A ESPM, em parceria com a Columbia Journalism School, realiza em 6/10, das 9h às 12h50, a quarta edição do Seminário Internacional de Jornalismo, que discutirá os impactos da pandemia nas práticas jornalísticas. O evento é online e gratuito.
O seminário terá dois painéis principais. O primeiro abordará os possíveis aprendizados e o legado da pandemia para a imprensa. Os convidados são Débora Alfano, âncora do Band News no Meio do Dia; Ellen Nogueira, diretora de Jornalismo da CNN Brasil; Leão Serva, diretor de Jornalismo da TV Cultura e professor da ESPM; e Paulo Vinícius Coelho (PVC), comentarista do SporTV.
O segundo painel tem como tema o ensino do jornalismo em escolas durante a pandemia. Participam do debate Heidy Vargas, professora de Jornalismo da ESPM; Tatiana de Bruyn Ferraz Teixeira, professora de Jornalismo da Cásper Líbero; e Vanderlei Dias de Souza, professor de Jornalismo do Mackenzie.
Estão abertas as inscrições para o 37º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, que visa a estimular trabalhos sobre denúncia de violações e defesa dos direitos humanos na América do Sul. As inscrições vão até 20 de novembro.
O prêmio destaca a categoria especial Extermínio de Empregos, que valoriza reportagens sobre precarização das relações de trabalho, envolvendo outros temas como globalização, tecnologia e a pandemia de Covid-19. A solenidade de premiação será em 10/12, data da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Para baixar a ficha de inscrição e o regulamento, clique aqui.
As manhãs de domingo no Reino Unido são movimentadas. BBC e Sky News exibem programas estrelados pelos incisivos apresentadores Andrew Marr e Sophie Ridge. Assuntos ali discutidos repercutem durante o dia e viram notícia nos jornais de segunda-feira.
No último domingo (27/9), o futuro da BBC disputou espaço com as medidas para controlar a Covid-19 e a crise econômica. O motivo: o vazamento de nomes cotados para decidir os destinos da rede, pauta de entrevistas com Oliver Dowden, secretário Nacional de Cultura, nos dois programas.
Como emissora pública e braço do soft power britânico, a BBC está no epicentro da política. A polarização em torno do Brexit despertou críticas do governo de Boris Jonhson quanto à cobertura das eleições gerais em dezembro. E impulsionou a decisão de interferir em seus destinos.
Charles Moore, ex-editor do The Daily Telegraph, e Paul Dacre, que deixou em 2019 a direção do Daily Mail após 26 anos (sobre quem falamos em J&Cia), emergiram como preferidos, respectivamente, para chairman da rede e diretor do Ofcom, órgão regulador ao qual a BBC está submetida. Ambos são alinhados a Johnson, ex-jornalista, e críticos da rede. Moore foi chefe dele no Telegraph.
Questões universais
Algumas questões com as quais a BBC se defronta desafiam igualmente a indústria de mídia global. Nas entrevistas, Dowden apontou a necessidade de a rede evoluir do analógico para o digital. O Governo quer que a rede dispute com plataformas digitais como Netflix e Amazon.
A ideia é descriminalizar e depois acabar com a taxa de £ 157 obrigatória para residências britânicas que possuem TV. E convencer os usuários a assinarem para assistir aos canais. Missão difícil. Por motivos como crise financeira, mudança geracional e a polarização politica, 1,61 milhão de pessoas pediram desconexão no ano passado, resultando em receita £ 58 milhões inferior à projetada.
Adversários da tese argumentam que se trata de uma emissora de serviço público, cabendo ao Estado assegurar sua sobrevivência e não jogá-la aos leões. E que o objetivo de Johnson seria esvaziá-la.
À parte questões políticas, emissoras comerciais em todo o mundo, assim como outras mídias, encontram-se em situação semelhante. Fazem malabarismos para atrair jovens e substituir a receita publicitária que se esvaiu como efeito da crise e da concentração de verbas nas mãos das plataformas digitais.
O uso das mídias sociais para atrair novas gerações pode ser parte da solução para ganhar audiência e entregar conteúdo em novos formatos. Em entrevista ao MediaTalks, o jornalista especializado em redes sociais Chris Stokel-Walker vaticinou: “Quem conseguir encontrar o caminho para fazer jornalismo no TikTok pode desbloquear a próxima geração de consumidores de notícias”.
