A história desta semana é novamente uma colaboração de Renato Lombardi (relombardi@uol.com.br), comentarista para os assuntos de segurança e Justiça da TV Record. Spaghetti e a Central de Polícia Outro dia fui ao centro velho de São Paulo encontrar um promotor de Justiça e decidi, depois da nossa conversa, dar uma volta por aquelas ruas onde andei quando comecei minha carreira de jornalista cobrindo os assuntos policiais. Claro que o centro mudou. Do restaurante Gouveia do famoso churrasquinho a vinagrete das madrugadas, nem sombra. Do restaurante Papai da Sé, também. A chegada do metrô mudou aquela região da cidade. E para pior. Fui até o Pátio do Colégio e parei em frente ao prédio onde morou a Marquesa de Santos e por anos funcionou o plantão da Central de Polícia onde comecei a dar meus primeiros passos como repórter e a escrever minhas primeiras reportagens. Casarão antigo que hoje está restaurado. Tinha no térreo o plantão com delegado e demais policiais. A sala da Guarda Civil. Nos fundos do corredor, ao lado dos banheiros, a sala da imprensa, território dos repórteres de polícia que aguardavam os acontecimentos e, como na música, rolavam dadinhos. Só não jogavam bilhar. Foram muitos os jornalistas que por ali passaram. Um deles, Maurício de Sousa, tornou-se o principal criador de revistas infantis do País com Mônica, Cascão e companhia. Quando cheguei, Maurício tinha voltado para a redação alguns meses antes. Mas havia ainda nas paredes desenhos e caricaturas feitas por ele. Entre os repórteres veteranos, havia um com quem aprendi a lidar com delegados, escrivães e investigadores. Ele tinha um jeito todo especial quando telefonava para os plantões das delegacias dos bairros. As ocorrências da região central eram trazidas para onde nós estávamos: o Plantão da Central de Polícia. – Caro, caríssimo! – dizia ele. Alguma coisa boa por ai? Eu ficava pensando todas as vezes que o ouvia falar daquela maneira como poderia ser coisa boa os assassinatos, acidentes com feridos e mortos, incêndios, tragédias do cotidiano que a polícia passava. Um dia criei coragem e perguntei porque ele usava aquela expressão, “coisa boa”. – A gente vai atrás dos grandes casos. Então, tem que ser coisa muito boa para que possamos ir com fotógrafo e voltarmos com uma bela reportagem. O nome era Silvio Nunes. Mas todos – policiais e jornalistas – o conheciam por Spaghetti. Era magro, um pouco surdo. O apelido fora dado por um amigo de infância: adorava macarrão. Eu trabalhava no Notícias Populares. Ele no Diário da Noite. Meu plantão era das 7 da noite à uma da madrugada. Os jornais mantinham repórteres durante 24 horas. Numa noite de muita chuva, Spaghetti estava na porta do plantão quando um rapaz se aproximou e falando baixo perguntou onde estava o delegado, porque queria confessar a morte do pai. A surdez fez com que Spaghetti entendesse que o rapaz estava procurando o pai, um delegado. O plantão naquela noite era de Ortega Granado, que além de solteiro tinha outras preferências. Eu estava perto e ao ver a dificuldade em Spaghetti entender o rapaz perguntei o que queria. – Ele está procurando o pai, que é delegado. O jovem, pouco mais de 25 anos, virou-se para mim e falou que queria conversar com o delegado porque matara o pai. Achei que estava bêbado mas decidi levá-lo até o delegado, que não acreditou no rapaz, mandando que voltasse para casa ou iria fazer com que dormisse no xadrez. Quando soube da verdadeira história do jovem, Spaghetti me perguntou se eu acreditava. Fomos atrás