Este ano a Bienal Internacional do Livro do Rio completa quatro décadas. Organizada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), vai reunir, nos primeiros dez dias de setembro, mais de 300 autores, em 200 horas de programação, para receber cerca de 600 mil visitantes no RioCentro.

Segundo os próprios organizadores, o evento deixou de ser uma feira de livros e se transformou em festival de cultura e entretenimento, oferecendo experiências que ultrapassam o formato do livro físico para um conceito de leituras elásticas, sem limites entre audiovisual, teatro, música e games. Estão programados palcos inéditos e interativos com o público. Entre as novidades, destaque para os formatos Em primeira pessoa e Páginas no palco, que vão ocupar o tradicional Café literário – e o Páginas na tela, na Estação plural. Há ainda um novo espaço de animação batizado de Palavra-chave.

Curadoria

Stephanie, Clara e Mateus

Clara Alves, Mateus Baldi e Stephanie Borges formam um coletivo curador, que se propõe a apresentar, de forma integrada, o conteúdo sobre temas variados. Assim, os espaços Café literário e Palavra-chave recebem autores para conversar a respeito de assuntos da atualidade. As mesas reúnem personalidades negras, LGTBQIAPN+ e feministas, em busca da diversidade de perspectivas.

Formada em Jornalismo pela Uerj, Clara Alves é romancista e trabalha como assistente editorial. Mateus Baldi, que se apresenta no gênero feminino, é escritora, crítica literária, jornalista formada em Comunicação Social pela PUC-RJ e em Roteiro Cinematográfico pela Escola Darcy Ribeiro. Colabora para veículos como O Estado de S.Paulo, O Globo e as revistas Época e piauí. Stephanie Borges, jornalista pela UFF, é poeta e tradutora. Trabalhou em agências de comunicação e nas editoras Cosac Naify e Globo Livros.

Os espaços

Painéis sobre produções audiovisuais, com curadoria de Rosane Svartman, compõem o novo formato, chamado Páginas na tela, apresentado no espaço Estação plural. São painéis sobre obras literárias que originaram filmes, novelas, séries e minisséries, as várias maneiras de se trabalhar o conteúdo, as adaptações de obras literárias para a TV, o cinema e o streaming.

Eliana Alves Cruz

Café literário vem com uma proposta mais intimista, em que outras formas de contar histórias ganharão evidência em formatos inéditos. No Em primeira pessoa, autores consagrados conversam com o público, no modelo TedTalks, com mediação da jornalista Eliana Alves Cruz, revelação da literatura afro-brasileira. No Páginas no palco, personalidades do teatro apresentam-se sob a direção de Bianca Ramoneda.

Entra na roda é inspirado no programa Roda Viva, em que grandes autores são entrevistados por formadores de opinião, em formato similar ao que ficou conhecido: o convidado no centro de um círculo, com os mediadores em volta. Participam Felipe Cabral, jornalista pela PUC-Rio, e Giu (de Giulianna) Domingues, autora e marqueteira, entre outros. Em todos os casos, sob mediação do autor iraniano Abdi Nazemian.

O Espaço infantil imersivo tem curadoria da empresa LerConecta, das jornalista Carolina Sanches, editora Martha Ribas e pedagoga Rona Hanning, pela terceira vez na Bienal.

Fórum de Editores

De 4 a 6/9, a Bienal vai abrigar também o Fórum Internacional de Editores (Rio International Publishers Summit). Os temas vão dos desafios da transformação tecnológica até o uso de inteligência artificial e a preservação do direito autoral, num cenário regulatório de muitas indefinições, além das práticas ESG.

Sheikha Bodour bint Sultan Al Qasimi

PublisHer, ação mundial liderada por mulheres do mercado editorial, trará Sheikha Bodour bint Sultan Al Qasimi para falar da experiência de empoderamento feminino no mercado editorial. E o PublishNews, pioneiro da mídia especializada do setor no País, fará provocações do cenário editorial brasileiro e mundial.

Sob curadoria da livreira Martha Ribas, o Fórum terá como mestre de cerimônias Leonardo Neto, jornalista especializado no mercado editorial e cultural. Das 9h às 18h, no Mezanino 2 do Pavilhão Verde.

Na ABL, jornalistas conversam com jornalistas

q A Academia Brasileira de Letras escalou um time de jornalistas para bate-papos com alguns imortais, eles mesmos muitas vezes também jornalistas. Assim, teremos, diariamente, sempre às 17h, no Pavilhão Verde, estande S33, este elenco:

2/9, sábado, Cristina Aragão conversa com Rosiska Darcy de Oliveira sobre a Revista Brasileira.

