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sábado, junho 21, 2025

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+Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira divulga vencedores

Foram definidos os profissionais e veículos finalistas do Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira

O prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira divulgou em edição especial nessa terça-feira (24/9) os vencedores de sua segunda edição. Foram 26 profissionais estreantes entre os TOP 50 +Admirados Jornalistas do Ano na eleição promovida por este Jornalistas&Cia, em parceria com os sites 1 Papo Reto e Neo Mondo e a Rede JP – Jornalistas Pretos, e que conta com Patrocínio Ouro da Unilever, Patrocínio Bronze de DOW, LATAM e Uber, apoio institucional de GSS e apoio do Itaú Cultural.

Foram também eleitos os +Admirados na categoria Imagem/Vídeo e as publicações vencedoras das categorias Veículo Liderado por Jornalistas Negros e Negras e Veículo Geral. Como já divulgado, o Troféu Luiz Gama – Decana e Decano do Jornalismo vai para Valdice Gomes e Dennis de Oliveira, o Troféu Glória Maria – Personalidade do Ano, para o jogador de futebol Vini Jr., da Seleção Brasileira e do Real Madrid, e a comissão organizadora dos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira anunciou a jornalista acreana Hellen Lirtêz como vencedora do Troféu Tim Lopes – Revelação do Ano.

Na cerimônia de premiação, marcada para 11 de novembro, no Itaú Cultural, em São Paulo, serão conhecidos os TOP 10 +Admirados Jornalistas, os campeões regionais e os das categorias temáticas.

Confira a lista completa dos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira!

Rafael Oliveira assina com a CazéTV

Rafael Oliveira assina com a CazéTV

A CazéTV anunciou nessa terça-feira (24/9) a contratação do comentarista esportivo Rafael Oliveira. Ele chega para integrar o time de comentaristas fixos do canal em transmissões esportivas. Sua estreia será já nesta quarta-feira (25/9), às 16h, no jogo entre Manchester United e Twente pela Europa League.

O comentarista trabalhou na CazéTV entre junho e julho deste ano, comentando jogos da Eurocopa deste ano, entre seleções europeias de futebol. Agora, passa a fazer parte dos comentaristas do canal de forma fixa. Além de jogos da Europa League, Oliveira deve atuar também em outras transmissões como a da Conference League e dos Campeonatos francês e alemão de futebol.

Oliveira iniciou a carreira no Esporte Interativo, hoje TNT Sports, com apenas 18 anos. Grande conhecedor do futebol europeu e de táticas futebolísticas, trabalhou também na ESPN, canal que deixou em 2019. Em 2020, assinou com a Bandeirantes. Na emissora, comentou jogos dos Campeonatos italiano, alemão e saudita de futebol, Série B do Campeonato Brasileiro, Mundial de Clubes e Copa Africana de Nações. Comentou também a Copa do Mundo de 2022 na Rádio Bandeirantes. Deixou o Grupo Bandeirantes em setembro deste ano.

Atualmente, além do trabalho na CazéTV, comenta jogos da Copa do Brasil no Amazon Prime. E fala sobre futebol e táticas em seu canal no YouTube, com quase 200 mil inscritos.

Grupo RBS anuncia nova formação de Conselho Editorial

O Grupo RBS anunciou nessa terça-feira (24/9) a nova formação de seu Conselho Editorial, com a inclusão de seis membros. Eles se juntam aos outros seis integrantes que atuam no Conselho desde 2022.

Os novos membros são Raquel Recuero, professora e pesquisadora; Pedro Dória, jornalista, escritor e palestrante; Ellen Appel, gerente-executiva da RBS TV; Nilson Vargas, gerente-executivo de Jornalismo de Zero Hora, Diário Gaúcho, Pioneiro, GZH e  Gaúcha; Rodrigo Müzell, gerente-executivo de Jornalismo Digital do Grupo RBS; e Tiago Cirqueira, gerente-executivo de Esportes do Grupo RBS.

Os seis se unem a Nelson Sirotsky, publisher e presidente do Conselho de Gestão da RBS; Anik Suzuki, Fundadora e CEO da consultoria ANK Reputation; Claudio Toigo, CEO do Grupo RBS; José Galló, fundador da Quartz Investimentos; Marcelo Rech, colunista de Zero Hora e presidente-executivo da Associação Nacional de Jornais; e Marta Gleich, diretora-executiva de Jornalismo e Esporte e secretária do Conselho Editorial da RBS.
O novo ciclo do conselho também marca a despedida de colaboradores que encerraram suas participações em agosto. São eles Débora Pradella, gerente-executiva de produto e experiência digital em GZH; Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento e professor da PUC-RS; Ricardo Gandour, professor de jornalismo na ESPM e membro do Conselho Consultivo do Instituto Palavra Aberta; e Rodrigo Lopes, colunista da RBS.

