Rodrigo de Almeida deixou a direção da Casa do Saber do Rio de Janeiro e a edição da revista Insight-Inteligência para voltar ao jornalismo como adjunto de Tales Faria na Diretoria Editorial do iG. Essa é a segunda passagem dele no portal, onde foi repórter especial na sucursal do Rio, em 2009. Seus contatos são rodrigoalmeida@ig.com e 11-3127-5215 / 95259-5358. Cristiane Barbieri, que era editora-executiva de Economia e Negócios, deixou o portal nesta 2ª.feira (21/1) e começa em 1º/2 na mesma função em Época Negócios. Entra na vaga de André Vieira, que saiu em outubro e começou este mês como diretor de Atendimento na agência Ideal. Para o lugar dela no portal chega Paula Pacheco, vinda da AméricaEconomia, onde era editora-chefe. Cristiane foi estagiária em Veja, em 1991, e, depois, repórter na sucursal paulista de O Globo, em IstoÉ Dinheiro e Valor Econômico. Em 2000, foi diretora de Redação da Forbes Brasil e depois exerceu a mesma função na revista Foco. Voltou para IstoÉ Dinheiro em 2005, desta vez como editora de Tecnologia e Telecomunicações. Em 2007, passou a repórter de Economia da Folha de S.Paulo, onde ficou por dois anos, até seguir para o iG, , tendo antes uma passagem relâmpago pelo Brasil Econômico. Em Época Negócios, o editor Robson Viturino foi promovido também a editor-executivo, a valer igualmente a partir do dia 1º. Registro ainda para a contratação da repórter Fabiana Pires, que havia sido estagiária na revista no ano passado.
CBIC de Jornalismo abre inscrições
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção abriu inscrições para o 2º Prêmio CBIC de Jornalismo, que busca estimular o desenvolvimento de reportagens sobre o segmento. Podem concorrer materiais veiculados entre 20/12/2011 e 30/3/2013, em quatro categorias por tipo de publicação (Impresso, Televisão, Rádio e Web), três especiais (Infraestrutura, Mercado Imobiliário e Inovação e Sustentabilidade), além do Grande Prêmio CBIC de Jornalismo, ao qual, assim como nas categorias especiais, concorrerão todas as matérias inscritas, independentemente do tipo de mídia. O vencedor de cada categoria receberá R$ 10 mil, e a matéria premiada pelo Grande Prêmio também renderá ao autor uma viagem a Paris, com acompanhante. O prazo para inscrições vai até 30 de março. Mais informações pelo www.cbic.org.br/premiodejornalismo ou no 61-3327-1013, com Mariana Spezia (redacao@cbic.org.br).
Audálio Dantas presidirá Comissão da Verdade dos Jornalistas
Em solenidade realizada na noite do último dia 18/1, durante o Seminário Internacional Direitos Humanos e Jornalismo, no auditório do CCCEV, em Porto Alegre, foi instalada a Comissão Nacional da Memória, Justiça e Verdade dos Jornalistas Brasileiros, que terá como presidente Audálio Dantas, profissional reconhecido por sua atuação em direitos humanos. Ao lado dele estarão Sérgio Murillo, da Fenaj, Rose Nogueira (do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo), Carlos Alberto Caó (RJ) e o deputado Nilmário Miranda. Em trabalho conjunto com as comissões estaduais, o grupo levantará os casos de violações dos direitos humanos cometidos contra jornalistas brasileiros no período de 1964 a 1988. Na solenidade, a ministra Maria do Rosário, da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, entregou à Fenaj uma série de arquivos de pesquisa, afirmando que “o outro nome da democracia é direitos humanos”.
