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Jorge Antônio Barros e os riscos da reportagem policial

Repórter de Cidade há mais de 30 anos, atualmente em O Globo (impresso e online), Jorge Antônio Barros venceu por duas vezes o Esso, em 1988 e 1994. Carioca da Zona Norte, ingressou no Jornalismo com o sonho de ser crítico de artes plásticas. No entanto, durante sua primeira experiência profissional ? como radioescuta do Jornal do Brasil, em 1981 ? tomou gosto pelos assuntos policiais. Em entrevista ao Portal dos Jornalistas, Barros conta mais sobre a vida de um repórter policial, os riscos que envolvem a profissão e o que pensa sobre segurança nas comunidades do Rio de Janeiro. Portal dos Jornalistas ? Como é a vida de um repórter que fala sobre criminalidade? Jorge Antônio Barros ? Tenho uma vida normal, mas estou sempre atento a regras básicas de segurança, em relação ao crime e também a eventuais desafetos produzidos por matérias e opiniões no blog Repórter de Crime [criado em 2005 e que está, desde 2007, em O Globo Online, a convite do colunista Ancelmo Gois]. PJ ? Já sofreu algum tipo de ameaça por causa dessas matérias? Barros ? Sim. Ameaças veladas e até mesmo por e-mail.  PJ ? Como é sua relação com as fontes, já que ela envolve policiais, vítimas e até mesmo bandidos? Barros ? Considero a relação com as fontes um dos maiores patrimônios de um jornalista. Procuro nortear essa relação com base no respeito e na credibilidade. Minha palavra tem muito valor e procuro cumpri-la a qualquer custo. Evito ao máximo contato com criminosos que estão foragidos para não me tornar, de alguma forma, cúmplice deles. Eventualmente posso manter contato com criminosos que cumprem pena. PJ ? Alguma vez sentiu-se exposto a uma situação de perigo real? Barros ? Escapei de ser baleado e até morto durante tiroteio na Favela da Rocinha, onde fui morar por uma semana para fazer reportagem que foi publicada em fevereiro de 1988 no extinto Caderno Especial do Jornal do Brasil, intitulada Rocinha Sociedade Anônima ? Como se vive e como se morre na maior favela da América Latina. Nosso carro, com o fotógrafo Alcyr Cavalcanti e o motorista Osmar Sombra, foi alvo de disparos feitos por traficantes, que nos confundiram com pessoas ligadas a policiais a serviço do jogo do bicho, que estavam em disputa com o tráfico.  PJ ? Como foi a experiência de viver na Rocinha para fazer essa reportagem? Barros ? Foi uma experiência fascinante. Primeiro porque fui o primeiro jornalista brasileiro a morar em favela para fazer uma reportagem. Além do pioneirismo, tive a chance de lidar com todos os segmentos sociais da comunidade, que é uma das mais ricas do Rio de Janeiro. Ali entrevistei o então chefe do tráfico, conhecido como Sérgio Bolado, que era bastante articulado e mostrava que os criminosos não eram tão alheios a tudo como se imaginava na época. Era uma época em que havia algum respeito ao jornalista por parte do criminoso. PJ ? E sobre as Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs)? Acha mesmo que o Rio está mudando com a implantação dessas unidades nas comunidades? Barros ? Apesar de a ocupação na Rocinha estar passando por problemas, já que os traficantes estariam voltando aos poucos, o projeto de pacificação das favelas tem sido de modo geral bem-sucedido. A principal diferença entre a maioria das favelas pacificadas e as outras é que a PM conseguiu de fato retomar o território e banir os criminosos com armamento pesado. Isso permitiu que a comunidade confiasse mais na polícia, o que nunca foi possível, em razão do alto índice de policiais envolvidos com os criminosos na favela. A pacificação tem sido feita por uma nova geração de policiais que, em sua grande maioria, tem honrado a farda da PM. Já surgem alguns casos de corrupção dentro de UPP e o futuro desse projeto vai depender do apoio da sociedade e das comunidades. O projeto, entretanto, necessita também de ajustes na área de inteligência de tal modo que produza mais prisões. Como o Estado adotou a estratégia de comunicar oficialmente as ocupações ? com o objetivo de reduzir o risco de vítimas inocentes, em eventuais confrontos ?, muitos bandidos conseguiram fugir e migraram para outras áreas do Estado do Rio, como a antiga capital, Niterói, onde há grande aumento dos índices de criminalidade e da sensação de insegurança. Pessoalmente acredito no projeto das UPPs, mas creio que ele precisa de ajustes constantes e as autoridades também precisam estar mais atentas às críticas feitas pela sociedade e pela imprensa.

