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sexta-feira, abril 26, 2024

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Morre Marco de Bari, repórter fotográfico de Quatro Rodas

Marco de Bari

Após três dias internado em estado grave, morre o fotógrafo de Quatro Rodas Marco de Bari

 

 

Foi confirmada na manhã desta sexta-feira (8/7) a morte do editor de Fotografia da revista Quatro Rodas Marco de Bari. Um dos mais respeitados e queridos profissionais da imprensa automotiva, ele estava internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo, desde a manhã de 5/7, quando foi atingido na cabeça por uma estrutura metálica que desabou durante sessão de fotos em um estúdio na capital paulista.

Ao lado dele estava seu sobrinho Flávio Bari, que escapou ileso, e o assistente Daniel Guedes, que sofreu esmagamento em uma das pernas – amputada – e teve a outra bastante machucada, além de também ter sido atingido na cabeça.

Devido à gravidade do estado de Marco, que sofreu afundamento craniano, sua remoção foi realizada pelo helicóptero Águia da Polícia Militar para o Hospital das Clínicas, mesmo local para onde foi encaminhado Daniel. O acidente ocorreu às 10h34 em um tradicional estúdio da Zona Oeste da capital paulista, o Casa Vaticano, também conhecido como Estúdio Burti, que há anos é usado pela Quatro Rodas para fotos.

A revista fazia ali ao menos dois ensaios por edição com automóveis clássicos, além de produzir imagens para matérias especiais, como o quadro Longa Duração. Segundo relatos, os profissionais fariam naquele dia uma sessão de fotos com um Mitsubishi Eclipse. O carro já havia sido limpo e os equipamentos preparados quando parte da estrutura que segurava o refletor se soltou, atingindo Marco e Daniel. O local fica próximo da sede da JAC Motors, na av. Mofarrej.

“Estava trabalhando quando um funcionário contou que estava difícil chegar porque havia um helicóptero parado na rua para socorrer uma vítima de um acidente”, lembra o diretor de Comunicação da JAC Eduardo Pincigher. “Como sabia que a Quatro Rodas costumava utilizar com frequência o local – eu mesmo já havia encontrado por acaso o Marco almoçando ali pela região algumas vezes –, procurei saber do que se tratava, quando me informaram que ele estava entre os feridos. Foi sem dúvida um choque, pela qualidade profissional e pela pessoa que era o Bari. Dizem que toda unanimidade é burra, mas no caso dele isso não era verdade”.

Coincidentemente, os dois chegaram a trabalhar juntos por quatro anos, no período em que Pincigher foi repórter de Quatro Rodas. Confirmados os envolvidos, uma série de postagens e comentários foi surgindo ao longo do dia, com colegas atrás de informações sobre o estado de saúde dos profissionais.

A primeira versão oficial veio no final da tarde, quando a Editora Abril divulgou um comunicado confirmando o ocorrido, garantindo suporte às vítimas e suas famílias, mas sem detalhes sobre o estado de saúde de ambos. A partir de então passaram a circular diversas informações desencontradas, inclusive a da morte de Bari na madrugada de quinta-feira, desmentida na manhã seguinte. Mas o fotógrafo não resistiu aos ferimentos e acabou falecendo.

Em comunicado, o Grupo Abril informou que está prestando toda a assistência às famílias, e destacou que, além de amigos e familiares, Bari “deixa também um legado com a sua obra e uma imensa saudade em todos os que tiveram o prazer de conviver com ele”.

Trajetória – Mais antigo profissional em atividade na Quatro Rodas, Marco começou a carreira aos 16 anos, fotografando em jornais de bairro. Sua primeira grande oportunidade na revista automotiva da Abril surgiu em 1989.

Ele mesmo lembrou do episódio em entrevista para o quadro De JAC por aí, que foi à rede em janeiro de 2015: “Eu estava sozinho na redação quando perguntaram: ‘Cadê o Shirata?’, não está, ‘cadê o Larangeira?’, também não está [N. da R.: Milton Shirata e Claudio Larangeira, fotógrafos da Quatro Rodas]. ‘Nossa, tem um carro que saiu aí na porta, a gente tem só cinco minutos, tem que fazer uma foto e é capa, você faz?’. Eu disse que fazia. Aí emplaquei minha primeira capa”.

Essa foi apenas a primeira de suas mais de 150 capas. Entre seus trabalhos mais marcantes estão fotografias do tricampeão Ayrton Senna nos últimos anos de vida, além de ter viajado por mais de 150 países fotografando automóveis.

Era sem dúvida um dos mais respeitados e competentes fotógrafos do segmento automotivo, e esteve inclusive entre os finalistas da pesquisa dos +Admirados da Imprensa Automotiva, promovida em 2015 por J&Cia Auto.

Nos últimos anos habituou-se a formar novos profissionais, que começaram como seus assistentes e que hoje se espalham pelo mercado. Entre eles, inclusive, está o criador e editor do Flatout Juliano Barata.

O mais recente era Daniel, que há poucos meses havia entrado em contato com Marco pedindo uma oportunidade para trabalhar e aprender com ele. “Eu gosto de gente nova. Eu apoio gente nova. Abro meu trabalho para assistentes. Eu não escondo o jogo”, afirmou na entrevista para o quadro da fabricante chinesa.

Casado com a também jornalista Juliana Linhares, editora da Veja, deixa a filha Nicolle, a mãe Rosa, e os irmãos Fernanda, José e Sérgio.  Ainda sem uma posição oficial sobre o estado de saúde de Daniel Guedes, a Editora Abril informou que ele foi transferido na noite de quarta-feira para o Hospital Samaritano, onde segue em recuperação.

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