3/9, domingo, Flávia Oliveira conversa com Heloísa Teixeira (ex-Buarque de Hollanda).

4/9, segunda-feira, Christian Lynch conversa com o jurista Joaquim Falcão. 

5/9, terça-feira, Fernando Dantas conversa com os economistas Pedro Malan e Edmar Bacha.

6/9, quarta-feira, Andréa Sadi conversa com Ruy Castro.

7/9, quinta-feira, Pedro Bial conversa com Ana Maria Machado.

8/9, sexta-feira, Roberto D’Ávila conversa com Merval Pereira.

9/9, sábado, Ancelmo Gois conversa com o educador Arnaldo Niskier.

Ruy Castro

Fora do estande, na abertura, dia 1º/9, sexta-feira, a mesa-redonda comemorativa dos 40 anos da Bienal terá, às 17h, Ruy Castro e Ana Maria Machado, ao lado de Thalita Rebouças, Mauricio de Sousa e Clara Alves.

No encerramento, dia 10/9, domingo, às 16h, a ABL tem Ciranda literária, com apresentação de Fernanda Montenegro e participação de dez acadêmicos eleitos mais recentemente, como Gilberto Gil e Geraldo Carneiro.

Programação

Para os que quiserem rever amigos, ou conhecer as caras novas do métier, eles estarão assim distribuídos:

Dia 1º/9, sexta-feira

17h – 40 anos de Bienal: uma celebração

18h – O professor e autor Luiz Antônio Simas transforma o Café literário em botequim carioca, no Sextou com Simas. Tem bate-papo sobre a sabedoria das ruas e como a cidade compartilha as frestas nas encruzilhadas do cotidiano. Com Marcelo Moutinho, Clara Alves e outros.

Paulo Lins

19h – No Palavra-chave, a importância das culturas dos povos africanos na construção do Brasil. A mesa As muitas cores de um defeito de cor vem com Ana Maria Gonçalves, Alexandre dos Santos e Paulo Lins, autor do livro que deu origem ao filme Cidade de Deus.

 

Dia 2/9, sábado

11h – No Estação plural, Sidney Gusman, jornalista especializado em quadrinhos, entre outros, veem como os personagens discutem racismo, ancestralidade e igualdade nas HQ.

12h – A mesa Contar e escrever, no Café literário, tem Flávia Oliveira, Tiago Rogero, o repórter Chico Felitti e Lola Ferreira numa conversa sobre a cultura podcaster e seu impacto na sociedade. Expoentes dos podcasts, eles conversam sobre seus projetos de sucessos e os bastidores da atividade.

Fábio Gusmão

13h – Fábio Gusmão e Giampaolo Braga autografam Pedofilia na Igreja. A Máquina de Livros, editora de jornalistas e que reúne basicamente autores jornalistas, está no Pavilhão Verde, estande T18.

14h – Maria Fortuna e outros discutem cuidados, mudanças e a experiência do luto, na mesa Muito mais que saudade, do Café literário.

16h – Manya Millen está entre os debatedores da mesa Novos centros, muitas vozes, no Café literário. O tema são os romances que nos convidam a pensar diferentes experiências de ser brasileiro, de se relacionar com a terra e contar histórias.

17h – Ciça Guedes e Murilo Fiuza de Melo estão com o livro Janja, a militante que se tornou primeira-dama, no estande da Máquina (Verde T18).

18h – Thalita Rebouças, mais quatro autoras e o ator Lázaro Ramos, falam sobre histórias que estão por toda parte: nos livros, nas telas, em todas as mídias. No Páginas na tela, do Estação plural.

19h – Taiana Jung, da comunicação corporativa, e Rui Marcos, têm sessão de autógrafos de Contos de vinho, no estande da Máquina (Verde T18).

 

Dia 3/9, domingo

13h – Frini Georgakopoulos, jornalista e editora de aquisições da Editora Arqueiro, entrevista a autora americana Julia Quinn sobre adaptações da Netflix para os livros dela. No espaço Palavra-chave.

14h – Caio Tozzi, no espaço Infantil, tem Mesa do autor para falar sobre suas narrativas criadas para pré-adolescentes, adolescentes e jovens adultos.

Octavio Guedes

15h – Sessão de autógrafos de Octavio Guedes e Daniel Sousa, com Essa República vale uma nota. No estande da Máquina (Verde T18).

17h – Cristina Serra, também autora da Máquina de Livros, autografa Nós, sobreviventes do ódio.

