O Instituto Serrapilheira lançou em 8/4 um edital para apoiar podcasts brasileiros sobre ciência que sejam liderados por pessoas negras e indígenas. A iniciativa faz parte do Camp Serrapilheira, braço do Programa de Jornalismo e Mídia, e aceitará inscrições até 30 de maio. Ao todo, serão oito projetos selecionados para receber treinamento e financiamento de até R$ 55 mil para a produção de uma temporada.
Além de abordar a importância da ciência, as propostas devem dar visibilidade a temas alinhados com as áreas de interesse do instituto, como ciências da vida, geociências, física, química, ciência da computação ou matemática. Serão aceitas tanto ideias em fase inicial quanto projetos já em desenvolvimento. Não há restrições quanto ao formato. O resultado será divulgado em 8 de agosto.
Os selecionados participarão de um treinamento online de sete semanas, além de uma imersão presencial de cinco dias em Salvador (BA), conduzidos pelo Laboratório 37, empresa especializada em comunicação com foco em áudio. As atividades também contarão com professores e palestrantes convidados. O deslocamento e a hospedagem durante a etapa presencial serão custeados pelo Serrapilheira.
A Associação Catarinense de Imprensa (ACI) anunciou os vencedores do 4º Prêmio ACI Ocesc de Jornalismo, que reconhece produções jornalísticas no Estado. A cerimônia de premiação foi realizada no Auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa, em Florianópolis. Ao todo, mais de 200 trabalhos foram inscritos nas sete categorias do prêmio. Além de troféus, a iniciativa distribuiu R$ 92 mil em dinheiro entre os vencedores.
Na categoria Vídeo, o primeiro lugar foi para a série Mentes Empreendedoras (Globo), produzida por Jean Raupp, Mateus Castro, Renato Soder, Júlio Quadrado, Lucca Fucci, Guilherme Henrique, Maurício Veloso, Mário César Gomes e Elaine Simiano. Em Texto, venceu Posso ser eu? (Jornal de Santa Catarina), trabalho de Talita Catie, Augusto Ittner, Ciliane Pereira, Patrick Rodrigues e Lucas Amorelli.
Na categoria Cooperativismo, os vencedores foram Thais Lentz, Vitor Miranda, Rodrigo Nenê e Edy Serpa, com a reportagem Cooperativismo de Consumo −Agro Saúde e Cooperação (NDTV Record Florianópolis). Em Áudio, o prêmio foi para Marcos Meller, com Bora ajudar: projetos que pulam os muros da academia (Rádio Peperi). E em Webjornalismo, Bianca Bertoli, Patrick Rodrigues, Ciliane Pereira, Ben Ami Scopinho, Augusto Ittner e Hudson Souza levaram o troféu com E nós com isso?: como mudanças climáticas impactam a vida dos catarinenses (NSC Total).
Patrick Pereira Rodrigues também foi premiado na categoria Fotojornalismo, pela imagem intitulada Muito gado (Jornal de Santa Catarina). Na categoria Universitário, Gabriele de Oliveira da Silva recebeu o prêmio com Pelo fim do direito de matar: Violência e letalidade policial em Florianópolis (UFSC).
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) realizará na próxima quarta-feira (16/4), às 18h, a exibição do documentário Carta de Linhares, filme que mostra a história do primeiro documento que revelou a existência da prática de tortura na Ditadura Militar.
Em cerca de 40 minutos de duração, o documentário mostra a história por trás da Carta de Linhares, documento que descreve, com riqueza de detalhes, toda a tortura sofrida por membros do grupo guerrilheiro Comando de Libertação Nacional (Colina), em 1969, citando os nomes dos torturadores e descrevendo os métodos utilizados, como o pau de arara, a palmatória e o choque elétrico. A Carta de Linhares ganhou repercussão internacional enquanto o governo militar negava a veracidade das denúncias.
A apresentação do filme será na sede da ABI, na sala Belisário de Souza, no 7º andar, e será seguido por um debate com Marcelo Passos, produtor do filme. Também participarão da conversa Jessie Jane, Fernanda Pradal e Leo Alves. A mediação será de Antonio Barros.
