Em posto recém-criado, Luís Fernando Bovo, que era editor do portal do Estadão, passou nesta semana a exercer a função de editor-executivo de Conteúdos Digitais do Grupo Estado, reportando-se à editora-chefe da área Claudia Belfort. No Estadão desde 2004, quando deixou a Folha de S.Paulo, onde era editor-assistente de Brasil, começou como chefe de Reportagem da editoria Vida, que estava nascendo (antes era Geral). Em 2005 seguiu para Nacional, por causa do escândalo do mensalão, e lá ficou até fevereiro de 2010, também como chefe de Reportagem. Passou então para o portal do Estadão, como editor de Política, para pilotar a cobertura eleitoral na web, até ser promovido a editor, em julho de 2011.
Eduardo Tessler retorna a Porto Alegre
Eduardo Tessler está de volta a Porto Alegre depois de um ano e meio como diretor-executivo da Rede Bom Dia, do interior de São Paulo ver. Segundo ele, ?estar no comando de uma empresa com um pioneiro sistema de franquias (cinco jornais associados) e mais cinco jornais próprios, conseguir em 12 meses triplicar a circulação efetivamente paga, bem como praticamente zerar o déficit operacional, foi algo que se juntou ao conhecimento puramente editorial que adquiri nos últimos 25 anos de atuação em jornalismo. Foi uma experiência fantástica?. Tessler diz que seu projeto agora é retomar as consultorias para a Innovation Media Consulting, que deixou justamente para assumir o Bom Dia, ?e atender aos amigos e clientes que buscam sempre o melhor jornalismo sem deixar de entendê-lo como um grande negócio?. Seguirá também atualizando seu blog Mídia Mundo. Os contatos dele são [email protected], [email protected] e 51-3026-7983 / 9918-0122.
Ricardo Allan deixa Correio e segue para a CNI
Depois de pouco mais de sete anos no Correio Braziliense, Ricardo Allan, que era sub de Economia e articulista, deixou o jornal e começou na semana passada na CNI. Ele está trabalhando na produção de textos da Presidência, ligado diretamente ao gabinete do presidente Robson Andrade. Ricardo teve passagens por Gazeta Mercantil, Valor Econômico e Agência Reuters. Seu substituto no Correio será Carlos Franco, que assume o posto no próximo dia 15 de março. Ele estava na assessoria do Bradesco e já passara por JB, Estadão e Gazeta Mercantil.
Alberto Dines, 80 anos, entre amigos
Entre homenagens e intenso trabalho, Alberto Dines festejou com amigos, na noite desta 2ª.feira (5/3), na Cervejaria Nacional, em Pinheiros (SP), seus 80 anos de vida e 60 de Jornalismo, assim mesmo, com J maiúsculo. Perto de 150 pessoas lá estiveram, revezando-se entre as 19h30 e 1h da madrugada, para celebrar Dines, rememorar boas passagens da vida, reencontrar companheiros de anos e tantas jornadas e – vício do ofício – trabalhar. Tanto assim que, pouco antes de se despedir, o amigo Audálio Dantas – outro que está prestes a celebrar 80 anos de vida – acertou com Dines uma entrevista especial para a revista Negócios da Comunicação, que dirige. Entre as dezenas de amigos que por lá passaram estavam Armando Medeiros, Bernardo Kucinski, Caio Túlio Costa, Cida Damasco, José Santos, Juca Kfouri, Júlio Moreno, Lu Fernandes, Luciano Martins Costa, Lucila Camargo, Luis Nassif, Marili Ribeiro, Matinas Suzuki, Paulo Caruso, Ricardo Kotscho e Verónica Goyzueta. No próximo sábado (11/3), Dines se reúne com os amigos do Rio de Janeiro, numa festa organizada pelos ex-JB. A propósito, a Fapesp realizará no próximo dia 22/3 o seminário Conhecimento científico do jornalismo no Brasil: a contribuição de Alberto Dines, com as participações, entre outros, de Caio Túlio Costa, Carlos Eduardo Lins da Silva, Eugênio Bucci, Fernando Gabeira, José Marques de Melo, Luiz Egypto e Sérgio Vilas-Boas, além do próprio Dines. Das 9h às 18h, no auditório da entidade (rua Pio XI, 1.500). Confirmações de presença pelo www.fapesp.br/eventos/dines/inscricao. Mais informações no 11-3838-4176. Repercussões na imprensa Os 80 anos de Alberto Dines foram celebrados também com muitas entrevistas. Não é comum os jornais falarem dos profissionais, mas Dines marcou época. Como editor-chefe do JB durante 12 anos – onde entrou em 1962, logo após a reforma gráfica de Amilcar de Castro que veio a alterar o cenário do jornalismo brasileiro – consolidou a mudança e firmou o jornal no cenário internacional. Dirigiu a sucursal da Folha de S.Paulo no Rio e teve atuação no exterior. Em Portugal, como diretor do grupo Abril, lançou a revista Exame; foi professor na Universidade de Columbia, em Nova York, Estados Unidos. Escreveu cerca de 15 livros, entre eles Stefan Zweig e Vínculos do fogo – Antônio José da Silva, o Judeu, e outras histórias da Inquisição em Portugal e no Brasil. Fundou e dirige até hoje o site Observatório da Imprensa, e faz o programa com o mesmo título no rádio e na televisão da Rede Pública. Ao Estadão, em texto de Eugênio Bucci, Dines afirmou: “No caso do jornalista, o caráter alimenta-se da independência intelectual e material, assim como se alicerça no cultivo da liberdade e do espírito crítico – portanto, ganha vigor com o passar do tempo”. As entrevistas exploraram não apenas a história pessoal, mas suas ideias sobre o futuro. Falando a Arnaldo Bloch, do Globo, e portando um iPhone, disse: “Sou um homem do papel. Preciso estar atento aos trinados, edito um site que envolve debate e muita discussão consultiva. Mas meu negócio são mesmo as folhas do jornal, tecnologia incomparável, pois a notícia é hierarquizada, editada. A internet está enlouquecendo e não consegue superar essa arrumação”.
Ottoni Fernandes é o novo diretor Internacional da EBC
Ottoni Fernandes Júnior foi empossado em 1º/3 pelo Conselho de Administração da EBC para exercer o cargo de diretor Internacional. Ele foi diretor de Comunicação do Instituto Lula, secretário-adjunto da Secom da Presidência da República entre 2007 e 2010, e diretor de Redação da revista Desafios do Desenvolvimento, do Ipea.
Trabalhou ainda por 21 anos na Gazeta Mercantil, onde começou como repórter e terminou como diretor geral, além de ter sido redator-chefe de IstoÉ e editor da Exame.Leia mais:Novo plano de trabalho busca maior autonomia financeira para EBC Eduardo Castro é o novo diretor-geral da EBCConselho curador da EBC elege nova Presidência
Lance anuncia novos organograma e estrutura
Em comunicado oficial que circulou em 2/3 nas redações do Grupo Lance, o editor-chefe Luiz Fernando Gomes anunciou a adoção das mudanças de estrutura das equipes que vinham sendo testadas em núcleos de reportagem em São Paulo e no Rio. Diante dos resultados, a diretoria resolveu oficializar o sistema, que transforma editores em líderes de núcleo, cujo papel ?não será apenas o de um fechador de páginas, mas o de alguém envolvido em toda a cadeia de produção, compartilhando com a equipe desde a decisão das pautas até a apuração e a edição final?, diz o e-mail de Gomes. Na redação paulista, assumem oficialmente como líderes de núcleo Maurício Oliveira, na cobertura de Corinthians; Alessandro Abate, no Santos; Thiago Salata, no Palmeiras; e Alexandre Lozzeti, no São Paulo; e na redação carioca, Bruno Marinho, no Fluminense; Thiago Bokel, no Flamengo; Raphael Roque, no Vasco; e Tiago Pereira, no Botafogo ? este último deslocado do jornal Mais-Rio, do mesmo grupo. Também foi anunciada a criação da Central Lance de Apuração, que unifica toda a produção de conteúdo que não for relacionada aos quatro grandes clubes de São Paulo e do Rio e às modalidades poliesportivas. Atuarão nessa editoria estagiários do programa Craques do Futuro e repórteres, comandados por Carlos Alberto Vieira, no Rio, e Valdomiro Neto, em São Paulo. O comunicado aproveitou para atualizar outras movimentações. Em São Paulo, Thiago Rocha passa a ser editor de Fechamento, e Claudinei Queiroz se torna editor do Lancenet, que poderá sofrer restruturações em breve para se adequar à nova política do impresso. A editoria de Fechamento do Rio fica a cargo de Flavio Garcia, e em Minas, de Sérgio Areas, que também assume o fechamento de outras edições regionais do impresso, como a de Manaus e as semanais de Florianópolis e Vitória. Segundo Gomes, toda a reformulação se baseou em remanejamentos internos, sem necessidade de demissões ou contratações.
