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sábado, julho 19, 2025

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Especial Dia do Jornalista: Repórter de alma interiorana

Ele já fez de tudo no jornalismo, de reportagem policial a cobertura de massacre de trabalhadores na zona rural e Copa do Mundo da França  Direitos humanos e sociais estão no seu DNA, destacando-se no currículo profissional, no qual despontam também fatos curiosos. Nas viagens pelo sertão do Brasil, chegou a ficar cara a cara com uma onça. Tremeu de medo, bastava um pulo do “gato” para ter virado uma refeição. Certa vez mentiu para aliviar a pressão numa batida policial, que abordou de forma pouco gentil a equipe de reportagem no meio da floresta, repleta de conflitos agrários. O temível episódio, no entanto, virou piada, como veremos mais adiante. Por fatos como estes, e centenas de outros, é que Marcelo Pasqualoto Canellas, um dos mais premiados jornalistas do Brasil, tem um sonho, que pretende realizar em breve: escrever um livro. “São 25 anos de estrada. Revendo as coberturas que fiz, as coisas que vi, percebi que é tudo ligado ao interior; meu sonho é escrever um livro com a alma interiorana”, afirmou Canellas numa rápida entrevista no saguão do aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Nos dias seguintes, seria quase impossível encaixar um tempo para bate-papo por causa da programação de uma reportagem que faria na capital paulista para o Fantástico, da Rede Globo, onde integra o núcleo de reportagem especial de Brasília. Embora possa ser encontrado num dia no Rio Grande do Sul, no outro no Pará, ou no chaco matogrossense, é em Brasília que está com a vida estruturada. Divorciado, dispensa prioridade aos dois filhos – Pedro, 11, e Gabriel, 7 –, de cuja companhia procura desfrutar em todos os momentos possíveis. O sentimento interiorano, no entanto, fala forte, mesmo envolvido pela urbanidade da Capital Federal. A compensação foi a compra de quatro hectares de terra, na região de Sobradinho, cidade-satélite da capital. No terreno tem pequenas plantações de feijão, milho, mandioca. “Pego os guris e vamos pra lá”, disse. Essa relação com a terra acompanha Canellas desde criança. Seu pai e um irmão são agrônomos e a mãe, professora de História. Ele próprio iniciou faculdade na área de Agronomia, mas logo percebeu que gostava de relatar acontecimentos em geral, e tinha muita curiosidade, especialmente por casos policiais. Não titubeou, direcionando os estudos para Jornalismo. Nasceu em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Pouco depois a família se mudou, fincando raízes em Santa Maria, local da tragédia que ceifou mais de duas centenas de vidas de jovens no início deste ano: “Sempre me imaginei fazendo uma grande matéria sobre a cidade, uma coisa diferente, nunca uma catástrofe. Pedi para ficar fora da cobertura. Relutei, mas acabei indo, só que com muita tristeza. Foi estranho”. Para se ter um idéia da paixão dele por Santa Maria, o pequeno sítio de Sobradinho é nominado  Boca do Monte, homenagem ao “sobrenome” popular pelo qual a cidade gaúcha é conhecida. Canellas guarda inúmeras recordações de Santa Maria, como as das atividades no movimento estudantil em meados da década de 1980, com a ditadura dando seus últimos suspiros. Foi presidente do centro acadêmico da faculdade e do DCE da Universidade Federal, e integrou a executiva nacional da UNE: “Era muita agitação, manifestação pra tudo, da educação a protesto contra aumento de passagem de ônibus”. Gostava das reuniões, e não perdia festa, sempre na agenda. O futebol idem. Perguntado se era bom de bola, só deu um sorriso, e explicou que atuava de volante, completando, “avançado”: “Eu adorava o Falcão”. Com 1,75 m e 78 kg, ainda hoje gostaria de bater uma bola, mas, aos 47 anos, é difícil arrumar turma nessa faixa etária. Então, resta a emoção dos jogos do Internacional, time do coração, do qual ele tem na ponta da língua todas as principais formações da década de 1970. E, no momento, está esperançoso com Dunga na direção da equipe: “Parece estar dando um jeito no time”. Semanalmente, o vínculo com o Sul é realçado pela crônica que escreve no Diário de Santa Maria. Foi nesta cidade que deu o pontapé inicial da atividade na tevê, na RBS, afiliada da Globo. Na época, os recursos limitados da emissora local, com equipe reduzida, levavam os jornalistas a fazerem um pouco de tudo, condição que o conduziu ao aprendizado de variadas funções na profissão. A coluna também tem espaço no jornal A Cidade, de Ribeirão Preto, interior paulista, o segundo centro onde trabalhou, durante cerca de três anos, e que praticamente abriu o sonhado espaço da grande reportagem, com a qual passou a mostrar sua competência na emissora. “Viajo demais, estou na Globo desde 1990”, afirmou, sem tom de reclamação. Ao contrário, gosta muito, bem como aprecia os “causos” com que topa nas suas andanças pelo País. O encontro com a onça, por exemplo, não foi exatamente uma surpresa. Sempre viaja em parceria com experientes repórteres cinematográficos, sendo os preferidos Luiz Quilião e Lúcio Alves. Já noite, chegou ao alojamento e estranhou Quilião empunhando um facão.  “Tem onça rondando”, ouviu o alerta. Acordou bem cedinho e riu ao ver o companheiro ainda abraçado ao facão e bradando: “Morro, mas morro peleando!”. Canellas afastou-se para esvaziar a bexiga no mato e quando se deu conta, a poucos metros, a onça, uma parda, o encarava. As pernas bambearam, um medo terrível atingiu a espinha como raio, só deu tempo de dar um berro, de susto. Foi a onça correndo para um lado e ele para o outro. Sorte que a bexiga já estava vazia. Hoje ele conta rindo. O caso da abordagem policial aconteceu numa estrada de fim de mundo, na região de São Félix do Araguaia, entre Tocantins e Mato Grosso, em 2007. Foi uma interceptação truculenta. O veículo em que a equipe viajava não portava nenhum logotipo para reconhecimento. Sem dar ouvidos às identificações verbais, os policiais foram logo mexendo na aparelhagem,  filmadoras, baterias. Assustado, Canellas decidiu apelar. Disse que os equipamentos eram monitorados por satélite. Portanto, em Brasília a emissora sabia onde eles estavam. Imediatamente, a postura dos policiais mudou e a equipe foi liberada. O satélite era um blefe. “Seu” Carlos, o sertanejo de cerca de 80 anos, contratado como guia para a reportagem, ainda muito assustado, e já distante dos policiais, aliviado, desabafou: “Deus seja louvado e abençoe esse tal de satélite”. A equipe caiu na gargalhada. Essas são curiosidades da vitoriosa carreira de Marcelo Canellas. Entretanto, não se pode deixar em branco, sem quaisquer citações, passagens de grandeza do desempenho de Canellas na reportagem, repleta de premiações. Foi assim nas coberturas do impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, da chacina da Candelária, do massacre dos sem-terra em Eldorado dos Carajás, na série sobre a fome no Brasil, agraciada com a medalha ao mérito da ONU, entre outros prêmios. Neste Brasil de rincões inexplorados, e praticamente desconhecidos, produziu a série Vaqueiros e Peões, a série Terra do Meio, mostrando os conflitos agrários no sul do Pará (foi nessa reportagem que ocorreu a abordagem policial, contada por ele de forma descontraída, mas que mostrou como era a tensão e a truculência na região, exigindo coragem na cobertura jornalística). Currículo invejável, que gera expectativa por futuras reportagens, e pelo novo e sonhado desafio, o livro.

