A jornalista francesa Dominique Pradalié é a nova presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ). Ela foi eleita pelos delegados do 31° Congresso Mundial dos Jornalistas, realizado na semana passada em Mascate, capital de Omã. Na ocasião, Maria José Braga, presidente da Fenaj, foi reeleita para novo mandato no Comitê Executivo da entidade.
Foram eleitos ainda para o Comitê Administrativo da FIJ a peruana Zuliana Lainez, como primeira vice-presidente (sênior); a indiana Sabina Indrejit e o palestino Abu Baker Nasser assumam as outras duas vice-presidências. O inglês Jim Boumelha assume a Tesouraria.
Maria José foi a segunda candidata mais votada para o Comitê Executivo, atrás somente da representante do Sindicato Nacional do Canadá, Jeniffer Monreau. Também foram eleitos outros 15 integrantes de vários continentes e países.
Maria José Braga, presidente da Fenaj, foi reeleita para o Comitê Executivo da FIJ
O jornalismo do agronegócio é novamente o destaque de Jornalistas&Cia, chegando à segunda edição da premiação dos +Admirados desse segmento profissional. Com recorde de votação e uma acirrada disputa, vamos agora conhecer, neste especial, os vencedores que brilharam nos dois turnos de votação.
Com patrocínio de Cargill, Syngenta Proteção de Cultivos e Yara, apoio de Mosaic Fertilizantes e Portal dos Jornalistas, além de apoio Institucional da CNA e da Rede Brasil de Jornalistas Agro, o certame distingue os jornalistas e veículos em nove categorias: Veículo Impresso, Veículo especializado, Site/Blog, Canal Digital, Programa de TV aberta, Programa de TV em canais especializados, Programa de Rádio, Podcast e Agência de Notícias, além dos tradicionais TOP 25 jornalistas +Admirados do País, que, este ano, em razão de um empate, viraram TOP 26.
“A votação de fato surpreendeu e foi a maior de todas as que já fizemos na série +Admirados, que inclui Economia, Esporte, Saúde e Imprensa Automotiva. Tanto que a totalização de votos obtida em 2021, na primeira edição, que era nosso norte inicial, foi alcançada logo na arrancada, o que surpreendeu bastante”, assinala Edu Ribeiro, diretor deste Jornalistas&Cia.
Responsável por gerenciar todas as etapas do prêmio, o diretor de Projetos Especiais Vinicius Ribeiro ressalta que esse aumento de votos provocou um trabalho ainda mais cuidadoso na apuração dos dois turnos, sobretudo para evitar distorções e mesmo tentativas de fraude: “O sistema desenvolvido pela Jornalistas Editora foi concebido de modo a identificar e anular as eventuais irregularidades, o que nos dá a certeza de um resultado consistente e justo. Desse modo, os vencedores saem de fato consagrados por essas duas votações e com isso vão conseguir dar um lustro ainda maior às carreiras vitoriosas que já têm”.
Vinícius lembra ainda da acirrada disputa em todas as categorias, ressaltando, no entanto, que em Programa de Rádio a disputa foi ainda maior: “Esse foi o resultado mais apertado de toda a premiação, tanto que os eleitos entre os TOP 3 e mesmo o campeão só foram definidos efetivamente nas últimas horas da votação, encerrada no último dia 2 de junho”.
Dentre os 26 jornalistas premiados, 16 fazem parte das equipes de veículos que também foram eleitos, com destaque para Terraviva, que figura com cinco nomes na lista final. Na sequência, estão Canal Rural, Globo Rural e Notícias Agrícolas, com três nomes cada.
Vale acrescentar que, em números gerais, foram mais de 200 os profissionais indicados ao longo da votação e cerca de 330 veículos/programas.
Neste especial, os 26 jornalistas eleitos e os três veículos vencedores em cada uma das nove categorias são apresentados em ordem alfabética.
Os jornalistas TOP 5 e os veículos campeões serão conhecidos na cerimônia de premiação, marcada para 5 de julho, em formato hibrido, um almoço no restaurante Figueira Rubayat, em São Paulo, com transmissão ao vivo pelo canal do Portal dos Jornalistas no YouTube.
