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quinta-feira, julho 3, 2025

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Canal Rural estreia nova grade de programação

Desde 2ª.feira (5/3), os programas jornalísticos do Canal Rural estão com novos cenários, sendo ancorados da redação cenográfica de São Paulo. Um dos destaques é o Painel Rio+20, novo programa sobre sustentabilidade apresentado pelo ex-ministro da agricultura Roberto Rodrigues. Sempre às 2as.feiras, às 20h30, ele receberá convidados nos estúdios do canal para discutir a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que será realizada em junho no Rio de Janeiro. O Bom Dia Campo, que ganhou novos espaços e quadros, continua a ser transmitido de 2ª a 6ª, mas muda para a faixa das 7h da manhã. Outra atração que muda de horário é o diário Técnica Rural, que passa a abrir a programação do canal às 6h, levando aos produtores rurais informações sobre agricultura, pecuária, gestão e inovação, sempre de forma didática e explicativa. Já Grandes Fazendas, exibido às 12h de sábado, passa a ser apresentado por Ricardo Cunha. A segunda edição diária do Mercado & Cia agora tem maior duração ? das 12h20 às 14h ?, sob o comando de João Batista Olivi. O principal telejornal da emissora, Rural Notícias, também passa a ser ancorado a partir de São Paulo, com Marcio Fernandes se unindo a Alessandra Mello e aos comentaristas Miguel Daoud, Irineu Guarnier Filho e Ricardo Alfonsin. O Canal Rural oferece 18 horas diárias de jornalismo, entretenimento e shopping rural, e pode ser assistido pelos canais 135 da NET, 105 da SKY, 112 da Claro TV (antiga Via Embratel), pelas operadoras NEO TV, pela parabólica (banda C) ou em tempo real na internet, no www.ruralbr.com.br/canalrural.

Raul Juste Lores será correspondente da Folha em NY

Raul Juste Lores despede-se nas próximas semanas do comando do Caderno Mercado da Folha de S.Paulo, a caminho de Nova York, onde, em junho, assumirá o posto de correspondente do jornal. Até lá, fará um curso de especialização com bolsa de estudos que ganhou. Com a indicação de Raul, a Folha volta a ter em NY um correspondente sênior, abrindo mão da vaga de correspondente bolsista, atualmente ocupada por Verena Fornetti. A nova editora de Mercado será a editora de Treinamento Ana Estela de Sousa Pinto, que fica no cargo atual até 2/4 e assume a nova função em 30 de abril. Nessa fase, Gitanio Fortes, editor-adjunto de Mercado, ficará como interino. Editora de Treinamento desde 1997, período em que formou quase 400 profissionais, Ana será sucedida interinamente por Izabela Moi, que é sua assistente. Vale registrar que a própria Ana entrou no jornal na primeira turma de treinamento. Sua prática inicial foi no caderno Negócios, que naquela época era diário, editado por Nélson Blecher, com apoio de Sandra Muraki. Depois disso, Ana passou por várias editorias e funções do jornal.

Juiz ofende Lúcio Flávio Pinto pelo Facebook

Após inúmeros recursos, contando um agravo que bateu (e voltou) no STJ em Brasília, Lúcio Flávio Pinto vive novo capítulo em sua batalha cotidiana contra um processo de ofensa moral cujo autor está morto desde 2008 ? e que, segundo apuração da Polícia Federal, era realmente culpado pelo que o acusava o jornalista. O juiz Amilcar Guimarães, titular da 1ª Vara Cível de Belém (PA), que proferiu a sentença original contra Lúcio, escreveu no Facebook que pensou em bater no jornalista: ?Pensei em dar-lhe uns sopapos, mas não sei brigar fisicamente; pensei em processá-lo judicialmente, mas não confio na Justiça (algo que tenho em comum com o pateta do LFP)?. Adiante, desafia o jornalista a enfrentá-lo desportivamente: ?Mas se o Lúcio for realmente MACHO [destaque do autor] e honrar as calças que veste, está desafiado para resolver nossas pendências em uma partida de tênis?. E ainda acrescentou: ?Eu quero me aposentar. Bem que esse otário do LFP poderia fazer uma reclamação no CNJ. Juro que não me defendo e aceito a aposentadoria agora. Me ajuda, babaca!!!!!!?. À Folha, que destacou o caso na edição desta 3ª.feira (6/3), o TJ-PA comentou que considera as declarações pessoais e, por isso, não se pronunciaria a respeito.