Gisele Loeblein estreia nova coluna sobre agronegócios em ZH

O Zero Hora estreou nesta 2ª.feira (15/4) a nova coluna de agronegócios Informe Rural. Assinada pela editora do caderno Campo e Lavoura Gisele Loeblein, o espaço substitui o que antes era ocupado pela coluna Olhar do Campo, que por três anos foi assinada por Irineu Guarnier Filho. Os textos serão publicados de 2ª a 6ª.feira e trarão assuntos relacionados a agricultura, pecuária, cooperativas rurais, eventos, remates e cotações do mercado. O jornal também lançou recentemente um site específico para assuntos do campo, que pode ser acessado pelo www.zerohora.com.br/campo.

Grupo lança candidatura de Amaury Ribeiro Jr. à ABL

Um grupo de jornalistas, intelectuais e professores universitários progressistas lançou em 8/4 uma campanha para defender o nome de Amaury Ribeiro Jr. para ocupar a cadeira de número 36 da Academia Brasileira de Letras (ABL), que está vaga desde a morte de João de Scantimburgo, em 22 de março. Integrante do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos e um dos fundadores da Abraji, hoje atuando na TV Record, Amaury é autor de A privataria tucana, livro-reportagem em que denuncia irregularidades na venda de empresas estatais durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, e sua candidatura está sendo proposta justamente para se contrapor à de FHC, inscrito para disputar a mesma cadeira. As inscrições de candidaturas na ABL podem ser feitas até 26 de abril. Depois desse prazo, a entidade marca em até 60 dias a eleição, em que o indicado deve receber a metade mais um dos votos dos atuais imortais para ser eleito. O manifesto de lançamento do nome de Amaury está no http://migre.me/e2ZVq, onde também se pode aderir à campanha.