Sem acordo com nova editora, Revista ESPN chega ao fim
Depois dos rumores que no final do ano passado indicavam o fim da Revista ESPN, o canal esportivo e a F451 Mídia, empresa responsável pela produção da publicação, confirmaram que a edição de janeiro é mesmo a última. Mesmo com a informação já sendo praticamente dada como certa desde dezembro, havia ainda uma possibilidade de sua mudança para outra editora, fato que acabou não se concretizando. Vale lembrar que, no início do ano passado, a revista, que era publicada desde novembro de 2009, já havia mudado de mãos, passando da Spring Editora – que publica entre outras a Rolling Stone – para a F451, também responsável pelos sites esportivos Trivela, Tazio e Extra Time. Na redação, boa parte da equipe continua ligada ao Trivela, entre eles os editores Ubiratan Leal, que já vinha há cerca de um ano dividindo seu tempo entre a revista e o site, e Rodrigo Borges, que assume novos projetos em andamento, além dos repórteres Marcus Alves e Luís Augusto Simon (luisaugustosimon@gmail.com), o Menon, que se desligam do quadro de funcionários da empresa mas continuam colaborando com seus blogs hospedados no Trivela. Marcus (http://trivela.uol.com.br/blog/marcusalves), que também é correspondente no Brasil da revista inglesa FourFourTwo, foi um dos fundadores do site Olheiros.net e chegou a ser jogador de futebol no começo da carreira, enquanto Menon (http://trivela.uol.com.br/blog/menon), com passagens por Diário Popular, Gazeta Esportiva, Lance, JT e Agora S.Paulo, prepara a partir de agora, juntamente com Ubiratan, um livro com tema ainda a ser definido, visando a Copa de 2014. Integravam ainda a equipe da publicação o editor Dado Abreu, que deve anunciar nos próximos dias seus novos rumos profissionais, e o editor-chefe Gian Oddi, que já havia saído no começo de dezembro, pois aceitou convite do diretor de Jornalismo João Palomino para ser editor-chefe do portal da ESPN Brasil, onde também mantém um blog (http://espn.estadao.com.br/blogs/gianoddi). Em sua última edição, a Revista ESPN trouxe entre seus principais destaques a cobertura da conquista do Mundial de Clubes pelo Corinthians, além de entrevistas com importantes nomes do esporte, como o jogador de basquete LeBron James, o tenista Roger Federer, a ex-jogadora de basquete Hortência e o lutador de MMA Jon Jones.
Andi discutirá papel da comunicação para transformação social
A Andi realizará em Brasília, de 6 a 8/3, o seminário internacional Infância e Comunicação – Direitos, Democracia e Desenvolvimento. O encontro, que contará com alguns dos maiores especialistas na área, tem o objetivo de promover o debate público sobre o papel da comunicação nos processos de transformação social. Para isso, trará o aporte de experiências desenvolvidas por democracias consolidadas de outros continentes, além de ações pioneiras da América Latina e da África. Fazem parte da programação práticas de responsabilidade social empresarial na área, mensuração de impacto das iniciativas de mídia e políticas de inclusão digital. Representantes de organizações de destaque nacional e internacional estão entre os convidados, como Frank William La Rue (ONU), Divina Frau-Meigs (Unesco); José Roberto Marinho (Fundação Roberto Marinho e Organizações Globo), Júlio Muñoz (Sociedade Interamericana de Imprensa), Marcelo Canellas (TV Globo) e Leonardo Cavalcanti (Correio Braziliense). As inscrições seguem até até 1º/2 pelo site do evento, onde também está a programação completa do evento, realizado em parceria com Secretaria de Direitos Humanos, Secretaria Nacional de Justiça, Ministério da Justiça, Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, com apoio da Fundação Ford.