Primeiro turno dos +Admirados da Imprensa de Economia termina na quinta (26/9)

Primeiro turno dos +Admirados da Imprensa de Economia termina nesta quinta (26/9)

Encerra-se nesta quinta-feira (26/9) a votação do primeiro turno da nona edição do prêmio +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças, eleição também promovida por este Jornalistas&Cia. Neste primeiro turno, os eleitores podem indicar até cinco profissionais e veículos em cada categoria.

Para votar, basta acessar o link da votação, preencher um breve cadastro e fazer até cinco livres indicações por categoria. Os finalistas serão conhecidos em 1º de outubro. A cerimônia de premiação está marcada para 25 de novembro, no hotel Renaissance, em São Paulo.

O prêmio +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças 2024 tem oferecimento de BTG Pactual e Federação Brasileira de Bancos (Febraban); patrocínio de Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), Confederação Nacional de Seguros (CNSeg), Deloitte, Gerdau, Grupo Nexcom e Vivo; apoio de LATAM, Portal dos Jornalistas e Press Manager; e apoio institucional do IBRI. Mais informações com Vinicius Ribeiro (vinicius@jornalistasecia.com.br).

Vote agora no primeiro turno!

Preciosidades do acervo Assis Ângelo: Licenciosidade na cultura popular (LXXVIII)

Aldous Huxley

Por Assis Ângelo

É certo que Ariano Suassuna inspirou-se nos cavaleiros medievais para desenvolver muitas das suas tramas. Estudou, estudou e virou povo.

Tudo o que Ariano Suassuna escreveu tem o dedo do povo, a presença do povo. Porradas e sofrimentos, alegrias e tristezas. E sonhos. Nada de sadismo ou masoquismo, apenas vontade de viver brincando.

Assim como Ariano, foi François Rabelais (1494-1553).

Tudo o que Rabelais escreveu foi baseado nos contos e lendas do povo. Está tudo em Gargântua e Pantagruel, obras que se completam.

Também no poço insecável da cultura popular bebeu o imortal Shakespeare, para nosso deleite.

Falar desse autor de tantas obras-primas nunca é demais.

O inglês Aldous Huxley (1894-1963) tinha nele um mestre, como o nosso Machado de Assis. No romance futurista Admirável Mundo Novo (1932), Huxley inspirou-se, é certo, em Shakespeare.

Aldous Huxley

Nesse livro, o autor de Hamlet e Otelo está de modo muito forte presente. Até no título do seu famoso livro Huxley se inspirou em Shakespeare, tirando-o de A Tempestade, publicado originalmente em 1510/11:

 

(Abre-se a porta da cela, deixando ver Ferdinando e Miranda, que jogam xadrez)

MIRANDA − Estais usando de esperteza, príncipe.

FERDINANDO − Não, querida; por nada neste mundo poderia fazê-lo.

MIRANDA − Sim, por um par de reinos poderíeis altercar, e eu vos juro que chamara a isso jogo correto.

ALONSO − Se tudo isto for outra vez uma ilusão desta ilha, duas vezes perdi meu caro filho.

SEBASTIÃO – Oh! Milagre estupendo!

FERDINANDO − Muito embora ameacem sempre, os mares são piedosos. Amaldiçoei-os sem razão para isso. (Ajoelha-se em frente de Alonso.)

ALONSO − Que te envolvam as bênçãos incontáveis de um venturoso pai. Alça-te e dize como aqui vieste ter.

MIRANDA − Oh! Que milagre! Que soberbas criaturas aqui vieram! Como os homens são belos! Admirável mundo novo…

 

A tempestade do título da peça é provocada pelo mago Próspero, um conde que foi traído pelo rei Alonso. Numa manobra sacana, Alonso faz Próspero confinar-se numa ilha distante de tudo. Para essa ilha foi também a filha de Próspero, Miranda. O exílio dura 12 anos e a filha de Próspero acaba se apaixonando por um cara chamado Ferdinando. E a história segue.

Idílio, amor, traições estão presentes em quase tudo o que Shakespeare escreveu.

