A Folha de S.Paulo recebe até 4/6 inscrições para a quinta edição do Programa de Treinamento em Jornalismo de Ciência e Saúde. Os interessados podem mandar suas fichas de inscrição pelo treinamento.folha.com.br/programadetrainee.
A primeira fase da seleção consistirá em uma prova online. Os mais bem colocados serão selecionados para atividades e uma entrevista na sede do jornal, em São Paulo.
O curso será em período integral e terá duração de cinco semanas, entre julho e agosto. O programa é destinado a profissionais de todas as áreas, não apenas Jornalismo.
Durante um mês, os trainees terão aulas teóricas e exercícios práticos, como acompanhar o dia a dia da Redação e produzir reportagens.
Morreu em Lisboa, em 28/5, aos 91 anos, Miguel Urbano Rodrigues, militante histórico do Partido Comunista Português, que na década de 1950 exilou-se no Brasil por causa do regime fascista em Portugal e aqui foi editorialista de O Estado de S. Paulo (1957 a 1974) e editor internacional da revista Visão (1970 a 1974). Durante esse período, acompanhou ou interveio em eventos marcantes da debilitação do governo fascista em Portugal, especialmente a luta pela independência de Angola. Em 1963, aderiu ao Partido Comunista Português.
Nascido em Moura, Alentejo, em 1925, filho de pai jornalista e escritor, em uma família de agricultores abastados de tradição republicana, viu a implantação da ditadura do Estado Novo. Cursou a Faculdade de Letras de Lisboa. Foi redator do Diário de Notícias (com início em 1949) e chefe de Redação do Diário Ilustrado.
Após o exílio no Brasil, voltou a Portugal depois da Revolução dos Cravos, em 1974, no auge da explosão de entusiasmo popular, incorporando-se na construção do regime democrático, como militante comunista. Foi chefe de Redação do Avante!, diretor do jornal O Diário, presidente da Assembleia Municipal de Moura, deputado da Assembleia da República e ainda deputado nas Assembleias Parlamentares do Conselho da Europa e da União da Europa Ocidental.
Agências e executivos Top 10 Brasil e Top 5 das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul são diplomados e conhecem, entre eles, os campeões de 2017
Em cerimônia realizada na noite de 25/5, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, com a presença de 150 convidados, foram anunciados os campeões regionais e nacionais do Top Mega Brasil, nas categorias Executivos e Agências de Comunicação.
A premiação marcou o encerramento do 20º Congresso Mega Brasil de Comunicação, Inovação e Estratégias Corporativas. Foram diplomados os 70 vencedores (35 agências e 35 executivos) e anunciados os campeões regionais e nacionais das categorias Executivos e Agências de Comunicação.
Para Eduardo Ribeiro, um dos idealizadores da premiação, o sucesso do evento pode ser medido pelo excepcional nível de comparecimento: “Tivemos ali, no jantar, quase 100% dos premiados, mais da metade de fora de São Paulo”.
Mas não foi só o reconhecimento que fez da festa um evento relevante para a atividade, segundo Luiz Rigo, diretor da Maxpress, parceira da Mega Brasil na realização da premiação: “Vemos que executivos e agências fazem do evento um momento singular de confraternização, alegria e networking, o que é excelente para a comunicação corporativa brasileira”.
Uma das coisas boas da premiação é o surgimento de novas lideranças tanto entre os executivos quanto entre as agências, conforme ressalta Marco Rossi, diretor da Mega Brasil e também um dos idealizadores do Top: “Acho que uma das funções do prêmio é essa mesmo, reconhecer quem já está na estrada e também aqueles que estão chegando agora, mas já demonstram talento. É dessa mescla de experiência e juventude que a nossa atividade vai evoluir e se engrandecer”.
Pódio Brasil
Os vencedores do Pódio Brasil nas categorias Executivos e Agências de Comunicação foram:
Executivos
Campeão: Wallace Faria (Grupo Boticário)
2ª colocada: Adriana Lutfi (Mercado Livre)
3ª colocada: Flávia Sekles (Google)
Agências
Campeã: In Press Porter Novelli
2ª colocada: CDN
3ª colocada: FSB
Vale registrar que o campeão da categoria Executivos, Wallace Faria, havia sido o segundo colocado em 2016 e que Flávia Sekles ficou no mesmo 3º lugar do ano anterior. Adriana Lutfi figurou pela primeira vez entre os Top 10 Brasil e foi ao pódio como vice-campeã.