do rapaz, que, parado no Pátio do Colégio, olhava para a Igreja de Anchieta. Estudante de Direito, contou que morava com o pai na Bela Vista, discutira com ele e o matara, para em seguida cortar a cabeça com uma faca. Decidimos levar o jovem de volta ao plantão e convencer o delegado a verificar a história. – Não é possível que até vocês acreditaram nesse xarope!, exclamou Granado. Um investigador e um motorista foram até a casa. E nós fomos juntos. E era verdade. O corpo do homem morto pelo filho, um advogado aposentado, estava na sala. A cabeça ao lado de um sofá. O rapaz foi levado para a Central e autuado. Uma tia, irmã do pai, chegou de madrugada e disse que ele tinha problemas psiquiátricos que se acentuaram depois da morte da mãe. Meses depois de autuado, o rapaz foi internado no Hospital de Franco da Rocha, o Juqueri Desde esse dia, quando chegava alguém fazendo perguntas, Spaghetti mandava repetir e se eu estava por perto me chamava. Ele trabalhava no Diário da Noite. Morreu faz alguns anos. Naquela época, início dos anos 70, São Paulo tinha vários jornais: Diário da Noite, primeira e segunda edição, Diário de São Paulo, Última Hora, primeira e segunda edição, Estadão, Folha, Folha da Tarde, Notícias Populares, Diário Popular, A Hora, O Esporte, A Gazeta Esportiva, A Gazeta, O Dia, Correio Paulistano. A sala da imprensa da Central fechou quando a polícia mudou para o Palácio das Indústrias, no Parque Dom Pedro II, prédio projetado pelo escritório de Ramos de Azevedo em 1920. Em 1992, virou sede da Prefeitura. Hoje é um museu.
Dança das cadeiras prossegue no R7
Além das contratações noticiadas semana passada, seguem as movimentações no R7. A área de Entretenimento do portal passou por reestruturação, tendo os editores sido divididos por área de atuação com o objetivo de ganhar mais agilidade. Assim, Marco Bezzi é o editor responsável por Música, Jovem e Cinema; Beatriz Cioffi passa a editar Moda e Beleza, Receitas e Dietas, e Bichos; Paula Morales assume a coordenação de Famosos e TV, que é editado por Renata Sakai, vinda do Ego; Odair Braz Jr. fica com blogs e redes sociais, além de Humor e Jogos; e a editora Juliana Damasceno Vasquez cuida da pauta do canal. Com a reestruturação, Miguel Arcanjo Prado passa a editor de Cultura do R7, além de continuar à frente do blog Atores & Bastidores, sobre teatro (www.r7.com/teatro). A edição dos sites da Rede Record está sob a responsabilidade do gerente Claudio Melqui. A edição de Brasil está a cargo de Rafael Hakime. Interinamente, Ligia Braslauskas, gerente de Notícias do R7, passou a coordenar a cobertura eleitoral, no lugar de Elson Liper, que deixou o portal. Quem também saiu foi a repórter Letícia Mendes.
André Blumberg assume Direção Geral de A Tarde
André Blumberg assumiu na última 4ª.feira (15/8) a direção geral do grupo baiano A Tarde, em substituição a Edivaldo Boaventura, que ficou 16 anos no cargo e passa a integrar o Conselho Editorial do grupo, além de participar das comemorações do centenário do jornal como co-organizador de um livro. Psicólogo pós-graduado em Política e Estratégia, Blumberg foi gerente geral da filial Nordeste da Gazeta Mercantil, gerente geral Comercial na Folha de S.Paulo e diretor geral do Alô Negócios. Atuou ainda como CEO do Grupo Planeta e diretor da Editora Escala. Recentemente foi sócio-diretor da Editora Casa Nova, onde permaneceu até 2011. Atualmente, como sócio-diretor da BD Editora, desenvolve um projeto de revistas customizadas, como as de Abimaq e Pais e Filhos.