História da hanseníase no Brasil será contada em livros e filmes
Para contar a história pouco conhecida da hanseníase no Brasil, marcada até meados dos anos 1980 por truculência, perseguição e horrores, uma equipe de jornalistas e profissionais de cinema está percorrendo as 31 colônias que ainda sobrevivem em 20 estados brasileiros. Do projeto, encomendado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, sairão uma coleção de sete livros, curtas-metragens e um longa. A equipe é coordenada por Vera Rotta, que teve passagens por Caldas Júnior, Secom/PR e Editora Primeiro Plano. No comando do pessoal de filmagem está Caco Schmitt – diretor de Guerra no Garimpo, documentário premiado pela Fenaj sobre a luta dos índios ianomâmi com garimpeiros, diretor e editor de TV Manchete SP, Globo SP e RBS TV –, que também responde pela edição dos filmes. A redação dos livros está a cargo de Leonardo Mourão (ex-Estadão, Veja, Playboy). Já foram feitas entrevistas e filmagens no Pará, Amazonas, Acre e Rondônia. Em dezembro, a equipe passou por sete estados do Nordeste. O restante do País será coberto nos próximos 18 meses. Vale lembrar que de 1924 até os anos 1980 dezenas de milhares de brasileiros vítimas da hanseníase – ou lepra, como a doença era chamada até 1995 –, foram mantidos contra a vontade em hospitais-colônia. Era como se o Brasil vivesse em um estado orwelliano, no qual vigorasse o apartheid. Médicos, vizinhos e até familiares denunciavam quem tinha a doença às autoridades, que os caçavam e levavam, quase sempre apenas com a roupa do corpo, para os hospitais-colônia. Nem mesmo as crianças eram poupadas. Havia cercas de arame farpado, seguranças internos, prisões e castigos para os desobedientes. Dali só se podia sair com autorização por escrito e hora marcada para voltar. Quem fugia era caçado pela polícia sanitária ou comum, levado de volta à força e ia para o xadrez. Os filhos de mães doentes que nasciam nas colônias eram retirados no momento do nascimento e enviados para orfanatos. A maioria nunca mais tinha notícia dos filhos, ou estes, dos pais. Hoje a hanseníase é completamente curável e não há mais a internação compulsória. A maior parte dessas antigas colônias transformou-se em hospitais. Mas há ainda dores não esquecidas, injustiças irreparáveis e histórias para contar, que o projeto tentará resgatar.
Instituto Vladimir Herzog cria área de proteção a jornalistas
O Instituto Vladimir Herzog acaba de criar uma área dedicada a monitorar e divulgar casos de violência contra jornalistas, a fim de fortalecer os esforços nesse sentido já desenvolvidos por outras entidades – entre elas Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Fenaj e Abraji, além de organizações internacionais como CPJ, ONU e outras. Segundo a FIJ, mais de 600 jornalistas foram assassinados no mundo desde 2006, 121 deles apenas em 2012. No Brasil, no ano passado, foram mortos seis profissionais, o que deixa o País no 5º lugar desse nefasto ranking. A ação inicial do Instituto nessa luta foi promover a tradução e publicação, pela primeira vez em português, do Plano de Ação da ONU para a Segurança dos Jornalistas e a Questão da Impunidade, adotado em 13/4/2012. Em novembro passado a organização realizou sua segunda reunião interagências sobre o tema com o objetivo de formular uma estratégia concreta de implementação do plano, em níveis global e nacional, relacionando mais de cem áreas de trabalho a ser realizado por órgãos da ONU e grupos da sociedade civil, para garantir a segurança dos jornalistas. Esse trabalho abrangerá, entre outros aspectos, o auxílio a governos no desenvolvimento de leis sobre segurança e liberdade de expressão; aumento da conscientização dos cidadãos; treinamento em segurança e em segurança eletrônica; fornecimento de assistência médica; mecanismos de reação emergenciais; zonas de conflito; descriminalização da difamação; e remuneração dos jornalistas.
Rádio Gaúcha muda titulares de programas
A partir desta 2ª.feira (21/1), a Rádio Gaúcha muda alguns titulares de seus programas. Felipe Chemale substitui a Fernando Zanuzo no comando do Chamada Geral – 3ª edição. Felipe, que era repórter e apresentador do Faixa Especial, tem agora o seu primeiro desafio como âncora de um programa diário. Zanuzo assume o Brasil na Madrugada, em substituição a Sara Bodowsky. Ele começou a carreira na empresa como estagiário em 2005. Foi repórter e um dos âncoras do Gaúcha Hoje. Leandro Staudt e Sara passam a repórteres especiais. Sara, que também é apresentadora do Tudo+, na TVCOM, substitui Felipe no comando do Faixa Especial nas noites de domingo da Gaúcha. Staudt era um dos apresentadores do Correspondente Ipiranga. Seu retorno à reportagem já lhe rendeu menção honrosa no último Prêmio ARI. Ambos começaram as carreiras como estagiários da emissora. Sabrina Thomazi passa a apresentar o Chamada Geral 2ª Edição, no lugar de André Machado, que segue como âncora do Atualidade e editor-chefe da emissora. Sabrina começou a carreira como estagiária da Gaúcha em 2001 e passou ainda por TVCOM e RBS TV. Na rádio, esteve à frente de Faixa Especial e Plantão Gaúcha, e foi responsável pela implantação do Chamada Geral – 3ª Edição. Artur Chagas, há 17 anos na emissora, a partir de fevereiro apresentará o Correspondente Ipiranga ao lado de Rafael Colling.
