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quarta-feira, agosto 13, 2025

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Legislação ultrapassada vem intimidando jornalistas

O número de processos contra jornalistas por injúria, calúnia ou difamação dobrou em 2016 (18) em relação com o ano anterior (9). A informação é da ANJ, com base em dados divulgados pela Fenaj.

De acordo com a entidade, a maior parte dos casos é de ações cujos propósitos são pressionar e intimidar comunicadores, desrespeitando objetivamente a liberdade de imprensa. Em geral, de acordo com a Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), essas ações judiciais contra profissionais de imprensa se sustentam em uma legislação ultrapassada, dos anos 1940, que tipifica crimes de calúnia, injúria e difamação, além de “desacato à autoridade”, quando o profissional – ainda que baseado em dados disponíveis mediante lei de acesso – questiona a conduta de um agente público (mesmo sem mencioná-lo).

Exemplo disso é a história do jornalista Erik Silva, que em reportagem questionou o salário de um contador municipal em Corumbá (MS) – com base em dados disponíveis no site de transparência do Estado – e acabou sendo processado pelo servidor público. Quem detalha a história é Andrew Downie, correspondente do CPJ no Brasil.

Burson-Marsteller promove mudanças em seu comando

A Burson-Marsteller anunciou em 6/4 a nomeação de Ramiro Prudencio para CEO da Europa, Oriente Médio e África (EMEA), posição que passa a ocupar a partir de 2 de maio. Na mesma data,Francisco Carvalho, atual CEO da B-M Brasil, substituirá Prudencio como CEO para a América Latina. Prudencio ficará sediado em Londres e Carvalho, em São Paulo.

Ramiro iniciou na B-M em 1990, no escritório de Washington, depois de vários anos trabalhando no Congresso dos EUA como assistente legislativo. Mais tarde, mudou-se para o Chile para abrir o escritório de Santiago. Em seguida foi transferido para São Paulo, onde dirigiu a filial Brasil por oito anos. Ao todo, passou quase 13 anos liderando as operações, equipes e relacionamentos com clientes nesses dois mercados. Após retornar para os Estados Unidos, em 2006, passou a gerenciar a operação de Miami e coliderou o Programa Global de Relacionamento “Key Client”, que apoia as equipes dedicadas aos maiores clientes globais da agência. Em 2011, foi nomeado CEO para a América Latina. Sob sua liderança, a agência foi eleita em 2013 e 2015 como a melhor da região pela publicação The Holmes Report.

Francisco tem mais de 35 anos de experiência em jornalismo, publicidade e relações públicas, comexpertise em desenvolvimento e execução de estratégias de reputação corporativa, bem como posicionamento de marca, gestão de crises e programas de comunicação integrada para clientes B2B e B2C. Está em sua segunda passagem pela Burson-Marsteller, onde desde 2005 vem respondendo pela operação brasileira, com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Além de liderar equipes, prestar aconselhamento estratégico e executar projetos de comunicação para uma variedade de clientes, comandou a implantação do processo de planejamento integrado de comunicação para a B-M na região. Antes de retornar à agência como CEO, foi diretor de Comunicação Corporativa de GTECH, McDonald’s, Young & Rubicam e MPM/Lintas, além da posição inicial de gerente na Burson-Marsteller Brasil. Também foi diretor de Relações Exteriores da Abracom.

Ao Portal dos Jornalistas ele disse ter levado um bom tempo digerindo o convite inesperado para começar um novo desafio na carreira: “A partir de maio começo a desbravar novos mares, felizmente dentro do mesmo barco seguro”.

Termina em 5/5 prazo para concorrer aos R$ 400 mil do MPT

Termina em 5/5 o prazo para concorrer à quarta edição do Prêmio MPT de Jornalismo. Um dos maiores em valores do Brasil, distribuirá R$ 400 mil para matérias e imagens que se destacarem na investigação e a denúncia de irregularidades trabalhistas.

São oito as categorias em disputa: Jornal Impresso, Revista Impressa, Radiojornalismo, Telejornalismo, Webjornalismo, Fotojornalismo, Universitário e Repórter Cinematográfico. Os inscritos também poderão concorrer nas especiais Fraudes Trabalhistas – concedida à melhor reportagem, dentre as concorrentes, sobre fraudes trabalhistas – e MPT de Jornalismo, com status de Grande Prêmio, entregue à melhor reportagem dentre todas as vencedoras das categorias nacionais.