Públicos é o novo blog do Portal Estadão

Portal Estadão lançou no último dia 27/2 o blog Públicos, com o objetivo ser um espaço sobre política e transparência baseado na Lei de Acesso à Informação, que entrará em vigor em maio. A nova lei obriga todas as esferas de Governo a prestar informações aos cidadãos que as solicitarem sem que haja uma justificativa prévia.

O espaço será atualizado por Fernando Gallo e Daniel Bramatti, repórteres de Nacional do Estadão, que sugerem em seu primeiro post: “Faça um teste. Vá à Assembleia Legislativa de seu Estado pedir acesso às notas fiscais apresentadas pelos senhores deputados para ressarcimento pela verba indenizatória de gabinete. Vá à Prefeitura de sua cidade pedir informações detalhadas sobre as reclamações feitas pelos moradores sobre a coleta de lixo, problemas com iluminação ou poda de árvores. Vá até a delegacia mais próxima e peça para ver um boletim de ocorrência qualquer”.

Site Jezebel estreia versão brasileira

Chega ao Brasil nesta 5ª.feira (8/3), Dia Internacional da Mulher, o site feminino Jezebel, um dos principais do segmento nos EUA. A escolha da data funciona como um manifesto e propõe uma reflexão sobre haver ou não motivos para comemorar. ?A personagem histórica Jezebel tem muito em comum com a mulher dos dias atuais?, diz Livia Deodato, editora-chefe do Jezebel no Brasil. ?É um site para mulheres inteligentes, que não seguem ou acreditam em padrões impostos. É um espaço para se divertir com boas sacadas?. Livia tem o apoio da subeditora Anna Carolina Lementy. A produção de conteúdo, áreas administrativa e comercial da versão brasileira está a cargo da OF451 ? também responsável pelos sites Jalopnik, Tazio Autosport, Trivela, Gizmodo, Kotaku, Ztop e Extra Time ?, que adquiriu o direito de representação. Por aqui, Jezebel seguirá a mesma linha editorial da versão norte-americana, com linguagem informal e bem humorada e abordando temas dos mais triviais aos mais complexos. Para José Wilson Fonseca, diretor-geral da °F451 e ex-presidente-executivo da MTV, este novo projeto reforça a missão da empresa: ?Estamos entusiasmados porque temos certeza de que não há nada similar hoje no mercado brasileiro. É uma abordagem inteligente e ousada, diferente de tudo que temos por aqui. O Jezebel tem um estilo com muita espontaneidade e irreverência, que são a essência dos brasileiros?.

Maurício Menezes leva seu humor também para o esporte

Famoso por suas esquetes humorísticas sobre gafes de jornalistas no exercício da profissão, Maurício Menezes acaba de se juntar ao time do Balanço Esportivo, programa da Rádio CNT-RJ que vai ao ar de 2ª a 6ª.feira com apresentação de Edilson Silva. A ligação desse mineiro de Gurinhatã com o radicalismo e o jornalismo é no mínimo curiosa. Aos 20 anos, tido como mau estudante, seu pai o obrigou a trabalhar como atendente de telefone na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Sua carreira teve início durante uma greve, quando acabou indo parar à frente do microfone para atender aos ouvintes da emissora . Naquele mesmo ano foi contratado pela Rádio Globo, onde ficou por 29 anos. Paralelamente, foi repórter da sucursal fluminense do Estadão, função que ocupou por 25 anos. Além disso, acumula passagens por TV Globo, Grupo Visão e assessorias de Flamengo, Tribunal de Justiça e Tribunal Regional Eleitoral. Mas foi em 1990, durante o sequestro do empresário Roberto Medina, que surgiu a ideia de reunir as gafes dos jornalistas em um show stand up. Para passar o tempo na porta da casa de Medina, à espera das novidades do sequestro, contava histórias de colegas jornalistas aos outros plantonistas. Quando o sequestro acabou, percebeu que tinha um show montado. Dali foi para o palco de bares e, depois, para o de teatros. Além da CNT, Menezes é comentarista no Programa Clóvis Monteiro, da Rádio Tupi AM, e de Observatório da Imprensa e TV Brasil, ambos no Rio de Janeiro.