Seguem tensas as relações entre governo e imprensa argentina

Por Márcia Carmo ([email protected]), de Buenos Aires, especial para o Portal dos Jornalistas. A negativa do dono da emissora de televisão C5N não foi suficiente para afastar o fantasma de censura a um programa que criticava o governo da presidente Cristina Kirchner. O apresentador e comunicador Marcelo Longobardi entrevistava, no dia 13/3, à noite, o ex-chefe da Casa Civil do governo argentino Alberto Fernández quando a transmissão, ao vivo, foi interrompida com as manchetes da hora cheia. No dia seguinte, esse era ?o? assunto nas principais emissoras de rádio do país. Foi censura ou não foi censura? Mas que alguma coisa estranha aconteceu não há duvidas, diziam na Rádio Mitre, do grupo Clarín, crítico do governo. Quase ao mesmo tempo, antes das nove da manhã, o dono da C5N e da Rádio Diez, a mais ouvida da Argentina, ligou ao vivo para o programa de Longobardi nesta última. Daniel Haddad pediu desculpas e atribuiu o fato a questões de ?formalidade? da grade. E disse: ?Esta reação mostra que a sociedade está atenta e isto é muito importante?. Segundo ele, a Argentina mostrou que não tolera mais atos do passado. Mas naquela noite Alberto Padilla, ex-CNN, estava no estúdio, esperando para ser o próximo entrevistado de Longobardi e ouviu quando os produtores do programa da C5N disseram que o ministro do Planejamento Julio de Vido, homem forte do Kirchnerismo, tinha telefonado. Padilla escreveu o episódio no Twitter: ?Fui testemunha da repressão à imprensa argentina. Tiraram o programa de Longobardi do ar. Os operadores me disseram que foi de Vido?. E no dia seguinte disse à Rádio La Red, também de Buenos Aires: ?Conheço e respeito Daniel Haddad, mas eu estava lá e não vi problema técnico ou de grade. Vi outra coisa, vi que o programa foi suspenso?. O episódio ocorreu num momento em que as críticas das autoridades argentinas aos jornalistas ? principalmente do Clarín e do La Nación ? são parte do cotidiano. As críticas são clássicas nos discursos da presidente mostrados ao vivo pelas tevês locais. Há poucos dias ela criticou matéria do jornal El Cronista e semana passada acusou de ?nazis? e ?anti-semitas? jornalistas do Clarín e do La Nación. Seu tom surpreende o jornalismo. É, no mínimo, desconcertante. Mas recebe apoio de seus seguidores. Quando ela fez estas declarações, o grupo que a ouvia no Museu do Bicentenário a aplaudiu com fervor. Preocupante.

Um ano de Estadão ESPN: J&Cia entrevista Filomena Salemme

Em 27 de março de 2011 a rádio Estadão ESPN foi ao ar pela primeira vez, consagrando a parceria que já ocorria entre o Grupo Estado e a emissora do Grupo Walt Disney na transmissão de jogos de futebol. Foi num domingo esportivo, de Majestoso em Barueri (SP), que a rádio estreou, dia em que Rogério Ceni marcou contra o Corinthians o seu centésimo gol. Outros acontecimentos afortunados marcaram o começo da rádio e seu ano de trajetória até aqui. Foi à emissora que o prefeito Gilberto Kassab falou, pela primeira vez, que o PSD, partido que criou, não era ?de centro, nem de esquerda, nem de direita?, em frase que estampou as principais manchetes do dia seguinte; ou ainda, Sônia Racy, do Estadão, furou a concorrência por meio da rádio com o anúncio de Michel Temer de que Gabriel Chalita estava de mudança para o PMDB; entre outros episódios. A rádio ? que conta hoje com uma rede de 21 afiliadas pelo País ? ainda conseguiu direitos exclusivos de transmissão de alguns eventos esportivos, como jogos da NBA e da Liga dos Campeões. Como reconhecimento, a emissora conquistou prêmios de destaque neste curto período, como o APCA e o Prêmio Veículos de Comunicação da Revista Propaganda. Em entrevista ao editor Igor Ribeiro, do Jornalistas&Cia, a editora-chefe Filomena Salemme comenta o primeiro aniversário, destacando sua paixão pela rádio, o alto grau de desenvolvimento tecnológico do meio e o trabalhos dos 700 jornalistas que dão apoio à cobertura da emissora.Confira o vídeo com trechos da entrevista no link abaixo:- Jornalistas&Cia entrevista Filomena Salemme