A In Press Porter Novelli, que havia sido vice-campeã nas duas primeiras edições do certame, em 2015 e 2016, ocupou a primeira posição este ano, exatamente no lugar da CDN, que havia sido bicampeã em 2015 e 2016 e este ano ficou no 2º lugar. A FSB estreou no pódio, ocupando a terceira colocação, que nos dois anos anteriores havia sido ocupada pela Edelman Significa.
Executivo: Daniela Kraemer (General Motors do Brasil)
Parceria de Mega Brasil e Maxpress, o Top Mega Brasil foi criado para celebrar as feras da comunicação corporativa do País, razão pela qual tem como símbolo a onça pintada. O prêmio é realizado por meio de eleições diretas em dois turnos de votação, abrangendo um colégio eleitoral da ordem de 52 mil profissionais, entre jornalistas e executivos de comunicação e áreas afins.
Objetivo é oferecer uma leitura mais organizada, leve e prazerosa em qualquer plataforma
Novo visual do Jornalistas&Cia
Jornalistas&Cia está de cara nova e espírito renovado. Fez uma aposta num visual leve e moderno, numa segmentação geográfica melhor organizada, em mais elementos visuais (fotos e ilustrações), numa tipologia mais agradável aos olhos e adotou o consagrado formato revista (21 x 28 cm) para agilizar e tornar mais prática a leitura de suas notas.
“Ele continua um veículo que tem como base a plataforma impressa, gerado em pdf, mas ganha um toque de modernidade que o torna mais amigável e contemporâneo, sem perder a essência”, diz Eduardo Ribeiro, diretor da newsletter. Segundo ele, “muitos leitores já vinham sugerindo mudanças, mas decidimos esperar o momento oportuno para isso. Começamos a estudar as mudanças em fevereiro, sob a orientação do designerNélson Graubart, da OnArt, e pelas mãos do mesmo Paulo Sant’Ana que está na estrada, ao nosso lado, desde a primeira edição. Em verdade, desde as edições zero, lançadas em setembro de 1995”.
Para o editor executivo Wilson Baroncelli, o pdf ainda é o suporte ideal para o tipo de conteúdo que J&Cia veicula, pois permite uma visão do todo: “Afinal, temos a média de cem notas por edição. Embora não seja totalmente compatível com o mobile, as mudanças facilitarão muito a leitura nessa plataforma”.
Eduardo lembra que os estudos foram apresentados a profissionais de várias gerações para críticas e sugestões: “Testamos as mudanças antes de nos decidirmos por elas. Adotamos o que foi consensual e usamos os vários feedbacks para fazer ajustes no projeto”.
Nesses quase 22 anos de história, J&Cia passou, segundo Ribeiro, por ajustes pontuais, acompanhando basicamente as demandas do conteúdo: “Novas seções, blocagem horizontal das colunas para propiciar leitura na tela do computador sem subir e descer o cursor, ilustrações e fotos e coisas do gênero. As ‘transgressões’ ficaram sempre reservadas para as edições especiais, quando, aí sim, usávamos e abusávamos de cores, vinhetas, molduras, efeitos especiais para chegar a uma edição diferenciada. Creio que nossa maior aposta tenha sido a da edição de aniversário de 21 anos, com o uso de quadrinhos para contar a nossa história. Foi marcante. Desde então nos preparamos para a mudança que agora apresentamos ao mercado com a presente edição”.
Com a palavra, os artistas
Dois profissionais que fazem parte da história de J&Cia, um que o diagrama desde a edição zero – Paulo Sant’Ana ([email protected]) – e outro que o acompanha e nos aconselha desde o princípio – Nelson Graubart ([email protected]). Eles estudaram e propuseram as mudanças que chegam agora com este novo projeto gráfico da newsletter.
Graubart, designer da escola de Alexandre Vollner, um dos principais nomes do moderno design brasileiro, e que trabalhou para grandes organizações como Villares e Grupo Abril, entre outros, foi o responsável pela concepção do novo projeto. Diz ele sobre o trabalho:
“Apesar de ser uma publicação distribuída digitalmente, Jornalistas&Cia é diagramado como uma publicação impressa. Convidados a ‘revitalizar’ o seu projeto gráfico, já tínhamos uma percepção daquilo que deveria ser trabalhado, mas mesmo assim fizemos uma pequena pesquisa junto a alguns leitores para identificar outras leituras.
A primeira intervenção que propusemos foi a valorização do logotipo. Agora, redesenhado e no topo da primeira página, com uma variação da mesma fonte dos títulos, ganhou cor e importância.
