A Polícia Civil do Rio de Janeiro pediu ao Ministério Público uma investigação contra Leandro Demori, do The Intercept Brasil. O motivo foi uma série de denúncias que ele fez sobre uma facção de matadores da Core, a Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais, uma espécie de Bope da Polícia Civil fluminense.

A investigação contra o jornalista já vinha ocorrendo desde junho deste ano, logo após a divulgação do caso. Segundo a apuração de Demori, indícios públicos de abusos dariam conta da participação do grupo em diversas chacinas, como as do Jacarezinho, em maio de 2021, que vitimou perto de 30 pessoas.

“Depois de encontrar (casualmente, claro) dois policiais que disseram se sentir ofendidos com minha denúncia (por acaso seus depoimentos são praticamente idênticos), o delegado Pablo Dacosta Sartori agora quer que o MP me mande ao judiciário”, explicou o jornalista. “Nos sonhos de Sartori, eu serei preso, enquanto seus ex-colegas de Core (por acaso Sartori era da Core) seguem fazendo operações que têm chacinas como resultado”.

Vale lembrar que o caso está sendo investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, órgão da Polícia Civil que ganhou notoriedade por outros episódios de perseguição a jornalistas e comunicadores. Dentre seus alvos estiveram recentemente os apresentadores Willam Bonner e Renata Vasconcellos, do Jornal Nacional (TV Globo), e o influenciador digital Felipe Neto.

“A Polícia Civil, em vez de olhar para dentro e punir seus maus policiais, decidiu me investigar. A investigação sobre os policiais só avança graças ao MP, como se percebe. A Polícia Civil segue tentando proteger seus maus policiais, com oitivas às pressas e resultados pífios, que isentam os matadores. Não é para isso que nós, a sociedade, autorizamos que eles, os policiais, usem seu poder”, conclui Leandro.


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