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Roda Viva entrevista o youtuber Felipe Neto nesta segunda-feira (18/5)

Felipe Neto. Foto: Divulgação/Play9

O Roda Viva (TV Cultura) recebe nesta segunda-feira (18/5), às 22h, o youtuber Felipe Neto, uma das figuras mais populares da internet nos dias de hoje, com cerca de 37 milhões de inscritos em seu canal. Com apresentação de Vera Magalhães, o programa irá ao ar na TV, no site da emissora, Twitter, Facebook, YouTube e LinkedIn.

Felipe fundou a empresa Paramaker, que gerencia aproximadamente cinco mil outros canais no YouTube. Ele falará sobre influência digital e a pandemia do novo coronavírus e seus impactos na comunicação. Crítico assíduo do governo Bolsonaro, também opinará sobre a situação política do País. Em 9/5, Felipe publicou um “vídeo-carta aberta” para todos os artistas e influenciadores do Brasil, destacando o fim da tolerância com aqueles que não usam sua influência nas redes sociais para posicionar-se politicamente diante do cenário político atual.

A banca de entrevistadores será formada por Maria Claudia Almeida, head de comunicação do Twitter; Rachel Sheherazade, âncora do telejornal SBT Brasil; a jornalista e escritora Mariliz Pereira Jorge; Edgard Piccoli, apresentador e radialista; e Carol Pires, correspondente do NYT e colunista da revista Época. Haverá ainda a participação remota do cartunista Paulo Caruso.

O presidente Jair Bolsonaro tem suas razões para não gostar e desconfiar da imprensa. Não é de hoje

Matéria de Veja com os croquis que Bolsonaro desenhou

Por Thales Guaracy

Em outubro de 1987, Bolsonaro revelou a uma repórter de Veja no Rio de Janeiro, Cassia Maria, um plano de explodir bombas em quartéis, como forma de pressionar o alto comando do Exército por melhores salários.

Chegou a desenhar como aquilo funcionaria. Explicou o plano, mas pediu sigilo sobre sua autoria.

Cassia Maria mandou seu relatório à direção da revista, em São Paulo. Esta resolveu abrir o sigilo da fonte. Considerou que não poderia manter o compromisso da repórter, diante da possibilidade da consecução de um crime.

Sei dos detalhes porque eu estava lá. Era subeditor de Economia em Veja e trabalhava ao lado da seção de Assuntos Nacionais, responsável pelas reportagens de política, que eu mesmo viria a editar, dois anos depois.

Recentemente, perguntei a José Roberto Guzzo, diretor de Redação de Veja na época, de quem foi a decisão de quebrar o sigilo da fonte e expor Bolsonaro.

Guzzo me respondeu que não lembra. “Mas deve ter sido eu, porque todas essas decisões passavam por mim”, afirmou.

Assim, Bolsonaro falou com uma repórter sob a condição do sigilo e no sábado viu seu nome estampado com todas as letras na revista, ao lado de outro capitão, então identificado apenas como “Xerife”, e sua mulher, Lígia.

Bolsonaro aproximara-se da revista um ano antes, ao escrever um artigo, publicado na última página, onde ficava a seção Opinião, reclamando de tudo – do soldo, da carestia, do aluguel. “Corro o risco de ver minha carreira de devoto militar seriamente ameaçada, mas a imposição da crise e da falta de perspectiva que enfrentamos é maior”, escreveu.

O artigo, assinado por ele, era inescapável – e o mandou por algum tempo para a prisão. No inquérito militar sobre as bombas, Bolsonaro negou ter sido ele a fonte de Cassia Maria, apesar de exames grafológicos indicarem que os desenhos apresentados por Veja eram de sua autoria.

De forma salomônica, o Exército não puniu Bolsonaro, exatamente: decidiu afastá-lo, sem tirar-lhe a patente de capitão. Daí, Bolsonaro entrou para a política. Três décadas depois, a história fez dele, por ironia, na condição de presidente da República, o chefe das Forças Armadas. Para Bolsonaro, é uma volta por cima. Sobre os militares, certamente.  E, segundo acredita, sobre a imprensa.