Tradicionais organizações com o Washigton Post e a própria BBC tentam desbravar essa selva, com experiências que podem inspirar outros veículos.
Dowden apontou também como motivos para a intervenção a baixa representação da sociedade britânica além das fronteiras de Londres e a ausência de imparcialidade. Novamente a política está no meio.
Londres é um grande centro e boa parte das fontes estão aqui. Mas a cidade votou majoritariamente contra o Brexit, ao passo que comunidades ao norte são mais alinhadas ao Governo atual e valores conservadores, como barreiras à imigração.
Ainda que a BBC tenha programas inclusivos dando voz aos que estão distantes da sede, não tem sido suficiente para aplacar a ira de governistas. Entretanto, a rede apanha dos que a acusam de ser leniente com o Governo. Um problema comum a muitas organizações: não satisfazem a nenhum dos lados do espectro político.
Para refletir melhor a realidade regional, o jornalismo de interesse social é visto como um caminho. Já a imparcialidade é mais difícil de resolver, pela subjetividade. Tim Davies, diretor-geral recém-empossado, tenta agradar prometendo jogar duro contra manifestações políticas do estafe pelas redes. E Dacre deve pegar pesado. Em 2007, acusou a corporação de praticar “uma espécie de marxismo cultural”.
Pela sua história, a BBC merece encontrar o ponto de equilíbrio que permita continuar praticando jornalismo de qualidade. E o caminho para a adaptação a um mundo transformado pela tecnologia.
A conversa continua em MediaTalks.com.br, com as experiências como TikTok e outras redes sociais para conquistar audiência jovem e o crescimento da mídia regional no Reino Unido, reagindo à crise da Covid-19.
A convite da diretora de Redação Vera Brandimarte, Mônica Scaramuzzo está de volta ao Valor Econômico como repórter especial. Ela esteve no jornal do Grupo Globo entre os anos de 2003 e 2013 e desde então era repórter especial da editoria de Economia & Negócios do Estadão. “Fico feliz em seguir buscando notícias e bastidores dos negócios em um dos principais jornais do País”, diz Mônica.
Formada em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Relações Internacionais pelo Núcleo de Pesquisas em Relações Internacionais (Nupri), da USP, ela teve passagens por Gazeta Mercantil, Notícias Populares, Diário do Grande ABC e TV Gazeta. Nos últimos quatro anos, ficou entre os TOP 50 dos +Admirados da imprensa de Economia, Negócios e Finanças, em eleição promovida pelo Jornalistas&Cia.
A agência Lupa, de fact-checking, lançou em julho a ferramenta de visualização de dados No epicentro. Criada para chamar a atenção das pessoas para os mortos da Covid-19, a metodologia simula como seria se todos esses mortos estivessem perto de cada um de nós, se fossem nossos vizinhos. A ferramenta fez muito sucesso entre a comunidade de jornalistas, engenheiros de dados e designers no Brasil e no mundo.
Ao ponto de The Washington Post, em 24/9, lançar sua própria versão, em inglês, At the epicenter. Lançamento sem alarde, para testar a ferramenta, mas já foi ao ar. Os jovens desenvolvedores da Lupa trabalharam para o Post: Rodrigo Menegat, jornalista de dados; Tiago Maranhão, desenvolvedor; e Vinicius Sueiro, designer. Tudo sob a supervisão de um dos grandes especialistas em projetos de visualização de dados, o professor da Universidade de Miami Alberto Cairo.
O projeto teve apoio do Google News Initiative, que também participou da parceria com o Post. Não é todo dia que uma startup de sócios brasileiros abre espaço em gigantes como o The Post e Gilberto Scofield Jr., diretor da agência, vibra com a notícia.
O Instituto Ling anunciou em 28/9 os seis jornalistas contemplados pelo programa Jornalistas de Visão. Eles receberão bolsas de estudos de até U$ 75 mil para cursos de mestrado e pós-graduação em universidades dos Estados Unidos e Europa.
Foram contemplados Adriano Belisário (Agência Pública), Ana Luiza Albuquerque (Folha de S.Paulo), André Shalders (BBC Brasil), Ivan Martinez–Vargas (O Globo/Época), Marcos Mortari (Infomoney) e Natália Portinari (O Globo/Época).