Amor e paixão na obra shakespeariana marcam mesmo quando abordados de forma leve, tranquila, insinuantemente. Exemplo é a peça Muito Barulho por Nada, que entre nós virou ditado popular.

Essa história tem lá seu lado engraçado, picante e tal. Um dos personagens ama uma jovem, mas não tem coragem para dela se aproximar. Pede então ajuda a um amigo príncipe pra servir de elo entre ambos. Lá pras tantas a cobiçada jovem é acusada de dar pra Deus e o mundo. E mais não digo.

E o enredo de A Megera Domada, hein?

Nessa peça Shakespeare mistura humor com seriedade, riqueza com pobreza, erudito com o povaréu. O enredo põe em destaque a disputa de dois jovens por uma donzela: Bianca. Mas Bianca não pode se casar antes de sua irmã mais velha, a megera…

Em 1958, Huxley voltou ao tema por ele abordado em 1932. Título: Regresso ao Admirável Mundo Novo.

Nesse novo livro, o autor avalia as previsões que fizera no seu livro de estreia, no qual alertava o mundo para educar os seus cidadãos, da melhor forma possível, para não caírem em ditaduras. Isso, infelizmente, há muito ocorre. São 49 ditaduras ou quase ditaduras espalhadas mundo afora, segundo pesquisa feita pela Freedom House e tornada pública em 2021.

George Orwell

O Admirável Mundo Novo pode ter inspirado George Orwell a escrever 1984, originalmente publicado em 1949. Nos livros desses autores há de tudo, incluindo distopia, cenas de amor, prazer e sexo. Exemplo, em 1984:

 

… A cintura da garota na dobra de seu braço era macia e quente. Ele a puxou, de modo que eles estavam de peito a peito; o corpo dela parecia derreter no dele. Para onde quer que suas mãos se movessem tudo era tão flexível quanto água. Suas bocas se agarravam; era bem diferente dos beijos duros que haviam trocado antes. Quando voltaram a separar seus rostos, os dois suspiravam profundamente. […]

Winston colocou seus lábios contra a orelha dela. “Agora”, ele sussurrou.

“Aqui não”, sussurrou ela de volta. “Vamos voltar para o esconderijo. É mais seguro”.

Rapidamente, com um crepitar ocasional de galhos, eles trilharam seu caminho de volta para a clareira. Uma vez dentro do anel de mudas, ela se virou e o enfrentou. Ambos respiravam rápido, mas o sorriso havia reaparecido nos cantos de sua boca. Ela ficou olhando para ele por um instante, depois abriu o zíper de seu macacão. E, sim!, foi quase como em seu sonho…

 


Foto e Ilustrações de Flor Maria e Anna da Hora

Contatos pelos assisangelo@uol.com.br, http://assisangelo.blogspot.com, 11-3661-4561 e 11-98549-0333

Diário do Comércio lança podcast Mercado&Finanças

Diário do Comércio lança podcast Mercado&Finanças
Crédito: Reprodução/Diário do Comércio MG/Youtube

Com o objetivo de ampliar o propósito de fortalecer a economia mineira e seus atores, o Diário do Comércio lançou o podcast Mercado&Finanças. O primeiro episódio foi ao ar em 16 de setembro.

Segundo Yvan Muls, diretor executivo do DC, “queremos trazer um olhar diferente para finanças, que às vezes é considerado distante, duro, e trazer para uma realidade mais próxima das pessoas, com diálogo, com as conversas com especialistas, CEOs, diretores financeiros sob o aspecto não só de mercado de capitais, de investimento, mas também do olhar da gestão de recursos para as empresas”.

O anfitrião da série é Davi Motta Maciel, o articulista mais jovem do Diário do Comércio, advogado especialista em compliance, direito empresarial e finanças. Ele conduz os podcasts, que têm duração média de 45 minutos, liberados quinzenalmente às segundas-feiras. “O objetivo é que o formato seja rápido, mas sem exageros, com conteúdo leve”, explica.

São vários os canais de distribuição do conteúdo: YouTube, Facebook, Instagram, TikTok, SpotifyDeezer e o portal Diário do Comércio.

Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental: Em destaque a crise climática e a necessidade de uma cobertura comprometida

Mesa "O jornalismo ambiental nos meios digitais" (Crédito: Divulgação/Newslink/Curso de Jornalismo da Unifor)

Por Redação Eco Nordeste*

Um dos tópicos mais marcantes do 8º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental (CBJA) foi a devastação de ecossistemas como o Pantanal, que sofreu perdas significativas em sua vegetação nos últimos anos. O congresso teve início na quinta-feira, 19, prosseguindo até sábado, 21, no Teatro Celina Queiroz, da Universidade de Fortaleza (Unifor), com a marca de ser o primeiro no Nordeste.

