Morreu em Indaiatuba, interior de São Paulo, na última sexta-feira, aos 83 anos, Tão Gomes Pinto, que dirigiu ou editou revistas nacionais de grande circulação. Ele sofreu uma queda na casa em que vivia com Débora, sua segunda esposa há 35 anos, teve traumatismo craniano, ficou internado por cinco dias no hospital, mas não resistiu. O corpo foi enterrado no Cemitério Parque dos Indaiás, naquela cidade. Além da viúva, deixa quatro filhos, entre eles o também jornalista Guilherme Gomes.

Será realizada neste sábado (7/5), a partir das 18h, uma missa de despedida a Tão, na Paróquia Santa Rosa de Lima (rua Apiacás, 250, em Perdizes), em São Paulo.

Tão participou da equipe que lançou o Jornal da Tarde e as revistas Veja e IstoÉ, onde teve duas passagens, a primeira como editor de Política e a segunda como diretor de Redação. Nessa função bateu um recorde da época (648 mil exemplares, entre venda em banca e assinaturas), que dificilmente será superado depois do advento do webjornalismo. Em 1984/85 foi assessor de imprensa do governador paulista Franco Montoro na campanha das Diretas Já. Em Brasília, assessorou o então ministro Roberto Gusmão, da Industria e Comércio, nos primeiros meses do governo José Sarney. Foi ainda assessor de imprensa do prefeito Jacó Bittar, em Campinas.

Por 45 edições, entre setembro 2018 e julho 2019, escreveu para Jornalistas&Cia a coluna semanal A revista revisitada, sobre o destino nada cor de rosa das chamadas “semanais de informação”

O filho Guilherme enviou a este portal um resumo da carreira do pai:

“Com longa trajetória no jornalismo, grande parte em redações, Tão Gomes Pinto − nascido Sebastião Rubens Gomes Pinto, em 27 de fevereiro de 1939 − foi um dos jornalistas de destaque de sua geração.

Filho da pintora Wega Nery (1912-2007), Tão formou-se em Direito pela Faculdade do Largo São Francisco (USP), numa época em que não havia curso específico de Jornalismo. Iniciou a carreira em 1963, nas páginas esportivas da sucursal paulista da Última Hora, jornal de Samuel Wainer. No mesmo ano transferiu-se para a equipe inicial do Notícias Populares, de Herbert Levy. Em 1966, sob a liderança de Mino Carta, foi contratado para fazer parte da Edição de Esportes, projeto inovador do Grupo Estado que viria a se transformar no Jornal da Tarde, do qual acabou sendo um dos fundadores. Nesse mesmo ano ganhou um Prêmio Esso de Trabalho Esportivo com a reportagem Interior, futebol por dentro, em parceria com Hamilton Almeida Filho.

Ainda ao lado de Mino Carta, foi um dos membros da equipe que fundou a revista Veja, da Editora Abril, em 1968. Posteriormente, fez parte do grupo que, ao lado de Domingo Alzugaray, Mino Carta, Fernando Sandoval e Armando Salem, fundou a revista IstoÉ. Em agosto de 1979, também participou da criação do Jornal da República, dos mesmos donos de IstoÉ, que circulou pelo curto período de cinco meses. Em IstoÉ, Tão chegou ao posto de diretor de Redação em sua segunda passagem, em 1993. Depois disso, em 1996, assumiu o cargo de diretor editorial da então revista Manchete, representando o veículo no júri do Troféu Imprensa de melhores da TV. Foi também diretor de Redação da revista Imprensa nos anos 2000. Em 2014, assumiu o cargo de ouvidor adjunto da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).

Nos períodos em que não esteve em alguma redação, atuou ligado à comunicação. Foi assessor de imprensa do ex-governador Franco Montoro, no período da eleição de Tancredo Neves à Presidência da República. Também atuou como assessor do ex-ministro Roberto Gusmão, da Indústria e Comércio, e do ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar.

Foi também colunista de diversas publicações como Folha de S.Paulo, Portal 247 e revista Imprensa, entre outras.

Como escritor, Tão é autor dos livros O elefante é um animal político, a biografia Ele, do ex-governador Paulo Maluf, e Itaipu, sobre a história da construção da usina hidrelétrica binacional.”

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