A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiou a aprovação da Medida Provisória 905/19 pela Câmara dos Deputados, que ela considera “atacar ainda mais os trabalhadores, em benefício da classe empresarial”.
No que se refere aos jornalistas, embora o texto garanta o
registro profissional, destaca que ele será emitido “preferencialmente” por
sindicatos e entidades da classe, mas que poderá também ser feito pelo
Ministério da Economia mediante uma simples “autodeclaração”.
Em nota, a Fenaj declarou que uma simples autodeclaração “não
garante efetivamente uma exigência mínima para o exercício da profissão. (…)
O registro profissional é importante para garantir a regulamentação da
profissão, direitos da categoria e, principalmente, a qualidade do Jornalismo”.
Entre as indústrias afetadas pela Covid-19 no Reino Unido está a da mídia, que tem visto o agravamento de situações que já preocupavam e que agora tomam proporções alarmantes. Sucedem-se notícias sobre demissões, licenças não remuneradas, suspensão temporária ou encerramento definitivo de títulos, principalmente impressos.
E nem a explosão do acesso digital a notícias – o
Financial Times, por exemplo, registrou aumento de 250% no tráfego online –
traz alívio, pois isso não está se refletindo em receita. Além de setores com
atividade econômica reduzida ou inteiramente paralisada, há um problema
adicional: as marcas não querem associar-se ao tema negativo.
Fica difícil para os veículos sobreviverem, porque
naturalmente a pauta está dominada pela pandemia. Uma pesquisa da agência
Resonance PR apontou que na BBC quatro em cada cinco matérias tratam da
Covid-19.
O problema levou o secretário Nacional de Cultura
Oliver Downden a escrever na semana passada
aos principais anunciantes britânicos conclamando-os a revisarem suas
políticas de blocklist a fim de
evitar um declínio irreversível sobre o jornalismo do país. Ele classificou a
imprensa como o “quarto serviço de emergência”. E ensaiou uma ameaça,
observando que o Governo pode intervir se os anunciantes não atenderem ao
apelo.
A empresa de pesquisa Ender Analysis alertou que o
segmento nunca esteve tão vulnerável, projetando redução de 30% nos
investimentos em propaganda este ano. Segundo o The Times, a previsão é de que
o prejuízo chegue a £ 50 milhões nos próximos três meses.
Enquanto isso, o valor de mercado das empresas de
mídia despenca. O grupo Reach, que tem entre os seus títulos o Mirror, o
Express e o Star, registrou queda de 40%, e sinalizou intenção de colocar 1/5
de sua equipe em licença.
Impressos descendo a ladeira – Mesmo que o apelo do Governo resulte em mais anúncios para os canais
digitais, e que alguns veículos estejam experimentando elevação nas
assinaturas, os impressos continuarão tendendo a ser as principais vítimas.
Consequência natural desses tempos em que as pessoas não podem sair de casa
para comprar revistas e jornais e que títulos de grande tiragem distribuídos no
transporte público perderam seus leitores.
Na verdade, o novo coronavírus veio acelerar a
tendência observada desde 2017 pela Pamco (Published Audience Measurement
Company), que acompanha a evolução da audiência dos principais jornais
britânicos em quatro plataformas (impressa, celular, tablet e desktop).
Comparando os resultados com o último ranking de 2019, a audiência pelo
celular é a única que aumentou no período e se tornou a maior de todas. Dentre
os dez principais jornais, esse crescimento foi de 35% desde 2017, atingindo no
ano passado a marca de 184,9 milhões de leitores por mês.
Nenhum dos dez principais títulos apresentou
crescimento na leitura em papel, sendo as maiores quedas as do Daily Express
(-39%), Daily Mirror (-38%) e The Guardian (-30%). A audiência da versão
impressa desses dez principais jornais foi de 41,8 milhões por mês no ano
passado, representando uma queda de 26% nos dois últimos anos, mas ainda
mantendo-se como a segunda principal plataforma. A leitura pelo desktop caiu 27% no período (33,9
milhões por mês) e a pelo tablet caiu
21% (22,3 milhões por mês).