Especial Dia do Jornalista: Com o Barcelona, onde o Barcelona estiver

Clóvis Rossi orgulha-se de nunca em sua carreira na Folha de S.Paulo (e lá se vão 33 anos) ter pedido aos chefes na redação para tirar uma folga além dos fins de semana e das férias. Toda vez que circulavam as tradicionais escalas de descanso das equipes que haviam trabalhado nos plantões de Ano Novo, Carnaval ou Natal, ele ignorava. Mas depois de cobrir mais uma vez o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, no último mês de janeiro, decidiu pela primeira vez quebrar essa tradição em nome de uma boa causa: passar 15 dias com a esposa passeando pela Itália antes de entrar de cabeça na cobertura das eleições naquele País: “Eu tinha férias para tirar e emendei com a folga de Carnaval. De Davos fui direto para a Itália, onde alugamos um apartamento em Milão”. Depois de visitar Bologna e Verona, o casal decidiu passar o Carnaval em Veneza. A lua de mel fora de época estava indo muito bem, obrigado, até que o celular de Clóvis tocou freneticamente durante uma travessia no tradicional vaporetto, a embarcação que serve de táxi para os venezianos e turistas. O visor do aparelho indicava que era alguém da redação. Deu aquele frio na barriga. “Você pode falar com a Vera (chefe de especiais do jornal) sobre a renúncia do Papa?”, perguntou a voz do outro lado. “Na hora achei que se tratava de um trote. Isso nunca aconteceu em 600 anos na Igreja. Mas era verdade”. Depois de voltar correndo para Milão para pegar as malas e cancelar as reservas da etapa seguinte da viagem, em Florença, Clóvis e a esposa desembarcaram em Roma. “Eu viajo menos do que gostaria e mais do que o orçamento do jornal permite. Desta vez passei quase 50 dias fora, mas tive que encurtar as férias”. Uma vez na terra do Papa, repetiu o mesmo ritual de todas as coberturas que fez ao longo da carreira. Passou em uma banca de jornais e comprou tudo o que viu pela frente. Depois, cercou-se de livros sobre conclaves, perfis de papas e afins. E submergiu naquele mundo: “Sou muito inseguro e sempre me sinto como se fosse a primeira cobertura. Me cerco de toneladas de informação. Faço um arquivo monstruoso, mas acabo não usando nada. Minha obsessão é fazer dossiê. Compro livro, revista, jornal, tudo. Só consigo escrever quando acho que entendi o foco do assunto”. Apesar de ter acompanhado outros conclaves, Clóvis diz que esse é o tipo de cobertura mais difícil de se fazer: “É ruim porque não tem fonte. Eu conhecia dom Geraldo Magela [arcebispo-emérito da Arquidiocese de Salvador, na Bahia]. Fiz uma entrevista com ele por telefone. Eu em Roma e ele ainda em Salvador. Os cardeais do conclave não falam e quando falam dizem só platitudes do tipo: ‘Será feita a vontade do Espírito Santo’”. Nos dias que antecederam a fumaça branca que anunciou Francisco, Clóvis e todos os demais colegas foram reféns das informações do porta-voz do Vaticano e dos pitacos dos vaticanistas. “Esses erram mais do que colunista. Todos erraram. Ninguém acertou. Nem sei se é verdade que o Papa foi segundo com mais votos no conclave anterior. Ninguém viola o sigilo”. De volta ao Brasil, o colunista da Folha retomou a sua rotina. Desde 1987, quando assumiu a coluna na página 2, ele não fica mais redação do 4° andar do prédio do jornal, na rua Barão de Limeira. Subiu para uma salinha no 9° andar mas não dá expediente regular: “Nós últimos anos tenho trabalhado em casa. Parto do principio de que vivo de notícia. E a notícia não está aqui, ela está na rua”. Nos últimos tempos, Clóvis tem viajado menos. Mas isso não o incomoda. ”Nasci em redação e a rotina dentro dela nunca me incomodou. O que me incomoda é o trânsito. É perder uma hora para chegar ao jornal e outra para voltar. São duas horas da vida jogadas fora por