A National Geographic criou um fundo de emergência para ajudar jornalistas do mundo inteiro na produção e reportagens sobre o coronavírus. A iniciativa priorizará comunidades carentes, principalmente em casos de falta e ausência de informações.
A ajuda financeira será de US$ 1 mil a US$ 8 mil. O fundo é destinado a escritores, fotógrafos, videomakers, jornalistas de áudio, cartógrafos, cineastas e especialistas em visualização de dados. Para se inscrever, é preciso enviar a pauta e todo o material em inglês, e é preciso ser maior de 18 anos. (Veja+)
O projeto Terra de Resistentes – criado em 2018 e que reúne cerca de 50 jornalistas – está cobrindo os ataques a líderes ambientais por toda a América Latina em meio à pandemia do novo coronavírus. Segundo dados, seis líderes foram assassinados desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o coronavírus como uma pandemia.
Com reportagens especiais, dados e análises, a iniciativa visa a dar mais visibilidade à violência que líderes ambientais sofrem na região, apontada como a mais hostil para ambientalistas segundo a ONU. O projeto conta com 50 jornalistas, fotógrafos, videógrafos e especialistas em dados de dez países diferentes. Fazem parte do projeto as entidades Centro Latinoamericano de Investigación Periodística (CLIP), Mongabay Latam, France 24 Español, Anfibia (Argentina), RunRun.es (Venezuela), Contra Corriente (Honduras), InfoAmazonia (Brasil), GK (Ecuador), Ocote (Guatemala), Convoca.pe (Peru), El Deber (Bolívia), Mexicanos contra la Corrupción y la Impunidad (México), El Espectador, El País de Cali, El Tiempo, Mutante, La Liga contra el Silencio, RCN Noticias, Verdad Abierta, e La Patria y La Silla Vacía (Colômbia)
Um dos diferenciais do projeto é sua base de dados inédita, fruto de muita investigação e reportagens. Nos 11 últimos anos, foram registrados cerca de 2.367 ataques contra líderes ambientais. Confira!
Movida pela história de Pedro, da Gerdau, que traz o termo mindset pra contar sua jornada, comecei a refletir sobre as possibilidades de transformar a experiência do isolamento em matéria-prima para a cultura da colaboração. Todos estão vivendo na pele a resistência à mudança. Conhecendo os mínimos detalhes do seu modo de funcionamento. Será que os líderes estão atentos para o registro dessas experiências?
É ouro puro pra quem lidera a partir do desenvolvimento do grupo; afinal, quando teremos uma ebulição tão grande de mudança de hábitos? Trazer a atenção de cada profissional para o funcionamento das suas reações – daquilo que o incomoda, estressa, tensiona ou o agrada, atrai e entusiasma – é uma forma de contribuir para o autoconhecimento necessário que todo adulto necessita pra fazer junto.
Allan Kaplan, consultor de desenvolvimento humano e organizacional, compara nossos apegos às rotinas a um dependente de drogas. “Ficamos presos em campos que padronizam nosso modo de ser e muito pouco do que é novo tem permissão para entrar”.
Kaplan afirma que nossa experiência é mais poderosa que nossa imaginação. Isso significa que, mesmo que você deseje, queira e mentalize mudar, se não houver disciplina para a mudança a experiência será mais forte que o pensamento.
Para sustentar a disciplina da mudança, nada melhor do que ter clareza de onde estamos diante da distância do lugar a que queremos ir. Tomar consciência dessas sutilezas do dia a dia é um presente pra quem deseja se desenvolver rumo ao novo. Não dá pra mudar mindset se não houver clareza de como você funciona.
Possibilidades
Orientar a equipe para que haja essa atenção focada em si: aproveite a mudança pra conhecer como você funciona! Uma das técnicas é anotar no caderninho os sentimentos do dia e o processo que o levou a sentir raiva ou tensão. Ou seja, ligar seu modo de reagir ao evento, que te incita à raiva ou à tentação.
Outro caminho é trazer essa atenção para o começo e final de cada reunião. Em toda pauta – seja operacional, estratégica ou happy-hour –, ter uma palavra de como está se sentindo no check-in e no check-out da reunião. Detalhe: todos participam, mesmo que seja com o silêncio. É importante dar tempo àquele que não consegue identificar uma palavra para classificar seu sentimento, pois a correria nos deixa sem fôlego pra perceber o coração.