Carpinejar estreia programa na TV Gazeta de São Paulo

“Uma máquina que funciona como servidor de conhecimento”. É assim que a diretora Anna Carl Lucchese define o novo programa da TV Gazeta de São Paulo, que estreia nesta 3ª.feira (6/3), apresentado por Fabrício Carpinejar. Semanal, das 23h30 à meia-noite, promete trazer um ponto de vista peculiar sobre personalidades e temas do cotidiano. Para Robson Valichieri, um dos idealizadores do programa, a escolha de Carpinejar foi pautada justamente por essa peculiaridade, marca de sua carreira.

“Quando criamos A Máquina, sabíamos que o programa exigiria um condutor diferenciado. Alguém versátil, com a capacidade de falar sobre os mais diversos assuntos, do trivial ao mais profundo, de atualidades às grandes questões existenciais. Fabrício tem um bem escasso, que é sua capacidade de falar sobre tudo de maneira descontraída, mas sem ser tolo, e de maneira profunda, sem ser pseudointelectual. E além da versatilidade ele tem uma grande capacidade de improviso. Queríamos também alguém que se relacionasse bem com as redes sociais. Fabrício tem mais de 140 mil seguidores no Twitter, além de um blog muito visitado”. Gaúcho de Caxias do Sul, filho dos poetas Maria Carpi e Carlos Nejar, passou a assinar seu sobrenome de forma conjugada em 1998, no lançamento de seu primeiro livro, As solas do sol (Bertrand Brasil).

“Ser filho de poeta é ser filho do ruído, do desvio. Meus pais não estranhavam meus pensamentos. Pensar estranho era o normal em casa”. Carpinejar é autor de dezoito livros, vencedor do Prêmio Jabuti e eleito pela Revista Época, em 2011, uma das 27 personalidades mais influentes na internet. “A Máquina é uma grande conversa, em que opiniões, vida e conceitos pessoais são colocados em questão”, comenta. “Prisioneiro” habitual da máquina em torno da qual gira o programa, toda semana o apresentador conversará com um “capturado”, valendo-se de cenário e objetos de cena que instigarão a conversa e levarão os convidados a saírem de sua zona de conforto.

Para Carpinejar, o programa vem ao encontro do que ele desenvolve em sua carreira como autor, jornalista e contador de histórias do projeto Fronteiras do Pensamento, com edições em Porto Alegre, São Paulo e Salvador. “O que mais me chamou a atenção em A Máquina foi o desafio proposto. É um programa de entrevistas lúdicas, que brincam com o pensamento, onde minha interação não é só com o entrevistado, mas também com a máquina. Ela interrompe, propõe atividades. E essa descontinuidade ajuda a verdade”. A Máquina faz parte do Núcleo de Criação, departamento da Fundação Cásper Líbero formado por alunos e ex-alunos da Faculdade Cásper Líbero, que tem como objetivo a elaboração de projetos diferenciados para a TV Gazeta.

Fernando Solano deixa Mit FM e time de âncoras da Bandnews

Com o término das operações da Mit FM, que sai do ar a partir da 0h desta 3ª.feira (6/3), Fernando Solano deixou a Direção de Conteúdo da emissora e a ancoragem do principal período do horário da manhã da Bandnews FM, entre 7h e 9h, onde estava desde a ida de Luiz Megale para atuar como correspondente do grupo em Nova York, em agosto do ano passado. A mudança de Solano está ligada a uma nova oportunidade profissional do outro lado do balcão, em uma empresa multinacional em segmento ainda não revelado. Ele, porém, continuará na Bandnews FM como comentarista e em breve deverá estrear um programa de entrevistas. Com isso, Eduardo Barão, que já fazia parte do time de âncoras da emissora, além de coordenar as transmissões esportivas, ocupou o lugar dele e passou nesta 2ª.feira (5/3) a dividir a apresentação do horário matutino com Ricardo Boechat e Tatiana Vasconcellos.

Vaivém das redações!