dia. Isso quando não chove. É um crime”, diz, emendando uma pergunta em seguida. “O que você faz dentro de um carro além de ouvir rádio? Nada. Essa mudança me desestressou de maneira fantástica”. Como mora a dez quilômetros da Folha, perto do aeroporto de Congonhas, ele concentra sua agenda de compromissos na Folha de S.Paulo sempre no mesmo dia e fora do horário de pico. Esta entrevista aconteceu em uma 3ª.feira ao meio-dia. Com dois de seus três netos crescidos e na faculdade, seu xodó atualmente é a pequena Alice, de quatro anos, que é muito agarrada com o avô. Clóvis conta que gasta o restante de seu tempo basicamente assistindo futebol. E faz uma confissão: “Tenho um projeto que nunca vai se realizar: ser setorista da Champions League. Eu pagaria para ver 99% dos jogos. Se alguém me pagasse o que eu pagaria para ver, não existiria melhor profissão do mundo”. Se um gênio da lâmpada surgisse do nada e realizasse o pedido, as pautas já estariam todas na ponta da língua. “Tem jogador brasileiro em pencas na Europa. São 66 ao todo na Champions. Daria para montar seis times. E mais: como vive, por exemplo, o Wagner Love em Moscou? Deve ser uma pauta fantástica. O cara sai de Bangu e vai parar na Rússia. Como ele se comunica com o treinador? Como organiza pagode? Como aguenta o frio? Que negócios giram em torno disso além do jogo em si? E ainda por cima trabalharia seis meses por ano, que seria outra grande vantagem”, brinca. Apesar de ser oficialmente palmeirense, o colunista se diz hoje um torcedor fanático do Barcelona: “Fiz uma coluna dizendo isso, coluna que rendeu muito xingamento. Disseram que eu tinha traído o Palmeiras e trocado o time pelo Barcelona”. Clóvis não se abalou e seguiu dando preferência ao time catalão. “Assisti a alguns jogos do Palmeiras nessas últimas semanas. Não dá, não dá… Aquilo não é futebol. É muito ruim. Não sou masoquista. Sou de uma época que o Palmeiras disputava o título, sempre. Meu sentimento todo hoje está com o Barcelona”. Falou e disse, sem medo de enfrentar a ira da Mancha Verde, temida torcida uniformizada do time – como, aliás, são todas as demais. Pudera. Ser alvo faz parte da rotina desde sempre. Seja nos tempos da ditadura, de FHC ou na era Lula, ele recebeu bombardeio de todos os lados: “Se eu fosse levar a sério os indigentes mentais dos dois lados (PSDB e PT) já teria desistido da profissão há muito tempo. Os tucanos me rotularam como petista e os petistas como tucano”.  Clóvis conta que até na cobertura da renúncia e sucessão do Papa sua caixa de e-mail foi tomada de petardos. “Eu critiquei a omissão (do Papa Francisco) na época da ditadura argentina, o que considero uma coisa imperdoável. Me chamaram de ateu, anticlerical e disseram que não gosto do Papa por ser argentino. Que bobagem! Eu vivi na Argentina, onde fui correspondente. Adoro aquele país e os portenhos”. A propósito, sua atual leitura é justamente Os Argentinos, de Ariel Palacios. Antes, leu Outro Israel, de Uri Avnery. A lista de autores favoritos é extensa e ecumênica, de Shakespeare a Machado de Assis, passando por livros de jornalismo: “Todos ajudaram na minha formação”. Antes de encerrar a entrevista, insisto em saber o que ele seria caso não fosse jornalista. A primeira resposta é diplomata, carreira que só não seguiu porque não tinha idade para prestar o vestibular do Rio Branco e acabou indo mesmo de Jornalismo, na Cásper Líbero. A outra opção era jogador de basquete, esporte que praticava até há pouco tempo com os veteranos da ACM de Pinheiros: “Fui campeão sul-americano jogando pelo Sírio juvenil. Quando estava indo para a equipe principal, arrumei emprego em jornal e tive que escolher”. Escolheu o jornalismo por uma razão banal: o basquete conseguia pagar menos do que a redação. Deu no que deu.