Assim como em 2016, o prêmio será dividido em duas fases. Na primeira, Regional, os trabalhos serão analisados por cinco júris regionais: Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sul e Sudeste. Os vencedores dessa etapa, em cada categoria, passarão para a segunda fase, em que serão conhecidos os vencedores Nacionais.

Os vencedores das categorias regionais receberão R$ 5 mil, enquanto os das nacionais contarão com duas escalas de premiação: R$ 10 mil para as categorias Universitária e Repórter Cinematográfico, e R$ 15 mil para as demais. Já cada uma das reportagens vencedoras dos dois prêmios especiais receberá R$ 45 mil. Os prêmios não são acumulativos.

Nesta edição, podem concorrer reportagens veiculadas entre 2 de maio de 2016 e de 5 maio de 2017, mesmo dia em que termina o prazo de inscrição. Mais informações, ficha de inscrição e regulamento estão disponíveis no premiomptdejornalismo.com.br.

Gazeta do Povo ousa na migração para o mobile

Jornal paranaense investiu R$ 23 milhões na mudança, que culminará com a transformação da versão impressa em semanal. Equipe fixa contará com 118 profissionais, entre jornalistas, designers, infografistas e pessoal de TI

Nós últimos anos, muitos têm sido os jornais impressos que deixaram de circular para reduzir custos, já que a crise do modelo de negócio provocada pelas novas tecnologias de distribuição de notícias fez a publicidade minguar, os leitores sumirem, a circulação cair e as receitas evaporarem. Diversos têm investido compensatoriamente no digital e no mobile e mantido as versões impressas – no máximo unificando as edições de final de semana para reduzir despesas –, mas em geral a conta segue não fechando.

Nesse cenário, a Gazeta do Povo, que completou 98 anos em fevereiro passado como o maior jornal do Paraná, anunciou em 6/4 que investiu R$ 23 milhões em tecnologia para promover uma mudança de paradigma em sua produção jornalística: a partir de 1º de junho, será o primeiro jornal brasileiro feito exclusivamente para plataformas móveis, tendo como diretriz o jornalismo de impacto social. Para sustentar o negócio, a principal fonte de receita virá de assinaturas. A versão impressa deixará de ser diária e passará a semanal, mais analítica e contextual, com circulação aos sábados.

Como o conteúdo tem papel protagonista nesse novo momento da Gazeta, um time de colunistas de peso passa a integrar a equipe do jornal: Ricardo Amorim, Teco Medina, Leandro Narloch, Rodrigo Constantino, Lúcio Vaz e Evandro Éboli, que se juntam a nomes como Luís Fernando Verissimo, Rogério Galindo e Demétrio Magnoli.

Do ponto de vista operacional, também a produção de notícias será essencialmente a partir de celulares. Os profissionais da Gazeta escreverão suas matérias e as publicarão na plataforma digital do jornal a partir de seus dispositivos móveis por meio de um aplicativo desenvolvido pela Eidos, especialista internacional em soluções de publicação online. Ele permite ao jornalista produzir não só textos, mas também fotos, vídeos e lives.

Um caminho natural

Guilherme Pereira, presidente da GRPCom – Crédito: Divulgação

 

Para Guilherme Pereira, presidente do Grupo GRPCom, ao qual pertence a Gazeta do Povo, apenas o inglês Independent adotou esse foco essencialmente mobile, porém sem preservar qualquer edição impressa. Segundo ele, a decisão vinha sendo amadurecida há dois anos, quando o jornal passou a adotar uma nova política digital: “Desde então, as nossas pesquisas vinham indicando que esse era o caminho natural. Aliás, mais do que as pesquisas, a nossa realidade nos impôs a decisão. Hoje, na Gazeta do Povo são nove leitores no digital para cada um no impresso. No próprio digital, são 60% no celular contra 40% no desktop. E a curva do mobile só cresce. Então, quanto mais cedo mudarmos, melhor”.

Para sustentar o negócio, ele aposta fortemente na receita gerada por assinaturas. A orientação segue tendência identificada há dois anos em relatório da Associação Mundial de Jornais e Publishers de Jornais (WAN-IFRA), que detectou que a circulação, e não mais os anúncios, passaram a responder pela maior parte das receitas dos jornais no mundo. O mesmo documento apontava que o futuro do consumo de notícias seria dominado por celulares e tablets.

