir conteúdo para o canal Curta de televisão, que tem sede no Rio, e a colaborar com Paula Alzugaray na revista seLecT, sediada em São Paulo, os dois veículos especializados em arte e cultura. Agora no Parque Lage, além da comunicação, deve também fazer parcerias culturais, entre outras atividades.

* Por Cristina Vaz de Carvalho, editora regional de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro

Carlos Marchi lança biografia de Teotônio Vilela, o Menestrel das Alagoas

Carlos Marchi autografa em São Paulo nesta quinta-feira (25/5), na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, a partir das 19h, o livro Senhor República, que conta a vida do ex-senador Teotônio Vilela, conhecido como o Menestrel das Alagoas.

No domingo (28), data em que Teotônio faria cem anos, o autor vai lançar a obra na Fundação Teotônio Vilela, em Maceió, a partir das 16 horas. Em Brasília, Marchi fará dois lançamentos: um no restaurante Carpe Diem, no dia 30, às 19h, e outro no dia seguinte, às 10h, no Congresso Nacional. A obra, que sai pela Record, conta com prefácio de Eliane Catanhêde e orelha de Jorge Bastos Moreno.

Marchi conviveu com Teotônio Vilela durante os anos em que cobriu o Congresso Nacional. Ele teve passagens por Correio da Manhã, Última Hora, O Globo, Jornal do Brasil e O Estado de S. Paulo, e pela TV Globo. Em 1984-85, foi assessor da campanha civilista de Tancredo Neves.

É autor dos livros Fera de Macabu (1988) e Todo aquele imenso mar de liberdade (2015), biografia do colunista Carlos Castello Branco, ambos com edição da Record.

BBC Brasil abre duas vagas de editor multimídia

A BBC Brasil tem com duas vagas abertas para editor multimídia em sua redação de São Paulo. “Precisamos de pessoas supercriativas e, de preferência, com experiência em comandar equipes multimídia”, destacou o editor executivo Caio Quero em sua página no Facebook. “O candidato deve ser uma pessoa versátil, com bom conhecimento sobre as mais diversas áreas, mas, principalmente, alguém que saiba se botar no lugar do leitor e entender o que realmente atrai a atenção para um tema”.

Os contratados exercerão funções equivalentes às de chefe de Reportagem e de editor de texto, sempre de olho em novos formatos. “Procuramos pessoas com faro para grandes histórias e que tenham um senso editorial superaguçado. É fundamental que a pessoa lide bem com os mais diversos formatos – texto, vídeo, áudio –, tenha intimidade com jornalismo na web e saiba encontrar oportunidades nas constantes transformações e inovações do mercado”.

Além de texto impecável, o candidato deve ter experiência em edição de reportagens e conhecimento sobre vídeos para web e celular. Inscrições até 7 de junho.

Instituto canadense oferece fundo para freelances e documentaristas

Canadian Journalism Forum on Violence and Trauma abriu inscrições para a Bolsa Portenier de Direitos Humanos, iniciativa patrocinada pela cineasta Giselle Portenier.

Jornalistas independentes e documentaristas de todo mundo, que focam em violações dos direitos humanos, podem solicitar apoio financeiro. O vencedor receberá até 3.000 dólares canadenses (aproximadamente R$ 7,5 mil) para treinamento de segurança em ambientes perigosos.

Os candidatos devem demonstrar claro interesse ou histórico em lançar luzes sobre abusos aos direitos humanos e planejar uma próxima tarefa ou projeto com foco nesse tema.

As inscrições vão até 15 de junho. Confira mais informações (em inglês).

Mino Carta deixa de escrever editoriais para CartaCapital

Descrente nos rumos do País, Mino Carta, fundador e diretor de Redação de CartaCapital, escreveu na edição desta semana da revista o que ele afirma ser seu último editorial.

Com o título Sonho e realidade, arrematado com o olho Diretas antecipadas são a solução inteligente e pacífica, mas a casa grande vai resistir, Mino faz uma cética análise da situação política do País e de seu futuro, para concluir com desesperança:

“Sinto muito comunicar aos nossos fiéis leitores que este é o meu último editorial, só voltaria a escrever se as diretas fossem convocadas sem maiores delongas e se, finalmente, a justiça fosse feita. Minha ausência neste espaço não significa que abandono a pequena e valente equipe de CartaCapital, de honestos praticantes do jornalismo, tanto mais em um momento de dificuldade extrema. Estamos asfixiados financeiramente por um governo ilegítimo, sabidamente corrupto, e pelo abandono de setores do empresariado que outrora tinham maior compromisso com a diversidade e a pluralidade.”

Confira a íntegra do editorial.

Autos e Motos TV amplia participação no SBT Bahia

O programa Autos e Motos TV, criado e produzido por Roberto Nunes, estreou em 15/5 um quadro semanal no Aratu Online, site do SBT Bahia. A partir de agora, além dos vídeos publicados pelo site, o programa ganha exibição ao vivo pelo Facebook do Aratu.

Com duração de 40 minutos, o programa, gravado no estúdio central da TV Aratu, vai ao ar a partir das 9h30. “No programa de estreia falei sobre personalização de carros e o tuning na Bahia”, explica Roberto. “Esse novo formato reforça as minhas ações na plataforma digital, permitindo aos amantes de carros e motos assistirem e terem notícias no smartphone”.

Márcia Nunes assume a Comunicação da Philip Morris

Após uma passagem pelo Governo do Estado de São Paulo como gestora de Comunicação do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, Márcia Nunes assumiu a Gerência de Comunicação da Philip Morris Brasil.

Ela havia deixado a Pernod Ricard Brasil em maio do ano passado, onde ficou por quase dez anos como gerente de Comunicação, Public Affairs e CSR, e antes ainda esteve por cerca de oito anos na In Press Porter Novelli.

Os novos contatos dela são [email protected] e 11-2178-8917 991-531-618.

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