TJ-RJ isenta Rede TV de dívida trabalhista da TV Manchete

O Tribunal de Justiça do Rio decidiu na semana passada que a Rede TV não é sucessora da TV Manchete e, portanto, não responde pelas dívidas trabalhista, tributária e cível desta. Em 1999, Amilcare Dallevo Jr. e Marcelo de Carvalho compraram a concessão da Manchete e criaram a Rede TV, dando início a muitas disputas sobre o pagamento dos compromissos da antiga emissora. O processo julgado agora foi movido por Pedro Jack (Jaquito) Kapeller e a massa falida de Bloch Editores S.A. para obter a quitação das dívidas. Ainda cabe recurso no Supremo contra o veredito do TJ-RJ. As centenas de ex-funcionários da Manchete que aguardam o recebimento de indenização trabalhista foram surpreendidos por esta decisão e indagam: ?Como uma concessão do Estado é passada adiante sem que os direitos dos trabalhadores estejam assegurados??.

Prêmio J&Cia/HSBC terá categoria especial sobre a Rio+20

Terceiro maior prêmio jornalístico do País em valor, atrás apenas do CNI, que distribuirá este ano R$ 260 mil (brutos), e do Embratel (R$ 166 mil brutos em 2011), o Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade já está com suas bases para a edição 2012 definidas: pela primeira vez o valor líquido chegará aos três dígitos, atingindo R$ 102 mil – equivalentes a R$ 145,7 mil em valores brutos.

Poderão concorrer trabalhos produzidos entre 1°/9/2011 e 31/8/2012. A principal novidade do programa é a criação da categoria especial Rio + 20, que dará ao vencedor R$ 10 mil, a mesma quantia destinada às categorias Jornal, Revista, Televisão, Rádio e Internet e também ao Grande Prêmio, que é acumulado por um desses vencedores.

A categoria Imagem dividirá R$ 12 mil entre os vencedores de Criação Gráfica (R$ 6 mil) e Fotografia (R$ 6 mil), ficando as quatro categorias regionais com R$ 5 mil cada uma. Também serão indicados três premiações especiais, sem contrapartida financeira: Veículo do Ano em Sustentabilidade, Veículo Especializado do Ano em Sustentabilidade e Personalidade do Ano em Sustentabilidade, que serão escolhidas em dois turnos por um Conselho Consultivo integrado por profissionais de organizações não governamentais, membros da Academia e por especialistas que acompanham o tema Sustentabilidade.

A escolha dos vencedores das categorias com prêmio em dinheiro será feita em duas etapas pelas Comissões de Seleção e de Premiação, como já ocorreu em 2010 e 2011. Lena Miessva, coordenadora do Prêmio, informa que o novo regulamento estará disponível antes da abertura oficial das inscrições (prevista para abril), no www.premiojornalistasecia.com.br. O programa contará pelo terceiro ano consecutivo com o apoio tecnológico da Maxpress, responsável pelo desenvolvimento de todo o ambiente digital, tanto para o recebimento de inscrições quanto nas etapas de julgamento. Os contatos de Lena, para informações e esclarecimentos, são o tel. 11-2679-6994 ou e-mail [email protected].

RAC lança Notícia JÁ em Ribeirão Preto

A Rede Anhanguera de Comunicação, que edita cinco publicações diárias, entre elas Correio Popular e Diário do Povo, de Campinas, ampliou seu investimento no segmento de jornais populares com o lançamento em Ribeirão Preto, em 19/3, do Notícia JÁ, que circula em Campinas há cinco anos, com tiragem média de 40 mil exemplares. Segundo o diretor Editorial da RAC Nelson Homem de Mello, a iniciativa integra a estratégia da RAC de criar um novo braço de negócios: ?Vamos aproveitar nossa experiência no mercado do interior de São Paulo para ampliar os horizontes do grupo?. O editor-executivo Luís Cesar de Souza Pinto (19-3772-8045 e [email protected]), que responde pela versão campineira do JÁ, foi escalado para conduzir a implantação do Notícia JÁ Ribeirão. A equipe conta ainda com Rubens Morelli (ex-Agora SP), Ana Paula Souza (ex-Agora SP e Quem) e Fernando Evans, remanejado da estrutura da própria RAC, e se beneficiará da sinergia entre as diversas publicações da empresa. O JÁ Ribeirão tem formato tabloide, preço de capa de R$ 0,50 e tiragem inicial de 20 mil exemplares.