Depois de 35 anos de profissão completados em maio, 22 dos quais no Correio Braziliense, o editor executivo Vicente Nunes acertou com o jornal sua saída do País para trabalhar como correspondente em Portugal, para onde embarcou nessa terça-feira (7/6). Em conversa com este J&Cia, Vicente, um dos +Admirados Jornalistas de Economia do País, fala sobre as motivações que o levaram a fazer a mudança.
Jornalistas&Cia – Como foi tomar essa decisão após tantos anos de trabalho em Brasília e no Correio Braziliense? O que o motivou?
Vicente Nunes – Na verdade, eu já vinha planejando me desligar do trabalho que atualmente cumpro no jornal, mas com a pandemia tive que adiar meus planos. Pretendo estudar um pouco, dar uma parada no ritmo do dia a dia. Nesse sentido, já vinha negociando com o Correio, com quem tenho uma ótima relação. E, na semana passada, conseguimos chegar a um acordo que fosse bom para mim e para o jornal. Dessa forma, continuarei no CB, como correspondente, baseado em Lisboa. É bom lembrar que entre 2000 e 2002 fui correspondente em Nova York, época em que cobri o atentado às torres gêmeas, e agora, mais de 20 anos depois, decido voltar a ser correspondente. Começo a nova etapa do meu trabalho no dia 1º de julho.
J&Cia – E como será essa mudança na prática, inclusive deixar o País nesse momento ímpar na história do Brasil?
Vicente – O momento no País está mesmo muito difícil, mas estou precisando desse distanciamento do dia a dia no trabalho. E acompanhar, de perto, como as pessoas de fora estão vendo o País. Tenho conversado com pessoas que deixaram o Brasil e avalio que, com a bagagem que adquiri nesses anos de trabalho, tenho boas chances de trazer para o Correio justamente essa visão de fora. Pretendo fazer muitos vídeos, entrevistas especiais, manter a participação na coluna CB Poder, veiculada pela TV Brasília, e manter meu blog ativo. Aliás, o mais importante disso é que vou voltar a ser repórter, como gosto, neste especial momento em que completo 35 anos de redação. Sou do interior de São Paulo, de Guaratinguetá, comecei minha carreira no Jornal do Commercio, no Rio de Janeiro, para onde me mudei e cursei a faculdade de Jornalismo. E preciso admitir que minha paixão é a reportagem. Por isso, saio de peito aberto. Tenho muitas histórias legais para serem vividas e contadas. O continente, assim como o mundo, estão também fervilhando, inflação alta, polarização política, ascensão da extrema direita etc.
J&Cia − Imagino, então, que com a mudança você deverá deixar um pouco a cobertura de Economia…
Vicente – Sim, na prática devo ampliar o leque de cobertura para outros assuntos. Quero muito também contar histórias de gente, pois há muitas pessoas fazendo coisas importantes lá fora.
J&Cia − E, com tantos anos no Correio, com uma atuação cada vez mais dinâmica, chegando a ser atualmente um dos editores executivos do veículo (ele divide o trabalho com Plácido Fernandes), como ficará o jornal nessa nova fase?
Vicente – O CB tem uma força de trabalho espetacular, que vai continuar tocando o jornal de forma ampla e com boas pautas. A equipe é composta por profissionais competentes e comprometidos com a história do veículo.
J&Cia − Como acha que o País seguirá após este histórico pleito eleitoral? Como você vê o futuro do Brasil?
Vicente – O País tem futuro. Vai conseguir superar este momento porque tem instituições fortes, e acredito que as pessoas não vão optar novamente pelo retrocesso. O Brasil não vai errar de novo. Ele não aguenta essas fissuras que foram criadas internamente, não aguenta mais quatro anos sem quebrar de vez. Mesmo trabalhando de fora, estarei torcendo muito para o País.