Ao contar seu plano terrorista, Bolsonaro quis usar a imprensa de maneira a obter o efeito que desejava sem se prejudicar. Descobriu que a imprensa livre se chama livre porque ninguém a controla – seja o governo, sejam suas fontes, e por vezes seus repórteres.

Tendo assumido o compromisso do sigilo com a fonte, Cassia Maria acabou de certa forma também traída. Acabou deixando a Veja, não sem antes pedir ajuda para a contratação de seguranças, pois desde a publicação da reportagem passou a ser ameaçada.

Três décadas depois, como presidente, Bolsonaro poderia mostrar grandeza e deixar o passado para trás. Porém, além de desconfiado, ele continua se mostrando rancoroso, truculento e vingativo.

Reclama sistematicamente de veículos como Folha de S. Paulo e TV Globo, atacando sua credibilidade.  Menospreza os repórteres que o entrevistam, com certo prazer em mandá-los “calar a boca”. Mais: procura humilhá-los, obrigando-os a esperá-lo debaixo de uma mangueira pela manhã, na saída do Palácio da Alvorada.

Colocados à distância, os jornalistas ficam num chiqueirinho onde têm de lidar com o menosprezo do próprio presidente e os impropérios de bolsonaristas escolhidos a dedo. São colocados ali para funcionar como sua claque pessoal, procurando constranger e intimidar os profissionais.

A hostilidade com a imprensa passa de Bolsonaro para a militância, que chegou a agredir repórteres fotográficos na sua mais recente manifestação, que eles estavam cobrindo por dever de ofício. Como resultado, a agressão tornou-se mais importante que a própria manifestação. Os bolsonaristas passaram assim ao público uma imagem ainda mais significativa sobre sua natureza.

Em nenhum momento, Bolsonaro mostrou-se indignado com a violência. Ao contrário, atribuiu a responsabilidade pelo episódio às vítimas, dizendo, em vídeo que circulou pelas redes sociais, que a “TV Globo foi longe demais”.

Bolsonaro diz que não precisou da imprensa para eleger-se e acha que não precisa dela para governar. Ceva o ódio à imprensa diuturnamente e sua milícia digital trabalha para desmoralizá-la.

Não é apenas uma postura indigna de um presidente eleito democraticamente. É contraproducente. A imprensa é como o boneco de piche da fábula. Quanto mais você bate nela, mais ela gruda em você.

A onda de fake news promovida tanto pelo lulopetismo, antes, como pelo bolsonarismo, agora, tem restaurado a força da imprensa. Mostra o valor do jornalismo profissional. E funciona como o contraponto indispensável diante da avalanche de conteúdo deletério oriunda de robôs e MAVs – os militantes virtuais – nas redes sociais.

A campanha de Bolsonaro contra a imprensa é o melhor incentivo que o presidente poderia lhe dar. Mostra apenas que ela está fazendo seu trabalho. Dar notícia não é agradar a ninguém. Ao contrário: a imprensa cresce justamente quando incomoda. E Bolsonaro tem se revelado mais que incomodado. À medida em que o tempo passa, sente-se cada vez mais ameaçado, subindo o tom de seus ataques.

A responsabilidade pelo que um presidente faz não é do veículo que noticia. Ao criticar os veículos, Bolsonaro parece querer transferir responsabilidades. Mostra o medo.

Evitando a imprensa, e utilizando somente seus canais nas redes sociais, Bolsonaro fala apenas com seus militantes, não com o povo brasileiro, a quem ele governa. Não alcança a população como deveria e, exceto para seus fanáticos fiéis, perde em credibilidade.

Com suas lives e declarações sob a mangueira, Bolsonaro sobretudo informaliza a figura do presidente da República. Sua postura e seu comportamento, incluindo no trato com a imprensa, colaboram para uma crescente perda de autoridade.

Orlando Britto, repórter fotográfico que atravessou várias décadas com seus respectivos presidentes na cobertura de Brasília, conta em seu blog que pediu ao presidente que tratasse a imprensa com mais respeito e, sobretudo, devolvesse respeito ao próprio cargo, transferindo suas entrevistas para ambiente solene, de acordo com a liturgia do cargo.

Britto disse que Bolsonaro serviu aos fotógrafos um café da manhã, mas não teve coragem de se desculpar, nem aceitou a sugestão.