Vaivém das redações!
Confira o resumo das mudanças que movimentaram nos últimos dias as redações de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Bahia e Ceará: São Paulo: Ana Carolina Amaral deixou a TV Brasil, onde atuava como repórter, e passa a integrar a equipe de Comunicação do vereador Ricardo Young. Em mensagem de despedida em sua página do facebook, ela agradece aos colegas de redação, em especial ao gerente executivo da emissora Florestan Fernandes Jr., “pela aposta e pelo espaço, além do diálogo aberto e franco sempre”. Otto Aquino deixou o cargo de editor da revista Náutica, onde estava havia oito anos, para assumir a direção das revistas Boat International Brasil e Boat Shopping. Ele começou na coluna de Amaury Jr. no extinto Diário Popular e depois atuou como repórter na revista Flash e nos programas de tevê na Record e Band, todos do colunista. Seu novo contato é otto.aquino@boatinternational.com.br. Minas Gerais: Nairo Alméri deixou a Chefia de Redação do Hoje em Dia, em que também assinava a coluna econômica Negócios S/A, e enquanto não define seus próximos passos profissionais dedica-se a seu blog. Em busca de novas oportunidades no mercado, pode ser contatado pelos nalmeri@yahoo.com.br e 31-9642-2424. Letícia Villas, ex-O Tempo, agora está no Diário do Comércio, onde pode ser contatada pelo leticiavillas@diariodocomercio.com.br. Na Sempre Editora desde 2008, ela foi por alguns meses redatora da edição online de O Tempo e em 2009 passou a redatora de Economia e Negócios do jornal. Antes, esteve na Supra Comunicação e na TV Bandeirantes. Mayra Oliveira, diretora do Opinião Minas, da Rede Minas, assumiu a apresentação do programa durante as férias de Denize Alves. No Jornal Minas – 1ª Edição, Técia Garcia, editora-chefe do Emprego & Renda, faz o mesmo na ausência da âncora Raquel Capanema. Ainda na Rede Minas, a emissora estreou novo formato do BDMG em Rede, agora com apresentação de Luiz Felipe Ceribelli. O programa vai ao ar às 2as e 4as.feiras, às 20h55, com reapresentação 3as e 5as, às 12h55. Rio Grande do Sul: Edgar Schmidt deixou nesta 2ª.feira (14/1) o Grupo Record RS, onde atuou como comentarista de futebol da Rádio Guaíba, e está de mudança para Curitiba, onde vai assumir a Direção Geral da Rádio CAP, a emissora web do Clube Atlético Paranaense. O clube está investindo na área porque não aceitou as condições propostas pela Rede Globo, que considerou muito inferiores às ofertas feitas para Grêmio, Inter e Cruzeiro, e não terá seus jogos transmitidos pela televisão. Edgar está há mais de 45 anos em rádio, iniciados na década de 1960, em Cachoeira do Sul (RS), sua terra natal, mas é conhecido no meio paranaense por sua atuação na TV Tarobá, de Cascavel. Ele teve passagens por Correio do Povo, Folha da Manhã, Folha da Tarde, Jornal do Povo, Rádio Difusora, Rádio Gaúcha e RBS TV. Bahia: Daniela Castro está em sua última semana como repórter de A Tarde. Após cinco anos na casa, segue para o Conselho Estadual de Cultura da Bahia, onde assume um cargo junto à Presidência. O CEC-BA é um órgão colegiado da Secretaria de Cultura cujo objetivo é contribuir para a formulação de políticas culturais para o estado. O blog Pimenta e Cominho (contato@pimentaecominho.com.br) continua entre as atividades dela. No Correio, quem saiu foi o repórter de esportes Alan Rodrigues. Fica apenas como repórter na Assessoria de Comunicação da Secretaria de Administração do Estado da Bahia, cargo que já ocupava. Ceará: André Capiberibe é o novo diretor da FM Fortaleza, em substituição a Evandro Nogueira, que deixou a emissora.