18h – O painel de g1 e GloboNews, com a repórter Beth Pacheco, tem conversa com Dora Kaufman e Lucas Herdy sobre Inteligência Artificial. No Café literário

19h – Rafaella Machado apresenta um evento inusitado, o desfile e concurso de fantasias de personagens dos fãs das americanas – que vendem milhões de livros YA no Brasil – Cassandra Clare e Holly Black. O prêmio é uma visita ao Grupo Editorial Record, acompanhando as autoras. Rafaella é editora da Galera Record e da Versus Editora. 

 

Dia 4/9 segunda-feira

16h – Com outros convidados, Cláudia Lamego participa da mesa Livros que me [trans] formaram. Eles falam, no Café literário, sobre livros que trouxeram, acima de tudo, outras formas de ver o mundo.

18h – Leonardo Marona, jornalista e livreiro na Travessa, está na mesa Mais que poema, sobre as possibilidades do poema na música, na performance e nas redes sociais. No Café literário.

 

Dia 5/9, terça-feira

19h – Cláudia Lamego volta na Palavra-chave com convidados e discute Para sonhar um mundo novo, um encontro entre ficção e ciência.

 

Dia 6/9, quarta-feira

15h – Carolina Sanchez conduz a conversa Enaldinho: a lenda da internet, com o youtuber criador de conteúdo para seus 25 milhões de inscritos, no Palavra-chave.

16h – Bianca Ramoneda recebe atrizes para interpretações de Clarice Lispector em leituras dramatizadas, música e conversa. No Café literário, na mesa Páginas no palco − Clarices.

17h – A mesa Maternidades reais, da Palavra-chave, reúne mães com diferentes experiências. Com Daiana Garbin, Gabi Oliveira, Isabela Reis e a advogada Ruth Manus.

18h – Bruno Levinson e Edu Carvalho, e outras, estão no Café literário. A mesa Medicinal, recreativa e industrial: a cannabis hoje reflete o impacto da cannabis em nosso cotidiano.

Nath Finanças

19h – A empresária, escritora e influenciadora digital Nathalia Rodrigues, que usa o nome de Nath Finanças, abre a participação da Editora Intrínseca no evento. A mesa Dinheiro é coisa séria, do Palavra-chave, é um bate-papo sobre organização financeira. Nath é autora de Orçamento sem falhas, um guia prático e didático de educação financeira, que ela autografa após a mesa. O estande da Intrínseca (Pavilhão Azul M13/N12) vem com uma programação de autores da casa. 

 

Dia 7/9, quinta-feira

12h – No Café literário, a mesa Nossa língua recebe quatro professores doutores e autores, que pensam a história, os usos e as transformações da língua portuguesa.

Míriam Leitão (Crédito: Rafaela Cassiano)

13h – Míriam Leitão fala sobre seu novo livro, Amazônia na encruzilhada, que chega às livrarias às vésperas da Bienal. A obra aborda bastidores da luta do Brasil contra o desmatamento da região, e a autora estará em sessão de autógrafos após a mesa. A mesa Amazônia agora e sempre, no Palavra-chave, tem também Eliane Brum, Cristina Serra e a ativista indígena Márcia Kambeba.

14h – Anderson Sanchez autografa dois livros-reportagens, O carcereiro do Cabral e Polícia Federal, no estande da Máquina de Livros (Verde T18).

15h – Valter Hugo Mãe, com mais dois autores, discute a importância de escrever sobre os sentimentos, levando para o Palavra-chave uma literatura voltada para a sensibilidade do cotidiano.

Às 16h, temos muitos jornalistas:

− No espaço Infantil, Helen Pomposelli tem sua Mesa do autor.

Paolla Serra autografa a última edição de Caso Henry: morte anunciada, no estande da Máquina de Livros.

− No Café literário, a mesa O avesso da pele em cena, do Páginas no palco, une teatro e bate-papo. Edu Carvalho e Jeferson Tenório compartilham seus processos de criação.

Marcelo Lins media fala do psiquiatra Augusto Cury no Estação plural, Páginas na tela

Laurentino Gomes (Crédito: Vilma Slomp)

17h – Olívia Pilar recebe os leitores no espaço Palavra-chave, para uma conversa sobre clichês literários e representatividade nos romances contemporâneos. A mesa Clichê sim, com orgulho, tem ainda Felipe Cabral. Olívia é autora de Um traço até você, que ela autografa após a mesa, e suas histórias têm protagonistas negras e garotas que gostam de garotas.