Quanto mais Bolsonaro nega ou confronta a imprensa, mais se transforma em um presidente marginal, que vai perdendo força moral. Seu esforço de comunicação nas próprias redes sociais somente reforça esse processo.

Não há Twitter que recupere tal prejuízo.

Thales Guaracy

O texto desta semana é de Thales Guaracy, que foi, entre outros, diretor editorial da Forbes Brasil, diretor de Playboy e editor de Política e Nacional em Veja, e hoje atua como consultor independente, escritor e colunista de política do Poder360. Ele o publicou no Poder360 em 11/5 e nos autorizou a reproduzir.


Tem alguma história de redação interessante para contar? Mande para [email protected].

Dono do Sistema Correio (PB) defende apedrejamento de jornalistas

Roberto Cavalcanti

Gerou polêmica a declaração de Roberto Cavalcanti, ex-senador e dono do Sistema Correio de Comunicação, afiliado da Record na Paraíba, que defendeu que jornalistas que noticiam os números do avanço da Covid-19 no Brasil sejam “apedrejados”.

O comentário foi feito em uma de suas emissoras de rádio, a 98 FM: “Tem determinadas emissoras que ao darem o placar de quantos morreram no País naquele dia parece um gol da seleção do Brasil: ‘Hoje batemos dez mil, batemos recorde!’. Isso é uma vergonha, é um País que deveria ter vergonha cara. Um radialista, um jornalista que fizesse um negócio desses deveria ser apedrejado na rua”, disse Cavalcanti.

Depois de tomar ciência da gravidade de sua declaração, ou de ser alertado sobre isso, o empresário tentou justificar-se e se desculpar: “Descarrego meu silêncio de 62 dias para hoje. Me exaltei, peço desculpas”.

Vice demite equipe editorial no Brasil

A Vice demitiu toda a equipe editorial no Brasil. Agora, o conteúdo da empresa será feito por meio de freelances. A marca continuará no País, mas sem jornalistas contratados. A informação é de Guilherme Amado (Época).

Segundo o colunista, a medida como parte da redução das atividades da empresa em diversos países. A Vice pretende fazer uma reestruturação global e ficar apenas em Estados Unidos, Reino Unido, México e em um país da Ásia a ser definido. Vale lembrar que, até agora, a empresa tinha 30 escritórios em 26 países.

Bandeirantes extingue Departamento de Esportes

O processo de unificação das marcas do Grupo Bandeirantes em andamento traz mudanças nas redações da empresa. Todos os setores da Band serão divididos em cinco grandes áreas: Entretenimento, Jornalismo, Financeiro, Comercial e Direção de Apoio. A informação é do colunista Flávio Ricco (UOL).

Segundo a coluna, o grupo extinguiu o Departamento de Esportes da televisão. José Emílio Ambrósio, que até então era o responsável por Esporte e Operações, está deixando a emissora. Essas funções serão agora de Antonio Zimmerle, que responde por Programação.

Os setores comerciais de televisão e rádio foram unificados.

EBC comemora 30 anos da Agência Brasil

A Agência Brasil, veículo da EBC, completou 30 anos de história em 10 de maio. Fundada em 1990, foi inspirada na agência espanhola de notícias EFE, e substituiu a Agência Nacional. Diariamente, produz material jornalístico, entre reportagens, fotografias e vídeos. Os conteúdos ficam disponíveis para serem republicados gratuitamente, desde que citada a fonte. Todos os dias, vê-se o material em veículos tradicionais, redes sociais, páginas pessoais, outras agências de notícias do Brasil e do exterior.

Desde a sua criação, a Agência Brasil teve como objetivo abastecer os meios de comunicação de todo o País com reportagens. A qualidade do material fez com que logo conquistasse notoriedade e passasse a ser considerada um dos veículos de comunicação mais respeitados e consultados do País. E tem conquistado cada vez mais uma audiência própria. No primeiro trimestre de 2020, foram mais de 30 milhões de visualizações de páginas, de 18,5 milhões de usuários únicos.