Mesmo os títulos gratuitos voltados para os
usuários do transporte público tiveram aumento na leitura pelo tablet (o Metro cresceu 38% e o Evening
Standard, 17%) e pelo celular. O problema é que a receita principal deles vem
da versão impressa. O Evening Standard, que suspendeu a revista de variedades
ES e está tentando se virar entregando o exemplar nas residências, tem 80% de
seu faturamento advindo de propaganda no impresso.
Ainda que para alguns jornais o retorno à vida
normal permita que recuperem parte das perdas, o impacto para os que são lidos
no ônibus, trens e metrô pode ser mais duradouro. Com a população atenta a
hábitos de higiene, muita gente pode não querer pegar o exemplar disponível nos
bancos, imaginando que a mão do leitor anterior possa estar contaminada.
Os próximos meses serão de tensão para as empresas
jornalísticas britânicas, que vivem o paradoxo de comemorar recordes de
audiência e valorização do conteúdo ao mesmo tempo em que buscam meios de
sobreviver financeiramente até o pior passar.
Bastidores da coletiva que anunciou a doação de R$ 1 bilhão para o
combate ao coronavírus
E a decisão inédita da Globo de mostrar as
marcas no Jornal Nacional no quadro Solidariedade S/A
Doar um R$ 1 bilhão para uma ação de largo alcance social é fato inédito na história do setor privado brasileiro. Anunciar essa doação numa coletiva virtual, com oito convidados, entre eles os médicos Paulo Chap Chap, diretor-geral do Hospital Sírio Libanês, e Dráuzio Varella, além de Candido Bracher, presidente da instituição doadora, o Itaú Unibanco, uma ousadia. E fazer isso em meio aos tormentos do coronavírus, uma temeridade.
Dada a magnitude da iniciativa e de sua repercussão no País, o Portal dos Jornalistas decidiu ouvir o organizador dessa “coletiva épica”, Leandro Modé, superintendente de Comunicação do Itaú Unibanco, para conhecer os detalhes da iniciativa. A seguir o depoimento dele:
“Foi um domingo de Páscoa inesquecível. Primeiro, claro, pela situação inusitada do distanciamento social. Para nós, da Comunicação do Itaú Unibanco, houve um fator extra: os preparativos finais para a coletiva de imprensa que seria realizada na manhã do dia seguinte para anunciar a doação de R$ 1 bilhão para o combate ao coronavírus. Organizar coletiva é sempre tenso. Organizar uma coletiva virtual e com oito participantes é tenso ao cubo! Comecei a trabalhar às 8h e desliguei o computador às 22 horas. Só parei para almoçar. Não podia desprezar o cardápio que a minha mulher, Luciana, tinha preparado para nós com tanto carinho. Depois de uma boa noite de sono, chegou, enfim, o horário da coletiva. O primeiro frio na barriga foi conectar com sucesso todos os participantes, testar áudio, vídeo, tirar um print de tela que funcionaria como ‘a’ imagem daquele momento que considero histórico. Quando começou a transmissão, logo percebemos que um dos microfones permanecia aberto e interferia no áudio que as pessoas recebiam. Não havia outra forma de avisar senão intervir diretamente naquele ambiente. Foi o que fiz. De um segundo para outro, meu papel de mediador mudou. Tornei-me uma espécie de âncora e apresentador daquele evento virtual. Lembrei dos meus bons e saudosos tempos de rádio. Assim que o presidente do banco, Candido Bracher, fez sua última intervenção, o diretor da transmissão cortou o sinal para o público. Os oito participantes, eu e o Guilherme Magalhães, do time de comunicação do Itaú Unibanco, ficamos por alguns minutos fechados no mesmo ambiente virtual. A sensação era de dever cumprido. Alguns se emocionaram. E eu chorei. Foi mesmo uma experiência única. Não podia ser diferente, dada a grandeza do que estávamos anunciando para o Brasil.”
Vale registrar ainda que essa iniciativa do Itaú Unibanco, ao lado de uma série de outras ações empresariais, levou a Direção de Jornalismo da Globo a autorizar, pela primeira vez na história, a divulgação de marcas no Jornal Nacional, dentro do quadro batizado de Solidariedade S/A. Uma conquista tida como histórica pelos colegas das áreas de comunicação corporativa, como disse Paulo Sampaio, da equipe de Comunicação do Itaú Unibanco, em post no Lnkedin.