Os jornalistas Dal Marcondes, Maristela Crispim, Wagner Borges e Samira de Castro enfatizaram a importância da conexão entre jornalismo, meio ambiente e ciência. O impacto desta destruição para as futuras gerações, foi evidenciado na urgência de uma cobertura que não se restrinja a eventos de tragédia, mas que inclua uma narrativa mais abrangente e inclusiva.

Os participantes do congresso concordaram que é fundamental incorporar as vozes dos povos tradicionais e destacar histórias frequentemente invisibilizadas pela grande mídia. Esta mudança de abordagem é vital para promover uma compreensão mais profunda dos complexos processos ambientais, sociais e econômicos que moldam a realidade do Brasil.

Os desafios enfrentados por jornalistas ambientais também foram amplamente debatidos, incluindo questões de censura e assédio judicial. Casos emblemáticos, como o conflito em Serra Pelada, foram citados para ilustrar como a omissão ou subestimação de conflitos ambientais históricos prejudica a compreensão pública destes problemas. Como destacou Dal Marcondes, “o Brasil está em chamas”, referindo-se não apenas aos incêndios na Amazônia, mas à urgência de uma cobertura jornalística comprometida.

No último dia do CBJA, antes da palestra de encerramento, foi exibido um pequeno vídeo em homenagem aos jornalistas ambientais que abriram caminhos na área e que nos deixaram nos últimos anos.

 

André Trigueiro e o jornalismo ambiental na era dos extremos

No último dia do Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, o jornalista e professor André Trigueiro fez uma reflexão sobre a cobertura ambiental na era dos extremos. Em apresentação que durou pouco mais de uma hora, Trigueiro falou sobre a importância de entendermos o quão grave é o momento que estamos vivendo, e o papel que cada um de nós tem nessa luta.

Um dos pontos mais enfatizados pelo jornalista foi sobre como nós não devemos generalizar falando que “a mídia” fez isso ou aquilo. Segundo ele, é exatamente isso que quem faz algo de errado quer. É preciso, entretanto, dar nome aos bois e escancarar os fatos, pois só assim é possível tocar na ferida e expor o problema.

Trigueiro concedeu ainda uma entrevista exclusiva para a NewsLink TV. Em conversa com o repórter Leonardo Piccinini, opinou sobre o papel do jornalista no Brasil de hoje e como o negacionismo afeta a cobertura climática, além de criticar aqueles que tentam pegar carona em um desastre para aparecer e inflar o ego.

Censura e assédio judicial

Durante o segundo dia do Congresso de Jornalismo Ambiental, as jornalistas Kátia Brasil, da Amazônia Real e Juliana Arini, secretária da Câmara Setorial Temática Climática do Estado de Mato Grosso, refletiram sobre a importância de tratar as questões climáticas como prioridade, mediadas pelo fotógrafo e videomaker Márcio Isensee, diretor de conteúdo do site O Eco.

Relação pessoal com o Pantanal

Juliana compartilhou um relato pessoal sobre sua infância no Pantanal, expressou a tristeza de saber que os filhos não poderão ter a mesma relação com o bioma. “Estima-se que, nos últimos cinco anos, os incêndios tenham degradado cerca de 9% da vegetação do Pantanal”, informou e evidenciou a urgência da situação.

Kátia Brasil abordou os desafios que a cobertura ambiental enfrenta, o que inclui a censura por parte de políticos e grandes corporações. “Estamos enfrentando assédio judicial e censura. Para se ter ideia, uma reportagem nossa está barrada há mais de dois anos,” confessou a jornalista, que destacou a necessidade de um jornalismo mais livre e crítico.

Ferramentas digitais para ampliar impactos das ameaças ao meio ambiente 

A mesa “O jornalismo ambiental nos meios digitais” reuniu Dal Marcondes, Stefano Wrobleski, Paulo André Vieira e Maristela Crispim, que abordaram a necessidade de uma cobertura ambiental comprometida e inovadora.

Marcondes enfatizou a urgência de compreender os processos complexos que ocorrem na Amazônia, indo além dos dados de desmatamento e incêndios, com destaque ao impacto sobre as comunidades locais. Wrobleski ressaltou o uso de dados em tempo real para narrativas humanas no InfoAmazonia, enquanto Paulo André destacou o caráter investigativo que o jornalismo ambiental precisa assumir em face dos retrocessos nas políticas ambientais do Brasil. Maristela Crispim finalizou lembrando o papel dos jornalistas em trazer à tona histórias silenciadas, especialmente no contexto digital.