Prêmio Cristina Tavares divulga vencedores
O Prêmio Cristina Tavares, que reconhece os melhores trabalhos da imprensa pernambucana, divulgou na última semana as matérias vencedoras. Durante a cerimônia de entrega foram homenageados Evaldo Costa e Fernando Menezes e a família de José Hipólito de Araújo, que morreu há cinco anos e fazia parte da Comissão de Ética da Fenaj. Segue a lista de vencedores: Texto Reportagem e Reportagem com desdobramento: A Melhor Reportagem do Mundo, de André Duarte (Diário de Pernambuco)Séries, Coberturas Especiais, Reportagens Especiais, Reportagens Especiais e Cadernos Especiais: O Paraíso às Avessas, de Ciara Carvalho (Jornal do Commercio)Jornalismo Impresso Foto Isolada: Cara a Cara, de Alexandre Gondim (Jornal do Commercio)Foto Sequência e Ensaio Fotográfico: A Carne que Comemos, de Teresa Maia (Diário de Pernambuco)Criação Gráfica: O Paraíso às Avessas, de Andréa Aguiar (Jornal do Commercio)Desenho para Imprensa: Cartum Mr. Billy Paul, de Humberto de Araújo (Jornal do Commercio)Charge: Lixo Hospitalar, de Jarbas Domingos (Diário de Pernambuco) RadiojornalismoCartas à Tia Marisa, de Micheline Américo Silva (Rádio Folha/PE) Telejornalismo Documentário: Meu Time, Minha Torcida, Minha Paixão, de Adulccio Charles MeloReportagem, Série e Reportagem Especial: As Marias, de Fabiana Maranhão, Vanessa Cortez, Alissa Sobral, Sebastião Monteiro e Ulisses Brandão (TV Jornal)
O Globo anuncia mudanças em sua equipe de correspondentes
Mudança no aquário de O Globo: a editora-executiva Helena Celestino deve ser a nova correspondente do jornal em Londres. Fernando Duarte, que ocupava o posto, teve uma proposta do jornal para voltar ao Rio, mas não aceitou, fato que alguns na redação lamentaram por considerá-lo o único correspondente que entendia de esporte, num ano de Jogos Olímpicos em Londres. Sílvia Fonseca, atual editora de País, está cotada para substituir Helena no aquário. Ainda sobre os estrangeiros, Flávia Barbosa foi anunciada como correspondente em Washington em substituição a Fernando Eichenberg, transferido para Paris. Flávia vem da Economia, na sucursal em Brasília. No Rio, destaque para Marília Martins, que deixa o jornal. Correspondente em Nova York até o final de 2010, ela voltou para ser editora do suplemento Rio Show.