Na mancha editorial, fomos em busca de maior leveza visual, respiro e fluência na leitura, utilizando uma fonte leve e entrelinhas maiores. Em algumas situações, sem alinhamento à direita, reduzindo muito a hifenização de palavras.
Como o fechamento de cada edição se dá sempre em prazo muito curto, a diagramação deve ser simples e de fácil adequação às notícias e notas de última hora. Mantivemos as soluções de duas e quatro colunas e criamos a situação de três colunas, possibilitando a hierarquização das notícias.
Adotamos o uso de tarjas laterais e cores para identificar as regiões geográficas e pretendemos, aos poucos, crescer o número de fotos e imagens em cada edição.”
Sant’Ana, autor do projeto gráfico original e executor do atual, tem há anos seu próprio estúdio e faz seu trabalho no J&Cia quase que por música, tal a afinidade e afinação com o projeto e a equipe. Sobre o novo ciclo, que começa a viver, diz: “Todas as mudanças foram feitas pensando em ajudar o leitor. E também, obviamente, em conseguir equilíbrio entre a grande massa de informações e o tempo curto para a diagramação e finalização. Mas chegamos a uma fórmula que nos deixou muito felizes e confiantes, com muita coisa nova, a começar pelo formato, passando por cores, tipologia, logomarca, vinhetas de regiões para facilitar a organização e leitura, entre outras. Sou suspeito para falar, pois são quase 22 anos cuidando desta publicação e me orgulho muito por fazer parte desta história”.
Espero que esse novo visual inaugure no mínimo mais 22 anos de sucesso!”
Valor total da premiação subiu; agora serão distribuídos R$ 57 mil líquidos
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) abre nesta quinta-feira (1º/6), em que se celebra o Dia da Imprensa, as inscrições para o Prêmio Abear de Jornalismo 2017. Em sua quinta edição, a iniciativa chega com novidades. Entre elas a criação da categoria Fotojornalismo e o aumento no valor distribuído, para R$ 57 mil líquidos.
O concurso tem como objetivo estimular, reconhecer e valorizar matérias jornalísticas que focalizem a aviação e que possibilitem, direta ou indiretamente, maior conhecimento sobre a aviação civil comercial nacional, contribuindo para o desenvolvimento do setor e também estimulando o hábito de voar.
Podem concorrer reportagens publicadas entre 21 de setembro de 2016 e 20 de setembro de 2017. Já a categoria Fotojornalismo, criada para celebrar os cinco anos do concurso e da própria Abear, premiará cinco trabalhos de destaque veiculados a partir de 21 de agosto de 2012. As inscrições vão até 22 de setembro.
Os trabalhos podem ser inscritos nas categorias Temáticas (Cargas, Competitividade, Experiência de Voo ou Inovação e Sustentabilidade), em Imprensa Setorizada e no Especial de Fotojornalismo. Além delas, reportagens publicadas em veículos de fora das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, concorrerão ao Prêmio Especial Imprensa Regional.
Outra novidade da edição está no Grande Prêmio Abear, que neste ano será conhecido apenas durante a cerimônia de premiação. Ele será entregue ao trabalho que obtiver maior pontuação dentre os vencedores de uma das categorias Temáticas ou Setorizada.
Valores – Os vencedores das categorias de reportagem receberão R$ 6 mil; o trabalho que receber o Grande Prêmio acumulará mais R$ 6 mil, faturando um total de R$ 12 mil. Para o Especial de Fotojornalismo serão entregues cinco prêmios de R$ 3 mil, sem distinção de posição entre os ganhadores.
+ Premiados – Lembrando que a iniciativa integra a base de dados do Ranking dos +Premiados da Imprensa. Os vencedores das categorias regionais, temáticas e Grande Prêmio somarão, respectivamente, 15, 25 e 55 pontos na próxima edição do levantamento.
27/01/2015 - PREMIO EMPREENDEDOR SUSTENTAVEL 2015 - FOTO: FELIPE GABRIEL
O portal de notícias 1 Papo Reto, especializado em negócios e sustentabilidade, está lançando o Prêmio Empreendedor Sustentável 2017. Diferentemente da primeira edição (realizada em 2015 com um total de 50 empreendedores, do Brasil e do exterior), agora serão enfocadas apenas 40 iniciativas.