Líderes que já têm essa prática de cuidar do sentir do grupo no cotidiano podem aproveitar para conversar sobre os mapas que o teste coronavírus proporciona a quem está habituado a partilhar seu modo de funcionamento. Há muitos nomes e jeitos para propiciar um ambiente seguro que motive a partilha verdadeira de cada indivíduo; a dica principal, no entanto, é o interesse verdadeiro pela história do outro. O ideal é oferecer o maravilhamento da escuta, mas ter o interesse já é um começo.
Além de nós
Ouvir a experiência de Pedro pela primeira vez, sem nunca o ter visto e distante da cobertura das indústrias onde ele se moldou, tocou a jornalista que vive em mim porque reconheci padrões fortes de comportamento oriundos dos significados de ser jornalista.
Eu já vinha acendendo a figura desse personagem desde a conversa com Leandro Modé, que tem a mesma idade minha e trouxe uma imagem arquetípica para sintetizar a transformação do jornalista em Corporativo, que despertou minha vontade de pesquisar a linha histórica da imprensa brasileira.
Quando conheci os 20 anos de trilha corporativa de Nelson Silveira, que representa uma geração acima que eu e Leandro, estava imbuída dos três séculos da nossa história, mas sem perceber o peso da influência tecnológica no modo que agimos e a predominância da jornalista na minha linguagem. Nelson, com sua capacidade de análise sobre as mídias, deixou uma pergunta dentro de mim: O jornalismo continua movido pelas invenções tecnológicas?
Quando encontrei Pedro, então, tinha ampliado minha linha de pesquisa até a invenção de Gutemberg e reconhecido o primeiro padrão histórico:jornais fundados em 1850; revistas e TVs, em 1950, o que virá, então, em 2050, quando a invenção da prensa completará seis séculos?
Assim, surgiu a pergunta que me levou, de novo, para o desafio da metamorfose e do autoconhecimento:Quando lê o termo mindset e pensa no profissional de comunicação, você lembra do jornalista? Quem é o ser de comunicação, hoje, pra você? Eis, o desafio que vai além de nós.
Não podemos controlar ou prever a evolução dos padrões que se desenvolvem na linha narrativa da comunicação – é verdade, eles são vivos –, mas podemos nos tornar responsáveis por aquilo que trazemos para eles. Isso também é colaboração!
Por isso, finalizo essa conversa com algumas perguntas pra você iluminar na sua vida: O quanto ser jornalista culmina o ápice da sua biografia? Já olhou para a sua vida a partir deste personagem e reconheceu a estrutura do que aprendeu e deixou de aprender pelo foco desta atuação? Responda para si e aja consciente da parte que lhe cabe para o novo surgir além de nós.
Pedro Torres
Pedro Torres Pinto Gerdau Líder: Cidadão Insight: Sensibilidade e abertura para escuta. Filosofia: Somos todos líderes e estarmos abertos sempre a aprender, desaprender, reaprender. Referência: Barack Obama
Tempo da Jornada Jornalismo: não atuou em redações RP: 4 anos Destaque: P6 Comunicação Corporativo: 14 anos Destaque: Fibria, Suzano e BFR
Formação: Comunicação Social – Jornalismo.
Mineiro da capital, Pedro também se considera capixaba porque foi onde cresceu e se formou em Comunicação Social. Começou a rever suas expectativas durante a faculdade, quando percebeu que o sonho de atuar na redação não era realidade. Aceitou o estágio para atender à Petrobras como assessor de imprensa e, a partir dali, aprendeu a relacionar as habilidades do jornalista com as demandas corporativas.
Sua trajetória conta a evolução da própria área, que, apesar de ter uma associação desde os anos 1970, ganha relevância a partir da geração de profissionais do novo milênio como Pedro. “Observar a crise da imprensa desde quando sai da faculdade contribuiu pra eu reconhecer a mudança de mindset do jornalista para o comunicador”. Ele reconhece que quem sonhou com jornalismo tem uma estrutura de texto em si, mas uma boa equipe é aquela que reúne a tríade do nosso inconsciente (Jornalista + RP + Corporativo), o Marketing e outras áreas pra ser chamada de multidisciplinar.
Seu olhar para a desigualdade social e a diversidade do Brasil ganhou luz a partir da experiência no setor de papel e celulose, dentro de Fibria e Suzano. Quase uma década. Desse período, destaca seu aprendizado de colocar a sustentabilidade na prática, ao lado de Marcelo Castelli e Luciano Penido (Fibria), que lhe ensinaram a reconhecer essa força como eixo central dos negócios. Resultado: aprendeu o papel das organizações no desenvolvimento social, ganhou seis prêmios da Aberje e foi finalista em duas ocasiões da Fundacom.