Gian Oddi (esq.), William Tavares, Victor Birner e Paulo Calçade (Crédito: ESPN Brasil/YouTube)
A ESPN afastou seis jornalistas após a exibição do programa Linha de Passe, na segunda-feira (7/4), que repercutiu denúncias publicadas pela revista piauí sobre práticas de Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Foram afastados da emissora Dimas Coppede, Gian Oddi, Paulo Calçade, Pedro Ivo Almeida, Victor Birner e William Tavares, que adotaram tom crítico em relação à CBF durante o programa. As informações são do UOL.
Segundo o portal, após a exibição do Linha de Passe, a CBF procurou a ESPN e reclamou sobre o programa. A diretoria da emissora teria ficado irritada por não ter sido comunicada previamente sobre o conteúdo que iria ao ar. Vale lembrar que a ESPN tem acordo com a CBF para a transmissão da Série B do Campeonato Brasileiro deste ano.
De acordo com o UOL, os jornalistas foram afastados na terça-feira (8/4). No mesmo dia, a mesa do Linha de Passe teve uma escalação diferente, com participação de André Pilhal, André Kfouri, Breiler Pires, Eugênio Leal e Leonardo Bertozzi.
A volta dos jornalistas afastados estava prevista para a noite desta quarta-feira (9/4). Em princípio, nenhum dos seis foi demitido, mas uma fonte ouvida por este Portal dos Jornalistas afirma que provavelmente haverá alguma demissão por causa desse caso.
Esta matéria será atualizada ao longo da semana com novas informações.
Reportagem da piauí
A reportagem da revista piauí, com o título As extravagâncias sem fim da CBF, repercutida no Linha de Passe, traz denúncias sobre a gestão de Ednaldo Rodrigues. Assinada por Allan de Abreu, a matéria cita, por exemplo, o uso de R$ 3 milhões para pagar mordomias à comitiva de 49 convidados da entidade na Copa do Mundo de 2022, no Qatar, incluindo hotel cinco estrelas, voos em primeira classe e atendimento VIP no aeroporto de Doha.
Estão abertas até 9 de junho as inscrições para a 12ª edição do Prêmio Sebrae de Jornalismo, que reconhece e incentiva trabalhos jornalísticos sobre o universo do empreendedorismo. O prêmio tem quatro categorias principais: Texto, Áudio, Vídeo e Fotojornalismo, além da categoria especial Jornalismo Universitário.
Podem ser inscritos trabalhos veiculados entre 3 de junho de 2024 e 8 de junho de 2025. O regulamento do prêmio sugere alguns temas a serem abordados nas produções inscritas, como Bioeconomia; Pequenos Negócios e COP-30; Inovação e Startups, Produtividade e Competitividade; Inclusão Produtiva e Desenvolvimento Territorial; Transformação Digital; Empreendedorismo Feminino; Políticas Públicas e Legislação, Acesso a Crédito e Gestão Financeira; e Empreendedorismo Social.
O Prêmio Sebrae é realizado em três etapas, a primeira em caráter estadual, que classificará os concorrentes para a segunda etapa, de nível regional. E dela, serão definidos os finalistas que concorrem na terceira e última fase do prêmio, na etapa nacional. Os vencedores de cada uma das quatro principais categorias receberá um notebook. Entre os quatro, será selecionado o vencedor do Grande Prêmio, que será premiado com um celular de última geração, mesmo prêmio concedido para o vencedor da categoria Jornalismo Universitário.
O evento de premiação da etapa estatual está prevista para ser realizada em setembro. E a premiação nacional, em Brasília, entre novembro e dezembro, com data ainda a ser confirmada.
A Justiça de São Paulo aceitou uma queixa-crime movida por Ednaldo Rodrigues, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) contra João Paulo Cappellanes, da Bandeirantes. O comentarista virou réu por calúnia, injúria e difamação. O processo se refere a críticas feitas por Cappellanes ao trabalho de Rodrigues no programa Jogo Aberto, em fevereiro de 2024.
No programa em questão, Cappellanes questionou a postura da CBF após o ataque ao ônibus do time do Fortaleza por parte de torcedores do Sport. Pedras foram arremessadas contra o veículo, ferindo seis pessoas, entre jogadores e comissão técnica. No Jogo Aberto, o comentarista apontou falta de comando por parte da CBF diante da violência.
“Dá para esperar alguma coisa da CBF? Que tem um presidente frouxo? Que não tem comando? Que não sabe nada de futebol? Dá para esperar alguma coisa dessa entidade falida moralmente? Não dá, gente”, disse Cappellanes.