O presidente Jair Bolsonaro foi condenado a pagar R$ 100 mil em indenização por dano moral coletivo à categoria dos jornalistas após ação do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP). Divulgada em 7/6, dia em que se comemora o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, a decisão dada pela Juíza Tamara Hochgreb Matos, da 24ª Vara Cível da Comarca da capital paulista, é a primeira desse tipo contra um governante em exercício.
Em 7 de abril de 2021 o SJSP entrou com uma Ação Civil Pública contra o presidente, na qual requeria à justiça que Bolsonaro não mais proferisse novas manifestações de ofensa, deslegitimação ou desqualificação à profissão de jornalista ou à pessoa física dos profissionais de imprensa, bem como de vazar/divulgar quaisquer dados pessoais de jornalistas, além de uma indenização de R$ 100 mil, em favor do Instituto Vladimir Herzog.
Na decisão, a juíza citou diferentes ataques de Bolsonaro aos jornalistas e ressaltou que ele “reiteradamente manifesta-se, em seus pronunciamentos públicos e em redes sociais, de forma hostil e belicosa contra a categoria dos jornalistas profissionais, desprezando-os e desqualificando-os, como categoria e até mesmo como pessoas.”
Um dos trechos da sentença destaca também que: “Com efeito, tais agressões e ameaças vindas do réu, que é nada menos do que o Chefe do Estado, encontram enorme repercussão em seus apoiadores, e contribuíram para os ataques virtuais e até mesmo físicos que passaram a sofrer jornalistas em todo o Brasil, constrangendo-os no exercício da liberdade de imprensa, que é um dos pilares da democracia”.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa (Data Privacy) lançaram o relatório Jornalismo e proteção de dados pessoais: a liberdade de expressão, informação e comunicação como fundamentos da LGPD, que aborda a não aplicabilidade da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) às atividades jornalísticas.
O texto usa como pano de fundo os cada vez mais frequentes ataques à liberdade de imprensa e o uso da LGPD para impedir a atividade jornalística. O relatório conclui que, “enquanto direito fundamental, a proteção de dados pessoais não pode ser avocada como barreira para atividades jornalísticas, uma vez que a liberdade de expressão é constitucionalmente garantida, ao passo que também fundamenta a LGPD”.
O documento discute ainda temas como acesso à informação, atividades jornalísticas como investigação, apuração, escrita e divulgação, além de uma interpretação ampla da definição de jornalista, destacando a função primordial de informar a população.
Para a Abraji e a Data Privacy, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), como guardiã da LGPD, não deve regulamentar o tema e deve “evitar distorções nos incentivos à atividade jornalística no Brasil e no tratamento de dados pessoais”.
Passadas mais de 48 horas do desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira, poucos esforços federais foram registrados no intuito de encontrar os profissionais, que viajavam pelo Vale do Javari, região remota no estado do Amazonas.
Apesar das pressões de familiares, jornalistas brasileiros e estrangeiros, entidades de apoio ao jornalismo e veículos internacionais de imprensa, até o final dessa segunda-feira (6/6) apenas o Ministério da Defesa havia emitido uma nota em resposta ao caso, afirmando que “está em condições de cumprir missão humanitária de busca e salvamento, como tem feito ao longo de sua história, contudo as ações serão iniciadas mediante acionamento por parte do Escalão Superior”. O problema é que o tal acionamento ainda não havia acontecido até a manhã desta terça-feira.
Segundo reportagem de Fábio Pontes e Elaíze Farias, para o site Amazônia Real, após pressão da Embaixada da Inglaterra, a Marinha do Brasil e a Polícia Federal chegaram a iniciar na tarde de segunda uma busca pelos profissionais, mas sem nenhum apoio aéreo e que foi interrompida ao anoitecer, dificultando assim o sucesso da missão.
Não tem um helicóptero das Forças Armadas no Vale do Javari. As buscas, feitas de barco da Marinha, ao jornalista Dom Philips e ao indigenista Bruno Pereira, encerraram no início da noite. A situação é gravíssima! https://t.co/pv0JenIZBc
“Autoridades brasileiras, nossas famílias estão desesperadas. Por favor, respondam à urgência do momento com ações urgentes. Governo do Brasil, onde estão Dom Phillips e Bruno Pereira?”, clamou Alessandra Sampaio, esposa se Dom.
