A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e o Amazon Rainforest Journalism Fund (Amazon RJF) promovem nesta sexta-feira (5/6), das 11h às 12h30, o webinarOs desafios de cobrir a Amazônia em tempos de pandemia, que debaterá questões ambientais e a cobertura da Floresta Amazônica em meio a pandemia do coronavírus.
O evento, gratuito, será moderado por Katia Brembatti, diretora da Abraji. Participarão Elaíze Farias, cofundadora da agência de jornalismo independente Amazônia Real; Mara Régia, radialista e apresentadora do programa Natureza Viva, da EBC; e Camilo Jiménez Santofimio, integrante do comitê de seleção de projetos do Amazon RJF. Inscreva-se aqui.
A Microsoft demitiu ao menos 50 jornalistas de suas equipes nas plataformas Microsoft Notícias e MSN.com, que serão substituídos por uma Inteligência Artificial que “procura, processa, filtra e sugere as histórias que devem ser transmitidas”. A informação é do Olhar Digital.
Boa parte dos funcionários demitidos fazia parte da divisão SANE, que reúne os setores de pesquisa, anúncios, notícias e Edge (seu navegador). A ideia agora é confiar a uma IA a tarefa de selecionar o conteúdo e notícias apresentadas em suas plataformas.
Um porta-voz da Microsoft declarou que a medida não está relacionada à pandemia do coronavírus: “Como todas as empresas, avaliamos nossos negócios regularmente. Isso pode resultar em aumento do investimento em alguns lugares e, de tempos em tempos, reimplantação em outros”.
Segundo o jornal Business Insider, as primeiras demissões ocorreram na última sexta-feira (29/5), nos Estados Unidos: cerca de 50 funcionários. O jornal britânico The Guardian contou que 27 demissões ocorreram na sede da empresa na Inglaterra.
Um ex-funcionário não identificado da Microsoft fez a seguinte declaração: “Eu passo todo o meu tempo lendo sobre como a automação e a IA vão assumir todos os nossos trabalhos, e aqui estou: a IA assumiu o meu trabalho”.
Flávia Lima Moreira e Fabrício Barreto lançaram o portal Notícias Falsas Matam, que reúne casos em que as fake news geraram pânico, linchamento e até morte. O site apresenta também dados, depoimentos e reportagens sobre os perigos de notícias falsas.
Os idealizadores do projeto escreveram que a ideia é “dialogar com quem está fora da bolha política, da polarização e do extremismo. (…) Ao resgatar casos reais, a iniciativa quer chegar às casas de todos os brasileiros com outra visão de um problema real e que leva à morte de inocentes, ainda mais em tempos de pandemia, quando promessas milagrosas de cura ou combate ao coronavírus se propagam numa velocidade jamais vista“.
A crise política desencadeada pela viagem de Dominic Cummings, principal assessor do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, para visitar os pais em pleno lockdown e pela decisão do Governo de não demiti-lo pode bem ser comparada a terremotos que depois do choque principal continuam emitindo abalos secundários. Entre os atingidos pelos efeitos colaterais do imbróglio está a BBC, envolvida em uma série de controvérsias relacionadas ao episódio.
A emissora pública, já enredada em questionamentos sobre seu modelo de negócio, não precisava de mais confusões em um momento tão complicado de sua história. Mas pelo seu papel central no jornalismo do país e pela relação afetiva que o povo britânico tem com ela, é quase impossível navegar tranquila em casos altamente mobilizadores, sobretudo no momento em que a sociedade tornou-se tão polarizada por causa do Brexit.
Uma das polêmicas envolveu Emily Maitlis, apresentadora do Newsnight. É uma jornalista renomada, premiada pela devastadora entrevista com o príncipe Andrew em 2019, que custou ao nobre o afastamento das atividades públicas. Na semana passada, usou a abertura do programa para um comentário sobre o caso de Cummings, expondo sua opinião contrária ao tratamento dado pelo Governo ao tema.
A avalanche provocada por sua fala colocou em pauta a discussão sobre imparcialidade. Diferentemente de outros países, os principais jornais do Reino Unido são alinhados aos partidos que dominam a política local, o Conservador (atualmente no Governo) e o Trabalhista, de oposição. Mas a BBC, a despeito de ser a principal fonte de notícias para a população, é financiada por uma taxa obrigatória paga por todas as residências do país, esperando-se dela uma postura independente.