De volta ao Brasil, Laurentino Gomes faz ajustes finais em 1889

Laurentino Gomes está de volta ao Brasil depois de um ano nos Estados Unidos fazendo pesquisas para seu próximo livro, 1889, sobre a Proclamação da República, com lançamento previsto para o final de agosto, pela Editora Globo, durante a Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Vem com tiragem inicial de 200 mil exemplares, 25 vezes superior à primeira edição de 1808 (Planeta, 2007), sobre a vinda da família real portuguesa para o Brasil, que chegou às livrarias com oito mil exemplares e, segundo ele, vendeu até agora mais de um milhão de cópias. O novo livro, que terá um total de 24 capítulos e cerca de 400 páginas, está em fase de edição, o que inclui checagem das informações, revisões técnica e de texto e projeto gráfico. “É um trabalho bastante intenso”, garante. “Por isso, tenho ficado bastante recluso em Itu, onde moro. Aceitei alguns convites. Um deles para proferir a palestra de abertura do 25º Fórum Brasil, promovido pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso, no próximo dia 13 de maio, no Rio de Janeiro. O tema será Duzentos anos de Independência do Brasil – uma interpretação. Falarei sobre a construção do País no século 19, entre a chegada da corte de D. João, em 1808, e a República, em 1889, com uma avaliação final das conquistas e dos problemas que ainda desafiam os brasileiros desde então”. Antes, porém, em 18/4, ele participará em São Paulo do projeto Sempre um papo, de Afonso Borges, onde falará sobre A Literatura enquanto História, no Sesc Vila Mariana, às 20h, com entrada gratuita.

Programa Auto+ estreia nova temporada na Band

Depois do período de férias, que este ano foi um pouco maior do que o usual, o programa Auto+, comandado por Marcello Sant’Anna e Benê Gomes (benegomes@automaistv.com.br), já tem data marcada para voltar ao ar na TV Bandeirantes: 11 de maio. Por causa das negociações em torno da data de retorno, a atração, que inicialmente deveria seguir até março com sua pausa já costumeira, ficou um período um pouco maior sem ser exibida, mas chega para esta temporada com algumas novidades, como novo dia de exibição – foi antecipada do domingo para sábado, a partir das 13h – e maior tempo de duração, 45 minutos, 15 a mais do que no ano passado. As atrações desta primeira edição de 2013 ainda são mantidas em sigilo pela dupla que comanda o programa, mas entre elas estão a abertura de espaços para a participação do público e interação com os fãs pelas contas em twitter (@automaisoficial) e facebook (/AutoMaisTV). “Temos como meta o compromisso com a informação sim, mas também procuramos tratar os diferentes temas de maneira simples e criativa, como numa gostosa roda de conversa entre amigos, estando sempre abertos a novas experiências”, explica Benê. No ar desde 2005, o Auto+ integra o portfólio da Auto+ Entretenimento, empresa criada com foco na produção e promoção de eventos automotivos. Mais informações pelos 11-2925-1632 e www.automaistv.com.br.

