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sexta-feira, dezembro 26, 2025

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Uber e Estadão Verifica firmam parceria contra a desinformação

Uber e Estadão Verifica firmam parceria contra a desinformação
Crédito: Priscilla Du Preez/Unsplash

A Uber e o Estadão Verifica firmaram uma parceria para combater fake news no setor de mobilidade urbana e reforçar o papel do jornalismo profissional. A iniciativa visa desmentir informações falsas e conscientizar o público sobre os impactos negativos da desinformação.

Para Saulo Passos, diretor de comunicação da Uber na América Latina, o fenômeno afeta tanto pessoas quanto empresas. “A Uber se tornou sinônimo da categoria, o que nos torna alvos preferenciais de fake news. Isso pode comprometer a segurança dos usuários e motoristas parceiros”, explica. “Em um mundo em que as informações circulam de maneira cada vez mais rápida, ter fontes confiáveis que possam verificar e contextualizar os acontecimentos é fundamental”, completa Passos.

Desde 2019, a Uber investe em ações contra notícias falsas, como parcerias com a Abraji e Redes Cordiais. Entre as ações, destaca-se um curso de capacitação para jornalistas promovido em 2023, voltado a aprimorar a verificação de informações em um ambiente de alta pressão e engajamento.

Daniel Bramatti, do Estadão Verifica, reforça que a colaboração entre empresas e a imprensa é essencial. “A desinformação é como poluição. Quando uma empresa investe na checagem de fatos, colabora para um ambiente informativo mais limpo e saudável”, afirma.

A parceria busca ampliar o alcance das iniciativas contra a desinformação e fortalecer o acesso a fontes confiáveis e profissionais.

Organizações lançam Aliança pelo Jornalismo local na América Latina

Organizações lançam Aliança pelo Jornalismo local na América Latina
Crédito: Divulgação

Organizações latino-americanas defensoras do jornalismo uniram-se para lançar a Aliança pelo Jornalismo local na América Latina. O objetivo da iniciativa é chamar a atenção para a ausência de jornalismo local e reduzir os desertos de notícias.

A aliança visa a estabelecer padrões que sirvam como base para a implementação de políticas públicas que favoreçam o jornalismo local e reduzam a ausência de trabalhos jornalísticos em muitas comunidades latino-americanas. Fazem parte da iniciativa o Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor), representando o Brasil; Foro de Periodismo Argentino (FOPEA); Fundación para la Libertad de Prensa en Colombia (FLIP); Fundação Gabo; e Instituto Prensa y Sociedad de Venezuela (IPYS Venezuela).

Uma das principais ações será o lançamento de uma plataforma para compartilhar dados e relatórios sobre desertos de notícias, elaborados pelas organizações que compõem o projeto. A ideia é compartilhar essas informações, junto de exemplos e dicas de boas práticas, estratégias colaborativas e soluções que envolvam tanto os governos quanto os cidadãos, com o objetivo de conscientizar a população sobre os impactos dessa ausência de informações para a sociedade.

Entre os padrões a serem estabelecidos citados pela iniciativa estão promover o investimento em fundos econômicos que apoiem o trabalho jornalístico; garantir a formação contínua dos profissionais da mídia; e permitir a geração de conteúdo de alta qualidade.

BVL promove debate sobre o uso de IA nas artes gráficas neste sábado (8/2)

BVL promove debate sobre o uso de IA nas artes gráficas neste sábado (8/2)

A Biblioteca Parque Villa-Lobos (BVL), em São Paulo, realizará neste sábado (8/2), das 11h às 12h30, um debate online sobre Inteligência Artificial nas Artes Gráficas. O evento reunirá seis especialistas do mercado nacional para discutir os impactos da IA no setor. Voltado para o público a partir de 14 anos, o debate faz parte da programação da BVL dedicada aos quadrinhos.

A transmissão será ao vivo pelo canal do HQMIX no YouTube. O debate abordará precauções no uso da IA na produção de conteúdos gráficos, a valorização dos artistas nacionais e a proteção de seus direitos autorais.

Os participantes incluem o jornalista Marcelo Alencar, o designer Bruno Honda Leite, o cartunista Gilmar Machado, a pesquisadora de quadrinhos Dani Marino, o quadrinista e designer gráfico Will André Filho e José Alberto Lovetro, cartunista e presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil (ACB).