Para Rodrigues, o uso do termo “frouxo” ofendeu sua honra e ultrapassou os limites da crítica permitida pela liberdade de imprensa. Já o comentarista defendeu-se das acusações, alegando que estava exercendo seu direito à crítica jornalística. A juíza Aparecida Angélica Correia, da 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou em 4/4 que Cappellanes tem dez dias para apresentar sua defesa à Justiça.
A Marinha do Brasil, com a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros do Estado do Rio, oferece a segunda edição do curso Cobertura jornalística em área de combate e de emergências. No programa, há aulas teóricas e práticas sobre proteção individual, técnicas de negociação, armamento e munições, riscos NBQR – nuclear, biológico, químico e radiológico –, conduta em área urbana e em áreas com explosivos, análise de risco, conduta em situações de detenção e cativeiro, entre outros temas.
O curso tem o apoio da Abraji e aceita também participantes da imprensa internacional. Será realizado de 30/6 a 4/7, das 8h às 17h, no Centro de Operação de Paz e Humanitárias de Caráter Naval (COpPazNav), no complexo da Ilha do Governador. Gratuito, oferece hospedagem, transporte e alimentação aos participantes. Jornalistas de fora do Rio de Janeiro devem arcar apenas com o custo das passagens. As inscrições, que vão até a próxima quarta-feira (16/4), são limitadas e podem ser feitas por meio do formulário online.
Maurício Dinepi morreu na madrugada de sexta-feira (4/4), aos 73 anos. Ele sofreu um infarto enquanto dormia, em sua casa no Rio. O velório foi no domingo (6/4), no Memorial do Carmo, no Caju, seguido de cremação do corpo. Deixa viúva a desembargadora Maria Regina Fonseca Nova Alves, dois filhos e duas netas
Publicitário e economista de formação, condômino dos Diários Associados, trabalhou na empresa por 50 anos. Esteve na TV Tupi e na revista O Cruzeiro. Por último, foi presidente do Jornal do Commercio, no Rio de Janeiro, e da Rádio Tupi.
Fundado em 1827, o Jornal do Commercio do Rio de Janeiro deixou de circular em 2016. Após 189 anos ininterruptos, foi o mais antigo jornal da América Latina a manter o mesmo nome. Especializado em notícias de economia e negócios, teve colaboradores como o Barão do Rio Branco, José de Alencar, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, Visconde de Taunay e Austregésilo de Athayde.
Josemar Gimenez, desde 2023 presidente dos Diários Associados e da Rádio Tupi, lamentou a morte de Dinepi: “A gente perde não somente um sócio, uma pessoa de visão extraordinária sobre o nosso negócio, a gente perde um amigo, amigo correto, sempre preocupado com os interesses do grupo. Vai fazer muita falta”.
No ano passado, Aziz Ahmed mandou mensagem para Dinepi, avisando que Nilo Dante havia falecido. Ele respondeu lembrando que Ahmed era o único ex-editor do JC e ele o único ex-dirigente do JC e da Tupi ainda vivos. E brincou observando: “Somos resistentes”. Dinepi foi resistente.
Em um cenário marcado pela crescente fragmentação da atenção midiática e pela ascensão de novas plataformas digitais, o rádio segue como protagonista no ecossistema do áudio. É o que aponta o mais recente relatório da World Radio Alliance (WRA), que reúne entidades de radiodifusão e comercialização de mídia de 16 mercados globais. Com dados de fontes como Edison Research, Ipsos, Mediametrie, Nielsen e GfK, o estudo reforça que o rádio permanece como líder absoluto de consumo, alcance, confiança e mobilidade no ambiente sonoro global.
Ele continua sendo o formato de áudio mais consumido no mundo. Em diversos países, como Alemanha, França, Reino Unido, Bélgica, Austrália e Estados Unidos, o tempo diário dedicado à escuta de rádio ao vivo (FM, AM, DAB ou online) supera amplamente o dedicado a outras formas de áudio, como música por streaming, podcasts e vídeos musicais. Na Alemanha, por exemplo, 71% do tempo de escuta de áudio é dedicado ao rádio, enquanto nos EUA o índice é de 63%, e no Reino Unido, 66%.