Memórias da Redação – Fetchar era fácil

A história desta semana é de Fernando Morgado (fmorgado@aclnet.com.br), criador e editor do Sacolão Brasil, “o primeiro jornal de mentira do País”, e que fez longa carreira na Folha de S.Paulo.   Fetchar era fácil Nossa história é antiga, do tempo em que havia diagramador. Esse personagem, quase extinto, desenhava as páginas do jornal em longas folhas já demarcadas, colocando texto, fotos e anúncios que seriam publicados no dia seguinte. Com o tempo, veio o progresso e as folhas encolheram até ficar no tamanho ofício. Foi aí, desconfio, o começo do fim do papel… Cada editoria tinha seu próprio diagramador, que às vezes atuava também em outras. Sua função era calcular o que caberia na página. Se a foto era grande, bastava reduzi-la. Se o texto era longo demais para o espaço disponível teria de ser colocado em outra página ou então cortado “pelo pé”, como se dizia. Sabe Deus quantos repórteres e fotógrafos amaldiçoaram o editor por ter mutilado suas obras, ignorando que boa parte da culpa era do impiedoso e anônimo diagramador. Um deles era um uruguaio de forte sotaque, conhecido pelo sugestivo apelido de Tupamaro. Algum contemporâneo da redação da Folha na época talvez se lembre e poderá contar um dia mais coisas sobre ele, principalmente o apelido. Tupamaro era espírito pragmático, tranquilo em toda a linha, e nos momentos críticos do fechamento de uma editoria, em que todos ficavam (e ainda hoje ficam) em tensão, mantinha-se impávido. Todo editor que já enfrentou a surpresa da matéria que vinha do correspondente com metade do tamanho prometido, ou o anúncio grande já paginado e cancelado na última hora, ainda treme só de lembrar. Mas não o nosso personagem. Uma noite na redação, o editor, num desses momentos de aflição em que tudo de errado aconteceu, perguntou-lhe o que fazer para fechar a página diante de um grande espaço vazio. Tupamaro, sem se abalar, lançou a frase que se tornaria um clássico do jornalismo de ontem e é usada até hoje: “Com una foto fetcha”.

