Mário Kempes em ação durante a Copa da Rússia (Arquivo pessoal)
Mário Kempes (Kempão) deixou a área de imprensa da Federação Cearense de Futebol (FCF) e parte para novos projetos acadêmicos. Ex-repórter e editor do caderno Jogada, do Diário do Nordeste, estava em sua segunda passagem pela entidade, onde já havia atuado anteriormente como assessor de imprensa.
Também foi repórter-correspondente do jornal Lance! no Estado do Ceará, comentarista da Rádio Verdes Mares e da TV Diário. Em 2018 cobriu a Copa do Mundo na Rússia para o Sistema Verdes Mares.
Nas redes sociais, ele escreveu: “Nos últimos dez anos, foram duas passagens e quase cinco anos de trabalho, aprendizado e muito conhecimento no mundo do futebol. Mas meu ciclo na FCF se encerrou e a FCF TV vai seguir ainda mais firme e forte na sua jornada. Agradeço demais ao presidente Mauro Carmélio pela oportunidade e pelo trabalho árduo e muito gratificante. Foram mais de 200 transmissões ao vivo em pouco mais de dois anos. Experiência incrível e com um legado enorme para a FCF TV, mas, agora, é buscar novos projetos…”.
O Núcleo de Preservação da Memória Política realizou em 20/1, em parceria com o Instituto Vladimir Herzog e a Comissão Arns de Direitos Humanos, um ato virtual em homenagem ao engenheiro e deputado federal Rubens Beyrodt Paiva, um dos símbolos mais emblemáticos das arbitrariedades e violações contra os Direitos Humanos perpetrados pela ditadura militar. A data marcou os 50 anos do assassinato do homenageado.
O evento, mediado por Oswaldo de Oliveira Santos Jr., diretor do Núcleo Memória, contou com a presença de Felipe Alencastro, membro da Comissão Arns de DH; Belisario dos Santos Junior, membro da Comissão Arns de DH e do Conselho do Núcleo Memória; Adriano Diogo, ex-presidente da Comissão da Verdade Rubens Paiva; Ivo Herzog, presidente do Conselho do Instituto Vladimir Herzog; José Luiz Baeta, do Comitê Popular Verdade, Memória e Justiça (Santos/SP); Wladimir Sachetta, historiador e jornalista; e Vera Paiva e Francisco Paiva, respectivamente filha e neto de Rubens Paiva.
* Por Cristina Vaz de Carvalho, editora regional de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro
O Grupo Globo anunciou em 21/1 que a Globoplay – sua plataforma de vídeos sob demanda – será também um hub de podcasts. O comunicado foi feito durante o Audio Day 2021 e consta que terá cerca de 80 títulos, entre programas do G1, GE e GShow, as transmissões da rádio CBN, além do investimento em novas produções com o estúdio B9. A maioria dos programas continua a ser apresentada também em outras plataformas de streaming, como Spotify, Deezer e Apple Podcasts.
Essa movimentação vai ao encontro da tendência da mudança nos hábitos de consumo durante a pandemia, que fortaleceu os podcasts, conforme artigo de Marcos Chehab no Meio&Mensagem. O formato é antigo, existe desde os primórdios da internet, mas vem ganhando qualidade nos últimos anos e provoca conexão com o ouvinte, mérito do poder afetivo da voz humana.
O líder Spotify cresceu mais de 200% no último ano, com aproximadamente 20% dos usuários ouvindo conteúdos. A chegada da Amazon Music e Globoplay a esse formato reforça o potencial do podcast para obter altas métricas de engajamento e segmentação de público.
Internada desde 21/1 no Instituto do Coração, em São Paulo, após ter contraído Covid, a cartunista Laerte Coutinho precisou ser transferida na noite dessa segunda-feira (25/1) para a Unidade de Terapia Intensiva.
A informação foi confirmada pelo quadrinista Rafael Coutinho, filho de Laerte, que afirmou que o estado de saúde da cartunista “ainda não é grave, mas requer cuidados mais rigorosos”.
“Escrevo aqui em nome da família, para atualizá-los sobre a atual condição de saúde dela. Como muitos já sabem, Laerte está internada com Covid desde o dia 21 de janeiro, no INCor. Está sendo supervisionada pelo dr. Ubiratan Paula Silva. A condição piorou lentamente, e ela foi internada na UTI na noite passada. O estado ainda não é grave, mas requer cuidados mais rigorosos”, escreveu Rafael.
“Ela deve ficar por no mínimo mais uma semana lá, e estamos acompanhando dia a dia a evolução, na torcida para que melhore. Agradecemos a todes que mandaram mensagens de apoio e carinho, se disponibilizando a ajudar das formas mais variadas”.