Juliana Dal Piva traz novos detalhes do caso Rubens Paiva em Crime sem Castigo

Juliana Dal Piva traz novos detalhes do caso Rubens Paiva em Crime sem Castigo

Em alta após o lançamento do filme Ainda Estou Aqui, indicado ao Oscar de melhor filme, o caso Rubens Paiva ganhará na próxima semana novos capítulos. Em seu mais recente livro Crime sem Castigo − Como os policiais mataram Rubens Paiva (Matrix), Juliana Dal Piva apresenta detalhes e documentos inéditos sobre a prisão e o desaparecimento do ex-deputado, morto em 1970 pela ditadura militar.

Autora também de O Negócio do Jair: A história proibida do clã Bolsonaro (Zahar), Juliana promoverá um lançamento da obra na próxima quarta-feira (12/2), a partir das 18h30, na Livraria da Travessa (rua Voluntários da Pátria, 97), no Rio de Janeiro.

Renata Rizzi se despede do Nexo

Renata Rizzi se despede do Nexo
Crédito: Reprodução/Linkedin

Além de Conrado Corsalette, que acertou com o Poder360, e de Paula Miraglia, que deixou a publicação no final de 2023 para fundar a plataforma Momentum, o Nexo Jornal despediu-se em janeiro de sua última sócia-fundadora, a CEO e diretora de Finanças e Estratégias Renata Rizzi ([email protected]).

Quem assume o cargo de CEO é a diretora de Operações e Relações Institucionais Marina Menezes, que está na casa desde a fundação. Do lado editorial, o comando fica com Antonio Mammi, que é editor do Nexo desde 2019. Apesar de deixar o dia a dia da empresa, Renata seguirá como acionista e membro do conselho.

Leia também: Nélson Nunes deixa a Aceesp a caminho do site The Football

Com quase cem anos, a revista Esquire está chegando ao Brasil

Com quase cem anos, a revista Esquire está chegando ao Brasil
Crédito: Reprodução/Esquire Classic

A revista americana Esquire, referência no universo masculino desde 1933, chega ao Brasil em março. Sob a liderança do jornalista Luciano Ribeiro e do publicitário Allan Barros, a edição brasileira terá como foco o público masculino AA, explorando temas como lifestyle, comportamento e cultura, além de manter o destaque para grandes reportagens. As informações são do Brazil Journal.

Além da versão impressa, a Esquire Brasil estará presente no digital, nas redes sociais, em eventos e vídeos. Em entrevista a Pedro Arbex, do Brazil Journal, Luciano destacou a aposta no impresso, criticando a perda de qualidade do jornalismo nas revistas atuais: “Muitas vezes você pega as revistas e simplesmente não tem o que ler. Vamos investir muito nisso, em trazer um bom jornalismo, com matérias que as pessoas realmente queiram ler”.

O modelo de negócios inclui publicidade, eventos e um sistema de cotas fundadoras para anunciantes. Marcas como Rolex, Cartier e Montblanc já garantiram espaço na publicação. Com um contrato inicial de cinco anos, renovável, a Esquire Brasil pretende consolidar-se no mercado de luxo e disputar espaço com títulos como Vogue e GQ.

Família Camargo, dona das rádios Disney, 89 e Alpha FM, compra a Transamérica

Família Camargo, dona das rádios Disney, 89 e Alpha FM, compra a Transamérica

Os irmãos João e Neneto Camargo, donos das rádios Disney, 89 e Alpha FM, compraram a rede de rádios Transamérica, que tem emissoras em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba e Recife e chega a 370 cidades. A compra foi assinada em 31/1 mas ainda depende de confirmação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O objetivo do negócio é investir no público interessado em esportes. A Transamérica é referência na cobertura esportiva e nas transmissões de jogos, com altos índices de audiência e importantes nomes em sua equipe. A família Camargo, que já é dona da Disney (voltada ao público até 13 anos), 89 (focada em Rock) e Alpha FM (para as classes A e B), quer investir agora no setor de esportes com a Transamérica.

“Temos certeza de que, na nossa mão, vai acontecer uma otimização muito grande”, disse João Camargo, que é também executive chairman da CNN Brasil, em entrevista à Folha de S.Paulo. “Vamos triplicar faturamento, diminuir despesa e melhorar a programação. Temos uma máquina de venda nas rádios. Quando a gente for visitar clientes e anunciantes, abre um leque”.