A pauta ESG e o impacto no jornalismo

Muito tem se falado de ESG e em meio a tantos problemas ambientais, o assunto é ainda mais urgente.

Muito tem se falado de ESG e, em meio a questões ambientais, o tema é ainda mais do que necessário. Por isto, uma mesa discutiu a pauta ESG (Environmental, Social, and Governance), com a participação de Dal Marcondes e Magda Maya.

Marcondes ressaltou que o conceito de ESG tem suas raízes fincadas nos anos 1970, mas alertou para o crescente problema do “ESG washing”, por meio do qual empresas usam a sigla para marketing, sem promover mudanças reais. “Devemos estar atentos às empresas que adotam práticas superficiais para melhorar sua imagem, sem comprometimento real”, ressaltou o jornalista.

Magda Maya, por sua vez, apresentou uma perspectiva filosófica ao debate. Enfatizou que a exploração desenfreada dos recursos naturais não pode mais ser vista como um simples resultado do desenvolvimento, mas como uma crise iminente. “A natureza não tem senso moral, ela tem consequências”, declarou. Destacou, ainda, a importância de repensar nosso ordenamento jurídico.

Papel do jornalismo na fiscalização

A mediadora Mariana Fontenele, jornalista e professora da Unifor, sublinhou o papel fundamental do jornalismo como agente fiscalizador. Afirmou que “o jornalismo ambiental precisa estar mais do que atento; ele deve ser incansável em suas investigações e questionamentos.” Esta vigilância contínua é essencial para garantir que a discussão sobre ESG se mantenha relevante e não se transforme em uma mera ferramenta de marketing.

O 8º CBJA reafirma a responsabilidade de os jornalistas em irem além dos números e explorarem as causas subjacentes e os impactos nas comunidades afetadas. Este evento é um passo importante para fortalecer o jornalismo ambiental e promover uma narrativa que verdadeiramente reflita a complexidade da crise climática no Brasil.

Vozes da juventude

A estudante Gabriella Lourenço, de 15 anos, descendente dos povos indígenas Tupis e Tamoquim, fez uma apresentação inspiradora sobre “Comunicação Ambiental para a Juventude”. Ela se destacou como a pessoa mais jovem a falar para um público de mais de 900 jornalistas.

Participante do projeto VERUS, Gabriella enfatizou a preocupação com o distanciamento dos jovens das discussões ambientais e ressaltou que, embora sejam considerados o futuro, é crucial que sejam incluídos nas decisões e debates atuais.

Singularidade do bioma Caatinga

No primeiro dia, a coordenadora do 8º CBJA, Maristela Crispim, professora do curso de Jornalismo da Unifor e diretora executiva do Instituto Eco Nordeste, ministrou uma oficina focada na singularidade do bioma Caatinga. Ela ressaltou que a Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, pois faz fronteira apenas com o oceano.

Maristela enfatizou a importância de compreender suas características únicas, como o regime climático de duas estações (seca e chuvosa), para promover sua preservação e desenvolver políticas públicas que garantam a sustentabilidade desse ecossistema.

A reportagem do desastre no Rio Grande do Sul

A cobertura da tragédia no Rio Grande do Sul revelou histórias de pessoas afetadas, mas os jornalistas Moreno Osório, Eloisa Loose e Silvia Marcuzzo, durante o 8º Congresso Brasileiro de Jornalismo Ambiental, ressaltaram a importância de contextualizar os problemas, em vez de focar apenas em narrativas individuais.

Sílvia criticou a mídia por não abordar o desmonte da política ambiental, que contribuiu para o colapso do abastecimento de água. Osório lembrou que a falta de manutenção em sistemas anti-cheias teve graves consequências. Eles defenderam uma cobertura mais preventiva e abrangente, e destacaram que a tragédia persiste, com muitos gaúchos lidando com luto e desemprego.

Reinvenção do jornalismo científico

A importância da área de jornalismo científico foi destacada pelo assessor de comunicação da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Felipe Lima. Para ele, esta parte do jornalismo é, antes de tudo, educação. “A ciência está presente no nosso dia a dia desde que a gente é pequenininho. Só que a ciência que às vezes chega às pessoas ainda é muito robusta e mal compreendida”. Felipe explica que o jornalismo tem o papel de tradutor, para que a informação seja repassada, para que faça um elo entre os cientistas e as pessoas.