Segundo o publisherRosenildo Ferreira, a redução se deve a questões operacionais e à adequação da estrutura da equipe à realidade do mercado. “O principal objetivo do prêmio é divulgar o trabalho de empresários, ativistas e pessoas comuns que em vez de reclamar decidiram arregaçar as mangas e tentar mudar a realidade que os cerca”, conta ele.
A primeira edição do prêmio, bienal, contou com patrocínio master da Samsung e suporte do Instituto GVT e da Vai Voando. Os recursos captados na modalidade de marketing ligado à causa serviram para bancar a produção do evento de premiação e a impressão do livro Histórias Inspiradoras.
O Esporte Interativo anunciou nesta quarta-feira (31/5) a mudança dos nomes dos canais EI Maxx a partir de 1º de julho. A informação foi confirmada em primeira mão por Thell de Castro e Gabriel Vaquer, no TV História.
Segundo a publicação, nesta semana a Turner avisou a associação das operadoras de tevê paga. Pela nova definição, os canais passarão a se chamar apenas Esporte Interativo e Esporte Interativo 2, enquanto o sinal aberto da emissora na parabólica será chamado de Esporte Interativo BR.
Havia a possibilidade de que a emissora adotasse os nomes TNT Esportes ou Turner Sports, por causa do grupo de mídia que o controla, mas ela foi refutada uma vez que a marca é considerada muito forte para ser abandonada ou trocada.
O conteúdo continuará o mesmo: Liga dos Campeões – inclusive a final, neste sábado (3/6) –, os jogos da Copa do Nordeste, Campeonatos Estaduais, Séries C e D do Campeonato Brasileiro e, a partir de 2019, o Brasileirão da Série A, além de lutas, esportes olímpicos, eSports, entre outros.
Da esq. para dir.: Mariana, Amanda, Karilayn e Marianne
Da esq. para dir.: Mariana, Amanda, Karilayn e Marianne
O coletivo De Viagem em Viagem, que reúne blogueiras do Rio de Janeiro, ganhou nas últimas semanas quatro reforços. Passaram a integrar a publicação, em paralelo aos seus projetos pessoais, as jornalistas Mariana Bueno (Mariana Viaja), Karilayn Areias (Kari Desbrava), Amanda Trintim (As viagens de Trintim) e Marianne Rangel (Despachadas). Juntas, elas já promoveram algumas ações, dentre as quais o lançamento de um e-book gratuito com 100 atrações da Cidade Maravilhosa.
“Mesmo antes da faculdade sempre tive a escrita como hobby”, destaca Mariana. “Depois, já formada, comecei a viajar e a cada lugar novo que conhecia fazia um diário de bordo para ter como lembrança. Eventualmente enviava a amigos que me perdiam dicas de algum destino. Até que percebi que seria legal ter um espaço para escrever sobre esse assunto de que eu tanto gosto e, assim, divulgar os meus textos e contar minhas histórias para mais pessoas”.
“Mesmo com um emprego fixo sentia falta de escrever sobre temas mais leves”, explica Karilayn. “Como sempre fui apaixonada pelo Rio de Janeiro e sempre gostei de viajar, surgiu a ideia de partilhar meus conhecimentos sobre isso. E o feedback é incrível. É muito legal comprovar que um texto postado no blog inspirou pessoas a saírem da sua zona de conforto para desbravar lugares”.
“Criei o blog antes de um intercâmbio social no Peru”, relembra Amanda. “Queria compartilhar minha viagem com amigos e familiares e achei que uma plataforma online facilitaria a comunicação. Na época, eu cursava outra graduação. Foi após o intercâmbio que descobri, escrevendo no blog, uma paixão por informar que meses depois me fez ingressar em Jornalismo. Tenho certeza de que a experiência me acrescenta como pessoa e profissional”.
“Como sou jornalista e amo escrever, criei o blog para compartilhar minhas experiências de viagem, só como um hobby, pois tinha um ótimo emprego na minha área”, diz Marianne. “Mas a paixão por escrever e planejar viagens falou mais alto e em 2015 larguei tudo para trabalhar com o que eu amo! Reformulei o site, a marca e hoje trabalho exclusivamente escrevendo no blog e fazendo roteiros personalizados de viagem”.
Ex-senador e atual presidente do PMDB-AP Gilvam Borges - Crédito: SelesNafes.com
Ex-senador e atual presidente do PMDB-AP Gilvam Borges – Crédito: SelesNafes.com
* Do J&Cia Norte
“Ao processar apenas um jornalista e deixar de lado outros veículos que deram a mesma notícia, o ex-senador Gilvam Borges (PMDB) demonstra que tem outros objetivos”, afirma o repórter Júlio Miragaia em nota no portal Seles Nafes.com.