E mais…
A FSB Inteligência continua com a produção diária, desde 12/3, de um dashboard sobre a pandemia. São perto de 40 notícias, selecionadas em um universo de cerca de 180 portais, sites e blogs. Há uma seção fixa de redes sociais, onde os principais dados do dia estão concentrados. Analistas da agência também participam sempre, opinando sobre temas diversos. Esse dashboard abriu espaço para outros dois – de atualização semanal. Um chama-se Marcas&Empresas e é disparado toda terça-feira. Ele sintetiza como o mundo corporativo está se posicionando, além do que já fez em termos de prevenção e mudanças de hábito. O outro é o de Governos, que reproduz as ações, as políticas públicas e as mensagens mais fortes no enfrentamento da crise nos Estados, no Distrito Federal e em algumas capitais – a próxima edição está sendo preparada. Aqui a edição do dia 14.
Começou a circular 3/4 a newsletter CDI Trends, com dicas sobre como a comunicação corporativa deve atuar em meio à pandemia. Além de editorial de Antonio Salvador Silva, CEO do Grupo CDI, a primeira edição traz artigos sobre transformações digitais que devem permanecer após a pandemia, a imagem da empresa quando ela passar, como criar cultura de colaboração à distância e a necessidade de resiliência ante as incertezas. A segunda edição deve circular na próxima semana.
A Ideal H+K Strategies realiza nesta quinta-feira (16/4) o segundo encontro do Fórum Ideal H+K de Comunicação em Transformação, que analisa macrotendências e os posicionamentos das marcas no contexto pandêmico atual. O debate, aberto ao público, será na plataforma Teams, com mediação de Paula Nadal. O foco são temas como ética, checagem de informação, comportamento do consumidor na internet e estados de apreensão e ansiedade frente às notícias. Clique aqui para participar da reunião.
A Imagem Corporativa está compartilhando webinar com Gil Bashe, managing partner e líder global da área de saúde da Finn Partners, agência de PR com sede em New York e 18 escritórios em todo o mundo. Ele traz reflexões sobre o tema Covid-19, seu impacto nas empresas e nas transformações do cenário corporativo global que estão sendo desenhadas no campo da comunicação, reputação de marca e ambiente de trabalho.
A RPMA desenvolveu um e-book com o objetivo de ajudar as empresas a entenderem melhor o que fazer com a comunicação em tempos de pandemia, e a importância de continuarem comunicando temas úteis para a sociedade. O título é Guia de comunicação corporativa em tempos de coronavírus e pode ser baixado aqui.
A FleishmanHillard, por meio do True Global Intelligence, prossegue o compartilhamento de conteúdos exclusivos sobre os segmentos econômicos healthcare, varejo & e-commerce, agricultura, serviços financeiros, tecnologia, viagem e manufatura. O levantamento, realizado com base em inteligência de dados, considera as tendências e temas que mais se destacaram em março no contexto global. O último divulgado foi sobre Tecnologia.
Claudio Santos e Neivia Justa lançam campanha Saia do sofá
Claudio Santos (esq.) e Neivia Justa
Claudio Santos (ex-Renault), autor do livro Macho do século 21, e Neivia Justa (ex-Goodyear), criadora do movimento #ondeestãoasmulheres, lançaram em suas plataformas sociais a campanha Fique em casa, mas saia do sofá. Com uma abordagem simples, direta e bem-humorada, a dupla aproveita o momento de isolamento social para fazer uma reflexão sobre o machismo estrutural da sociedade brasileira e um chamado para os homens aproveitarem este momento de home office compulsório para reverem a forma como se relacionam dentro da própria casa.
“O coronavírus e o distanciamento social exigem que a gente se reinvente”, explica Neivia. “Por isso, aproveite esse tempo em casa para aprender a cozinhar, lavar uma roupa, uma louça. Dê banho nos seus filhos pequenos. Converse com seus filhos adolescentes. Seja um parceiro de verdade. Compartilhe as tarefas domésticas. Seja gentil, respeitoso e útil. Seus filhos estão assistindo e aprendendo a lidar com essa situação com o exemplo que você dá a eles. Faça com que eles se lembrem, com orgulho, do homem e pai presente e participativo que você se tornou a partir deste momento”. Confira o vídeo da campanha!
