Mariza Tavares acaba de lançar, pela editora Contexto, Longevidade no cotidiano: a arte de envelhecer bem. O tema interessa não apenas aos 30 milhões de brasileiros que já são considerados idosos, mas a todos que pretendem chegar lá. A autora acredita que longevidade pressupõe planejamento, e oferece um roteiro para envelhecer bem, o que inclui zelar pelo capital físico, a saúde; estimular o capital intelectual, num permanente processo de aprendizado; alimentar o capital social, as relações afetivas; e preservar ou expandir o patrimônio, o capital financeiro.
Formada pela UFF, Mariza fez mestrado em Comunicação na UFRJ e MBA em Gestão de Negócios no Ibmec. Foi diretora-executiva da rádio CBN entre 2002 e 2016 e, antes disso, editora executiva de O Globo e repórter de Veja. Desde 2016, mantém o blog Longevidade: modo de usar, no portal G1. Também dá aulas na PUC-Rio e participa do conselho editorial da Agência Lupa.
Marcelo Rech, vice-presidente Editorial e Institucional do Grupo RBS, deixa as funções executivas na empresa, mas continuará a contribuir como jornalista. Ele será comentarista na Rádio Gaúcha, colunista em Zero Hora e GZH, e consultor para temas editoriais. Rech segue presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ).
A empresa também anunciou a formação de um novo Comitê de Jornalismo, coordenado pela diretora Marta Gleich, que reúne lideranças de redações da empresa. Atualmente, ela comanda o projeto de Jornalismo de Soluções e tem estudado novas tendências e perspectivas para aplicar no trabalho do Grupo. Departamento Jurídico, que Rech também supervisionava, passa a fazer parte da estrutura da diretora-executiva de Finanças Mariana Silveira.
O Google News Iniciative anunciou nesta quinta-feira (1º/10) o lançamento da iniciativa Destaques, que oferece ao leitor mais contexto e diferentes pontos de vista sobre temas relevantes, de modo a aumentar o tráfego de usuários nas plataformas de veículos jornalísticos. Nos três primeiros anos, a empresa vai investir US$ 1 bilhão em parcerias com veículos de imprensa responsáveis por criar e selecionar conteúdo de alta qualidade para o novo produto.
O programa funciona por meio de um sistema de licenciamento, que remunera as empresas de notícias pelo conteúdo utilizado. No Brasil, fazem parte da iniciativa Band, Estadão, Folha de S.Paulo, Jovem Pan, piauí, SBT News, UOL, Veja, A Gazeta (ES), Correio Braziliense, Estado de Minas, Folha de Boa Vista, Folha de Pernambuco, Gazeta do Povo, GZH, Correio (BA), Jornal do Comércio (RS), NSC Total, O Dia, O Tempo e Portal Correio.
A iniciativa é parceira também de veículos de Alemanha, Argentina, Canadá, Reino Unido e Austrália. Em breve, o projeto deve chegar a outros países, como Índia, Bélgica e Holanda.
A ESPM, em parceria com a Columbia Journalism School, realiza em 6/10, das 9h às 12h50, a quarta edição do Seminário Internacional de Jornalismo, que discutirá os impactos da pandemia nas práticas jornalísticas. O evento é online e gratuito.
O seminário terá dois painéis principais. O primeiro abordará os possíveis aprendizados e o legado da pandemia para a imprensa. Os convidados são Débora Alfano, âncora do Band News no Meio do Dia; Ellen Nogueira, diretora de Jornalismo da CNN Brasil; Leão Serva, diretor de Jornalismo da TV Cultura e professor da ESPM; e Paulo Vinícius Coelho (PVC), comentarista do SporTV.
O segundo painel tem como tema o ensino do jornalismo em escolas durante a pandemia. Participam do debate Heidy Vargas, professora de Jornalismo da ESPM; Tatiana de Bruyn Ferraz Teixeira, professora de Jornalismo da Cásper Líbero; e Vanderlei Dias de Souza, professor de Jornalismo do Mackenzie.
Estão abertas as inscrições para o 37º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, que visa a estimular trabalhos sobre denúncia de violações e defesa dos direitos humanos na América do Sul. As inscrições vão até 20 de novembro.
O prêmio destaca a categoria especial Extermínio de Empregos, que valoriza reportagens sobre precarização das relações de trabalho, envolvendo outros temas como globalização, tecnologia e a pandemia de Covid-19. A solenidade de premiação será em 10/12, data da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Para baixar a ficha de inscrição e o regulamento, clique aqui.