Modelagem de negócios no Jornalismo Ambiental

O tema da oficina ministrada por Dal Marcondes, diretor executivo do Instituto Envolverde, no CBJA foi a modelagem de negócios no Jornalismo Ambiental. Durante a apresentação, Dal destacou que as redes sociais são um instrumento poderoso para a comunicação, mas tem o problema de não estar sob o controle dos jornalistas, já que mudam as regras de acordo com os seus interesses.

Desafios do jornalismo independente, investigativo e sem fins lucrativos

A 4ª oficina do congresso, conduzida por Kátia Brasil, da Amazônia Real, abordou o tema do jornalismo independente e investigativo. Kátia compartilhou suas experiências e destacou os desafios financeiros enfrentados por essa área do jornalismo, que é crucial para a democracia no Brasil, especialmente quando a mídia tradicional não alcança certas comunidades. Ela enfatizou a importância de encontrar formas de financiar esse trabalho vital.

O projeto Amazônia Real realiza, ainda, oficinas para os povos locais em Manaus e na Amazônia, visando a promover a educomunicação entre os jovens. Kátia mencionou que estas oficinas foram criadas para estimular a troca de conhecimentos e a conscientização sobre a importância da comunicação na educação, preparando as novas gerações para compreenderem melhor seu papel na sociedade.

Preservação da Mata Atlântica

A oficina sobre a Mata Atlântica, liderada por Afra Balazina e Marina Vieira, da Fundação SOS Mata Atlântica, abordou os desafios de preservação do bioma, que atualmente possui apenas 24% de sua cobertura original.

As palestrantes debateram os impactos do desmatamento e das queimadas, a importância do monitoramento contínuo e as iniciativas de restauração ecológica. Também foi destacada a necessidade de maior conscientização pública e a interseção da Mata Atlântica com outros biomas, como a Caatinga e o Cerrado, o que exige uma abordagem de conservação específica.

Economia regenerativa e governança climática inclusiva

O jornalista Sérgio Xavier, coordenador-executivo do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima (FBMC), e Ricardo Coimbra, economista e professor da Unifor, trouxeram à tona questões cruciais sobre como o setor privado pode se adaptar e prosperar num cenário onde eventos climáticos extremos ameaçam a sustentabilidade dos negócios.

“Estamos em um momento em que muitos negócios estão em risco, seja pela ação da natureza ou pela carência de um mercado que valorize práticas sustentáveis”, afirmou Xavier.

* Os alunos do Newslink foram orientados pelos professores Kátia Patrocínio e Miguel Macedo

 

Links para assistir as mesas dos três dias de Evento:

Dia 19

https://www.youtube.com/watch?v=RofQbbBz0Qs&t=4503s&ab_channel=TVUnifor (manhã)

https://www.youtube.com/watch?v=5ER30aXAlLY&t=1114s&ab_channel=TVUnifor (Tarde)

Dia 20

https://www.youtube.com/watch?v=Qbq4VdfG7xU&ab_channel=TVUnifor

Dia 21

https://www.youtube.com/watch?v=TTKI88RCmfk&ab_channel=TVUnifor 


Mediadores têm trabalho dobrado em debates de candidatos à Prefeitura de SP

Mediadores têm trabalho dobrado em debates de candidatos à Prefeitura de SP
Crédito: Flow/YouTube

Os debates entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo têm sido marcados por palavras de baixo calão, agressões físicas e verbais e ataques de todos os lados. Nesse contexto, os mediadores têm precisado atuar de forma mais incisiva para acalmar os ânimos e tentar manter o bom nível das discussões que definirão o futuro prefeito de São Paulo.

O caso mais recente ocorreu na noite dessa segunda-feira (23/9), durante o debate promovido pelo podcast Flow. Na ocasião, o candidato Pablo Marçal (PRTB) foi expulso do evento após desrespeitar três vezes seguidas as regras do debate. Já no final da transmissão, o coach utilizou seu tempo para atacar o prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB): “Nós vamos prender o prefeito por envolvimento com problema de creche. Isso não é ofensa, tem que ouvir. Ele não gosta de crítica”, declarou Marçal, que também se referiu a Nunes repetidas vezes como “bananinha”.