Memórias da Redação ? Atestado de óbito
A história a seguir, de Vital Battaglia (vbattaglia@uol.com.br), é a que dá título ao livro Ah! – Atestado de óbito do Jornal da Tarde e outras histórias do jornalismo, que acaba de lançar pela Detalhe Editora (www.detalheeditora.com.br). Nele, Vital reúne cerca de cem histórias de sua carreira de 45 anos como jornalista, em especial no Jornal da Tarde, onde trabalhou por 25 anos como repórter especial, editor de Esportes e editor de Projetos Especiais. Vital aproveita para informar que está concluindo um livro só de futebol, que completa 150 anos. Segundo ele, “é uma grande critica na base do ‘Quero meu futebol de volta’”. Atestado de óbito E lá se foi o JT, Jornal da Tarde. Ia completar 47 anos no próximo 4 de janeiro. Morreu antes. Comecei a trabalhar no JT antes de ele nascer, em outubro de 1965. Estávamos treinando para fazer um novo jornal, fazendo matérias para a Edição de Esportes do Estadão, que havia sido criada por Mino Carta para ser o embrião do JT. O filho tão esperado. Nessa época, eu já havia passado pela Última Hora e ido para o jornal Notícias Populares. Fiz a mesma trajetória do meu amigo Percival de Souza. E, juntos, também fomos para o JT. Minha cabeça ainda estava na Última Hora. Lá havia aprendido com meu editor, Celso Eduardo Brandão, que estávamos vivendo novos tempos. Tempos de contar a verdade. Isso foi em fins de 1962, mas parecia que os ventos da ditadura já estavam soprando. Foi uma grande escola a Última Hora. Foi lá que conheci grandes jornalistas – ou melhor, conseguia ficar perto deles. Uma ou outra vez apareciam na redação – na Avenida Prestes Maia, em São Paulo – figuras como Nelson Rodrigues, João Saldanha, Sérgio Porto, entre outros, que trabalhavam na Última Hora do Rio de Janeiro. Na redação paulista, bem ao lado da editoria de Esportes, estavam Jô Soares, Ignácio de Loyola Brandão – primo do nosso editor de Esportes, Celso Eduardo Brandão –, Ricardo Amaral, Arapuã, Álvaro Paes Leme. A Última Hora sofreu o impacto da revolução, pois era um jornal de esquerda. Notícias Populares, embora tenha sido criado para alicerçar a candidatura de Carlos Lacerda à Presidência da República, como jornal popular de direita, também perdeu seu rumo depois que a ditadura se estabeleceu. Afinal, para que um jornal de base política? Não haveria eleições! Por isso, no dia 4 de janeiro de 1966, todo caminho estava aberto para um jornal que estava nascendo apenas para fazer jornalismo. Quem me contratou para trabalhar no Jornal da Tarde foi Hamilton de Almeida Filho, na época um dos melhores editores de Esportes, jornalista consagrado na redação e no Brasil. Comecei a conhecer companheiros que chegavam de todo o País, em especial de Minas, de onde veio o gênio Murilo Felisberto, secretário de Redação. Com eles vieram os outros rapazes de Minas, que não ouso nomear aqui para evitar injustiça. Eram todos excelentes, como jornalistas e como pessoas. Murilo era o secretário de Redação, Mino Carta o redator-chefe. Como diz o mestre Rubem Alves, Murilo era a alma, Mino, o corpo; Murilo era a música, Mino Carta, o instrumento. Fiquei no JT por quase 25 anos. Foi com essas pessoas que aprendi a ser melhor. Até que, um dia, o jornal perdeu a alma, e já havia perdido o corpo. Perdeu a música, e já havia perdido o instrumento. Novos tempos. Quem tinha mais de 45 anos havia envelhecido com o jornal. E o jornal era feito por jovens, para jovens. Havia terminado a revolução, não havia mais ditadura, não havia mais por quê e por quem lutar. Os donos do jornal resolveram assumir o comando, tocar o instrumento e fazer a música. Trocaram todos os instrumentos e músicos que fundaram o JT. Sabiam que seria impossível substituir as lideranças que foram criadas na época da revolução, mas, como vocês devem saber, jornalismo no Brasil é como capitanias hereditárias. Todo mundo é jornalista: pais, filhos, netos… Mas os leitores sabem quem são os verdadeiros jornalistas. Por isso, o JT disse adeus. Quando? Não sei dizer, mas tenham a certeza de que foi muito antes de 31 de outubro de 2012.