Carta aberta aos profissionais de imprensa
Recebemos de Eduardo Amaro, presidente da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), carta aberta aos profissionais de imprensa cuja íntegra julgamos oportuno divulgar:
“Neste momento de pandemia de Covid-19, profissionais
de saúde e de comunicação precisam resgatar seus juramentos e trabalhar juntos
para ajudar a conter a disseminação da doença. Assim como os médicos, que se
comprometem a salvar a vida do outro, com consciência e dignidade, fazendo da
saúde de seu doente a primeira preocupação, os jornalistas têm também em seu
caminho o comprometimento com a verdade e com a informação, seguindo os
princípios de justiça e de democracia, garantindo, principalmente, o direito do
cidadão à informação.
Desta forma, nós, da Associação Nacional de
Hospitais Privados (Anahp), solicitamos o apoio dos profissionais da imprensa
para reforçar as iniciativas que visam a proteger a saúde de toda a população.
Muitas pessoas ainda não perceberam a
importância de se resguardar e de cumprir as indicações do Ministério da Saúde.
Ações simples, como o uso de máscara caseira – feita e utilizada de forma
correta – e o cuidado ao sair de casa somente quando necessário, podem
realmente contribuir para a redução da velocidade de contágio dos brasileiros
pela Covid-19. É fato comprovado que vidas humanas serão poupadas se todos, sem
exceção, fizerem a sua parte e respeitarem as recomendações técnicas dos órgãos
competentes.
No Brasil, ainda não atingimos o pico da
pandemia e já observamos problemas importantes, como a escassez de suprimentos
primordiais para o enfrentamento da Covid-19, a contaminação de profissionais
de saúde e uma iminente falta de leitos. De acordo com artigo assinado por
especialistas de diversas universidades e membros do Ministério da Saúde,
incluindo o ministro Luiz Henrique Mandetta, publicado na Revista da Sociedade
Brasileira de Medicina Tropical, em 6 de abril, o pico da doença deve ocorrer
em abril e maio, mas o vírus ainda deve continuar circulando no País até meados
de setembro.
Estamos vivenciando uma pandemia sem precedentes,
que se propaga com uma velocidade impressionante e tem capacidade comprovada de
provocar o colapso dos sistemas de saúde e também causar uma grave crise
econômica.
Sabemos que vocês enfrentam diariamente
diferentes batalhas, que vão desde a disseminação de notícias duvidosas por
canais não oficiais até o excesso de informações e a dificuldade de colocar em
pauta o que realmente pode auxiliar a sociedade, sem deixar de se protegerem.
Afinal, são mães e pais, filhas e filhos que deixam de coração apertado seus
familiares ao saírem às ruas com a missão de noticiar o que está acontecendo
neste momento singular mundial.
Reconhecemos e agradecemos o esforço de
todos. Mas pedimos que nos ajudem a ampliar o conhecimento sobre o problema que
estamos enfrentando, apenas buscando o que há de mais precioso para todos nós:
a vida.
Apelamos por mais esse compromisso em
repercutir as indicações e serem agentes de transformação. O exemplo de cada um
faz com que o outro se inspire, compreenda a importância de seguir as novas
regras sociais, se adapte e passe à frente o aprendizado.
E ainda há muito o que aprender. Mas sabemos
que, juntos, oferecendo cuidado com a saúde dos brasileiros e acesso à
informação, principalmente em relação à prevenção da Covid-19, conseguiremos
controlar a pandemia e superar mais esse desafio.
Contamos com o apoio de vocês.”
E mais…
A Abraji traduziu uma reportagem detalhada da rede Ifex, a qual integra, sobre as ameaças à liberdade de expressão e ao acesso à informação que agravam a crise de saúde nos países latino-americanos. Não só os brasileiros têm assistido a essas medidas, como também os vizinhos. Confira!
Em função da pandemia e do adiamento do Cannes Lions Festival Internacional de Criatividade para o período de 21 a 25 de junho de 2021, o Estadão, representante oficial do evento no Brasil, comunica o cancelamento da sexta edição do Prêmio Desafio Estadão. A premiação, realizada pouco tempo antes do Cannes Lions, concede aos vencedores viagens para acompanhar o festival. Vale lembrar que o concurso Roger Hatchuel Student Academy, outra premiação do Estadão, já havia sido finalizado no começo de abril e que a vencedora Nicole Santos Rachid acompanhará a 67º edição do Cannes Lions em 2021.