“A previsão é chegarmos a 300 mil assinantes até 2019, dos quais dois terços devem vir de fora de Curitiba”, diz Guilherme. “Nossa estratégia para isso se baseia em levar notícias de credibilidade ao leitor onde ele estiver, pelo celular. O leitor da Gazeta valoriza a informação de credibilidade e isso será a base para que ampliemos o nosso universo de assinantes”. Também servirão como atrativos para novos assinantes a diretriz de produção jornalística para gerar impacto social, capaz de ensejar mudanças, e o Clube Gazeta do Povo, que oferece vantagens aos seus membros. “Queremos demonstrar ao assinante que ele financia um jornalismo sério, confiável e que faz a diferença na vida das pessoas”.

Ele lembra ainda que os atuais anunciantes da edição impressa também terão papel preponderante no processo: “Além da versão impressa semanal e das revistas mensais Haus e Bom Gourmet, eles terão pacotes especiais no digital e ações de branded content. Usaremos o prazo que temos até junho para afinar as relações com os anunciantes”.

Geração de impacto social

 

Na nova estrutura, o conteúdo estará dividido em editorias com foco na compreensão de comportamentos e tendências: República (sob a responsabilidade de André Gonçalves), NovaEconomia (Rodrigo Ghedini), Livre Iniciativa (Fabiane Menezes), Educação (Denise Drechsel), Justiça e Direito (Joana Neitsch), Ideias (Jones Rossi), Política Paraná (Bruna Maestri Walter), Curitiba (Marcos Xavier Vicente), Esportes (Rodrigo Fernandes), Guia (Gilson Garret), Bom Gourmet (Deise Campos), Haus (Daliane Nogueira), Viver Bem (Katia Michele), Bessa (Reinaldo Bessa) e Automóveis (Renyere Trovão). A equipe fixa contará com 118 profissionais, entre jornalistas, designers, infografistas e pessoal de TI. A média de idade é de 35 anos.

Leonardo Mendes Junior, diretor de Redação da Gazeta do Povo – Crédito: Henry Milleo

Segundo Leonardo Mendes Jr., diretor de Redação da Gazeta, para aferir a meta de geração de impacto social o veículo adotará metodologia que vem sendo desenvolvida a partir de experiência do Marshall Project, portal noticioso norte-americano sobre Justiça Criminal: “Essa metodologia usa um algoritmo que nos permite identificar quando uma reportagem está sendo citada e gerando debate. Não queremos ser relevantes apenas por informar, mas produzir informação capaz de ensejar mudanças. O jornalismo é uma das principais ferramentas de mudança social. Cito dois exemplos reais: uma reportagem sobre um artesão que morava numa casinha de cachorro levou um empresário a nos procurar para dar a ele uma casa. E parte da reportagem Mitos e verdades de Moro foi usada no livro de um procurador sobre a operação Mãos Limpas, da Itália. Da mesma forma, quando sabemos que nosso projeto Ler e Pensar, de incentivo à leitura para alunos do Ensino Fundamental e Médio público e privado do Paraná, faz com que também os pais passem a ler”. Inicialmente, diz ele, os relatórios com essas aferições serão trimestrais, mas a ideia é que no futuro estejam disponíveis online, em atualizações diárias.

Migração de leitores

Leonardo acredita que a migração dos atuais leitores do papel para o mobile será tranquila: “Eles terão todos os colunistas, além de diversas funcionalidades, como podcasts. Também faremos curadoria de notícias, algumas exclusivas para assinantes. Hoje já fazemos alguma no online, como o Bom Dia, que fica disponível logo cedo com os principais temas do dia anterior. Haverá outras edições, como Boa Tarde e Boa Noite, atualizando o noticiário do dia, e, aos domingos, O melhor da semana”.

Outra preocupação, diz Leonardo, é manter o padrão editorial independentemente de plataforma, já que a credibilidade será fundamental para o sucesso do veículo: “Nesse sentido, a checagem de fatos tem papel primordial. Por isso, dentro desse período de transição também nos dedicaremos a desenhar dinâmicas de combate às fake news”.