O coronavírus e os veículos de comunicação − X

Memorial Inumeráveis homenageia as vítimas do coronavírus no Brasil

Artistas, jornalistas, estudantes, escritores e contadores de histórias de todo o País são convidados para contribuir com a iniciativa Inumeráveis, memorial que destaca os nomes e um breve perfil de todas as vítimas por Covid-19 no Brasil. O objetivo é mostrar as pessoas por trás dos dados, números e estatísticas diariamente presentes na mídia nacional.

Criado em 30 de abril, o projeto é obra do artista Edson Pavoni em colaboração com Rogério Oliveira, Rogério Zé, Alana Rizzo, Guilherme Bullejos, Giovana Madalosso, Jonathan Querubina e jornalistas e voluntários que seguem adicionando histórias ao memorial. A iniciativa busca mostrar o lado humano da pandemia, apresentando as histórias das pessoas que se foram por causa da doença, de forma sensível, pessoal e respeitosa, valorizando cada uma delas. Posteriormente, os idealizadores pretendem fazer uma exposição artística em local público com os nomes das vítimas.

Rogério Oliveira, empreendedor social e um dos idealizadores do Inumeráveis, explica que o projeto serve para mostrar as vidas escondidas pelos números e estatísticas: “O Inumeráveis nasce do incômodo em perceber que, nas tragédias humanitárias pela qual a humanidade passa, transformamos as vidas perdidas apenas em números e estatísticas. Pandemias, guerras, genocídios, desastres recentes como Brumadinho. Não valorizamos, não registramos a vida, a história de cada única pessoa que todos nós perdemos. Hoje temos tecnologia e um sistema distribuído que pode colaborar para termos a ambição de registrar 100% das histórias, de cada pessoa”.

A plataforma oferece duas formas de colaboração: uma para profissionais de imprensa, estudantes de jornalismo e outros que queiram reportar uma história; e outra direcionada à família e aos amigos que gostariam de prestar uma homenagem à vítima.

O projeto conquistou a adesão do jornal O Globo, que dedicou uma capa à iniciativa. Sobre ela, a propósito, escreveu Carlos Castilho no Observatório da Imprensa, em 12/5: “O memorial dos 10 mil mortos é a mais emotiva e humana homenagem que a imprensa brasileira poderia ter feito aos brasileiros vitimados pela pandemia do coronavírus. No meio do fluxo frenético de notícias sobre a Covid-19, das trapalhadas presidenciais e da polarização ideológica, o jornal O Globo conseguiu sacudir a consciência nacional ao transformar registros estatísticos em nomes e vidas. Foi uma decisão editorial tomada num momento crítico da pandemia, quando a multiplicação do número de doentes e mortos começa a anestesiar a opinião pública. A individualização dos 10 mil mortos e suas histórias tornou-se possível graças ao projeto Inumeráveis, lançado no dia 30 de abril por um grupo de artistas e jornalistas unidos em torno da preocupação com o fato de que ’não há quem goste de ser número. Gente merece existir em prosa’”.

E mais…

A Fundação Thomson oferece o curso gratuito online, em inglês, Reportagem sobre Covid-19: Segurança, que pode ser realizado a qualquer momento. Ele baseia-se na cobertura de epidemias e pandemias anteriores, como Sars e Ebola, e inclui exemplos de boas práticas desenvolvidas por jornalistas e organizações de mídia que cobrem o surto de Covid-19. Foi criado em colaboração com a Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) e o Centro Dart Europa.

Na comunicação corporativa

A In Press Porter Novelli realiza nesta quinta-feira (14/5) o webinar O futuro do trabalho já virou o presente: a transformação imposta pela Covid-19. Milena Fiori, diretora de comunicação interna da agência, faz mediação de um debate de que participam Oliver Kamakura, sócio da Ernst & Young; Renato Biava, diretor de RH da Ambev; Milton Beck, diretor do LinkedIn para a América Latina, e Sylmara Requena, diretora de RH da Siemens Energy do Brasil. Eles discutem as mudanças no dia a dia profissional e os insights,tendências e o que as empresas estão fazendo para se adaptarem. Às 9h30, com inscrições aqui.

Desde 12/3, a FSB Inteligência tem oferecido a clientes e ao público em geral produtos específicos com foco na pandemia. São relatórios de acompanhamento, curadorias especiais e novas soluções. Todos esses produtos são gratuitos e de distribuição por e-mail, WhatsApp e web. (Veja+).