Confira as mudanças que agitaram nos últimos dias as redações de São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná: São Paulo Recentemente, Marcelo Hazan deixou o diário Lance rumo ao GloboEsporte.com, também como setorista de Santos, em substituição a Adilson Barros. Para a vaga de Marcelo, Márcio Porto foi deslocado da cobertura de SPFC, deixando vago seu antigo posto. Essa lacuna e a estrutura geral do organograma do Lance estão em observação e o jornal deve anunciar, em breve, novas mudanças. Além da recente saída de Luiz Ceará e Márcio Gontijo da Band, na mesma leva deixaram o Departamento de Esportes os editores Vinicius Gaido Garcia, Kaká Martins e Paula Ab, o produtor Pedro Nigro e o coordenador de rede Osvaldo Belo. O motivo alegado para a dispensa foi de corte de custos e reestruturação do departamento. Fernando Esselin (11-7202-9520 e fesselin@hotmail.com), que também é fotógrafo, está de volta a São Paulo depois de um ano desenvolvendo projetos em Pirenópolis (GO). Ele teve passagens por Estadão, Dicionário de Profissões do JT, Guia do Estudante da Abril, Guia Quatro Rodas e depois optou por trabalhar como frila, tendo colaborado, entre outros, com Viagem e Turismo, Casa Claudia, Playboy e SOS Mata Atlântica. Está finalizando o livro Fotografia Poética do Peregrino, em que mistura jornalismo, literatura e fotografia. João Varella, que em janeiro deixou o R7, onde cobria Tecnologia, começa em IstoÉ Dinheiro como repórter. Seu contato lá é 11-3618-4912. Rodrigo Mesquita (rod86neiva@gmail.com e 11-9110-9887) encerrou sua colaboração com o Cotidiano da Folha.com. Ex-freelancer de TJ-PE, Rádio Capivari AM e Diário de Pernambuco, ele também é egresso do 52° Trainee da Folha. Na Tribuna Impressa, de Araraquara, Luís Augusto Zakaib foi promovido de chefe de Reportagem a editor-chefe, em substituição a Silvia Pereira, que deixou o jornal. Cláudio Dias, que já havia trabalhado por lá e estava na EPTV, ficará no lugar dele. Silvia (silvianet1@hotmail.com) começou na Tribuna há oito anos e meio, como editora de Cultura, e foi editora-chefe nos três últimos. Antes, esteve na assessora de imprensa na Prefeitura de Mirassol, foi editora de Cidades do Diário da Região (de Rio Preto), repórter e editora no Comércio do Jahu e, em Ribeirão Preto, repórter do caderno local da Folha de S.Paulo, da revista Revide e do Jornal de Ribeirão Preto.   Distrito Federal Regina Alvarez é a nova coordenadora de Economia da sucursal de O Globo, em substituição a Flávia Barbosa, que viajou para Washington como nova correspondente do jornal naquela localidade. Ricardo Brito, ex-coluna Radar de Veja, chegou este mês à editoria de Política da Agência Estado. Ocupa o posto de Andrea Juber, que passou a cuidar do Blog do Bosco.   Rio de Janeiro Antônio Gois deixou a sucursal da Folha de S.Paulo e foi para O Globo. Especializado na cobertura de Educação e Demografia, ainda não tem substituto na Folha. Flávia Campuzano foi confirmada na gerência da Agência O Globo, cargo em que estava como interina desde julho do ano passado. Na Infoglobo, foi também coordenadora de Mídia e Corporativo. Seu próximo trabalho é o livro O Rio em 3D ? Um passeio pelas mais belas fotos do Rio de Janeiro, que é produzido pela agência e será distribuído pelo Extra.   Minas Gerais A Rede Minas promove mudanças na apresentação de alguns de seus programas. Luiz Henrique Batista, coordenador de Jornalismo da emissora, deixa de apresentar o Opinião Minas e passa a ancorar o Rede Mídia. Mayra de Oliveira assume seu lugar, sendo substituída no Emprego e Renda por Sandra Gomes, que integrava o trio de apresentadoras do Jornal Minas. O Opinião Minas passa em março a ser ao vivo.   Paraná A RIC TV, afiliada da Record, contratou Joice Hasselmann, que deixou, no último mês, a apresentação do SBT Paraná. Ela vai ancorar o telejornal Paraná no Ar, que ganhará novo formato em março e será veiculado para todas as praças do grupo no Estado (Londrina, Cascavel, Toledo, Cornélio Procópio, Maringá e Foz do Iguaçu). Joice continua como coordenadora de Jornalismo e âncora da Bandnews FM Curitiba. As informações são do Comunique-se.