Repórter de IstoÉ resgata história de assassinato de Carlos Marighella
Assim como Lucas Ferraz, que recuperou a história sobre o autor da famosa foto montada de Herzog ?enforcado? numa cela do DOI-Codi , Alan Rodrigues também publicou na última edição de IstoÉ uma matéria com o fotógrafo da extinta revista Manchete responsável pela imagem do corpo de Carlos Marighella estirado no banco de trás de um fusca, estacionado no bairro dos Jardins, em São Paulo. Sérgio Vital Tafner Jorge, hoje com 75 anos, diz que o registro também foi montado por policiais, que o impediram e a outros colegas de tirarem fotos até que se terminasse de ?arrumar? a cena. O texto de Rodrigues afirma que o fotógrafo também está decidido a prestar seu apoio à Comissão e ?já foi pensando nisso que, no mês passado, com a ajuda de um amigo que serviu de modelo e um fusquinha emprestado, Jorge procurou reproduzir numa nova foto exatamente o que presenciou no dia 4 de novembro de 1969?. A reportagem de IstoÉ ainda não causou manifestações públicas de militares, mas a proximidade da instalação da Comissão deixa o clima na caserna cada vez mais tenso. Segundo nova reportagem de Lucas Ferraz, desta vez com João Carlos Magalhães, publicada na Folha desta 3ª.feira (6/3), a Polícia Federal foi designada para investigar ameaças de morte a testemunhas da Guerrilha do Araguaia. A ordem foi expedida pela juíza Solange Salgado, também responsável pela sentença que condenou a União a buscar os corpos de guerrilheiros na região amazônica. Há indícios fortes de intimidação a pelo menos quatro pessoas e suspeitas de que um dos responsáveis seria um major que liderou a repressão ao episódio. Outro depoimento que agitou o tema foi publicado pela agência Pública em 9 de fevereiro. No texto de Marina Amaral, José Paulo Bonchristiano, delegado aposentado do Dops paulista, relembra sem constrangimento das torturas, humilhações e assassinatos de presos políticos, embora sem se colocar como liderança ou agente direto daqueles atos. Em determinado trecho, questionado sobre a Comissão, o ex-policial afirma: ?Não vou depor. Acho bobagem. Nunca pratiquei irregularidades, mas não sou dedo duro e não vejo utilidade nessa comissão?. A agência, que tem apoio da Fundação Ford e da Open Society Foundation, trabalha atualmente com três linhas de apuração ? Direitos Humanos, Copa do Mundo e Amazônia ? e acabou de lançar um concurso de bolsas de R$ 4 mil a interessados em colaborar com a equipe. Na mesma linha de atuação, o ministro da Defesa Celso Amorim determinou a criação do Serviço de Informação ao Cidadão (SIC), que deve prover a população com informações mantidas em arquivos oficiais sobre as instituições militares. Mesmo documentos sigilosos podem ser pesquisados. Uma portaria publicada nesta 2ª.feira (5/3) instruiu a criação de SICs na sede do Ministério da Defesa e nos comandos de Marinha, Exército e Aeronáutica, na Escola Superior de Guerra e no Hospital das Forças Armadas. O prazo máximo para a inauguração do serviço é 6 de abril.
Feridas não cicatrizadas
Militares das mais diversas patentes, integrantes de clubes das Forças Armadas e oficiais da reserva andam em polvorosa com a formação iminente da Comissão da Verdade, que iniciará as apurações sobre crimes cometidos por agentes do Estado durante o período de 1946 a 1988.
Desde a sanção, pela presidente Dilma Rousseff, do texto que cria o órgão e da Lei de Acesso à Informação, em 18/11, diversas manifestações em blogs e sites ligados aos militares ou em depoimentos à imprensa questionam a validade da decisão. A mais recente foi a do general-de-brigada Luiz Eduardo Rocha Paiva em entrevista a Miriam Leitão, publicada no jornal O Globo e veiculada no especial “Uma história inacabada, da GloboNews”.
Em suas declarações, Rocha Paiva duvida reiteradamente da responsabilidade do Estado pelo assassinato de personalidades como o deputado federal Rubens Beirodt Paiva e o jornalista Vladimir Herzog. “Há controvérsias. Quem disse que ele foi morto pelos agentes do Estado? Ninguém pode afirmar”, questiona o militar sobre Vlado.
A reportagem gerou uma nota de repúdio do Instituto Vladimir Herzog, “Como se a Justiça do Brasil já não houvesse reconhecido oficialmente, há 33 anos, em decorrência de processo movido pela viúva Clarice Herzog e seus filhos, que Vladimir Herzog foi preso, torturado e assassinado nos porões da ditadura, por agentes do Estado”, diz o texto da entidade, postado no blog da entidade em 4/3.
O caso Vlado sofreu reviravolta recente devido a reportagem de Lucas Ferraz publicada na Folha de S.Paulo de 5/2, na qual o episódio é relembrado pelo autor da famosa foto montada de Herzog “enforcado” numa cela do DOI-Codi de São Paulo.
O autor, Silvaldo Leung Vieira, tinha 22 anos à época e era estudante de fotografia. Localizado nos EUA, ele confirmou os indícios de armação da cena e disse que viveu sob pressão do episódio e dos militares enquanto morou no Brasil.
Em depoimento a este Portal dos Jornalistas, Vieira colocou-se à disposição da Comissão da Verdade para vir ao Brasil e ajudar nas investigações: “Vou colaborar com o que eu puder, estou disponível. Tenho fé em que tudo vai se esclarecer para que esse tipo de coisa não mais aconteça”.