O mediador Carlos Tramontina interrompeu a fala do candidato e o advertiu pela primeira vez, destacando o documento com as regras do debate, assinado por todos os candidatos, que proibia ofensas, xingamentos, insultos e apelidos pejorativos: “O senhor assinou regras. Se o senhor se esquece, as regras estão aqui. O senhor assinou. Eu posso interrompê-lo. O senhor está sendo advertido. O senhor aparentemente está aproveitando o último instante do debate para baixar o nível. Por favor, peço a colaboração. Vamos retomar na boa. Não vou discutir com o senhor. Eu posso interromper o senhor. As regras estão aqui e o senhor assinou. Respeita, por favor”.

Marçal atacou novamente Nunes e disse que o prefeito seria preso como uma “promessa de campanha”. Tramontina advertiu o candidato pela segunda vez: “O senhor está sendo advertido pela segunda vez. Na terceira vez, o senhor sai. Espero que o senhor tenha a hombridade de, se for fazer a mesma coisa, fazer já para que possa sair. Não vai deixar para o último segundo, não. Está muito clara a atitude do senhor. Por favor, foi tudo tão bom, tudo muito legal. Agora, nas considerações finais, o senhor está querendo entornar o caldo. Apenas uma questão de respeito às regras que o senhor assinou”.

E, pela terceira vez, Marçal direcionou ataques a Nunes. O candidato ficou em silêncio e falou apenas nos últimos segundos de seu tempo, dizendo novamente que o prefeito seria preso. Tramontina então o advertiu pela terceira vez seguida e excluiu o candidato do debate. Na saída de Marçal do estúdio, houve uma confusão generalizada pois o marqueteiro da campanha de Ricardo Nunes, Duda Lima, foi agredido pelo videomaker de Pablo Marçal, Nahuel Medina.

Após um tempo, Tramontina retornou à transmissão e explicou o ocorrido: “Não consegui fazer o encerramento porque eu tive que paralisar o debate para excluir o candidato Pablo Marçal, que reiteradamente desrespeitava as regras. E na saída dele, houve uma confusão, e um assessor do prefeito Ricardo Nunes foi agredido, levou um soco no rosto e está sangrando neste momento. A gente lamenta profundamente porque o debate foi muito bom, mas no final tivemos esta confusão”.

Casos semelhantes em debates da RedeTV/UOL e TV Cultura

Outro caso semelhante ocorreu na semana passada, em 17/9, durante debate promovido pela RedeTV em parceria com o UOL. Na ocasião, a mediadora Amanda Klein, apresentadora do RedeTV News e comentarista da Jovem Pan, precisou repetidas vezes intervir para interromper discussões entre candidatos e impedir uso de apelidos pejorativos e palavras de baixo calão.

Em determinado momento, o candidato Pablo Marçal disse que o prefeito Ricardo Nunes seria preso por “tocar nas merendas das crianças”, e uma discussão acalorada ocorreu entre os dois candidatos. Klein precisou intervir e, após, muita gritaria, advertiu os dois candidatos. Em outro momento do debate, na vez de Marçal fazer uma pergunta para outro candidato, ele se referiu a Nunes como “bananinha”. A mediadora precisou intervir novamente, lembrando que apelidos pejorativos eram proibidos de acordo com as regras do debate.

E vale lembrar do caso da cadeirada do candidato José Luiz Datena em Pablo Marçal em 15/9, durante debate promovido pela TV Cultura. Após a agressão, o mediador Leão Serva, diretor Internacional de Jornalismo da TV Cultura, expulsou Datena do debate, explicando que a exclusão se deu pelo descumprimento de várias regras, não apenas pela agressão física, mas também pelo fato de Datena ter utilizado palavras de baixo calão em outros momentos.

Essa não foi a primeira vez que Serva agiu para conter uma situação de crise. Em 2022, durante debate entre candidatos ao Governo de São Paulo promovido pela TV Cultura, ele defendeu a jornalista Vera Magalhães após ela ter sido agredida verbalmente. Na ocasião, o então deputado estadual Douglas Garcia filmou o rosto de Vera, chamando-a de “vergonha para o jornalismo brasileiro”. Serva, percebendo a situação, pegou o celular da mão de Garcia e o arremessou para longe. Foi a primeira vez que um dirigente da TV brasileira rebelou-se fisicamente para impedir um ataque contra um de seus jornalistas.

Morre Sebastião Nery, aos 92 anos, no Rio de Janeiro

Morre Sebastião Nery, aos 92 anos, no Rio de Janeiro
Crédito: Reprodução/Provocações/TV Cultura

Morreu em 23/9 o jornalista e político Sebastião Nery, aos 92 anos, no Rio de Janeiro. Com a saúde debilitada há meses, ele faleceu de causas naturais. A cerimônia de cremação foi realizada nesta terça-feira (24/9), às 8h, no Crematório do Cemitério do Carmo, no bairro do Caju.