O ex-senador, e atual presidente do PMDB-AP, anunciou em 23/5 que vai processar o jornalista Seles Nafes pela publicação da matéria PMDB do Amapá recebeu propina, diz diretor da JBS, veiculada um dia antes no portal. Em nota, Borges disse que considera a matéria maldosa e capciosa e sugere que ela foi produzida a mando dos que “já respondem processos e que verdadeiramente estão na lista dos delatores da JBS”.
Segundo Miragaia, o material publicado saiu dos vídeos dos delatores da JBS e do trabalho de apuração e comparação dos fatos. “A imprensa não pode ser território onde predominem interesses não públicos”, disse.
O jornalista Lucas Ferraz, que revelou o caso do aeroporto de Cláudio, descreve a campanha mentirosa contra a reportagem; grampos do processo contra Aécio Neves no STF mostram que o local continua sob o controle do político
Os lances da derrocada de Aécio Neves trouxeram lateralmente informação que confirma, mais uma vez, uma das acusações mais danosas à imagem do político até que o furacão da Lava Jato começasse a abraçá-lo, no ano passado. Trata-se da construção do aeródromo de Cláudio, no interior mineiro, dentro das terras de um tio e que era controlado pela família do tucano. Como se viu nos autos do processo que o afastou do Senado, Aécio continuou a desfrutar privadamente da pista de pouso.
Por muito tempo, contudo, essas acusações foram utilizadas por seu grupo político e simpatizantes para atacar o jornalismo que o revelou. Mesmo entre jornalistas, a versão do tucano – de que não houve ilegalidade na obra, uso privado ou que ela tenha beneficiado sua família – ganhou muito mais do que voz. Uma pena, pois foram muitos os que desprezaram os princípios do ofício para se dedicar à propaganda política.
Sou o autor da reportagem publicada na Folha de S. Paulo em julho de 2014, no início da disputa eleitoral, que revelou o uso particular da pista, as chaves sob o controle da família de Aécio, além de outras irregularidades que seriam igualmente documentadas: a pista nunca fora inaugurada e funcionava havia quatro anos sem a homologação da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), o que é ilegal. A obra beneficiava financeiramente o tio, dono do terreno desapropriado, além de equipar as fazendas da família Neves-Tolentino ao redor da pista de invejável estrutura que custou R$ 14 milhões aos cofres do estado.
As provas foram coletadas por mim, numa viagem inesquecível a Cláudio, além de todo o emaranhado disponível em documentos públicos da Justiça e do governo. O uso privado do aeroporto fora confirmado pelo chefe de gabinete da prefeitura e pelo próprio primo de Aécio que tinha a chave (outro primo, não o que se encontra preso atualmente): “Para todos os efeitos, o aeroporto ainda é nosso”.
Aécio Neves e o Aeroporto de Cláudio
Seguiu-se à publicação da reportagem uma intensa – e em alguns momentos perversa – campanha contra os fatos relatados e documentados que não se restringiu à política. O trabalho jornalístico nunca sofreu reparos judiciais ou editoriais, mas isso não bastou para que eu fosse caluniado até por colegas de profissão. Durante a fratricida campanha eleitoral e até depois, foram muitos os ditos jornalistas que endossaram a fantástica estratégia de blindagem de Aécio Neves.
Quanto aos fatos apresentados nas reportagens, o político utilizava o mesmo cinismo agora empregado para tentar responder às condutas e ações nas quais foi flagrado.
Sobre o benefício à família com a construção do aeródromo, ele dizia: “Pelo contrário, meu tio foi prejudicado!”. Quanto à necessidade da obra, já que a menos de 50 km de Cláudio está a cidade de Divinópolis, que conta com aeroporto de estrutura superior, ele justificava a construção alegando que a pista beneficiou centenas de empresários locais. Cascata, como se viu.
Adepto antigo do pós-verdade, Aécio Neves passou a campanha eleitoral se referindo ao episódio como um “equívoco” cometido por um “jornal paulista”. Até o ex-ministro do STF Carlos Ayres Britto entrou no jogo: contratado por R$ 56 mil pela campanha do tucano, ele elaborou um parecer – sem nunca ter pisado em Cláudio – atestando a total legalidade da obra.