Com o aumento das pressões internacionais, na manhã desta terça-feira o Comando Militar da Amazônia, órgão ligado ao Ministério da Defesa, informou que “desencadeou uma busca na região do município de Atalaia do Norte (AM), empregando uma equipe de militares combatentes de selva, utilizando a embarcação Lancha Guardian”.
Ainda assim o esforço é considerado muito pequeno, dado o tamanho da área e a complexidade de efetuar buscas no local. “É tão absurdo e ao mesmo tempo cruel saber que as autoridades brasileiras negaram ontem um helicóptero para fazer as buscas de duas pessoas desaparecidas numa região de 8,5 milhões de hectares”, alertou Eliane Brum, +Premiada Jornalista da História do Brasil, que desde 2017 vive em Altamira, no Pará.
Nenhuma apuração nos jornais brasileiros de hoje sobre a precariedade das buscas para localizar Dom Phillips e Bruno Pereira. Ao contrário, falam em "força-tarefa". Parece que está tudo acontecendo como deveria. Será que daria para enviar um repórter ao Vale do Javari?
Radicado no Brasil desde 2007, Dom Phillips é repórter freelance para o jornal inglês The Guardian e já colaborou com reportagens para Washington Post, New York Times e Financial Times. Ao lado de Bruno pereira, participava de expedições pela Amazônia desde 2018, com o objetivo de relatar problemas relacionados aos indígenas na região para o The Guardian.
Nesta nova incursão, viajou à região do Vale do Javari para realizar entrevistas para um livro sobre meio ambiente que está produzindo com o apoio da Fundação Alicia Patterson.
“Quero dizer a vocês que Dom Phillips, meu marido, ama o Brasil e ama a Amazônia. Ele poderia viver em qualquer lugar do mundo, mas escolheu viver aqui. Quinze anos atrás, Dom deixou seu país, a Inglaterra, para viver no Brasil”, completou Alessandra.
Segundo a União das Organizações Indígenas dos Povos do Javarari (Univaja), a equipe vinha recebendo ameaças antes do desaparecimento. “A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da Univaja, além de outros relatos já oficializados para a Polícia Federal, ao Ministério Público Federal em Tabatinga, ao Conselho Nacional de Direitos Humanos e ao Indigenous Peoples Rights International”, informou a entidade em nota.
A Univaja informou ainda que eles foram vistos pela última vez por volta das 6h da manhã de domingo (5/6), na comunidade Ribeirinha São Rafael. Eles se reuniriam com uma liderança local, mas após não encontrarem a pessoa no destino, optaram por seguir viajem até Atalaia do Norte, há aproximadamente duas horas dali. Esta foi a última notícia que se teve de ambos.
Jonathan Watts, editor de meio-ambiente do The Guardian, publicou mensagem no Twitter pedindo ajuda das autoridades brasileiras para encontrar a equipe: “Dom Phillips, um excelente jornalista, colaborador regular do Guardian e um grande amigo, está desaparecido no Vale do Javari na Amazônia depois de ameaças de morte ao indigenista e companheiro de viagem Bruno Pereira, que também está desaparecido. Ligando para as autoridades brasileiras para lançar imediatamente uma operação de busca”.
Às 14h, saiu de Atalaia do Norte uma primeira equipe de busca da Univaja, formada por indígenas extremamente conhecedores da região. A equipe cobriu o mesmo trecho que Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips supostamente teriam percorrido, inclusive, os “furos” do rio Itaquaí, mas nenhum vestígio foi encontrado.
A última informação de avistamento deles é da comunidade São Gabriel – que fica abaixo da São Rafael –, com relatos de que avistaram o barco passando em direção a Atalaia do Norte. Às 16h, outra equipe de busca saiu de Tabatinga, em uma embarcação maior, retornando ao mesmo local, mas novamente nenhum vestígio foi localizado.