Renato Avanzi, da Widoox, especializada em cursos, palestras e treinamentos, lançou Comunicação interna em tempos de coronavírus, e-book com ideias de ações de endomarketing, slogans de campanhas, frases motivacionais para equipes, abordagens comuns e diferenciadas sobre a prevenção do vírus, metodologias criativas, estímulos aos gestores, gerenciamento de crises, montagem de um plano de contingenciamento, ferramentas de mídias sociais corporativas e temas afins. O conteúdo é destinado a profissionais de comunicação e de RH. Ilustrado, com 190 páginas, custa 2 X R$ 13,49. Confira!
O Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) criou o Coronavírus em xeque, uma iniciativa com análises e orientações em torno das informações que circulam sobre a pandemia nas redes sociais, além de um podcast semanal, artigos e relatórios. Os conteúdos ficam em uma seção especial no site da Rádio Universitária Paulo Freire. Todo o material é produzido por professores e pesquisadores da UFPE ou por colaboradores de outras instituições e o objetivo é alertar a população para o risco da desinformação. Os interprogramas também são veiculados pelas emissoras FM e AM da UFPE e estão sendo cedidos para rádios comunitárias. (Com informações do Portal Imprensa)
Nos veículos
Como ficarão as relações de trabalho no mundo pós-coronavírus? Com ajuda de especialistas, o Opinião Nacional desta quarta-feira (15/4) fala sobre as expectativas para esse mercado após a pandemia. A edição conta com a participação remota de Domenico de Masi, José Pastore e Ricardo Semler. Apresentado por Andresa Boni, vai ao ar às 22h15, na TV Cultura e no canal da emissora no YouTube.
A Record TV entrou com ação na Justiça do Trabalho de São Paulo pedindo adiamento de 90 dias no pagamento de suas dívidas trabalhistas. A moratória – como definiu a revista IstoÉ – deve-se à pandemia, que prejudicou as receitas da emissora.
Internacionais
Google
anuncia novas iniciativas de apoio ao jornalismo na pandemia
Crédito: Arnd Wiegmann/Reuters
O Google anunciou na manhã desta quarta-feira (15/4) uma série de iniciativas de apoio a jornais e jornalistas em meio à pandemia do coronavírus. O principal lançamento é o Fundo de Auxílio Emergencial ao Jornalismo: avaliado na casa de “milhares de dólares”, servirá para auxiliar pequenos e médios veículos de todo o mundo, com foco especial em empresas que cobrem noticiário local. As informações são do Estadão“O noticiário local é um recurso fundamental para que pessoas e comunidades se mantenham conectadas. No momento atual, ele desempenha um papel ainda mais importante”, destacou em texto Richard Gringas, vice-presidente de notícias do Google, ao anunciar as medidas. Segundo ele, os valores vão de “alguns milhares de dólares para redações pequenas a dezenas de milhares para organizações de maior porte” e devem variar de acordo com a região. Veículos interessados podem se inscrever para receber recursos no site do projeto, até o próximo dia 30 de abril.
A empresa anunciou ainda a doação de US$ 1 milhão para o International Center for Journalists (ICFJ), que planeja oferecer recursos de apoio imediato a repórteres de todo o mundo, em especial àqueles que estão na linha de frente das reportagens sobre a Covid-19, bem como para o Dart Center for Journalism and Trauma, da Columbia Journalism School, que está ajudando jornalistas expostos a situações traumáticas durante esta crise.
“Acreditamos que temos a responsabilidade de fazer o que estiver ao nosso alcance para aliviar a pressão financeira imposta às redações. Continuaremos buscando novas maneiras de ajudar, com novos anúncios que serão feitos em breve”, declarou ainda o executivo.
CIDH lista
recomendações para preservar a liberdade de imprensa e expressão durante a
pandemia do coronavírus
Edison Lanza, relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), listou cinco pontos essenciais para a defesa e preservação da liberdade de imprensa e de expressão em meio à pandemia do novo coronavírus.
O primeiro é a obrigação dos governos em fornecer informações confiáveis sobre a ameaça da Covid-19, com foco em garantir o acesso à informação. Além disso, a CIDH destaca a importância da internet no contexto atual, reiterando que os governos devem evitar o bloqueio a seus sites e dados.
