Em 2 de junho de 2002, o repórter investigativo da Globo Tim Lopes foi sequestrado, torturado e executado por traficantes no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, enquanto fazia uma reportagem local. Nesta quinta-feira (2/6), o caso completa 20 anos. Diversos eventos serão realizados por organizações defensoras do jornalismo em nome da memória e legado de Tim Lopes.

Às 10h, será realizada uma cerimônia religiosa em homenagem ao jornalista, no Santuário Cristo Redentor, situado na estrada para o Corcovado. A liturgia será lida pelo padre Omar, reitor do templo, e celebrada em conjunto com frei Davi.

Mais tarde, às 16h, ocorrerá um ato pela memória de Tim no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro (rua Araújo Porto Alegre, 71 – 9º andar), com participação de entidades como Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Ainda nesse 2 de junho, o quadro Conteúdo sem fronteiras, que faz parte do podcast Jornalismo sem trégua, do Programa Tim Lopes da Abraji, divulgará um episódio especial sobre o legado dele, com participação de Bruno Quintella, filho do jornalista, e Alexandre Medeiros.

Vale lembrar que o Programa Tim Lopes, criado em 2017, tem o objetivo de acompanhar casos de assassinatos de jornalistas brasileiros no exercício da profissão. A própria criação da Abraji, inclusive, foi influenciada pelo assassinato de Tim Lopes, em 2002.

Atualmente, o projeto acompanha quatro casos: Jefferson Pureza, morto com três tiros no rosto em janeiro de 2018 na varanda de sua casa, no interior de Goiás; Jairo de Souza, assassinado com dois tiros ao subir a escadaria que dá acesso à Rádio Pérola FM, em junho de 2018, em Bragança, a 220km de Belém; Lourenço (Léo) Veras, executado com 12 tiros em fevereiro de 2020, enquanto jantava com sua família, no município paraguaio de Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com a cidade de Ponta Porã (MS); e Givanildo Oliveira, morto em fevereiro deste ano, em Fortaleza.

Para Marcelo Beraba, membro do Conselho Curador e primeiro presidente da Abraji, “Tim hoje estaria inconformado com a violência que atinge o jornalismo, os jornalistas e as instituições democráticas, e estaria na linha de frente da resistência. Ao mesmo tempo, sei que ele estaria orgulhoso das dezenas de iniciativas criadas ao longo destes 20 anos por jovens repórteres e comunicadores pobres das nossas favelas e periferias. Tim estaria engajado numa dessas iniciativas. (…) Que a lembrança dele nos remeta sempre para a força e o compromisso do seu jornalismo”.

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