De papo pro ar ? Respeito é bom
Certa vez eu estava em prosa num bar com o roqueiro Kid Vinil e Helena Meirelles, tocadora de viola das maiores e de saudosa memória. Tirador de sarro, Kid num cochicho me disse: ? Preste atenção, ela vai ficar brava. Passo seguinte, o roqueiro contou em voz alta que estava com a calça rasgada em determinado lugar. Não deu outra! Helena pegou a viola e partiu pra cima do Kid, gritando: ? Você tome jeito, pois não é por eu ter vivido em cabaré que você tem o direito de ser grosso comigo, viu? Foi pra valer. N. da R.: Já está no www.jornalistasecia.com.br a quarta edição de Jornalistas&Cia Memória da Cultura Popular, que reproduz entrevista de Luiz Gonzaga, o ?Rei do Baião?, a Assis Ângelo, publicada em março de 1984 no suplemento D.O. Leitura, do Diário Oficial do Estado de São Paulo
Novo portal de A Tarde já está na rede
O Grupo A Tarde reformulou seu portal. Entre as novidades estão um template mais fluido, que valoriza as imagens, possibilitado pelo agrupamento das seções, canais e recursos que permitem maior interatividade com o leitor. ?A versão anterior era estanque, tinha uma estrutura fixa. Agora, a redação tem liberdade para organizar as páginas como quiser, dando destaque a uma notícia ou a uma imagem com base na relevância da informação e o espaço que deve ocupar?, explica a gerente de Novos Negócios e Mídias Digitais Ana Carolina Casais. Nessa nova versão, o portal reforçou a integração com as mídias sociais, permitindo que o internauta compartilhe matérias, e criou o Passaporte A Tarde, sistema de login cuja proposta é fazer, no futuro, um acesso único para os produtos do grupo. O conteúdo segue distinto do da versão impressa, complementando as matérias publicadas com recursos multimídia e a revista Muito, que ganhou seu próprio canal em vez de um blog. Um sistema de busca mais eficiente, novos formatos de anúncios e a possibilidade de ouvir a rádio A Tarde FM durante a navegação também estão entre as novidades. Traz ainda os canais inéditos dos times do Bahia e Vitória, Ciência & Vida, Digital, Motor e Concursos, além de manter a parceria com o UOL, pela qual desde março dá visibilidade nacional para o conteúdo produzido localmente.
Eugênio Araújo acerta com a Negócios da Comunicação
Eugênio Araújo, ex-editor-chefe do Cruzeiro do Sul (Sorocaba/SP) e que foi por 14 anos do Estadão, onde, inclusive, conquistou um Prêmio Esso, acaba de acertar seu ingresso na revista Negócios da Comunicação, da Editora Segmento, em que atuará sob a batuta do diretor de Redação Audálio Dantas. Sucederá, no cargo de editor, a Inês Pereira, que deixa a publicação e a empresa após cinco anos, onde paralelamente chegou a editar outras customizadas, como as revistas Alumínio e Automação&Negócios. Em seus tempos de Estadão, Eugênio ocupou várias funções, inclusive fora da área editorial, como no período em que gerenciou a área de Marketing ao Leitor. Ele também foi editor de Economia no Guia Rural da Abril e, além do Cruzeiro do Sul, dirigiu no interior paulista o Jornal de Jundiaí. Inês, que teve toda a carreira construída em revistas, começou na Editora Abril e passou também pela Editora Globo. Depois de alguns anos frilando, ingressou na Master Editorial, ali ocupando o cargo de editora-chefe das revistas São Paulo City Life e Vitrine Mulher. Após quatro anos transferiu-se para a Segmento. Enquanto não define seus novos passos profissionais, atende pelos inespereira.press@gmail.com e 11-97255-6947. Também deixa a revista a repórter Andrea Cambuim (andreacambuim@hotmail.com e 11-96187-7798), que busca outras atividades profissionais na área de comunicação.
Sardenberg despede-se dos leitores do Estadão
O colunista Carlos Alberto Sardenberg despediu-se de forma simpática dos seus leitores do Estadão nesta 2ª.feira (13/8) depois de 14 anos na casa. Compartilhada entre Estadão e O Globo, a coluna continuará a ser publicada no diário carioca. Embora negociassem um reajuste havia algumas semanas, jornal e colunista não chegaram a um acordo. Obviamente as portas continuam abertas para ele, segundo apurou J&Cia, mas em função da política de remuneração adotada pela empresa para seus mais de 60 articulistas ? e que foi atualizada em dezembro passado ? seria inviável acertar o contrato em novas bases. A J&Cia Sardenberg acrescentou: ?Lá pelas tantas, conversando com colegas, verifiquei que minhas colunas estavam mal remuneradas. Fiz uma proposta de reajuste ao Estadão e ao Globo, a mesma proposta. O Globo topou na hora. O Estadão disse que não podia?.