Caderno especial de ZH comemora 240 anos de Porto Alegre

O jornal Zero Hora, de Porto Alegre, circulou nesta 2ª.feira (26/3), data em que a capital gaúcha comemora 240 anos, com um caderno especial que apresenta aos leitores os prazeres que a cidade é capaz de proporcionar aos moradores e visitantes. Personalidades de diversos setores apontam em um caderno com 44 páginas o que mais as satisfaz na capital gaúcha. Ao todo, são 240 dicas de médicos, escritores, músicos, empresários e comerciantes. ZH ouviu pessoas que encontram grande prazer nos pequenos detalhes de Porto Alegre. O caderno traz ainda uma versão exclusiva para tablets. Disponível na App Store e na Google Play, o aplicativo traz, além de todo conteúdo, vídeos e a localização dos lugares citados pelos personagens.

Terezinha Matos deixa o Diário do Comércio após 30 anos

Deixaram o Diário do Comércio nos últimos dias a chefe de Reportagem Teresinha Ferreira Leite Matos, com 30 anos de casa, o repórter do DCarro Anderson Bastos Leite Nascimento, o ilustrador Álvaro Ferreira e o gerente da Publicidade Legal Arthur Gebara Júnior. Os cortes se devem a um ajuste de custo definido no orçamento da mantenedora do jornal, a Associação Comercial de São Paulo, aprovado para o atual exercício. Segundo o diretor de Redação Moisés Rabinovici, houve ainda algumas mudanças nos serviços fotográficos e ?remanejamentos em funções que evitaram outras duas demissões, sempre dolorosas?.

Armênio Guedes será Cidadão Paulistano

O vereador paulistano Eliseu Gabriel (PSB) vai homenagear Armênio Guedes no próximo dia 30/3 (6ª.feira) com a entrega do título de Cidadão Paulistano, na Câmara Municipal de São Paulo. Um dos personagens mais importantes nos embates políticos de boa parte do S, comunista histórico (no PCB foi secretário particular de Luis Carlos Prestes), o baiano Guedes dirigiu revistas e jornais de orientação comunista e teve passagens por IstoÉ e Gazeta Mercantil, além de veículos oficiais do PCB. Hoje, aos 93 anos, continua um assíduo funcionário da Imprensa Oficial de São Paulo.

Mestre Irigino Camargo

* Por Cláudio Amaral ([email protected])

Tive mais de um mestre nestes 44 anos de Jornalismo. Mas tem um que se destaca mais do que os outros todos: Irigino Camargo.

Por mais de 30 anos ele foi dono, diretor de Redação e diretor responsável no Jornal do Comércio de Marília (SP). Foi lá, no JC, que eu comecei. Primeiro como correspondente em Adamantina, minha cidade natal. Depois como repórter e secretário de Redação em Marília. E finalmente como correspondente em São Paulo. Conheci Irigino Camargo pessoalmente em 1968, numa viagem que fiz a Marília em companhia de meus colegas que jogavam tênis de mesa pela equipe de Adamantina.

Eu era do time B, mas tinha o maior orgulho disso. Na época eu já era correspondente em Adamantina e fui visitar o homem que me dera a primeira oportunidade no Jornalismo Profissional, a partir de 1º/5/1968. Foi uma visita inesquecível. Até porque ele disse, diplomaticamente, que meus títulos eram bons, mas poderiam melhorar ainda mais. E me deu um livro dedicado inteirinho à feitura de títulos para jornal.

Devorei o livro e me tornei fã de títulos, sem jamais ter deixado de cuidar dos textos, minha grande paixão. No final de 1968, numa nova visita ao JC, em Marília, falei com um amigo, por telefone, e disse a ele que estava aguardando um convite para me transferir para a sede do jornal. Irigino escutou e me convidou, assim que encerrei a ligação.