Aqui começa a dificuldade. Seria parcialidade criticar o ato mal explicado de um membro relevante do Governo, apontado por especialistas em saúde como desastroso por incentivar o público a não respeitar as medidas de controle do coronavírus? Ou estaria a apresentadora apenas verbalizando o senso comum, já que redes sociais e pesquisas de opinião apontavam condenação veemente à viagem?
Para a direção da BBC, o discurso de Maitlis infringiu o código de conduta da emissora. Embora no dia seguinte ela não tenha apresentado o programa, dando margem a especulações sobre se seria demitida ou se teria sido afastada, retornou ao posto esta semana sem comentários sobre o incidente. Mas o caso continua sendo debatido em reportagens, artigos de opinião e nas redes sociais.
No domingo (31/5), o Sunday Times aprofundou o tema confrontando a opinião de fontes diversas, incluindo alguns ex-diretores da BBC. E levantou um aspecto importante da questão da imparcialidade: a prática de jornalistas serem autorizados e até incentivados a alimentar perfis nas redes sociais.
Nesse caso, a manifestação foi no próprio programa de TV. Mas os principais jornalistas políticos do Reino Unido são ativos no Twitter, dando furos ou emitindo comentários pessoais. Para os que trabalham em veículos privados pode não ser um problema. Mas para os da BBC é uma areia movediça.
Laura Kuenssberg, editora de Política da emissora, já havia sido alvo de ataques no dia em que a denúncia sobre a viagem de Cummings foi revelada. Ela postou a explicação oficial, e imediatamente passou a receber críticas por estar supostamente defendendo o Governo. Nesse caso, a BBC saiu em defesa dela, observando que a jornalista estava registrando um fato.
O que se depreende dessas controvérsias é que imparcialidade no jornalismo não é algo simples de ser delimitado. E para uma emissora com o peso institucional e o modelo de negócio da BBC, financiada por eleitores de todos os partidos, torna-se ainda mais desafiante.
De olho no problema, a emissora contratou − antes do episódio de Maitlis − o professor de jornalismo da Universidade de Cardiff Richard Sambrook, que atuou como diretor da rede por 30 anos, para uma revisão nas práticas de uso de mídias sociais por seus jornalistas. Ele vai ter muito trabalho.
A Associação Mundial de Editores de Notícias (WAN-IFRA) abriu inscrições para os Prêmios Digital Media LATAM 2020, voltados a entidades e empresas de mídia que atuem de forma intensa e ativa na América Latina. O período de inscrições encerra-se em 12 de agosto.
Poderão ser inscritos projetos publicados entre agosto de 2019 e agosto de 2020. A entrega dos prêmios será no Congresso Digital Media Latam, em 17/11, na Cidade do México.
As 11 categorias são: Melhor site ou serviço de notícias para celular; Melhor uso do vídeo online (incluindo RV); Melhor visualização de dados; Melhor campanha de marketing digital para marcas de notícias; Melhor estratégia de conteúdo pago; Melhor campanha de conteúdo de marca ou publicidade nativa; Melhor compromisso de audiências; Melhor projeto de alfabetização de notícias; Melhor site de entretenimento ou esportes; Melhor projeto de áudio digital; e Melhor projeto de jornalismo digital. Inscreva-se!
O Congresso Nacional criou a Frente Parlamentar em Defesa da Liberdade de Imprensa, com o objetivo de garantir o livre exercício do jornalismo, liberdade de imprensa, acesso à informação e combater os frequentes ataques feitos contra jornalistas nos últimos meses.
A Frente atuará na defesa institucional da liberdade de imprensa e na interlocução com as entidades representativas. Além disso, promoverá debates e seminários sobre o assunto, com intercâmbio entre parlamentos e organizações de outros países.
Em sessão na Câmara dos Deputados em 27/5, em que o pedido para a criação da Frente foi protocolado, o deputado Danilo Cabral (PSB) afirmou que “nossa Constituição estabelece como um dos pilares do regime democrático a liberdade de imprensa. Então, diante da escalada do autoritarismo, precisamos estar vigilantes e atuar para assegurar o cumprimento dos preceitos constitucionais”.