Virou pai de gêmeos, Larissa e Vinícius, há cinco anos, e veio para São Paulo movido pelo planejamento de carreira, onde encontrou o propósito da Gerdau, que estava em busca de um perfil conciliador e colaborativo. Encaixou. Faz 11 meses que Pedro lidera uma equipe sem chefe nem hierarquia.
Segundo dados do Instituto Verificador de Comunicação (IVC), a média de circulação digital dos jornais associados à entidade aumentou no primeiro trimestre de 2020. Folha de S.Paulo, O Globo, O Estado de S. Paulo e Valor Econômico obtiveram números superiores aos dos primeiros meses de 2019.
A Folha é líder do ranking
de exemplares digitais, com a média de 250 mil. No ano passado, o número era de
aproximadamente 218 mil. Na segunda posição, O Globo saltou da média de 202 mil
exemplares digitais no ano passado para 236 mil agora.
O Estadão ocupa a terceira colocação, com cerca 148 mil
exemplares, dez mil a mais do que a média do ano passado. O Valor Econômico
passou de aproximadamente 61 mil em 2019 para 81 mil em 2020.
Esse aumento na média de exemplares digitais pode ser justificado
pela maior demanda por informações sobre o coronavírus, que impulsionou a
audiência e o consumo de notícias de veículos de comunicação.
Bolsonaro ataca Folha de S.Paulo e os repórteres presentes. Crédito: Pedro Ladeira/Folhapress
Em coletiva nesta terça-feira (5/5) em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro irritou-se, elevou seu tom de voz e dirigiu ataques aos repórteres. Chegou a mandar os profissionais calarem a boca. Questionado sobre a troca na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, gritou: “Cala a boca, não perguntei nada. Cala a boca, cala a boca. Não tenho nada contra o superintendente do Rio e não interfiro na PF!”
O presidente destacou uma coluna da Folha de S.Paulo,
publicada na segunda-feira (4/5), que dizia que a troca de superintendentes da
PF no Rio de Janeiro deu-se por causa de um jogo de interesses da família
Bolsonaro, que pretendia colocar alguém “de confiança” no cargo. Bolsonaro
disse: “Canalha é elogio para a Folha de S.Paulo. (…) Não tem nenhum parente
meu investigado pela Polícia Federal, nem eu, nem meus filhos. Uma mentira que
a imprensa replica o tempo todo: dizer que os meus filhos querem trocar o
superintendente. Para onde é que está indo o superintendente do Rio de Janeiro?
Para ser o diretor executivo da PF. São 27 superintendências no Brasil, para
ser diretor executivo. Eu estou trocando ele? Eu estou tendo influência sobre a
Polícia Federal?“
Nesse momento, repórteres perguntaram se ele havia pedido
alguma troca no Rio de Janeiro. O presidente então elevou o tom e os mandou
calarem a boca. Seus apoiadores o aplaudiram e seguiram direcionando ofensas aos
repórteres.
O texto da Folha referia-se ao fato de que Rolando Souza, novo diretor-geral da Polícia Federal, decidiu trocar a chefia da Superintendência da PF no Rio de Janeiro apenas um dia depois de assumir o cargo. Carlos Henrique Oliveira, deixará o comando da PF no Rio e deve ser o novo diretor executivo da entidade. Segundo a Folha, a ação é fruto de interesses da família Bolsonaro.
Em nota, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) declarou que “protesta com veemência contra os termos desrespeitosos com que o presidente Jair Bolsonaro se dirigiu aos jornalistas na manhã desta terça-feira. Mais uma vez, o presidente mostra sua incapacidade de compreender a atividade jornalística e externa seu caráter autoritário. Os jornalistas trabalham para levar os fatos de interesse público ao conhecimento da população e têm o direito e o dever de inquirir as autoridades públicas. É lamentável e preocupante que o presidente faça dos ataques aos jornalistas e ao jornalismo uma rotina contra a civilidade e a convivência democrática”.
O evento, gratuito, será mediado por Rizzo Miranda,
diretora de Digital & Inovação da agência e Ana Busch, sócia-diretora. Os convidados são Rafael Costa, partner
da Vulcan Capital e cofundador da Microsoft; Renato Opice Blum, advogado
e coordenador de cursos em Direito Digital e Proteção de Dados na Ebradi/Faap e
Insper; Emilio Simoni, diretor do laboratório de segurança digital da
PSafe; e André Ferraz, CEO da Inloco.
Felipe Machado está de volta às redações depois de cinco anos. Ele assumiu há algumas semanas o cargo de editor de Cultura da IstoÉ e da coluna Em Cartaz, que em decorrência da pandemia do novo coronavírus passou a chamar-se temporariamente Em Casa.