Versão impressa

A edição impressa da Gazeta do Povo circulará sempre aos sábados em novo formato e vai aprofundar e explicar os assuntos mais relevantes da semana, além de trazer colunas, artigos exclusivos e algum material do mobile. Cada exemplar terá 64 páginas e também será vendido em bancas, a R$ 8. Os assinantes receberão em casa, aos sábados. A equipe fixa contará com cinco profissionais experientes: o editor-chefe Irineu Netto e os editores Célio Martins, Carlos Coelho, Denise Drechsel e Adriano Justino. Segundo Leonardo, o piloto ficou excelente e eles começam a trabalhar no regime de fechamento semanal entre o final de abril e o início de maio.

Para marcar a “virada de chave”, a Gazeta reafirmará seus valores e convicções por meio de 28 editoriais que serão publicados também a partir do final de abril. No dia 31 de maio, todos os textos serão compilados e disponibilizados na plataforma. “Queremos reiterar nossos valores de maneira transparente ao nosso leitor e a nossos parceiros. Somos um jornal a favor da vida, dos direitos humanos e da democracia”, conclui o presidente Guilherme Pereira.

A decisão da Gazeta teve muita repercussão nas redes sociais. Grande parte dos comentários, porém, afirma exatamente o contrário da proposta da empresa: ou seja, que, na realidade, ela está puxando o cordão do fim dos jornais impressos. A conferir.

CNN negocia parceria com a RedeTV

Estão avançadas as negociações da CNN com a RedeTV para lançamento de um canal de notícias no Brasil. A informação é do TelePadi, de Cristina Padiglione.

De acordo com o site, a aliança prevê que o grupo brasileiro pague uma espécie de royalty pelo uso da grife CNN, além de atender aos padrões de jornalismo da marca original.

A rede norte-americana fechou negócio semelhante no Chile, que coexiste com a CNN Español, iniciativa que não emplacou em solo brasileiro.

Motorpress Brasil dará lugar à Motor Mídia: conheça detalhes da nova operação

Será apresentada oficialmente ao mercado na próxima segunda-feira (27/3) a Motor Mídia, grupo criado a partir da sociedade de Isabel Reis, que encerra no final de março a operação da Motorpress Brasil, e da Matel, empresa com 45 anos de mercado, dirigida por Eduardo Ribeiro.

Apesar da parceria entre ambos já ter sido adiantada alguns dias atrás, detalhes da operação ainda eram mantidas em sigilo. Além de seguir no comando de duas publicações que ainda eram editadas pela Motorpress – as revistas Racing e Motociclismo, bem como suas versões digitais e mídias sociais –, a nova marca atuará em outras áreas editoriais, como desenvolvimento de ações customizadas de varejo para empresas; catálogos multimídia para salões e eventos do setor; ações de Branded Content; e programas de vídeos sobre motos, automóveis e automobilismo, com debates, mesas-redondas e entrevistas.

Em entrevista concedida  ao Jornalistas&Cia Imprensa Automotiva na sede da nova empresa, que também abriga a operação e o estúdio da Matel, no bairro do Sumaré, Isabel e Eduardo falaram sobre seus planos para as publicações e eventos que seguem sob o guarda-chuva da nova operação, bem como o destino de seus profissionais e a estratégia de ambos para o futuro da operação.

Confira a seguir:

Jornalistas&Cia Imprensa AutomotivaComo funcionava a parceria que vocês mantinham com a Motorpress Internacional?

Isabel Reis – Antes da Motorpress eu tinha minha própria editora, em parceria com o Sergio Quintanilha, e foi lá que surgiu boa parte dos títulos que mais tarde editamos pela Motorpress. Dentre eles, já estavam as revistas Carro e Racing, a semanal Carro Hoje, que recentemente chegamos a relançar, mas que ficou pouco tempo no mercado, além de outros títulos relacionados a informática e alguns eventos, como o Melhor Carro. Em 1997, com o interesse da Motorpress em expandir sua atuação em diversos países, entramos no radar da Motorpress Lisboa, que mais tarde passou a se chamar Motorpress Ibérica, e que era responsável pela comercialização da marca nos países de línguas portuguesa e espanhola. Assim, criamos a operação brasileira, da qual eu era sócia e me mantive até o encerramento de suas atividades, que oficialmente acontecerá no final deste mês.

J&Cia AutoComo era o modelo comercial? Vocês pagavam royalties pelos títulos publicados?

Isabel – Pelos títulos não, até porque já eram nossos e os que vieram depois também foram criações nossas, mas pagávamos uma espécie de taxa para utilização do conteúdo produzido internacionalmente pelo grupo.