Além disso, o rádio representa a maior fatia da escuta de áudio com suporte publicitário, superando com folga plataformas como Spotify (versões gratuitas), YouTube Music, podcasts e serviços de vídeo com anúncios. Essa presença dominante reforça o papel do rádio como plataforma-chave para anunciantes que buscam escala e resultados no meio sonoro.
O relatório também destaca que o rádio mantém índices massivos de penetração semanal. Em países como Itália, Espanha, França, Reino Unido e Canadá, mais de 80% da população escuta rádio semanalmente. No caso da Irlanda e da Alemanha, o número sobe para 88% e 90%, respectivamente. Nos Estados Unidos, segundo o Nielsen Radar, o alcance semanal do rádio entre maiores de 12 anos também se mantém acima dos 80%, consolidando-se como o único meio sonoro com verdadeira capilaridade populacional.
(Crédito: https://dercio.com.br/)
Outro ponto de destaque é a relação de confiança entre o público e o rádio. De acordo com dados do Eurobarômetro 2024, o rádio é considerado o meio de comunicação mais confiável entre os cidadãos da União Europeia, com 69% de aprovação, superando televisão (62%), sites de notícias (43%) e redes sociais (31%). Em países de fora da UE, a percepção é ainda mais favorável: 70% dos entrevistados afirmam confiar no rádio.
Essa confiança também se estende à publicidade: no Canadá, por exemplo, 75% dos entrevistados consideram os anúncios de rádio (FM/AM ou via streaming) mais confiáveis do que os veiculados em redes sociais, vídeos online ou banners digitais. Isso posiciona o rádio como uma das mídias mais eficazes para construção de marca e engajamento de longo prazo.
A WRA reforça ainda o papel do rádio como o meio de massa mais móvel e acessível do planeta. Seja em casa, no trabalho, em veículos ou no celular, o rádio acompanha os ouvintes ao longo do dia, com acesso fácil, sem necessidade de olhar para a tela, e com funcionalidades ao vivo e sob demanda. Essa multiplataformização do rádio − presente em apps, smart speakers, rádios digitais e dispositivos conectados − garante sua permanência no cotidiano das pessoas, inclusive em faixas etárias mais jovens.
Mesmo com a ascensão de podcasts, streaming e algoritmos, o rádio mantém sua força em tempo real, alcance populacional e influência cultural. Em meio à transformação do consumo de áudio, o rádio oferece aos anunciantes um território seguro, confiável e eficaz para mensagens publicitárias, ao mesmo tempo em que promove proximidade, companhia e relevância local para seus ouvintes.
Para a World Radio Alliance, o futuro da mídia sonora será híbrido − com múltiplos formatos coexistindo −, mas o rádio seguirá como âncora de confiança, escala e impacto. Em um ambiente saturado por feeds e recomendações automatizadas, o rádio reafirma sua vocação: conectar comunidades por meio da voz humana e do conteúdo ao vivo.
Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.
(*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo.
A Petrobras lançou a Seleção Petrobras de Jornalismo, programa que fornecerá 15 bolsas para a produção de reportagens sobre Ciência e Diversidade. Serão ofertadas três bolsas para cada região do Brasil. As inscrições vão até 11 de maio.
Serão aceitas propostas de reportagem nos mais diversos formatos de áudio, vídeo e texto. Serão ao todo 15 bolsas no valor de R$ 20 mil cada, somando um investimento total de R$ 300 mil. O objetivo do programa é incentivar a produção de conteúdo jornalístico sobre a “produção cientifica realizada por pessoas de grupos sub-representados ou sobre ciência que tenha por objeto de pesquisa a diversidade”, diz o edital da iniciativa.
Para fazer a inscrição, é preciso preencher um formulário online no site da Agência Petrobras, contendo dados pessoais e informações para contato do jornalista responsável pela pauta (do jornalista representante em caso de reportagem em equipe); veículo em que a reportagem será publicada; descrição detalhada da pauta em até 2000 caracteres; e um plano de reportagem indicando todas as etapas de produção do material.
As propostas serão analisadas por um comitê composto por nove pessoas, sendo seis jornalistas e três especialistas da Petrobras nos temas de Ciência e Diversidade. Serão utilizados como critérios a pertinência da sugestão de pauta em relação ao tema do edital; o interesse jornalístico da pauta; a relevância da proposta; e a viabilidade do plano de reportagem.