Crédito: Portal Imprensa / Montagem com foto de Bruno Santos/Folhapress, foto Divulgação/TV Cultura e foto de Elisa de Paula
Em live realizada em 29/5, o Portal Imprensa anunciou as profissionais homenageadas no Troféu Mulher Imprensa 2020: Patrícia Campos Mello (Folha de S.Paulo) e Vera Magalhães (TV Cultura). Elas receberam o prêmio especial de Contribuição ao Jornalismo, que valoriza o trabalho da homenageada no que se refere ao desenvolvimento da comunicação no País.
Elas foram homenageadas por seus trabalhos de apuração e denúncia, servindo como inspiração para a profissão de jornalista, embora tenham sofrido diversos ataques nas redes sociais. Na live, Sinval de Itacarambi Leão, diretor do Portal Imprensa, conversou com ambas e afirmou que, “este ano, o prêmio tem uma aura muito especial. As profissionais homenageadas são experientes e respeitadas. Elas são uma inspiração para toda uma geração e, infelizmente, são exemplos de ataques que mulheres jornalistas estão sofrendo no exercício de sua profissão”.
Vão até 18/6 as inscrições para o Prêmio Alltech de Jornalismo 2020, iniciativa da empresa Alltech e da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), que valoriza reportagens sobre agronegócio. Em sua quinta edição, os vencedores serão anunciados em 13/8.
Os vencedores das duas categorias, Agricultura e Criação e Nutrição Animal, ganharão como prêmio a participação no ONE: Simpósio de Ideias Alltech, evento realizado em maio de 2021, em Kentucky, nos Estados Unidos, que terá palestras, festivais e visitas técnicas locais.
É possível inscrever até cinco trabalhos publicados em veículos brasileiros entre 26 de março de 2019 e 18 de junho de 2020. Inscreva-se!
A Agência Pública lançou nesta segunda-feira (1/6) uma ferramenta que disponibiliza em um só lugar todos os pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro enviados à Câmara dos Deputados. Os leitores têm acesso à integra dos pedidos, resumos de cada proposta e entrevistas exclusivas com alguns autores, como Joice Hasselmann, Gleisi Hoffmann, Renan Santos do MBL e Ciro Gomes.
O objetivo do projeto é facilitar o acesso aos pedidos que chegam ao Congresso e que nem sempre são facilmente acessíveis à população. Na ferramenta, eles são divididos por tema − no caso, qual é a justificativa para a abertura do processo de impeachment. O mais recorrente é a acusação de interferência na Polícia Federal por parte de Bolsonaro. Outros temas são, entre outros, apologia à ditadura militar, presença em manifestações antidemocráticas, ataques à imprensa e a postura diante da pandemia do coronavírus.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) está fazendo desde 28/5 um monitoramento sobre profissionais de imprensa que tenham sido bloqueados por agentes públicos nas redes sociais. Interessados em participar da pesquisa podem responder a um formulário, relatando algumas informações, como quais autoridades ou agentes públicos decidiram bloqueá-los, anexando também um print da tela com a mensagem de bloqueio.
O objetivo da iniciativa é mapear esses casos e estimular o debate sobre a legalidade dessas ações, uma vez que perfis de autoridades públicas nas redes sociais tornaram-se meios para divulgar decisões oficiais.
Natália Neris, coordenadora do InternatLab, explicou que existem diferentes interpretações para o bloqueio: de um lado, perfis de agentes públicos são, assim como os de cidadãos comuns, privados e pessoais. Porém, por tratar-se de um lugar onde informações oficiais são publicadas, o bloqueio poderia ser classificado como um ato que fere a liberdade de expressão e visa a impedir o direito de acesso à informação: “Por serem contas que são utilizadas, em geral, para anunciar políticas públicas e medidas governamentais, até se poderia considerá-las de interesse público. (…) O que todos os casos parecem revelar é que o uso de contas em redes sociais por autoridades políticas no Brasil possui caráter informativo de atos governamentais diversos. Privar cidadãos de seu acesso pode impedir uma arena pública mais plural e diversa, já que oculta informações e possibilidades de debates abertos. Isso certamente relativizaria a ideia de ‘minha conta, minhas regras’ para esses atores em específico”.