J&Cia AutoPor que após 20 anos foi tomada a decisão de encerrar as operações no Brasil?

Isabel – Esse é um movimento que a Motorpress Internacional vem fazendo em muitas de suas operações locais, motivado principalmente pela crise que o mercado editorial vem passando. Além do Brasil, eles também estão de saída da França, de Portugal, da China e de alguns países do Leste Europeu.

História: Em 20 anos de atividade, a Motorpress chegou a manter uma equipe com quase 90 funcionários e nove títulos, tendo atingido o ápice de suas operações em meados da década passada.

J&Cia AutoE por que a venda de dois títulos?

Isabel – Digamos que foi um misto de oportunidade e necessidade de focar as atuações da nova empresa em alguns públicos estratégicos. No caso da Transporte Mundial, o Edson Coelho [N. da R.: diretor da Editora GG] havia me sondado algum tempo atrás sobre a possibilidade de comprar o título, e na época eu não quis. Agora, com o fim da parceria com a Motorpress e o novo negócio com a Matel, achamos interessante, até para focar nossa atuação em segmentos que ambos dominamos. Já no caso da Carro, havia o interesse por parte do Fabio, e a proposta foi interessante pra gente.

Eduardo Ribeiro – Para nós, este é o cenário ideal, pois além de falarmos com um público em que estamos inseridos há 45 anos, abrimos uma nova possibilidade de mercado, uma vez que a participação de motocicletas em nossos feirões e eventos ainda é muito baixa, quando comparada com os automóveis.

Relembrando o caso: Antes do anúncio do fim de suas operações, a Motorpress Brasil já havia vendido, no final de 2016, a Transporte Mundial para a Editora GG, que também publica a revista O Carreteiro. Com a decisão de encerrar por completo suas atividades no Brasil, outro importante título da casa, a revista Carro, e seus eventos e produtos, foi então vendida à Infini Editora, de O Mecânico. Já as revistas Racing e Motociclismo seguiram sob os cuidados de Isabel, que agora levou os títulos para sua nova empresa, a Motor Mídia.

J&Cia AutoTendo criado a Carro antes mesmo da chegada da Motorpress, como foi ter que se desfazer do título nessa nova etapa?

Isabel – Eu chorei bastante no dia em que publiquei a notícia no Facebook e depois procurei levantar a cabeça e seguir em frente. Foi a Carro que permitiu que todos os demais títulos surgissem a seguir, e que nos trouxe inúmeras conquistas desde então.

J&Cia AutoComo ficam as equipes, tanto nas redações de Racing e Motociclismo quanto no operacional da empresa?

Isabel – Tentei fazer tudo o que estava ao meu alcance para manter o máximo possível do meu quadro, mesmo sabendo o quão difícil e muitas vezes inviável é tomar essa decisão em casos como esse. Ainda assim, alguns funcionários que participavam da operação das revistas foram mantidos e no caso das redações da Racing e da Motociclismo todos os jornalistas receberam propostas para continuar. Felizmente quase todos já acertaram sua permanência, apesar de falarmos de uma nova empresa, criada do zero. Em relação à Carro, a política adotada na redação está sendo a mesma. A ideia dos novos proprietários é manter os profissionais que tocavam a revista, para que ela siga os mesmos moldes de sucesso até hoje.

J&Cia AutoJá é possível adiantar quem fica?

Isabel – Prefiro manter essa informação ainda em sigilo, pelo menos nos próximos dias. O que acontece é que todos esses profissionais tiveram que ser desligados da Motorpress e só poderão ser recontratados – e minha ideia é fazer isso em regime CLT – a partir de 3 de abril, quando a nova empresa passa a existir de fato. Até lá, sem contrato assinado, prefiro não adiantar uma situação que ainda não é certa para mim.

J&Cia AutoHaverá mudança de formato, periodicidade ou tiragem das revistas?

Isabel – O modelo de negócio para as revistas permanece o mesmo. A Motociclismo é líder nos conteúdos especializados sobre motocicletas e o amplo mundo dos motociclistas. A Racing e o Capacete de Ouro são reconhecidos como os principais instrumentos de comunicação na área de automobilismo. Agora, com o desenvolvimento de várias ações físicas e digitais também para automóveis novos e usados, a Motor Mídia será a única empresa de comunicação que atingirá leitores as publicações impressas, internautas no mundo digital e pessoas fisicamente presentes nos eventos.