Cheguei a Marília no dia 5 de janeiro de 1969, um domingo. E na 2ª.feira, logo cedo, estava no jornal. Saí a semana inteira com o repórter Francisco Giaxa para conhecer locais e pessoas. Em seguida, o mestre me instalou numa pequena mesinha que tinha uma máquina de escrever em cima e ali eu meti as caras nos textos e títulos. Nos primeiros dias, ainda me adaptando à cidade grande ? ou pelo menos bem maior do que Adamantina ? escrevi algo assim: ?A Prefeitura e a Câmara funcionam no Passo Municipal…?. Irigino  me corrigiu no ato: ?Neste caso, é paço com ç. Com ss é passo de andar, caminhar?. Mal sabia ele (ou sabia?) que na minha cidade não tinha aquele tal de Paço Municipal.

Seis meses depois Irigino me chamou à porta do jornal e me apresentou a Stipp Júnior. Ele era da equipe de repórteres do Estadão, tinha base em Taubaté e constantemente viajava pelo Estado de São Paulo e pelo Brasil. Até para o exterior tinha ido. Stipp estava em Marília para uma série de reportagens e também para encontrar um correspondente fixo para o Estadão. Ao nos apresentar, Irigino disse a Stipp: ?Está aqui o correspondente que você procura?. E não deu chance para recusa.

Atravessamos a rua 9 de Julho e fomos tomar minha bebida preferida na época: Fanta Laranja. Conversamos por horas e ficamos combinados que Stipp falaria a meu respeito com Raul Martins Bastos, chefe dos correspondentes do Estadão, que tinha a última palavra para minha contratação. A resposta veio em menos de uma semana e eu comecei uma nova e sonhada fase da minha carreira como jornalista ? tal como havia previsto ao sair do Cine Santo Antônio, após a solenidade de formatura dos ginasianos do Instituto Educacional Hellen Keller, de Adamantina, em fins de 1967.

Isso, entretanto, não foi tudo que Irigino Camargo fez por mim. Antes de ser contratado pelo Estadão, ou seja, no meu terceiro mês em Marília, ele me chamou e avisou que iria me registrar como ?repórter estagiário? do JC, porque eu estava a merecer. Dei pulos de alegria. Esse registro foi fundamental para minha efetivação como ?repórter? quando entrou em vigor a lei que em 1969 reconheceu a profissão de jornalista. Irigino Camargo foi importante para mim também porque em fins de 1970, pouco antes que eu completasse dois anos de atuação como jornalista, disse a ele, com a voz trêmula e as pernas bambas, que havia recebido um convite de Raul Martins Bastos para me transferir para a sucursal de Campinas do Estadão. E para minha surpresa, o mestre me disse: ?Se você não for eu te dou uma surra no meio da rua?.

Nos abraçamos pela primeira vez e liguei imediatamente para o Raul para anunciar que aceitava a transferência. De Campinas fui para São Paulo e da capital paulista, para o Brasil e o mundo.

Nos cinco anos de Estadão conheci gente grande como Eduardo Martins, Ludemberg Góis, Clóvis Rossi, Ricardo Kotscho, Oliveiros S. Ferreira, A. P. Quartim de Moraes, Luiz Carlos Ramos (que me ensinou que ?escrever é como costurar…?), Ney Craveiro (com quem aprendi a escrever a respeito de tênis, boxe e basquete), Luiz Roberto de Souza Queiroz, Reginaldo Leme, João Prado de Almeida Pacheco, Tuca Pereira de Queirós, Ariovaldo Bonas (Lins), Evandro Carlos de Andrade (Brasília), Frederico Branco, Ethevaldo Siqueira, Darci Higobassi, Raul Quadros (Rio), Mário Erbolato (Campinas), Luiz Salgado Ribeiro, Sircarlos Parra Cruz, Daniel Pereira, Silvio Sérgio Sanvito, José Rodrigues (Ourinhos e depois Santos), Augusto Nunes, Osvaldo Martins, Carlos Conde, Robert Appy, Gelulfo Gonçalves, Itaborahy Martins, Carlos Monforte, Carlos Alberto Manente, Roberto Dantas, Saul Galvão, Carlos Garcia (Recife), Reginaldo Manente, Miguel Urbano Rodrigues, Frederico Heller, Alberto Tamer, Décio Miranda (Porto Ferreira), Sérgio Coelho (Sorocaba), Carlinhos Whinter (Santos), César Savi (Bauru), Antônio Higa (São José do Rio Preto), Waldo Claro, Everton Capri Freire, Dinaura Landini, Adélia Borges, entre tantos outros.

Irigino Camargo faleceu em junho de 2004. Foi pai do também jornalista Ariadne Penteado Camargo, que trabalhou por décadas no Estadão e no Jornal da Tarde e morreu em 17/12/2010.

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