Em relação aos profissionais de imprensa, a entidade destaca que os Estados devem ter a obrigação de proteger o trabalho dos jornalistas, que colocam a própria saúde em risco para trazer informações confiáveis e relevantes sobre a pandemia. Outro ponto é a luta contra as fake news, que podem gerar pânico e desordem. Segundo a entidade, governos e empresas de internet devem realizar um rigoroso trabalho de checagem e fiscalização do conteúdo que circula em suas redes, mas evitar ao máximo a censura e retirada de postagens, que devem ser utilizados apenas em casos confirmados e extremos.
O quinto e último ponto trata sobre o uso da tecnologia de vigilância para fiscalizar o cumprimento das recomendações de saúde e a propagação da Covid-19. A CIDH reitera que essas práticas devem “respeitar as proteções mais estritas e ser coerentes com as normas internacionais de direitos humanos (privacidade, não discriminação e outras liberdades)”. Com informações da Abraji.
Campanha agradece jornalistas que cobrem a
Covid-19
A Associação Nacional de Jornalistas Hispânicos (NAHJ, em inglês), o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) e mais de 40 entidades internacionais defensoras do jornalismo lançaram em 9/4 uma campanha nas redes sociais para agradecer e valorizar o trabalho dos jornalistas em meio à pandemia do novo coronavírus.
Com as hashtags #PRESSential e #ThankaJourno, a ação incentivou as pessoas a postarem mensagens de agradecimento aos jornalistas que, sob risco de contágio e sofrendo ataques por parte de alguns governos e autoridades públicas, trazem informações confiáveis e relevantes sobre a Covid-19.
Alberto Mendoza, diretor executivo da NAHJ, acredita que os jornalistas merecem reconhecimento pelo trabalho que estão fazendo no contexto atual: “Em tempos onde a desinformação representa vida ou morte, nós passamos a confiar ainda mais em nossos jornalistas para que providenciem informações acessíveis e precisas. Eles merecem um reconhecimento por fornecer ao público as informações necessárias para que as pessoas permaneçam saudáveis e que cada um faça a sua parte no combate a essa pandemia”. Conheça a campanha!
E mais…
O anúncio dos vencedores dos Prêmios Pulitzer, marcado inicialmente para 20 de abril, foi adiado para 4 de maio. A decisão foi tomada pois muitos jornalistas que integram o conselho do Pulitzer – que avalia os candidatos – estão concentrados no trabalho de produzir informações sobre a pandemia do Covid-19.
Dana Canedy, editora do New York Times e administradora dos prêmios, disse que o conselho do Pulitzer inclui muitos jornalistas de alto nível que estão na linha de frente para informar o público sobre a pandemia de coronavírus: “Ao se concentrarem nessa missão crítica, o adiamento dará tempo adicional para avaliarem minuciosamente os finalistas do Pulitzer de 2020”.
Reunidos em quatro assembleias online ao longo desta quarta-feira (15/4), perto de 350 profissionais de jornais e revistas de São Paulo rejeitaram por unanimidade a suspensão temporária de contratos de trabalho e a redução de até 70% no salário por causa do impacto do novo coronavírus. Os encontros virtuais, convocados pelo Sindicato dos Jornalistas de SP, tiveram como objetivo dar uma resposta ao sindicato patronal, que apresentou aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho da categoria para autorizar as empresas a aplicarem as MPs 927 e 936 e suspenderem pontos da CCT, como a multa por atraso no pagamento dos salários.
Como contraproposta: os jornalistas dispõem-se a fazer um aditivo, cujos principais pontos seriam:
a) a empresa que pretender adotar qualquer dos
mecanismos previstos nas MPs 927 e 936 poderá solicitar ao Sindicato dos
Jornalistas a abertura de negociação sindical, com possibilidade de Acordo
Coletivo;
b) para isso, deve apresentar a proposta em formato
de minuta de Acordo Coletivo, com todas as suas especificações, bem como anexar
a lista de trabalhadores atingidos, com os respectivos contatos;
c) após notificado, o Sindicato terá quatro dias
úteis para consulta aos trabalhadores e resposta à empresa;
d) impedimento de dispensa sem justa causa durante
o prazo de vigência do aditivo (90 dias);
e) prorrogação da atual Convenção Coletiva de
Trabalho para 31 de agosto de 2020.