Natural de Jaguaquara (BA), Nery iniciou a carreira no jornalismo em 1950, quando se mudou para Minas Gerais. Em 1963, foi eleito deputado estadual na Bahia, mas no ano seguinte teve o mandato cassado pelo regime militar, período em que ficou preso por alguns meses. Tentou reassumir o mandato, mas perdeu os direitos políticos.

Como jornalista, teve passagens por TV Globo, Folha de S.Paulo e TV Bandeirantes. Após a anistia, ao lado de Leonel Brizola, no Partido Democrático Trabalhista (PDT), tornou-se deputado federal pelo Rio de Janeiro em 1983. Deixa três filhos.

100 anos de rádio no Brasil: Rádio pública consegue mais atenção do público no TikTok

Por Álvaro Bufarah (*)

Um dos temas recorrentes em todos os encontros sobre rádios públicas é a dificuldade das emissoras em entender e plataformas digitais como o TikTok para alcançar novas audiências. Mas, o programa Because News, da emissora canadense CBC, já acumulou 34 milhões de visualizações na plataforma.

O programa semanal, com perguntas e respostas, já está em sua nona temporada na programação da rádio, mas também se expandiu para um evento com plateia ao vivo e um podcast. No entanto, o foco recente tem sido a sua presença no TikTok, conforme afirmou a produtora executiva Elizabeth Bowie. Segundo ela, essa mudança foi intencional e gerou resultados expressivos, alcançando novos públicos que dificilmente encontrariam o programa por meio da rádio tradicional.

Bowie, com mais de duas décadas de experiência em rádio, destacou que as emissoras precisam ser criativas para atrair públicos mais jovens. Para ela, a questão vai além da mídia, seja rádio ou áudio, e se trata de encontrar o público onde ele estiver. Um exemplo prático dessa mudança é sua própria mãe, uma ouvinte devota da rádio CBC, que não substituiu seu rádio quebrado e agora ouve a programação online.

A produtora também revelou que o programa já havia explorando outras plataformas, como Instagram e YouTube, há sete anos, mas o impacto dessas iniciativas não se comparou ao sucesso imediato no TikTok. Em apenas dois meses, a audiência no TikTok superou todas as visualizações acumuladas nas outras redes. A estratégia envolve cortar clipes em segmentos curtos, em vez de compartilhar episódios inteiros.

O sucesso no TikTok foi alcançado graças ao trabalho da equipe, especialmente da produtora associada Jess Klimowski, responsável por gerenciar a conta na plataforma. Klimowski, que iniciou sua trajetória na CBC como estagiária, propôs uma mudança no formato de distribuição de conteúdos, focando em uma cadência de postagens ocasionais e em cortes de vídeos mais objetivos. A rádio pública, tradicionalmente acostumada fornecer muito contexto em suas narrativas, teve que ser adaptada ao formato rápido e conciso do TikTok, em que a atenção do usuário precisa ser capturada nos primeiros segundos.

Outro ponto que contribuiu para o sucesso foi a utilização de hashtags hiperlocais, como a #Brampton, que ajudou a direcionar vídeos para públicos específicos em áreas determinadas. Segundo Bowie, essa abordagem permitiu um alcance inédito e mais eficiente do que os métodos tradicionais da rádio pública.

Entretanto, a equipe descobriu que tentar seguir as tendências do TikTok não trazia os mesmos resultados. O conteúdo original, cuidadosamente planejado e gravado, foi mais eficaz do que a tentativa de adaptação aos modismos dos usuários da plataforma.

Além da estratégia de produção, a interação com o público também se mostrou essencial. A seção de comentários do Because News é ativa, e Klimowski, além de gerenciar as postagens, frequentemente entra para responder aos seguidores, criando um tom irreverente e engajado, alinhado com o estilo do programa. A interação nas redes sociais é vista como uma forma de construir relacionamentos com o público, algo que Bowie considera crucial para o sucesso no ambiente digital.

A experiência do Because News mostra que a adaptação ao TikTok não é apenas uma questão de estar presente na plataforma, mas de entender as demandas e comportamentos de seus usuários. A rádio pública, tradicionalmente associada a formatos mais longos e detalhados, enfrenta o desafio de se reinventar para competir e se destacar em novos espaços digitais.


Álvaro Bufarah

Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.

(*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.

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