Segundo levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), 2020 foi o ano mais violento para profissionais de imprensa brasileiros desde o início da década de 1990, quando a entidade passou a contabilizar os índices de violência contra jornalistas. O principal agressor foi o presidente Jair Bolsonaro.
O relatório contabilizou 428 casos de violência contra profissionais de imprensa em 2020, mais do que o dobro do número detectado em 2019. Bolsonaro foi responsável por quase 175 ataques, o equivalente a 41% do total.
A ação de tentar desacreditar a imprensa foi a mais frequente: dos 428 casos registrados, 152 (35,51%) foram discursos que buscavam desqualificar a informação jornalística, seguidos por censura (85 casos – aproximadamente 20%) e agressões verbais/ataques virtuais (76 casos – quase 18%).
A Fenaj escreveu no relatório que “a explosão de casos está associada à sistemática ação do presidente da República, Jair Bolsonaro, para descredibilizar a imprensa e à ação de seus apoiadores contra veículos de comunicação social e contra os jornalistas”.
Maria José Braga, presidente da Fenaj, declarou que “esse crescimento evidencia a institucionalização do desrespeito ao princípio constitucional da liberdade de imprensa, por meio da Presidência da República, e a disseminação de uma cultura da violência para a relação cidadãos/veículos de comunicação/jornalistas”.
Estão abertas as inscrições para as bolsas de jornalismo do Instituto Reuters em parceria com a Universidade de Oxford. O programa oferece £ 2.000 (quase R$ 15 mil) a profissionais de todo o mundo que tenham mais de cinco anos de experiência.
Segundo o site do Instituto Reuters, os selecionados passarão por “um período de reflexão e uma oportunidade de realizar uma pesquisa relevante em profundidade, longe da pressão de prazos apertados”.
Para inscrever-se, é preciso preencher um formulário (em inglês), além disso, os candidatos devem enviar uma declaração explicativa sobre o projeto. Junto, será necessária uma carta de apresentação que explique os motivos do interesse no programa, um currículo e duas referências profissionais. O prazo vai até 8 de fevereiro.
* Por Cristina Vaz de Carvalho, editora regional de Jornalistas&Cia no Rio de Janeiro
Na segunda-feira (25/1), a Globo emitiu um comunicado que agitou os canais digitais de televisão, com a informação de que Fausto Silva deixará a emissora no final do ano, quando vence seu contrato. O programa Domingão do Faustão, depois de 32 anos nas tardes de domingo da emissora, pode ou não continuar. Diz a nota: “Diante da decisão do apresentador de encerrar sua jornada à frente de programas semanais, só cabe à TV Globo respeitar e aplaudir a história que ele construiu”.
Ao elaborar uma remodelação completa na programação de domingo da Globo, Ricardo Waddington, diretor de Entretenimento, ofereceu a Fausto um programa diferente, a ser desenvolvido, para as noites de quinta-feira. A ideia seria fazer face à concorrência de A praça é nossa, do SBT, nesse horário. Fausto, porém, preferiu não renovar seu contrato nessas bases. O que não quer dizer que ele pretenda se aposentar. Sobre seu futuro na telinha, há apenas especulações.
Em resumo, Fausto começou como jornalista no rádio, e estreou na TV como apresentador do programa Perdidos na noite, exibido sucessivamente pelas TVs Gazeta, Record e Bandeirantes. Em 1989, convidado por Boni, assumiu o Domingão do Faustão na Globo, para concorrer com Sílvio Santos nas tardes de domingo.
Com uma equipe de criação própria consagrou diversos quadros de grande apelo e, com seu senso de improvisação, bordões como “quem sabe faz ao vivo”.
Feras da cobertura de celebridades, como Daniel Castro, Flávio Rico, Leo Dias e Maurício Stycer cederam espaços generosos a Faustão, caracterizando uma unanimidade em termos de respeito pelo seu trabalho. Ao contrário da postura avessa às entrevistas, que Fausto adotou desde o seu enorme sucesso, ele agora falou aos que o procuraram, sempre agradecendo e elogiando a emissora.
Há dez anos, Jornalistas&Cia o entrevistou, e sua biografia, currículo e postura profissional continuam valendo. Patrícia Kogut – que não divulga informação privilegiada –, no jornal O Globo, acrescentou que o diretor artístico do programa, Jayme Praça, deixa a empresa já em fevereiro e Cris Gomes,o diretor-geral da atração, acumula as funções dele.
As guerras do século XXI serão todas irregulares, com terrorismo, guerrilhas, movimentos de resistência e não mais com grandes batalhas, bombardeios, emprego de tanques e batalhões de infantaria. Nessas novas guerras, a que já estamos assistindo, a liberdade da imprensa e a mídia são vitais tanto para os insurgentes, sejam eles quais forem, como para as Forças Armadas regulares.