Ederaldo Kosa, sócio da Linhas Comunicação, apresenta em 21/5, às 15h, o webinar Comunicação e fake news em tempos de pandemia. Kosa coordena desde 2011 o Grupo de Comunicação da Associação Nacional de Restaurantes (ANR). O setor é um dos mais afetados pela crise da Covid-19. O webinar é dirigido a empresários, gerentes e gestores de bares e restaurantes, mas todos podem participar. Basta enviar um e-mail para [email protected],br para receber o link.

Ninguém escapa das fake news”, afirma Kosa. “A própria OMS já advertiu para o problema, que pode matar, assim como o vírus. Desinformação, em saúde, pode levar à morte. Na economia, pode levar a decisões erradas. Mesmo entre empresários, é comum observar compartilhamentos de mentiras. A imensa maioria não faz por mal, mas porque a ideia de uma mensagem às vezes vai ao encontro da sua ou simplesmente porque não a pessoa não quer checar antes a informação”.

Flávio Schmidt, parceiro da Trama, lançou o e-book Planejamento de Gestão de Riscos – Como proteger sua empresa e atuar em cada fase do Ciclo da Pandemia Covid-19. Segundo ele, o objetivo é “ajudar a entender quais são as fases da pandemia e como tratá-las, a fim de evitar que causem impactos danosos na segurança das pessoas e na continuidade dos negócios”. Mais informações pelos 11-993-106-100, 3388-3040 e [email protected].

Com base no pressuposto de que há muitas instituições dedicando-se a ajudar quem mais precisa em meio à pandemia do coronavírus, colaboradores da Weber Shandwick e de agências do grupo no Brasil criaram uma ação 100% voluntária, a newsletter Onda do Bem. A cada edição, profissionais da agência voluntariam-se para divulgar três projetos sociais que merecem atenção. A doação, como pessoa física ou jurídica, quando houver, deve ser feita diretamente pelos canais da própria instituição. A Weber Shandwick não atua como intermediária do processo ou responsável pelo gerenciamento dos recursos doados. Mais informações pelo [email protected].

A bowler, que atende à Dasa desde 2018, têm proposto iniciativas que geram informações e insumos aos jornalistas que cobrem temas relacionados à Covid-19. Nas duas últimas semanas, além de uma aula-técnica por meio digital com o diretor médico da rede de laboratórios, que explicou as principais diferenças entre os tipos de exames de diagnóstico, a agência organizou uma coletiva online para detalhar a operação de doação de três milhões de testes e a criação do Centro de Diagnóstico Emergencial, em parceria com o Ministério da Saúde. Na próxima semana, lançará um guia informativo para jornalistas específico sobre coronavírus, de autoria  de Natalia Cuminale,. O material ficará disponível no hub de conteúdo sobre a doença, abrigado no site da Dasa.

Internacionais

Pesquisa aponta ao menos 64 jornalistas mortos por Covid-19 em 24 países

A organização Press Emblem Campaign (PEC) apurou o número de profissionais de imprensa que morreram infectados pelo novo coronavírus. A pesquisa detectou 64 mortes em 24 países ao redor do globo até 5/5, mas esse número pode ser ainda maior.

A PEC lembra que, assim como a contagem de infectados e mortos em cada país, o índice de profissionais de imprensa que morreram por causa da doença também tem problemas no que se refere a números oficiais. Por isso, enfatiza que é provável que o número de repórteres, fotógrafos, cinegrafistas e outros profissionais mortos por decorrência da Covid-19 seja maior.

“A segurança dos trabalhadores da mídia está particularmente em risco nesta crise, porque eles devem continuar a fornecer informações e testemunhos locais, visitando hospitais, entrevistando políticos, economistas, cientistas, médicos e pacientes”, diz o relatório. Com informações da ANJ.