O PT, que pediu investigação por improbidade administrativa, também cometeria as suas barbaridades em nome do jogo político. Numa propaganda de Dilma Rousseff, o partido escalou uma ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais para acusar Aécio Neves de censura. Ela disse que o episódio do aeroporto era conhecido há tempos pelos jornalistas mineiros. Era outra mentira: sabia-se, sim, que o governo mineiro havia construído um aeródromo em Cláudio, mas as informações de que ele fora feito nas terras de um parente de Aécio e que seu uso era privado e irregular só seriam conhecidas nas reportagens que publiquei.
Passado o furor eleitoral, o Ministério Público de Minas Gerais concluiu pela segunda vez a investigação sobre a construção da pista. Como era esperado, os promotores mineiros não viram nenhuma irregularidade. Era mais uma investigação conveniente ao grupo político de Aécio: a Promotoria não levou em consideração nenhuma das provas apresentadas na reportagem.
O arquivamento do caso serviu para alimentar ainda mais a campanha caluniosa. Em agosto de 2015, a Veja publicou texto intitulado “Pista livre de problemas”, no qual isentava Aécio de qualquer responsabilidade: “Ou seja, nenhuma das acusações parou de pé”. A IstoÉ foi na mesma linha, titulando sua matéria de “Caso encerrado” e ressaltando que os promotores não viram favorecimento à família do político.
Até a Folha, que publicou a reportagem, abriu nobre espaço para artigo do presidente do PSDB de Minas, escrito a pedido de Aécio, e sequer mencionou que a reportagem publicada por ela meses antes estava correta. O aliado do tucano chamava a história de “ficção” e cobrava reparação ao político pelas “inverdades”. A meu pedido, publiquei resposta na Folha rebatendo os absurdos. Foi a última vez que tratei do caso.
Mas eis que nos autos do processo em trâmite no Supremo Tribunal Federal que levou ao afastamento de Aécio do Senado e à prisão de sua irmã e estrategista política, Andrea Neves, e de um primo, consta uma conversa que confirma quase três anos depois um dos pontos centrais da reportagem: o político, cuja fazenda está a cinco minutos de carro do aeródromo, ainda hoje tem o controle do local.
Num diálogo interceptado pela Polícia Federal em abril deste ano, Frederico Pacheco de Medeiros, o primo de Aécio preso por receber parte do dinheiro combinado pelo político com a JBS, diz a uma pessoa não identificada que a chave do aeródromo estaria com um segurança de Aécio. “Se o Duda tá descendo no avião alguém vai abrir o portão pra ele ou não?”, pergunta o interlocutor não identificado. “Sim, já deve ter aberto… ele já deve ter saído e já deve ter fechado”, responde Fred. “E quem que é essa bênção de pessoa?, continua o interlocutor. “Deve ser o segurança do Aécio”, diz Fred. “Ah, ele tem a chave?”, insiste o interlocutor. “Deve ter… tô imaginando na condição de alguém for lá abri-lo… Eu não sei nem se vai, mas deve… Passa lá na porta”, conclui Fred.
O Ministério Público de Minas informou que, diante das novas evidências, vai analisar se abre uma nova investigação. Seria a terceira.
Outra irregularidade relatada na reportagem, o benefício financeiro da construção à família de Aécio Neves ficará evidente daqui a alguns meses. Arrasta-se há quase dez anos na Justiça o processo de desapropriação da área. O processo deixa claro como o negócio beneficia a família Neves-Tolentino.
Em 1983, quando Tancredo Neves era o governador de Minas, o Estado construiu uma pista de pouso no mesmo terreno de Múcio Tolentino (irmão da mulher de Tancredo, Risoleta, e tio-avô de Aécio), que à época era também prefeito de Cláudio. Feita com dinheiro público, a pista nunca seria transferida para o município: tornou-se propriedade da família.
Uma ação civil pública dos anos 2000 bloqueou a área até que Múcio devolvesse aos cofres do município o valor corrigido da antiga pista (R$ 250 mil). Mas em 2008, 25 anos depois da pista ser construída, o governo do sobrinho novamente desapropriou o terreno e fez um depósito na Justiça no valor de R$ 1 milhão, referente à indenização que o tio receberia pelo terreno transferido ao Estado. Seria um ganho de pelo menos R$ 750 mil se o valor de R$ 1 milhão fosse mantido, mas Múcio o questiona na Justiça. Pede pelo menos R$ 6 milhões. Ainda não se sabe quando e como o processo será concluído, mas ele se encontra na fase das alegações finais.
Depois de muita lorota e tantas tintas gastas para tentar sustentar uma fraude política, o jornalismo, por fim, venceu.