Edital
O Amazon Rainforest Journalism Fund (Amazon RJF) abriu até 8/6 um edital emergencial para a cobertura das violações à floresta amazônica no Vale do Javari, no estado do Amazonas, e para acompanhar as buscas pelo jornalista e pelo indigenista, caso eles não sejam localizados nesse período. Os projetos devem ser enviados até meia-noite desta quarta-feira, e serão avaliados no mesmo dia, para que os selecionados possam viajar imediatamente. As inscrições podem ser feitas neste link.
O Consórcio de Veículos de Imprensa promove nesta terça-feira (7/6), Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, uma campanha em defesa do jornalismo profissional e da integridade dos jornalistas, que sofrem constantes ataques e ameaças no exercício da profissão.
Na ação, os veículos impressos e sites que compõem o consórcio trazem em suas páginas iniciais um anúncio de página inteira e uma tarja preta no alto com o texto “Dia Nacional da Liberdade de Imprensa. Uma campanha em defesa do jornalismo profissional”, além de reportagens sobre o tema.
Montagem da campanha nas páginas dos veículos do Consórcio de Imprensa (Crédito: Reprodução/g1)
No caso dos impressos, após uma página totalmente em branco, propositalmente inserida como parte do projeto, os veículos explicam a iniciativa: “Apoie o jornalismo para que páginas em branco, como essa, não aconteçam. O jornalismo precisa ser livre. Livre para informar, investigar e mostrar tudo o que acontece para que você forme a sua opinião. Quem defende o jornalismo defende a liberdade e fortalece a democracia”.
O consórcio, criado em junho de 2020 para divulgar números e informações confiáveis sobre casos e mortes de Covid-19 no Brasil, e que já recebeu diversos prêmios por seu trabalho, é composto por g1, TV Globo, GloboNews, O Globo, Extra, Valor Econômico, CBN, Estadão, Rádio Eldorado, Folha de S.Paulo e UOL.
Vale lembrar que, segundo o ranking mundial de liberdade de imprensa elaborado pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o Brasil ocupa a 110ª colocação entre 180 nações analisadas. O País está em uma “situação sensível” em relação à liberdade de imprensa, de acordo com o relatório, divulgado em maio.
Dia Nacional da Liberdade de Imprensa
A origem do Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, em 7 de junho, trata de um manifesto, assinado e divulgado na mesma data em 1977 por quase três mil jornalistas, que denunciava a apreensão de periódicos, omissão de informações por parte do governo em plena ditadura militar e a ameaça representada pelo AI-5. O texto foi publicado no Boletim da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Em comemoração ao Mês do Orgulho LGBTQIA+ a Fundação Gabo indicou 11 recursos para diferenciar a diversidade no jornalismo.
Em comemoração ao Mês do Orgulho LGBTQIA+, celebrado em junho, a Fundação Gabo indicou 11 recursos para diferenciar a diversidade no jornalismo. A iniciativa tem como objetivo contribuir para melhor cobertura jornalística e redações cada vez mais inclusivas.
A lista faz parte da campanha Nem um passo atrás, liderada pela Fundação, que conta com uma série de lições, recursos, ferramentas, reflexões e referências sobre como compreender, abordar e contar histórias que envolvam e tornem visível a população LGBT+.
Abre a lista de indicações o episódio Contando a Diversidade do podcast Clínica de Ética, que faz parte do Gabo Foundation’s Ethics Office. Nele, jornalistas, ativistas e escritores exploraram como diferentes narrativas de diversidade sexual e de gênero são construídas na mídia. Além disso, debatem os desafios, acertos e como essas narrativas afetam a representação e a luta social da população LGBT+.
O episódio Entrevistando aqueles que incitam o ódio, questões avançadas e diversidade na redação do podcast Escritório de Ética da Fundação Gabo vem logo em seguida na lista de indicações. No programa, Yolanda Ruiz responde à pergunta de um jornalista sobre o que fazer quando o público não reage bem à contratação de âncoras trans ou afro-minoritárias em um telejornal.