E mais…

A Rede Internacional de Verificação de Fatos (IFCN) convida pesquisadores de desinformação sobre a Covid-19 para enviar até 29/5 propostas e participar do CoronaVirusFacts Alliance. Trabalhando juntos, os checadores e os pesquisadores acadêmicos ampliarão a base de conhecimento sobre o novo coronavírus e elevarão ainda mais a luta contra desinformação em saúde. As propostas aceitas que demonstrem claramente a necessidade de financiamento poderão receber até US$ 10 mil para conduzir o estudo. (Veja+)

Outras iniciativas

A 2Pró divulga que o Portal Lunetas – iniciativa do Instituto Alana que apresenta temas relacionados à infância – lançou Coronavírus: o mundo em suspensão, uma série de conteúdos que trazem percepções sobre a pandemia e a infância, e amplia as reflexões sobre os cuidados para com as crianças, especialmente neste momento, que tocam pais, mães, responsáveis, cuidadores, educadores e sociedade em geral, por meio de reportagens, notícias, análises, opiniões e entrevistas.

O especial do Lunetas fez um convite para que as crianças, protagonistas de suas próprias histórias, respondessem como estão se sentindo nesta quarentena imposta pela pandemia do coronavírus: o que estão ou não gostando e quais são seus sonhos e desejos para o futuro. O resultado tornou-se um vídeo que pode ser visto aqui.

O Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, que por muitos anos foi palco de congressos de comunicação da Mega Brasil, mobilizou-se para ajudar na captação de recursos para o Hospital das Clínicas frente ao Covid-19. Eles serão revertidos em máscaras cirúrgicas ou N-95, luvas, óculos, testes para detecção do vírus, entre outras tantas necessidades do hospital para o enfrentamento dessa pandemia. Mais informações pelos [email protected], 11-2661-6475 / 2372 e www.viralcure.org/hc.

Atacados, veículos conquistam importantes vitórias na Justiça

Por Luciana Gurgel, especial para o J&Cia

Luciana Gurgel

Diante de um cenário global calamitoso para os meios de comunicação, até que o jornalismo britânico tem esta semana motivo para comemorar. Aliás, dois motivos. A Justiça do país acaba de dar sentenças favoráveis ao site de tecnologia The Register e a duas organizações de mídia que editam tabloides − News Group e Express − em casos envolvendo pessoas inconformadas com cobertura negativa a respeito delas.

A história do The Register teve como protagonista a empresa de venda de hardware Aria Technology, sediada em Manchester, investigada pela autoridade fiscal da Grã-Bretanha por valer-se de um esquema fraudulento para reduzir o pagamento do imposto sobre valor agregado (VAT).

Quando a condenação da empresa em primeira instância saiu, em 2018, o The Register obteve uma primeira vitória judicial: o acesso aos documentos do processo que tramitava na corte especializada em assuntos fiscais. O resultado foi saudado na época como precedente importante para casos semelhantes.

Em fevereiro passado veio a condenação definitiva da Aria, determinando o pagamento dos impostos. Mesmo diante do fato consumado, o CEO Aria Taheri não se conformou em ver o caso relatado pelo site. Porém, em vez de só choramingar, ele resolveu se vingar.

Colocou em marcha um esquema bem orquestrado contra a publicação, composto por posts agressivos no Twitter, artigos e até compra de mídia no Google para que os ataques aparecessem ao lado de buscas sobre o caso da empresa.

Taheri pegou pesado. Acusou o The Register de fake news e de praticar “jornalismo caça-cliques”. Alertou outros empresários a não anunciarem no veículo para não terem suas reputações afetadas. E ainda publicou cartuns depreciativos contra o editor Paul Kunert e contra o repórter Gareth Corfield.

Diante das evidências e do óbvio fato de que não se tratava de fake news, visto que houve uma condenação, foi obrigado a admitir que as acusações eram falsas e altamente difamatórias. Teve que pedir desculpas públicas e ainda colocar a mão no bolso, pagando custas e indenização aos jornalistas.

Assédio e racismo, ou liberdade de expressão? − A outra vitória da imprensa envolveu uma família originária da República de Camarões, que emigrou para a França e posteriormente para o Reino Unido. O casal, com oito filhos, tentou obter reparação de The Sun, Daily Star e Daily Express pela cobertura que considerou abusiva a respeito da insatisfação com a casa oferecida pela Prefeitura da cidade de Milton Keynes, como parte da rede de proteção social a pessoas sem emprego e renda no país.