Paulo Zochi, presidente do Sindicato dos Jornalistas, disse a este J&Cia que o aditivo proposto pelos patrões tinha diversos problemas: “Era genérico, deixando pontas soltas; previa a aceitação implícita de medidas que o governo eventualmente ainda viesse a tomar durante a crise, o que é um absurdo; e abria a possibilidade de acordos individuais, que consideramos inconcebíveis, já que o empregador tem poder de mando. Nessa questão temos o mesmo entendimento que a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra), de que a redução salarial por acordo individual é inconstitucional e que, caso seja imposta, poderá ser contestada na Justiça”.
Ele informou ainda que encaminharia imediatamente a contraproposta ao sindicato patronal e que espera ter um retorno nos próximos dias. Vale lembrar que o aditivo rejeitado pelos jornalistas foi aceito pelos empregados administrativos dos jornais e revistas no último dia 9. Confira!
Aniversário – Para marcar o transcurso de seu 83º aniversário, nesta mesma quarta-feira (15/4), o Sindicato anunciou o lançamento do projeto de construção do Centro de Memória e Biblioteca dos Jornalistas de São Paulo. Segundo a entidade, “criar bibliotecas, espaços de leitura, resgatar a memória dos que lutaram e fomentar massa crítica para pensar uma sociedade mais justa e humanitária são caminhos da necessária e urgente resistência cultural em um país em que a ignorância e a truculência são alçadas ao poder, em que o maior mandatário diariamente ofende jornalistas e toda a sociedade, em que desprezar a ciência e a inteligência não causa mais constrangimento”.
O primeiro passo da construção do Centro de Memória será a biblioteca, que dará destaque para obras escritas por jornalistas. Quem tiver livros publicados, de qualquer área, ficção ou não, pode enviar dois exemplares para o Sindicato, que já contratou um bibliotecário e um estagiário para a catalogação dos títulos disponíveis e para organizar um sistema de consultas e pesquisa do acervo. “Não será uma biblioteca apenas com livros de jornalistas, mas queremos que esse seja o seu ponto distintivo”, diz Zocchi. E para levantar recursos para a biblioteca e o Centro de Memória, o Sindicato iniciará uma campanha de financiamento coletivo assim que a situação do País permitir.
Morreu nesta quarta-feira (15/4), no Rio de Janeiro, o escritor Rubem Fonseca, aos 94 anos, vítima de um infarto. Ele foi socorrido e conseguiu chegar ao hospital, mas não resistiu. A informação é de Lauro Jardim (O Globo).
Um dos grandes nomes da literatura brasileira, Fonseca
também era ensaísta e roteirista. Nascido em Minas Gerais, graduou-se em Direito
pela Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ). É autor de renomados livros, como Feliz ano novo (1976), A
cólera do cão (1963) e O cobrador (1979). Sua última obra é Carne
Crua, livro de contos inéditos, lançado há dois anos. Entre os vários
prêmios que recebeu destacam-se Camões (2003) e Machado de Assis
(2015).
Edison Lanza, relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), listou cinco pontos essenciais para a defesa e preservação da liberdade de imprensa e de expressão em meio à pandemia do novo coronavírus.
O primeiro é a obrigação dos governos em fornecer
informações confiáveis sobre a ameaça da Covid-19, com foco em garantir o
acesso à informação. Além disso, a CIDH destaca a importância da internet no
contexto atual, reiterando que os governos devem evitar o bloqueio a seus sites
e dados.
Em relação aos profissionais de imprensa, a entidade
destaca que os Estados devem ter a obrigação de proteger o trabalho dos
jornalistas, que colocam a própria saúde em risco para trazer informações
confiáveis e relevantes sobre a pandemia. Outro ponto é a luta contra as fake news, que podem gerar pânico e
desordem. Segundo a entidade, governos e empresas de internet devem realizar um
rigoroso trabalho de checagem e fiscalização do conteúdo que circula em suas
redes, mas evitar ao máximo a censura e retirada de postagens, que devem ser
utilizados apenas em casos confirmados e extremos.
O quinto e último ponto trata sobre o uso da tecnologia de
vigilância para fiscalizar o cumprimento das recomendações de saúde e a
propagação da Covid-19. A CIDH reitera que essas práticas devem “respeitar as
proteções mais estritas e ser coerentes com as normas internacionais de
direitos humanos (privacidade, não discriminação e outras liberdades)”.