Segundo Alex Sabino, da Folha, não há garantia de que a marca Transamérica vai permanecer. A Família Camargo deve realizar pesquisas de mercado para analisar a possibilidade de uma mudança de nome. A rede Transamérica pertencia às herdeiras do banqueiro Aloysio Faria, que morreu em 2020, aos 99 anos.

Alexandre Inacio e Fernando Lopes lançam o NP Agro

Fernando Lopes e Alexandre Inacio lançam o NP Agro
Alexandre Inacio e Fernando Lopes (Crédito: NP Agro/YouTube)

Já está no ar o NP Agro, veículo independente focado em notícias sobre o agronegócio, fundado por Alexandre Inacio e Fernando Lopes, profissionais com anos de experiência na cobertura do setor. Segundo os fundadores, a ideia do projeto é abordar o Agro como força da economia brasileira, com notícias, análises de indicadores e muitas histórias.

O NP Agro tem cinco editorias principais, cada uma delas focada em um tema essencial para o setor do agronegócio: Insumos, Produção, Indústria, Economia e Ambiental, Social e Governança (ESG). O veículo tem ainda o NP Agro Cast, programa que traz entrevistas com referências do setor. Na última edição, o projeto entrevistou o economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados, sobre suas expectativas para a safra que será colhida em 2025.

Fernando Lopes é uma das grandes referências do jornalismo de agronegócio brasileiro. Trabalhou por 23 anos no Valor Econômico. Antes, foi por seis anos editor e repórter da Gazeta Mercantil e participou da criação da editoria de negócios (IM Business) do InfoMoney.

Alexandre Inacio tem 15 anos de carreira na cobertura do agro. Trabalhou como editor e repórter em Gazeta Mercantil, Estadão e Valor Econômico. Atuou também como colaborador de Bloomberg Línea, Brazil Journal e InfoMoney. Durante uma década, foi responsável pela comunicação corporativa de multinacionais como JBS e DSM.

Nélson Nunes deixa a Aceesp a caminho do site The Football

Nélson Nunes é eleito presidente da Associação dos Cronistas Esportivos de SP

Prestes a encerrar seu mandato de três anos na presidência da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo), no próximo dia 10 de fevereiro, Nélson Nunes já tem acertado um novo desafio profissional pela frente. A partir desta segunda-feira (3/2) ele se associa ao projeto editorial The Football, um site de informação, análise e opinião focado especificamente no universo do futebol mundial.

Nunes tem mais de 40 anos de experiência em redações, com destaque para as passagens na Gazeta Esportiva (onde ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo Esportivo em 1985) e no Diário Popular, onde começou como chefe de Reportagem da editoria de Esportes e saiu, após 23 anos, na condição de diretor de Redação. Ultimamente, ele dividia a presidência da Aceesp com trabalhos de consultoria editorial.

No The Football, terá uma coluna diária e atuará nos processos de gestão do site, em parceria com o também jornalista Robson Morelli (ex-Estadão), criador e administrador do canal.

Preciosidades do acervo Assis Ângelo: Licenciosidade na cultura popular (XCVI)

Por Assis Ângelo

Você, meu amigo, minha amiga, já ouviu falar de Orígenes Lessa?

Lessa foi um dos mais importantes escritores brasileiros, autor do clássico juvenil O Feijão e o Sonho. Escrita em 1938, essa obra foi premiada várias vezes, inclusive pela ABL.

Orígenes Lessa

Interessantíssimo e tocante é o conto As Cores. Nesse conto, Lessa ataca a sociedade por alimentar o racismo e o preconceito. Aqui no episódio ele fala sobre uma jovem cega, que finda por apaixonar-se por um negro. O pai não deixa.

Muita coisa horrorosa aconteceu e continua acontecendo mundo afora.

Na vida real, não são poucos os exemplos horrorosos de brancos e poderosos maltratarem as pessoas negras. Homens e mulheres.

Em 1526, um casal de etíopes recusava-se a gerar filhos, para não gerar novos escravos. Por razões quaisquer, esse casal, Cristófaro e Diana, terminou trazendo ao mundo um filho. Nome: Benedito.

O tempo passou, o menino cresceu e virou São Benedito, um negro que apanhou pra danado.

São Benedito

Benedito morreu com 63 anos de idade. E diz a lenda que ele chegou a ressuscitar pelo menos duas crianças e a multiplicar pães e peixes.

Benedito é considerado o padroeiro dos cozinheiros e da pobreza que sofre com fome.