Jornal do Commercio/PE comemora 100 anos de Nelson Rodrigues
Publicado em 5/8 no portal NE10 e na última 6ª.feira (10/8) no Jornal do Commercio, o especial A Vida É Nelson homenageia o centenário de nascimento do jornalista e escritor pernambucano Nelson Rodrigues, que será celebrado na próxima 5ª.feira, 23 de agosto. São cinco histórias que, embora reais, traduzem o ambiente devasso e desatinado das crônicas de A Vida como Ela É. ?Neste caderno, todas as matérias foram batizadas com títulos que remetem a trabalhos do autor?, diz, na apresentação, a repórter Fabiana Moraes. Ela explica que isso não foi premeditado, mas que os textos foram batizados conforme as histórias ?iam revelando elementos que de alguma maneira as ancoravam no universo ficcional rodriguiano ? infelizmente, em seus aspectos mais perversos?. Fabiana, cuja reportagem O nascimento de Joicy ganhou um Esso em 2011, conta, por exemplo, a história de Severina, que engravidara 12 vezes do próprio pai, com anuência da mãe, e que encomendou sua morte após vê-lo assediar a filha-neta mais nova (em Álbum de família). Há também a história de Rogério, que planejou uma vida de sonhos com Renata, mas a matou e suicidou-se durante a festa de casamento (em Vestido de noiva). Completam o especial Engraçadinha, A falecida, A mulher que amou demais e Anti-Nelson Rodrigues, texto em forma de peça teatral que conta a biografia do homenageado, além de Nelson, um necessário, introdução assinada pelo diretor de Redação do JC Ivanildo Sampaio. As fotos são de Hélia Scheppa e criação gráfica é de Karla Tenório.
Diário de Pernambuco promove treinamento em videojornalismo
Um total de 60 profissionais do Diário de Pernambuco, divididos em duas turmas, participa desde 2ª.feira (13/8) de dois treinamentos ministrados pela Cachaça Comunicações, representada por Anderson Hartmann (anderson@cachacabr.com e 11-98110-6275) e Felipe Harazim, responsável técnico pela implantação da TV iG. No primeiro deles, de Videorreportagem, em três dias de aulas estão sendo abordados temas como conceitos e componentes de câmaras, operação e cinematografia, entre outros aspectos. O segundo, intitulado Videojornalismo para fotógrafos, visa preparar os profissionais das lentes para migrar para o atual perfil do fotojornalista. Os dois treinamentos fazem parte de um pacote contratado pelo jornal, pertencente aos Diários Associados, que já levou à redação, em Recife, profissionais como Ramón Salaverría, diretor do Departamento de Projetos Jornalísticos da Universidade de Navarra; e Ana Brambilla, editora de Mídias Sociais da Editora Globo, entre outros.
Abinam cria Prêmio Fraterno Vieira de Jornalismo
A Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam) anunciou a criação do Prêmio Fraterno Vieira de Jornalismo, em homenagem ao profissional que assessorava a entidade na época em que faleceu, em 31/8/2011. Fraterno Vieira atuou por muitos anos na Folha de S.Paulo, onde chegou a subsecretário de Redação, criou e dirigiu o jornal Cidade de Santos e o Guaru News, foi assessor do governador paulista Franco Montoro e em 1979 criou a IMK, uma das empresas pioneiras no segmento de comunicação corporativa. O prêmio tem por objetivo reconhecer matérias jornalísticas que tratem sobre a água mineral em veículos impressos ou eletrônicos, podendo participar tanto empresas envasadoras como jornalistas, com matérias produzidas no período de 31/8/2011 a 31/8/2012. As inscrições vão até 6/9 e os prêmios serão entregues durante o jantar de gala da Abinam, no 21º congresso da entidade, no Hotel Costão do Santinho, em Florianópolis, no dia 4 de outubro. Mais informações na IMK (11-3813-1300), com Márcia de Azevedo (marcia.azevedo@imk.com.br) ou Juliana Prado (juliana@imk.com.br).