19h – Laurentino Gomes, com Tiago Rogero, comemora o feriado no Café literário, na mesa Uma nova independência. Eles discutem, com uma professora de História, como a sociedade brasileira precisa entender suas origens para definir novos caminhos.

 

Dia 8/9, sexta-feira 

Thalita Rebouças

11h – Thalita Rebouças e mais três autores, na mesa Com outros olhos, do Palavra-chave, debatem o que é ter uma leitura da sensibilidade para os temas atuais.

12h – Ana Paula Araújo é uma das autoras da mesa Na rua a gente se encontra, do Café literário. Elas procuram ampliar o que se entende como vida urbana.

14h – Na mesa Quem tem medo de você, IA?, Bruno Natal, jornalista especializado em tecnologia, reflete sobre regulamentação, criatividade e ética, no uso da inteligência artificial, com pesquisadores e artistas. No Café literário. 

19h – No mesmo horário, Kika Gama Lobo, hoje youtuber, com Juliana Leite, da UERJ, e Bianca Ramoneda, estão na mesa Conversa entre gerações, que reúne mulheres de diferentes gerações para debater os estereótipos negativos associados ao envelhecimento e celebrar a diversidade de experiências. No Palavra-chave.

 

Dia 9/9, sábado

11h – A hoje editora Cinthia Zagatto e outros conversam, na mesa Mais que autor, sobre suas experiências em outras áreas da produção do livro, e como esse envolvimento no mercado editorial pode influenciar sua obra. No Palavra-chave.

15h – Xico Sá e Manuela Dias, no Páginas na tela, do Estação plural, falam sobre as historias que estão em todas as mídias.

Maria Beltrão

17h – Maria Beltrão leva seu livro O amor não se isola para a Praça de Autógrafos, no Pavilhão Azul.

− Também às 17h, Roberta de Souza autografa novos livros no estande do Grupo Gaia (Pavilhão Verde Q22). O grupo reúne dez autores de Maricá (RJ) nos selos Serpentine Editorial e Afeto Editora.

18h – No Café literário, a mesa Meditação: uma pausa para o cuidado tem Helena Galante entrevistando a monja Coen Roshi.

− No mesmo horário, Tatiana Siciliano, diretora da Comunicação Social da PUC-Rio, discute com roteiristas a relação do imaginário moderno com as narrativas ficcionais. No Páginas na tela, do Estação plural.

19h – Livros & Música & Festa, no Palavra-chave, o inusitado. Pedro Rhuas e Vinicius Grossos conduzem festa sobre literatura jovem-adulta YA, que revoluciona o mercado editorial, e as músicas que inspiram essas obras. Para participar da festa, é preciso retirar senhas, a partir das 11h30, na Central de Senhas.


Dia 10/9, domingo

12h – Bianca Santana, de Faap e FGV-SP, fala sobre negritude na literatura para crianças, na Mesa do autor, espaço Infantil.

− Também às 12h, Claudia Lamego recebe roteirista e artista visual para compartilharem suas experiências ao usar a memória familiar como procedimento de escrita, criando a ficção a partir de pessoas reais. Na mesa Memórias afetivas do Café literário.

Lynn Painter (Crédito: Jackson Okun)

13h – Lynn Painter, da Intrínseca, volta para a mesa O romance é pop. Autora best-seller de comédias românticas para leitores jovens e adultos, ela tem uma coluna no jornal Omaha World-Herald, em que fala sobre família e comportamento parental. 

Raffa Fustagno media as falas da convidada sobre suas próprias referências e como elas influenciam suas obras. No Palavra-chave.

14h – Sílvio Barsetti autografa seus livros-reportagens O outro lado do poder e A farra dos guardanapos, no estande da Máquina de Livros. 

− No mesmo horário, 14h, Stephanie Borges e Bianca Santana comentam temas como legados familiares, memória e pertencimento, na mesa Diáspora e raízes, do Café literário.

15h – Eduardo Spohr; Affonso Solano, comunicador da cultura geek, e a crítica e editora Ronize Aline são referências da literatura fantástica nacional e exploram a construção de universos expandidos na mesa [Re]Criando Mundos, do Estação plural.

− Ainda às 15h, Ivan Mizanzuk, e outros, no Palavra-chave, comentam Do romance policial ao true crime: por que os crimes nos fascinam?, e como esse tema aparece em diversos gêneros literários.

16h – Ciranda literária da Academia, no Café literário.

19h – Guilherme Samora, editor das obras de Rita Lee na GloboLivros, e Kamille Viola, repórter da Veja Rio e autora sobre MPB, entre outros, comandam a mesa Rita Lee: uma homenagem, no Palavra-chave.

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