As manhãs de domingo no Reino Unido são movimentadas. BBC e Sky News exibem programas estrelados pelos incisivos apresentadores Andrew Marr e Sophie Ridge. Assuntos ali discutidos repercutem durante o dia e viram notícia nos jornais de segunda-feira.
No último domingo (27/9), o futuro da BBC disputou espaço com as medidas para controlar a Covid-19 e a crise econômica. O motivo: o vazamento de nomes cotados para decidir os destinos da rede, pauta de entrevistas com Oliver Dowden, secretário Nacional de Cultura, nos dois programas.
Como emissora pública e braço do soft power britânico, a BBC está no epicentro da política. A polarização em torno do Brexit despertou críticas do governo de Boris Jonhson quanto à cobertura das eleições gerais em dezembro. E impulsionou a decisão de interferir em seus destinos.
Charles Moore, ex-editor do The Daily Telegraph, e Paul Dacre, que deixou em 2019 a direção do Daily Mail após 26 anos (sobre quem falamos em J&Cia), emergiram como preferidos, respectivamente, para chairman da rede e diretor do Ofcom, órgão regulador ao qual a BBC está submetida. Ambos são alinhados a Johnson, ex-jornalista, e críticos da rede. Moore foi chefe dele no Telegraph.
Questões universais
Algumas questões com as quais a BBC se defronta desafiam igualmente a indústria de mídia global. Nas entrevistas, Dowden apontou a necessidade de a rede evoluir do analógico para o digital. O Governo quer que a rede dispute com plataformas digitais como Netflix e Amazon.
A ideia é descriminalizar e depois acabar com a taxa de £ 157 obrigatória para residências britânicas que possuem TV. E convencer os usuários a assinarem para assistir aos canais. Missão difícil. Por motivos como crise financeira, mudança geracional e a polarização politica, 1,61 milhão de pessoas pediram desconexão no ano passado, resultando em receita £ 58 milhões inferior à projetada.
Adversários da tese argumentam que se trata de uma emissora de serviço público, cabendo ao Estado assegurar sua sobrevivência e não jogá-la aos leões. E que o objetivo de Johnson seria esvaziá-la.
À parte questões políticas, emissoras comerciais em todo o mundo, assim como outras mídias, encontram-se em situação semelhante. Fazem malabarismos para atrair jovens e substituir a receita publicitária que se esvaiu como efeito da crise e da concentração de verbas nas mãos das plataformas digitais.
O uso das mídias sociais para atrair novas gerações pode ser parte da solução para ganhar audiência e entregar conteúdo em novos formatos. Em entrevista ao MediaTalks, o jornalista especializado em redes sociais Chris Stokel-Walker vaticinou: “Quem conseguir encontrar o caminho para fazer jornalismo no TikTok pode desbloquear a próxima geração de consumidores de notícias”.
Tradicionais organizações com o Washigton Post e a própria BBC tentam desbravar essa selva, com experiências que podem inspirar outros veículos.
Dowden apontou também como motivos para a intervenção a baixa representação da sociedade britânica além das fronteiras de Londres e a ausência de imparcialidade. Novamente a política está no meio.
Londres é um grande centro e boa parte das fontes estão aqui. Mas a cidade votou majoritariamente contra o Brexit, ao passo que comunidades ao norte são mais alinhadas ao Governo atual e valores conservadores, como barreiras à imigração.
Ainda que a BBC tenha programas inclusivos dando voz aos que estão distantes da sede, não tem sido suficiente para aplacar a ira de governistas. Entretanto, a rede apanha dos que a acusam de ser leniente com o Governo. Um problema comum a muitas organizações: não satisfazem a nenhum dos lados do espectro político.
Para refletir melhor a realidade regional, o jornalismo de interesse social é visto como um caminho. Já a imparcialidade é mais difícil de resolver, pela subjetividade. Tim Davies, diretor-geral recém-empossado, tenta agradar prometendo jogar duro contra manifestações políticas do estafe pelas redes. E Dacre deve pegar pesado. Em 2007, acusou a corporação de praticar “uma espécie de marxismo cultural”.
Pela sua história, a BBC merece encontrar o ponto de equilíbrio que permita continuar praticando jornalismo de qualidade. E o caminho para a adaptação a um mundo transformado pela tecnologia.
A conversa continua em MediaTalks.com.br, com as experiências como TikTok e outras redes sociais para conquistar audiência jovem e o crescimento da mídia regional no Reino Unido, reagindo à crise da Covid-19.