Memórias da Redação ? Durezas da vida de repórter

A história desta semana é mais uma vez colaboração de Milton Saldanha (milton-saldanha@uol.com.br), que edita o jornal mensal Dance, dedicado à dança de salão, e mantém um blog de crônicas sobre assuntos variados. Durezas da vida de repórter Tudo que é muito fácil não tem graça. O fascínio de ser repórter vem em grande parte disso: vencer desafios. Fazendo uma analogia, é como dançar tango. É difícil pra caramba, a gente leva uns dez anos até pegar o jeito da dança. Se aprendesse em uma semana não teria graça, todo mundo faz. A diferença é que ser repórter é algo que a gente passa a vida aprendendo. E mesmo assim pode quebrar a cara, é normal. Além disso, muitas vezes tem que contar também com a sorte. A simpatia, ou antipatia, que despertar em alguém pode ajudar ou atrapalhar em seu trabalho. Pode mudar tudo. Um simples porteiro, ou guardinha, de repente vira um obstáculo intransponível. Ou uma porta literalmente aberta… Corria o ano de 1977, final de tarde com garoa, a edição do Estadão entrando em fechamento – o horário, fechar cedo, tinha virado uma obsessão no jornal, por causa do novo sistema de impressão recém-implantado e recebendo ajustes –, e eis que acontece um tremendo engavetamento na Via Anchieta, mais de cem carros, no nevoeiro. Avisei a produção da matriz, como a gente chamava a sede, em São Paulo (eu estava na sucursal do ABC), catei meu Fusca e me mandei em alta velocidade para a rodovia. Eram 18h, a ordem era colocar a matéria até 19h30… Dá para imaginar a loucura de trabalhar assim. Quando entro na cabeceira da estrada, já está tudo congestionado. De repente encosta outro Fusca ao meu lado, carrinho branco e preto, da Policia Civil, só o motorista. Pelo jeito ele não tinha nenhuma pressa. Estiquei a cabeça para fora e, quase aos berros, para que me ouvisse, expliquei meu drama. Sua reação foi rápida: “Cola na viatura e me segue!” Ligou a sirene, pisca-pisca, também liguei meu pisca-alerta, e lá fomos nós, abrindo caminho naquele mar de carros, em pleno nevoeiro, o maior perigo. A pressão do trabalho e a adrenalina são de tal forma intensas que você perde a noção dos seus próprios riscos. É tudo pela matéria, uma paranoia. E se levasse alguma multa era o de menos, só cobrar depois do jornal. Assim, com a ajuda do policial, cheguei rápido ao engavetamento. Aí outro problema: onde largar meu carro naquela confusão, para ir colher as informações. Na nossa sucursal não tínhamos motorista, nessas horas era um problema. E nenhum taxista, que era sempre nossa alternativa, iria topar ir para aquele inferno, numa hora daquelas. Muito menos fazendo as loucuras que fiz. Mas eu tinha uma plaqueta de identificação de “Reportagem”, com o logo do jornal, no parabrisas. Graças a ela os rodoviários me deixaram encostar sobre um canteiro. Desci, peguei informações com eles, apurei nomes e situação das vítimas, entrevistei alguns motoristas envolvidos, etc. E passei a matéria de um orelhão, sob garoa, redigindo oralmente, na marra, para os rapazes que o jornal mantinha na sede só para receber matérias por telefone. Óbvio, ainda não existiam esses confortos de hoje, como celulares, internet, computadores, nada disso. Era tudo na velha máquina de escrever. E no telefone convencional. O máximo em tecnologia era uma pequena tralha chamada BIP, que carregávamos num pequeno coldre pendurado à cintura. Tínhamos que ligar numa central, dar o código do destinatário e ditar o recado. Que por sua vez, ao ouvir seu BIP, ligava na mesma central para pegar o recado… Foi assim que acionei nosso fotógrafo, Clóvis Cranchi Sobrinho, antes de sair da nossa minúscula redação em Santo André. Ele foi direto de onde estava para a Anchieta e depois para São Paulo, levando o filme.  Às 19:30, pontualmente, a matéria estava na redação. E manchete do dia seguinte, com foto.

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