Da esquerda para direita, de cima para baixo: Adriano, Ana Luiza, André, Ivan, Marcos e Natália
Nesta edição, foram concedidas três bolsas para mestrado full-time em universidade de primeira linha nos Estados Unidos, em curso de livre escolha. Os contemplados dessa categoria foram Adriano, Ana Luiza e Ivan.
André fará mestrado em um dos cursos full-time oferecidos pela IE School of Human Sciences and Technology, em Madri, enquanto Marcos e Natália realizarão o programa de especialização CGEG/BRICLab, na Columbia University, em Nova York.
Consolidado como o principal programa de bolsas de estudo independente, voltado para a educação de primeira linha no exterior para profissionais da imprensa brasileira, o Jornalista de Visão concede bolsas de estudo a profissionais em início de carreira, com destacados perfil de liderança, atuação profissional e desempenho acadêmico.
Justiça aceita recurso contra Aos Fatos por difamação do Jornal da Cidade Online
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou os ataques virtuais a Luiza Bodenmüller, de Aos Fatos. Ela foi vítima de uma campanha ordenada de ódio, xingamentos misóginos e preconceituosos e exposição de nome e cargo.
Em 26/9, Luiza usou seu perfil no Twitter para indicar filmes sobre a Suprema Corte dos Estados Unidos, citando a juíza Amy Coney Barrett, escolhida por Trump, como uma magistrada antiaborto, pró-armas e conservadora. No dia seguinte, recebeu diversos ataques e xingamentos.
A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) e o deputado estadual Gil Diniz (PSL-SP) compartilharam em suas redes um post classificando a agência Aos Fatos como “esquerdagem do fatos (sic)”, o que ampliou a dimensão dos ataques.
Em nota, a Abraji escreveu que “considera inaceitável o assédio virtual venha de onde vier, mas é ainda mais grave quando mandatários e outras autoridades reproduzem alegações difamatórias, que buscam fragilizar e intimidar jornalistas mulheres. Instamos, ainda, as plataformas digitais a oferecerem uma resposta mais eficaz a esse tipo de ataque”.
Raquel Sheherazade assinou contrato com o Metrópoles nesta terça-feira (29/9). Ela apresentará um programa de entrevistas e debates nas plataformas digitais do portal.
A apresentadora diz ter recebido carta branca para falar e emitir opiniões como quiser. Em entrevista ao Notícias da TV (UOL), Raquel declarou que terá “liberdade para escolher meus personagens e fazer as perguntas que me convierem. Pretendo ouvir todos os lados. Não me importa se pensam semelhante a mim ou o contrário. Minha única condição para escolher um entrevistado é que ele pense! Que tenha algo para acrescentar ao debate”.
Há quase dez anos à frente do telejornal, Raquel gravou um vídeo em seu canal no YouTube para falar sobre o assunto: “Achei que seria de bom-tom não sair à francesa. Eu venho dizer adeus. Adeus, não, um até breve”. Ela lamentou a forma como foi avisada de sua dispensa: “Infelizmente não tive a oportunidade de me despedir dos meus telespectadores, dos meus colegas e amigos que fiz na emissora e por isso estou tentando fazer agora”.
A RedeTV anunciou nesta terça-feira (29/9) que rompeu o contrato de Boris Casoy, âncora do RedeTV News desde 2016. A decisão foi anunciada por Franz Vacek, superintendente de Jornalismo e Esporte da emissora.
Por causa da pandemia de coronavírus, Casoy, que tem 79 anos, estava afastado dos estúdios da emissora, mas fazia comentários diários para o RedeTV News de sua casa. Segundo Maurício Stycer (UOL), ele havia informado à RedeTV que vai estrear em breve um telejornal matinal em seu canal no YouTube.
O Projeto Comprova lançou nesta terça-feira (29/9) o Curso Comprova de verificação, focado nas eleições municipais deste ano, que visa a capacitar profissionais de imprensa para que possam investigar conteúdos suspeitos sobre o assunto compartilhados em plataformas digitais.
O curso, gratuito, será realizado entre 7 e 17 de outubro. Os temas abordados nas aulas são desinformação, monitoramento de redes sociais, técnicas e ferramentas para verificação de dados, verificação de fotos, vídeos e mapas, narrativas de checagem, entre outros. O conteúdo será oferecido pela plataforma de cursos da Abraji.