Ex-diretor da TV Estadão, diretor de Mídias Digitais do Diário de S.Paulo e chefe de Reportagem do R7, Felipe vinha nos últimos anos direcionando sua atuação para projetos de branded content, com sua agência Labs. Nesse período, também foi diretor de Comunicação da ONG Worldfund (atual Educando) e de Novos Negócios da agência Porta-Voz.
Entre romances, livros-reportagens e contos infantis, é autor de Olhos cor de chuva (2002), O martelo dos deuses (2007), Ping-pong: chinês por um mês (2008), Bacana, bacana (2010), Um lugar chamado aqui (2016) e Palavra de homem (2019).
A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) detectou dificuldades, obstruções, restrições e intimidações enfrentadas pelos profissionais de imprensa durante seu trabalho de cobertura do novo coronavírus.
De acordo com enquete realizada pela entidade – que levou
em conta respostas de aproximadamente 1,3 mil jornalistas de 77 países –, três
em cada quatro dos participantes afirmaram que já tiveram dificuldades enquanto
cobriam o tema. O estudo, realizado de 26 a 28 de abril, indicou que dois
terços dos jornalistas empregados e freelances sofreram cortes
salariais, redução de renda, perda de empregos, cancelamento de empregos ou
agravamento de suas condições de trabalho.
Anthony Bellanger, secretário-geral da FIJ, explicou que a pesquisa “revela uma tendência preocupante de deterioração da liberdade de mídia e cortes no jornalismo no momento em que o acesso a informações e jornalismo de qualidade é crucial. O jornalismo é um bem público e merece o apoio das autoridades e o fim das pressões e obstruções políticas”. No Brasil, pesquisa foi aplicada pela Fenaj, afiliada da FIJ.
Os resultados indicaram que quase todos os jornalistas freelances
perderam renda ou oportunidades de emprego; mais da metade sofreu estresse e
ansiedade; mais de um quarto não tem o equipamento necessário para trabalhar
com segurança em casa; um em cada quatro não tem equipamento de proteção para
trabalhar em campo; dezenas de jornalistas foram presos, denunciados ou
agredidos; e mais de um terço dos profissionais tiveram que mudar seu foco
jornalístico para abranger informações relacionadas à pandemia.
No que se refere à liberdade de imprensa, profissionais de Grécia,
Indonésia, Portugal, Peru, Chade, entre outros, descreveram a situação de seus
respectivos países com os termos “precária”, “problemática”, “terrível”,
“pior”, “em declínio” ou “restrita”. No caso do Brasil, um jornalista disse que
“o governo federal despreza jornalistas. Ataca a imprensa todos os dias pelas
informações que publica, desacredita e humilha os profissionais da mídia”.
A Rede Brasil do Pacto Global e a In Press Porter Novelli
realizam nesta terça-feira (5/5), das 11h às 12h30, o webinar Comunicação,
reputação e propósito em tempos de pandemia, que discute o momento atual da
comunicação no País e analisa a postura e a forma como as marcas se posicionam
nesse contexto.
O evento, gratuito, terá a presença de Carlo Pereira,
diretor-executivo da Rede Brasil do Pacto Global; Eraldo Carneiro, head
de Consultoria em Gestão Estratégica de Reputação e Propósito da In Press; Roberta
Machado, CEO da agência; e Sonia Favaretto, presidente do Conselho
Consultivo da GRI Brasil e SDG Pioneer do Pacto Global. Inscreva-se!
Pesquisa do Pew Research Center indicou um “cansaço” por parte de leitores de jornais americanos em relação a notícias sobre o novo coronavírus. O estudo, realizado entre 20 e 26 de abril, revelou que sete em cada dez entrevistados (71%) dizem estar cansados do tema. Além disso, 41% dos participantes acreditam que tais notícias fazem com que se sintam pior emocionalmente.
O motivo para esse “cansaço” está relacionado principalmente
às fake news sobre a pandemia. Quase
dois terços dos participantes da pesquisa (64%) afirmaram que já viram
informações e notícias sobre o assunto que pareciam completamente inventadas. E
cerca de metade relevou que acha difícil classificar o conteúdo como verdadeiro
ou falso.
Em contrapartida, o interesse pela doença segue sendo muito
grande: nove em cada dez americanos (87%) afirmaram que estão acompanhando o
tema de forma frequente. Outro dado relevante é que 56% dos entrevistados
classificam os veículos de notícias como fontes confiáveis, percentual maior do
que entidades de saúde (51%). Confira
a pesquisa na íntegra.