A colocação é do livro Guerra Irregular – terrorismo, guerrilha e movimentos de resistência ao longo da história, do coronel Alessandro Visacro, do Exército Brasileiro. A obra não é nova, foi publicada pela Contexto em 2009, mas ganha atualidade ao afirmar que situações como as das favelas do Rio de Janeiro, de onde o Estado foi alijado e onde os insurgentes – leia-se traficantes – às vezes têm apoio da população, caracterizam-se efetivamente como guerrilha, com a diferença de que, em vez de lutarem por uma ideologia, lutam por ganho econômico.
O livro mostra que a imprensa é uma arma vital para conseguir a vitória e cita dois exemplos pouco conhecidos, mas importantes. Em 1971, na luta contra o IRA, na Irlanda, o comando do exército britânico liberou todos os soldados para falarem com jornalistas e TV. Eles contavam como seus companheiros foram assassinados pelos insurgentes, mostravam-se como jovens cumprindo o seu dever para com o País e sendo massacrados por bombas que matavam civis e militares indiscriminadamente. Apesar de uma ou outra bobagem dita às câmaras, o resultado foi o apoio da opinião pública e o isolamento dos militantes, que não conseguiram colar nos repressores a imagem de “porcos fascistas” que tentaram difundir.
Outro exemplo, também pouco conhecido foi na guerra do Iraque, quando o Exército americano lançou a operação Mídia Embutida, pela qual 500 repórteres, fotógrafos e cinegrafistas foram incorporados a unidades do exército e dos fuzileiros, compartilhando alojamento, alimentação e combates junto com as tropas.
“Quando os jornalistas participaram, a história correta passou a ser contada”, afirma a coronel Melanie Reeder, citada na obra; “quando não receberam informações, o resultado foi especulação, desinformação e inexatidão da matéria”. E essa visão não é recente pois, ainda segundo o cel. Visacro, já na Primeira Guerra o famoso T.E. Lawrence escreveu que “a imprensa é a melhor arma no arsenal do comandante moderno”.
O livro leva o leitor a comparar o efeito dramático das entrevistas de pessoas do povo que tiveram suas casas invadidas por policiais ou seus filhos mortos por balas perdidas das forças repressoras, com a insossa e repetitiva entrevista dos oficiais superiores que, falando de um gabinete, afirmam sempre que “um inquérito será aberto e que os fatos serão apurados”.
Com uma bibliografia completa, à qual não falta a visão do jornalista, como a obra do repórter policial Percival de Souza, o livro mostra também porque é vital o apoio da população na guerra irregular, em que não se luta por terreno ou domínio de cidades, mas por “corações e mentes”.
Jornais impressos expostos na banca da rodoviária. 23-01-209. Foto: Sérgio Lima/PODER 360
Jornais impressos expostos na banca da rodoviária (Crédito: Sérgio Lima/PODER 360)
O Poder360 fez uma avaliação sobre a pesquisa do IVC (Instituto Verificador de Comunicação) sobre a circulação total (impresso + digital) dos principais jornais do País durante os dois primeiros anos do mandato de Jair Bolsonaro (2019 e 2020). Os resultados indicam uma queda de 1,1% na circulação, número que pode ser entendido como estabilidade.
Para a reportagem, o Poder360 selecionou os seguintes veículos: Folha de S.Paulo, O Globo, O Estado de S.Paulo, Super Notícia (MG), Zero Hora (RS), Valor Econômico, Correio Braziliense (DF), Estado de Minas, A Tarde (BA) e O Povo (CE). Em dezembro de 2018, a circulação total desses dez jornais era de 1.444.104 exemplares. Em dezembro de 2020, segundo o IVC, o número foi de 1.428.073.
Segundo o Poder360, vale destacar, porém, que analisados separadamente, esses veículos tiveram desempenhos diferentes no período analisado: Folha, Globo, Valor e A Tarde, por exemplo, tiveram desempenhos positivos em suas tiragens pagas. Os demais enfrentaram uma queda global de circulação.
Outro dado relevante da pesquisa, segundo o portal, é a diferença entre as versões impressas e digitais dos jornais analisados. Em dezembro de 2018, os dez veículos tinham 654.144 de tiragem média diária. No final de 2020, o número caiu para 437.969, uma queda expressiva de 33%. Já em relação a assinaturas digitais, nos dois anos do Governo Bolsonaro, os números dos jornais subiram de 789.960 para 990.104, um aumento de 25,3%.
Foi um show online, em que não faltaram surpresas e emoções. Profissionais e veículos foram homenageados, recebendo o reconhecimento do mercado pelo brilhantismo do trabalho nas redações. E aqui você pode conferir o trailer da premiação.
Em um ano desafiador, os premiados tiveram seus trabalhos reconhecidos e valorizados no evento, e nós, de J&Cia/Portal dos Jornalistas, ficamos orgulhosos pelos frutos que a cerimônia nos trouxe.