Especial Dia do Jornalista: Um repórter em busca de histórias

Um repórter em busca de histórias Menino, ele tinha o sonho de cuidar da saúde das pessoas. Adolescente, aderiu à contracultura e nos anos 1960 deixou o cabelo crescer, defendeu a democracia, criticou a guerra do Vietnam e aderiu ao amor livre. Até que um dia, a comida em um jornal o fez aceitar um emprego. Não demorou em se tornar repórter e ser um jornalista consagrado Muitos anos antes de se falar no surgimento de uma nova classe média brasileira, Carlos Wagner já era um exemplo de êxito para quem pertence à base da pirâmide social brasileira. Um sucesso construído sem o apoio de políticas oficiais. “Se tu vens de uma origem pobre, tu és o empreendedor de ti mesmo”, decreta. Quando criança ele se imaginava um médico quando crescesse. Acabou virando hippie e andou por aí até abandonar a ideia da Medicina e focar o objetivo na Faculdade de Comunicação. Mas mesmo assim levou o dobro do tempo para concluir o curso de quatro anos. O importante era viver a vida com a intensidade própria de sua geração. Filho de família humilde, nascido em Santa Cruz do Sul (RS), Carlos foi para Porto Alegre nos anos 1980 e se fez repórter. Venceu a partir do seu primeiro contato com a redação do histórico Coojornal (produzido e dirigido só por jornalistas), para onde foi atraído pela comida oferecida pelo jornal… Sua atuação não era propriamente uma atividade jornalística. Passava as horas organizando e fazendo funcionar o Departamento de Circulação. Para valer mesmo foi sua temporada em Carazinho, município com pouco mais de 60 mil moradores, distante 284 km da capital gaúcha. Trabalhou no jornal Interior e depois voltou para a cidade grande. Hoje, estabelecido em Porto Alegre, é repórter especial do Zero Hora e tem um portfólio de trabalho reconhecidíssimo. Está entre os dez jornalistas com maior número de prêmios no País. São quase 40 conquistas. É um dos líderes no Ranking Jornalistas&Cia dos Mais Premiados Jornalistas Brasileiros de Todos os Tempos. Também transita com facilidade na área da Literatura. Algumas de suas principais obras são A saga do João sem Terra; Brasiguaios: homens sem pátria; O Brasil de bombachas; e País bandido – crime tipo exportação. Escreveu também o conto-reportagem Lições da estrada e o livro/CD-ROM Zero Hora – 45 reportagens que fizeram história. Devorador de caminhos Elegante, este senhor de ralos cabelos cor de prata, nascido na primavera de 1950, é um adepto dos suspensórios na composição de um figurino que o ajuda a se destacar entre os jovens na redação. Se bem que é na rua, lá no mundo exterior, o lugar onde Carlos Wagner encontra seu habitat natural. Sou repórter e ando pela vida em busca de histórias, costuma dizer. Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Wagner argumenta que a escola forma jornalistas, já os repórteres se formam na estrada. Apontado como um verdadeiro devorador de caminhos, não se intimida se tiver necessidade de andar dezenas de quilômetros para cumprir uma pauta. É assim, por exemplo, que Carlos Wagner foi encontrar brasileiros na fronteira com países sul-americanos, onde eles estão construindo a economia da região, correndo risco de vida e enfrentando a ameaça da perda de suas propriedades. O resultado de peregrinações como essa vai além do mero conceito de reportagem e se transforma em material rico em informações para estudos em várias áreas do conhecimento. As histórias que ele busca – onde quer que estejam – esclarecem pontos obscuros e contribuem para o registro da vida real e atual do Brasil. Famoso como jornalista, pouco se sabe a respeito do indivíduo, do ser humano Carlos Wagner. Talvez porque sua proposta seja de em nenhum momento sobrepor-se à importância do fato, da informação e da notícia. O tempo de hippie e da contracultura ficou nos distantes anos1960 do Século XX e apesar disso, agora, em tempos de consumismo e hábitos burgueses, Carlos prefere o despojamento, a paz e o amor em vez de conflitos. Escolheu a vida simples da média das famílias, faz concessão ao casamento (enfim… foram quatro!) e gosta de estar com a mulher e os filhos. Só não comenta muita coisa sobre o trabalho. Quando está em casa, procura curtir o momento e descansar para logo, logo, voltar à estrada e continuar a ser repórter enquanto sentir a pulsação da vida.

Fátima Turci retorna à Record News

Fátima Turci bateu o martelo nesta 3ª.feira (9/4) com a Record News e voltará a comandar o seu Economia & Negócios a partir de maio, em versão semanal, com exibição às 2as.feiras, às 23 horas. Fátima foi também chamada pela BandNews, mas após semanas de negociações optou pelo projeto da casa em que havia trabalhado até então. Nos 13 anos em que esteve no ar, primeiro na Rede Mulher e depois na própria Record News (que sucedeu a Rede Mulher), o programa foi diário. Acabou descontinuado no começo do ano, no contexto do corte geral promovido pela emissora, que decidiu acabar com todos os programas, ficando apenas com o noticiário hardnews e o Jornal da Record News, ancorado por Heródoto Barbeiro. Economia&Negócios, desse modo, será o primeiro programa jornalístico independente da emissora nesse novo ciclo iniciado em janeiro. As gravações serão iniciadas tão logo Fátima regresse de viagem, no começo de maio.  

De papo pro ar ? Apelidos e flores

Alfredo da Rocha Viana, autor de Carinhoso (letra de João de Barro), foi o músico com maior número de apelidos: Pizidim, Pizindim, Pinzindim, Pizinguinha, Pixigui, Pixinga, Pexiguinha, Pexiquinha, Pixinguinha, Bixiguinha, Binxinguinha e Chico Dunga, esse do tempo em que integrava o Grupo de Caxangá com João Pernambuco, Donga, Manuel de Souza, Nola, Caninha, Osmundo Pinto e Raul Palmieri. Um dia, sua mulher, Betí, foi internada. Em seguida ele, por infarto. Com o filho Alfredo combinou que, todos os dias, na hora da visitação, iria, arrumado, de terno e gravata, levar à amada um buquê de flores. Dito e feito! Dona Betí morreu sem saber que o marido também estava internado a poucos metros do seu quarto.

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