Após cinco anos como diretor de Políticas de Imagens da Febraban, Sergio Leo, a quem João Borges sucedeu na última semana (ver edição 1241), passou a colaborar com a edição brasileira de El País. Retoma, assim, sua carreira jornalística, que inclui passagens, entre outros, por IstoÉ Dinheiro, Estadão, TV Globo O Globo, Folha de S.Paulo e JB. Em seu texto de estreia, escreveu sobre o imbróglio diplomático do Brasil com a China.
Especialista em Relações Internacionais pela UnB, residindo em Brasília desde 1985, em 2014 publicou, pela Nova Fronteira, o livro-reportagem Ascensão e queda do Império X, sobre o fracasso empresarial do ex-bilionário Eike Batista; e Segundas pessoas, pela coleção Formas Breves, da e-galáxia, que tem a leitura como personagem.
O Google anunciou na manhã desta quarta-feira (15/4) uma série de iniciativas de apoio a jornais e jornalistas em meio à pandemia do coronavírus. O principal lançamento é o Fundo de Auxílio Emergencial ao Jornalismo: avaliado na casa de “milhares de dólares”, servirá para auxiliar pequenos e médios veículos de todo o mundo, com foco especial em empresas que cobrem noticiário local. As informações são do Estadão.
“O noticiário local é um recurso fundamental para que pessoas e comunidades se mantenham conectadas. No momento atual, ele desempenha um papel ainda mais importante”, destacou em texto Richard Gringas, vice-presidente de notícias do Google, ao anunciar as medidas. Segundo ele, os valores vão de “alguns milhares de dólares para redações pequenas a dezenas de milhares para organizações de maior porte” e devem variar de acordo com a região. Veículos interessados podem se inscrever para receber recursos no site do projeto, até o próximo dia 30 de abril.
A empresa anunciou ainda a doação de US$ 1 milhão para o International Center for Journalists (ICFJ), que planeja oferecer recursos de apoio imediato a repórteres de todo o mundo, em especial àqueles que estão na linha de frente das reportagens sobre a Covid-19, bem como para o Dart Center for Journalism and Trauma, da Columbia Journalism School, que está ajudando jornalistas expostos a situações traumáticas durante esta crise.
“Acreditamos que temos a responsabilidade de fazer o que estiver ao nosso alcance para aliviar a pressão financeira imposta às redações. Continuaremos buscando novas maneiras de ajudar, com novos anúncios que serão feitos em breve”, declarou ainda o executivo.
Eduardo Zebini, que em março deixou a VP da Fox Sports, é o novo diretor de mídia da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ele será responsável pela CBF TV, administração de direitos esportivos e distribuição das transmissões de torneios produzidos pela própria CBF.
Em nota publicada no site da entidade, o diretor Rogério
Caboclo afirmou que a meta é “veicular ao vivo todas as 20 competições
coordenadas pela CBF hoje. Queremos proporcionar futebol de qualidade de
segunda-feira a domingo, em várias plataformas, na medida da demanda do
torcedor”.
Com 30 anos de carreira, Zebini destacou-se em funções
executivas de televisão. Era vice-presidente da Fox Sports desde 2012 e foi
diretor de esportes da Record TV de 1996 a 2009. Nas duas emissoras, ajudou na
conquista de direitos de transmissão de grandes eventos esportivos, como Copa
do Mundo, Olimpíadas, Libertadores, Moto GP e Nascar.
Paulo Roberto Silva, ex-subeditor do DCI e ex-gerente de núcleo da Imagem Corporativa, lançou o portal Inovação Aberta, que traz notícias sobre projetos de inovação corporativa, transformação digital, empreendedorismo e tecnologias exponenciais. Ele atua como diretor de redação e editor-chefe do projeto.
Segundo Paulo, “os estudos que fizemos mostraram que há um
interesse crescente do público por informações sobre projetos corporativos de
inovação, transformação digital, indústria 4.0 e tecnologias exponenciais.
Contudo, a oferta de conteúdo disponível ou é técnica demais ou muito apegada
ao hype, sem interesse nos projetos e
tecnologias que melhoram a produtividade das empresas. (…) Queremos ajudar o País
a destravar sua competitividade”.