A reportagem Manchetes que matam: como não revitimizar pessoas trans, sobre o assassinato da mulher trans Juliana Giraldo por um soldado do exército colombiano nas estradas do departamento de Cauca, aparece em terceira indicação. No texto, especialistas do Dejusticia compartilham reflexões sobre como informar sem revitimizar os protagonistas das notícias, quando são trans pessoas.
O relatório do workshop Conversando sobre diversidade: como cobrir notícias e histórias LGBT está presente na lista e contém os principais aprendizados do evento realizado durante o Festival Gabo 2020, no qual María Eugenia Ludueña e Ana Fornaro, codiretoras da Agencia Presentes; Nina Chaparro, coordenadora de gênero da Dejusticia; María Mercedes Acosta, editora de Sentido; e Marcela Sánchez, diretora de Colombia Diversa, contribuíram para quebrar preconceitos das redações, apontaram os erros mais frequentes na cobertura de notícias sobre diversidade e destacaram a importância de se ter uma perspectiva de gênero.
Os 5 trabalhos sobre questões LGBT+ reconhecidos pelo Prêmio Gabo são uma série de trabalhos rigorosos vencedores do Prêmio Gabo, que são referências de como abordar histórias sobre questões LGBT+ para mostrar a realidade dessa população e amplificar a voz de quem não é ouvido.
Entre as indicações está também 7 chaves de Cristian Alarcón para contar histórias de sexualidades dissidentes, um texto onde o jornalista e escritor argentino Cristian Alarcón compartilha as principais lições do Workshop Crônica Queer: Como Narrar Sexualidades Dissidentes, realizado durante o Festival Gabo 2018.
Repórter freelancer para o The Guardian, o jornalista britânico Dom Phillips está desaparecido desde este domingo (5/6) no Vale do Javari, região remota no estado do Amazonas. Acompanhado do indigenista Bruno Pereira, que também está desaparecido, ele viajou à região para realizar entrevistas para um livro.
Segundo a União das Organizações Indígenas dos Povos do Javarari (Univaja), a equipe vinha recebendo ameaças antes do desaparecimento. “A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da Univaja, além de outros relatos já oficializados para a Polícia Federal, ao Ministério Público Federal em Tabatinga, ao Conselho Nacional de Direitos Humanos e ao Indigenous Peoples Rights International”, informou a entidade em nota.
Dom Phillips (Arquivo pessoal)
A Univaja informou ainda que eles foram vistos pela última vez por volta das 6h da manhã deste domingo, na comunidade Ribeirinha São Rafael. Eles se reuniriam com uma liderança local, mas após não encontrarem a pessoa no destino, optaram por seguir viajem até Atalaia do Norte, há aproximadamente duas horas dali. Esta foi a última notícia que se teve de ambos.
Jonathan Watts, editor de meio-ambiente do The Guardian, publicou mensagem no Twitter pedindo ajuda das autoridades brasileiras para encontrar a equipe: “Dom Phillips, um excelente jornalista, contribuidor regular do Guardian e um grande amigo, está desaparecido no Vale do Javari na Amazônia depois de ameaças de morte ao indigenista e companheiro de viagem Bruno Pereira, que também está desaparecido. Ligando para as autoridades brasileiras para lançar imediatamente uma operação de busca”.
Às 14h, saiu de Atalaia do Norte uma primeira equipe de busca da UNIVAJA, formada por indígenas extremamente conhecedores da região. A equipe cobriu o mesmo trecho que Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips supostamente teriam percorrido, percorrendo, inclusive, os “furos” do rio Itaquaí, mas nenhum vestígio foi encontrado. A última informação de avistamento deles é da comunidade São Gabriel – que fica abaixo da São Rafael – com relatos de que avistaram o barco passando em direção a Atalaia do Norte. Às 16h, outra equipe de busca saiu de Tabatinga, em uma embarcação maior, retornando ao mesmo local, mas novamente nenhum vestígio foi localizado.
O Ministério da Justiça ainda não se manifestou sobre o assunto.