Como se vê, o real e a fantasia estão o tempo todo misturados.

Em 1904, o escritor negro Lima Barreto escreveu o conto O Pecado, publicado exatos 20 anos depois. Nesse conto o autor faz uso de personagens das bandas lá do Céu, do Eterno. Entram e saem rapidamente São Pedro, anjos e tal. Um dia, de manhãzinha, Pedro acorda e vai pro banheiro fazer o que deve ser feito. Depois passa pela biblioteca do Céu e, ocasionalmente, folheia um enorme caderno com os últimos nomes que lá chegaram como almas. Milhares. Lá pras tantas ele se depara com uma alma de 48 anos, que viveu muito certinha enquanto viveu na Terra, por isso merecedora de instalar-se ao lado de Deus. Inquirido por Pedro, o guarda-livros da biblioteca fez um muxoxo e disse que não era bem assim, que obedecia a ordens.

Resultado: a alma justa, benigna, santificada de 48 anos, não foi posta ao lado do Criador pelo simples fato de ser da cor preta!

Não é só na literatura de Lima Barreto que a questão racial é abordada.

O Brasil foi o último país a descravizar pessoas.

Essa é informação que dói na alma.

Pela primeira vez, o dia 20 de novembro foi considerado oficialmente data nacional: Dia da Consciência Negra. Isso ocorreu em 2024.

O dia 20 de novembro é o dia da morte de Zumbi.

Zumbi

Zumbi, na pia batismal recebeu o nome de Francisco.

Quem deu esse nome a Zumbi foi um padre que o criou: Antônio Melo.

Essa questão ainda hoje é discutida por muita gente boa.

Há nas cadeias do Brasil mais pretos e pardos do que brancos. E pobres de marré, marré, marré…

O médico Dráuzio Varella surpreendeu os leitores brasileiros com o seu bombástico livro Estação Carandiru, lançado em 1999. Foi enorme a polêmica. Esse livro, como os dois outros que se seguiram, Carcereiros e Prisioneiras, talvez tenham contribuído para a decisão do então governador Geraldo Alckmin em demolir o velho presídio de que tratam os livros de Varella.

A leitura de Estação Carandiru dói e mexe com nossas ideias, principalmente no ponto que conta a invasão policial que resultou em 111 mortos.

Há muitas histórias nesse livro. Uma delas:

 

Mulher de cadeia casada jamais circula pela galeria, e para descer ao pátio, só acompanhada. Para casar, o marido deve estar em boa situação financeira, pois a ele cabe o sustento da casa; a ela, a submissão ao provedor. De forma velada, alguns condenam, mas a união é respeitada socialmente. O parceiro passivo não é considerado do sexo masculino. Nos estudos que conduzimos, não bastava perguntar se mantinham relações homossexuais. Era preciso acrescentar: e com mulher de cadeia? Antes das visitas íntimas, a homossexualidade era prolífica. Uma vez, dei o resultado positivo do teste de Aids para um ladrão desdentado e perguntei-lhe se havia usado droga injetável no passado:

− Nunca. Peguei esse barato comendo bunda de cadeia. Muita bunda, doutor!

 

A vida na cadeia é uma vida inimaginável pra quem está fora dela.

Varella não minimiza nenhuma piscada registrada por seus olhos.

Pela memória de Dráuzio Varella circulam em Carandiru problemas profundos e almas de gente, de pessoas.

Na cadeia, a vida de um pobre preto ou de uma pobre preta é a mesma. Dura, duríssima.

Imaginem, pois, uma mulher negra, gay, prostituta, pobre…

A sociedade, não só no Brasil, condena de olhos fechados a miséria de quem vive pobre e aparentemente sem futuro. Principalmente quando esse pobre sem futuro é negro ou negra.

Nessa linha de realidade e interpretação segue Dráuzio Varella no livro Prisioneiros.

Nessa mesma toada segue a leitura do livro Presos que Menstruam. A autora, Nana Queiroz, leva às páginas a história de mulheres que caem no crime e são presas e condenadas a cumprir pena na cadeia. Começa com Júlia, que cedo perde a infância, engravida e coisa e tal. Nana não mede palavras pra contar o que conta nesse livro.

 

Pois é, a realidade é terrível aqui e alhures. Mas até no mundo da fantasia há histórias que nos levam a pensar e a sofrer por contingências diversas.

 

Foto e ilustrações de Flor Maria e Anna da Hora


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