A história tem toques originais. Ao receber a ampla casa de quatro quartos, o casal não gostou e tomou a iniciativa de acionar um jornal local, posando para fotos para demonstrar a suposta inadequação do espaço às necessidades da família numerosa. Só esqueceram de uma coisa: a opinião do próprio jornal e do público em comentários nas redes sociais poderia ser diferente da deles, como foi.

Julgando-se ridicularizados pelas críticas, partiram para o processo judicial alegando assédio e racismo, mas perderam. Os veículos se defenderam com base na tese de liberdade de imprensa, salientando o direito de opinar sobre o caso.

É difícil prever se o tratamento seria equivalente não fosse uma família de negros e imigrantes. Por outro lado, em defesa dos tabloides, registre-se que eles não costumam poupar celebridades ricas e de origens diversas.

Exemplos recentes são a lamentável história da apresentadora bem britânica Caroline Flask, que cometeu suicídio há três meses alegando pressão da imprensa diante do processo que respondia por agressão ao namorado; e a do jogador de rúgbi galês Gareth Thomas, que teve a condição de homossexual e portador do vírus HIV revelada diretamente aos seus pais por um repórter de um desses jornais.

A sentença traz uma interessante dissertação sobre os sempre difíceis limites entre interesse público, liberdade de expressão e direitos individuais. Vale a leitura.

Mais veículos de comunicação anunciam redução de salário e da jornada de trabalho

Redação da Folha de S. Paulo. ( Foto: Lalo de Almeida/ Folhapress )

A crise econômica gerada pelo novo coronavírus segue atingindo as grandes redações jornalísticas do Brasil. Os jornais Folha de S.Paulo e Correio Braziliense tomaram medidas como a redução de 25% do salário dos funcionários e da jornada de trabalho. Ao menos outros 15 veículos também anunciaram cortes. As informações são do Poder360.

A Folha determinou nessa terça-feira (12/5) um corte de 25% nos salários de repórteres, fotógrafos, editores e outros funcionários em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. A redução passará a valer a partir de junho, e durará três meses. O jornal prometeu auxílio-alimentação no valor de R$ 150, reembolso de gastos extras aos profissionais em home office, estabilidade de emprego até um ano – profissionais demitidos nesse período receberão o equivalente a 70% dos ordenados restantes – e manutenção do plano de saúde até o final do ano, mesmo em caso de demissão. A Folha garantiu que as medidas não afetaram o UOL.

O Correio Braziliense anunciou também em 12/5 uma redução de 25% nos salários de jornalistas, diagramadores, designers, fotógrafos e funcionários do setor administrativo. Segundo o Poder360, repórteres que atuam diretamente nas coberturas de economia, política nacional e jornalismo local não serão afetados.

O Poder360 preparou um infográfico sobre o tema. Confira!

RSF pede a empresas digitais que impeçam ataques a jornalistas

A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) publicou nota em 11/5 pedindo às grandes empresas digitais, como Google e Facebook, que aumentem a fiscalização e o combate aos frequentes ataques virtuais direcionados a jornalistas, muitas vezes feitos por líderes políticos.

Segundo a entidade, o frequente questionamento no que se refere à veracidade das informações divulgadas pela imprensa de diversos países sobre a pandemia do novo coronavírus gera campanhas de linchamento virtual a profissionais de imprensa, que, muitas vezes, são apoiadas e alimentadas por políticos, causando reações inadequadas da comunidade.

Christophe Deloire, secretário-geral da RSF, disse que “é muito alarmante ver o ódio político de líderes como combustível contra jornalistas online, simplesmente porque eles não cobrem a crise do Covid-19 como os líderes querem. Este período de pandemia sem precedentes é uma oportunidade única para resolver um problema sistêmico nas plataformas online, que devem comprometer-se com maior transparência em suas operações de moderação e nas ações realizadas para combater o cyberbullying de jornalistas”.

A entidade destaca que a Inteligência Artificial, mecanismo utilizado pela maioria das empresas de tecnologia para detectar e filtrar fake news e conteúdo inapropriado, não consegue distinguir com precisão publicações ilegais, o que evidencia a necessidade de fiscalizadores humanos. Veja a declaração da RSF na íntegra. (Com informações da ANJ)

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