A 77ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, em espanhol), realizada em outubro, denunciou uma série de problemas envolvendo a atividade jornalística nas Américas, incluindo assédio judicial, estigmatização, reclusão, detenções arbitrárias, exílio, hostilidade e violência contra a imprensa, além de nove assassinatos no último semestre. A situação, segundo a entidade, é “sombria”.

A organização menciona também a crescente intervenção por parte de governos no trabalho jornalístico, restrições ao acesso à informação, falta de transparência, radicalização, repressão e problemas de sustentabilidade dos meios de comunicação.

“A sustentabilidade da mídia é aspecto atual e urgente, depois dos graves danos causados pela pandemia Covid-19, cujos confinamentos gerais levaram a picos de audiência sem precedentes, mas, ao mesmo tempo, a uma gravíssima paralisia econômica que afetou anunciantes e leitores semelhantes”, diz o informe da SIP, que destaca iniciativas ao redor do globo que visam a pressionar empresas de tecnologia pela remuneração de conteúdo jornalístico.

Especificamente sobre o Brasil, segundo a SIP, o presidente Jair Bolsonaro insiste em um discurso sistemático contra a imprensa: “Ataques e estigmatização de jornalistas tornaram-se diários, como também acontece na Guatemala e no Equador”.

Marcelo Rech, presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), declarou que “nenhum governo gosta de crítica ou imprensa independente. A diferença entre regimes democráticos e autocráticos está na forma como lidam com a imprensa livre. Os ataques sistemáticos de Jair Bolsonaro e as tentativas de enfraquecer economicamente a mídia indicam que, no Brasil, o governo busca adotar um modelo semelhante aos de Venezuela, Filipinas, Turquia e outros regimes que não convivem bem com a liberdade de imprensa”.

Leia mais sobre as conclusões da SIP (em espanhol).

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