A convite da diretora de Redação Vera Brandimarte, Mônica Scaramuzzo está de volta ao Valor Econômico como repórter especial. Ela esteve no jornal do Grupo Globo entre os anos de 2003 e 2013 e desde então era repórter especial da editoria de Economia & Negócios do Estadão. “Fico feliz em seguir buscando notícias e bastidores dos negócios em um dos principais jornais do País”, diz Mônica.
Formada em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Relações Internacionais pelo Núcleo de Pesquisas em Relações Internacionais (Nupri), da USP, ela teve passagens por Gazeta Mercantil, Notícias Populares, Diário do Grande ABC e TV Gazeta. Nos últimos quatro anos, ficou entre os TOP 50 dos +Admirados da imprensa de Economia, Negócios e Finanças, em eleição promovida pelo Jornalistas&Cia.
A agência Lupa, de fact-checking, lançou em julho a ferramenta de visualização de dados No epicentro. Criada para chamar a atenção das pessoas para os mortos da Covid-19, a metodologia simula como seria se todos esses mortos estivessem perto de cada um de nós, se fossem nossos vizinhos. A ferramenta fez muito sucesso entre a comunidade de jornalistas, engenheiros de dados e designers no Brasil e no mundo.
Ao ponto de The Washington Post, em 24/9, lançar sua própria versão, em inglês, At the epicenter. Lançamento sem alarde, para testar a ferramenta, mas já foi ao ar. Os jovens desenvolvedores da Lupa trabalharam para o Post: Rodrigo Menegat, jornalista de dados; Tiago Maranhão, desenvolvedor; e Vinicius Sueiro, designer. Tudo sob a supervisão de um dos grandes especialistas em projetos de visualização de dados, o professor da Universidade de Miami Alberto Cairo.
O projeto teve apoio do Google News Initiative, que também participou da parceria com o Post. Não é todo dia que uma startup de sócios brasileiros abre espaço em gigantes como o The Post e Gilberto Scofield Jr., diretor da agência, vibra com a notícia.
O Instituto Ling anunciou em 28/9 os seis jornalistas contemplados pelo programa Jornalistas de Visão. Eles receberão bolsas de estudos de até U$ 75 mil para cursos de mestrado e pós-graduação em universidades dos Estados Unidos e Europa.
Foram contemplados Adriano Belisário (Agência Pública), Ana Luiza Albuquerque (Folha de S.Paulo), André Shalders (BBC Brasil), Ivan Martinez–Vargas (O Globo/Época), Marcos Mortari (Infomoney) e Natália Portinari (O Globo/Época).
Da esquerda para direita, de cima para baixo: Adriano, Ana Luiza, André, Ivan, Marcos e Natália
Nesta edição, foram concedidas três bolsas para mestrado full-time em universidade de primeira linha nos Estados Unidos, em curso de livre escolha. Os contemplados dessa categoria foram Adriano, Ana Luiza e Ivan.
André fará mestrado em um dos cursos full-time oferecidos pela IE School of Human Sciences and Technology, em Madri, enquanto Marcos e Natália realizarão o programa de especialização CGEG/BRICLab, na Columbia University, em Nova York.
Consolidado como o principal programa de bolsas de estudo independente, voltado para a educação de primeira linha no exterior para profissionais da imprensa brasileira, o Jornalista de Visão concede bolsas de estudo a profissionais em início de carreira, com destacados perfil de liderança, atuação profissional e desempenho acadêmico.
Justiça aceita recurso contra Aos Fatos por difamação do Jornal da Cidade Online
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou os ataques virtuais a Luiza Bodenmüller, de Aos Fatos. Ela foi vítima de uma campanha ordenada de ódio, xingamentos misóginos e preconceituosos e exposição de nome e cargo.
Em 26/9, Luiza usou seu perfil no Twitter para indicar filmes sobre a Suprema Corte dos Estados Unidos, citando a juíza Amy Coney Barrett, escolhida por Trump, como uma magistrada antiaborto, pró-armas e conservadora. No dia seguinte, recebeu diversos ataques e xingamentos.
A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) e o deputado estadual Gil Diniz (PSL-SP) compartilharam em suas redes um post classificando a agência Aos Fatos como “esquerdagem do fatos (sic)”, o que ampliou a dimensão dos ataques.
Em nota, a Abraji escreveu que “considera inaceitável o assédio virtual venha de onde vier, mas é ainda mais grave quando mandatários e outras autoridades reproduzem alegações difamatórias, que buscam fragilizar e intimidar jornalistas mulheres. Instamos, ainda, as plataformas digitais a oferecerem uma resposta mais eficaz a esse tipo de ataque”.