J&Cia AutoComo ficam os sites das duas revistas?

Isabel – Nada muda. Mesmo com o fim de uma empresa e a abertura da outra, nossas mídias digitais não sairão do ar por nenhum minuto sequer e seguirão com atualizações diárias. Além disso, seguimos com nossa parceria com o portal MSN. Temos uma reunião nos próximos dias para confirmar os detalhes, mas o mais certo é que nada mude nesse sentido.

J&Cia AutoAlguma estratégia já traçada para o futuro?

Eduardo – Agora pretendemos ampliar a sinergia entre as duas empresas. Com a experiência da Matel, principalmente em eventos e produção audiovisual, seremos capazes de ampliar ainda mais a participação das marcas Racing e Motociclismo no mercado e nas mídias digitais. Já estamos criando um projeto para o Capacete de Ouro ser realizado também de maneira dinâmica, ao longo do ano, no Sambódromo, complementado por programas de vídeo e reportagens, mantendo, é claro, a premiação final com uma grande festa de gala.

J&Cia AutoPor que apostar no mercado de revistas, quando o cenário não tem se mostrado tão favorável nos últimos anos?

Eduardo – Não estou apostando no mercado de revistas, até porque não estamos falando aqui apenas de revista. Acredito no potencial que as marcas e produtos que estamos trazendo podem agregar ao nosso escopo de negócios. Será uma oportunidade para ambas as empresas, agora parceiras, se apoiarem na conquista de novos mercados. Minha perspectiva é das melhores.

Aguirre Talento deixa a IstoÉ-DF

O editor e repórter investigativo Aguirre Talento deixou a sucursal de Brasília da IstoÉ em 17/3 e ainda não há definição de quem irá substituí-lo. A diretora Débora Bergamasco conta agora, na redação, com Ary Filgueira, pois a repórter Mel Bleil Gallo também deixou a revista há alguns meses.

Ponte faz campanha de financiamento coletivo para manter operação

Fortaleça a Ponte Jornalismo. É com essa frase que a Ponte, site independente de notícias de segurança pública, justiça e direitos humanos, lança sua campanha de arrecadação pela plataforma Catarse. O objetivo é levantar, em 60 dias, R$ 130 mil (cento e trinta mil reais), recursos suficientes para manter uma estrutura mínima de redação por seis meses, além da produção de três reportagens especiais. Quem quiser conhecer um pouco mais da premiada iniciativa independente, e ainda colaborar, é só clicar.

Um CNPJ para a Agência Mural

Após seis anos de “muito trabalho e muitas transformações”, como diz sua fundadora Izabela Moi, a Agência Mural resolveu formalizar-se. Criada como um blog em 2010, a iniciativa tornou-se uma agência em 2015, ainda apenas como um coletivo.

“Agora, nós queremos um CNPJ”, diz Izabela. “Queremos ser uma organização sem fins lucrativos que faz jornalismo de qualidade. Jornalismo, como sabíamos em áureos tempos, que está a serviço do interesse público, dos cidadãos e da democracia. No nosso caso, principalmente, incluindo geografias e populações negligenciadas e invisibilizadas”.

Para ela, a Agência Mural não serve apenas para contar histórias que ninguém conhece, e sim como instrumento para reengajar cidadãos com seu lugar de residência, “porque o que publicamos faz sentido, mostra problemas e soluções, informa o cidadão sobre o poder local”. Com a novidade, a Agência Mural também está aceitando doações, que podem ser feitas via Catarse, a partir de R$ 10.

Projeto da Câmara criminaliza notícia falsa

A divulgação ou compartilhamento de notícia falsa ou “prejudicialmente incompleta” na Internet pode virar crime. É o que diz o projeto de lei apresentado pelo deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) na Câmara dos Deputados.

O PL 6812/2017 estabelece pena de detenção de 2 a 8 meses e pagamento de 1,5 mil a 4 mil dias-multa (valor unitário a ser pago pelo réu a cada dia de multa determinado pelos magistrados). E sugere que os valores obtidos sejam revertidos para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos.

Já há também alguma preocupação com o teor do projeto, por ele acabar penalizando indistintamente quem produz e quem apenas dissemina essas notícias, muitas vezes sem saber que são informações falsas.

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