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sexta-feira, junho 20, 2025

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Marcelo Rech apresentará case de Zero Hora em congresso da WAN

Para demonstrar como os jornais podem ampliar a repercussão de seu conteúdo em um ambiente multimídia, Marcelo Rech, diretor-geral de Produto do Grupo RBS, apresenta na Semana Mundial de Jornais, em Viena, neste sábado (15/10), a série de reportagens Brasil de Bombachas, assinada pelo repórter Carlos Wagner e veiculada em Zero Hora. O case de ZH revela como uma reportagem, feita pelo mesmo repórter em duas edições de mesmo teor, com 16 anos de diferença entre a primeira e a segunda, teve sua repercussão ampliada graças às novas plataformas e à interatividade com o público. As duas séries retrataram, em 1995 e no início de 2011, como vivem agricultores gaúchos que deixaram o Estado nas décadas de 1970 e 1980 para estabelecer novas fronteiras econômicas e culturais no Brasil e em países vizinhos. O trabalho que Rech apresentará compara a tecnologia, a forma de apuração e a disseminação das informações e imagens nos dois momentos. ?A reportagem de Carlos Wagner já era excelente em 1995, quando ganhou um Prêmio Esso Regional. Agora, pela coincidência de tema e de repórter com tantos anos de diferença, as duas séries viraram um caso excepcional para evidenciar as vantagens da multimídia a serviço do bom jornalismo?, destaca Rech. A série de reportagens foi selecionada para integrar o painel Olhando além da notícia, durante o 18º Fórum Mundial de Editores, que ocorre simultaneamente ao 63º Congresso Mundial de Jornais da WAN (Associação Mundial de Jornais) e à IFRA Expo 2011, exposição mundial relacionada ao meio. A Semana Mundial de Jornais deverá reunir mais de 1,5 mil publishers, dirigentes e fornecedores de jornais em Viena, e o fórum de editores, mais de 500 chefes de redação de todo o mundo.

Entrevista: João Anacleto pilota a vida bem ao gosto brasileiro

Samba, futebol e carro formam uma trilogia perfeita na vida de João Anacleto, editor-executivo da revista Carro Hoje (Motorpress Brasil). Para ele, assim como para boa parte dos brasileiros, esse conjunto de coisas marca presença no cotidiano, seja nas horas vagas ou no expediente de trabalho. Portal dos Jornalistas – Um carro inesquecível? João Anacleto – Porsche GT3. Fiz um teste em 2009 nas cercanias da Floresta Negra alemã, com um trecho de 70 km em Autoban. Foi a primeira vez que andei acima dos 300 km/h. Não dá pra esquecer! PJ – Um momento automotivo que marcou sua vida? João – O lançamento do novo VW Gol, em 2008. Eu tinha uns seis meses na revista Carro e fui incumbido de fazer a cobertura. Matéria que todo mundo queria ler, afinal era a reformulação do carro mais vendido do País. Foi a primeira vez que tive um misto de medo e excitação, fundamental para o jornalista passar certa emoção ao leitor. PJ – Onde iniciou suas atividades nessa área? João – Em 2003, na revista Auto&Técnica. Fiquei na redação por oito meses e vim para a Motorpress Brasil, onde estou desde 2004. Comecei na revista Max Tuning, onde estive até 2007, até me transferir para o Carro Online. Depois, entre 2008 e 2010, fui editor da Carro e desde o início do ano estou dedicado ao projeto da Carro Hoje, publicação que chegou ao mercado em agosto. PJ – O que mais o impressiona na imprensa automotiva? João – A quantidade de profissionais que trabalha para ficar perto da sua paixão automotiva, deixando um pouco do jornalismo de lado. É mais conhecimento automotivo do que jornalístico. Nada contra, mas acho que a proporção neste setor é dispare com relação a outras editorias. PJ – Um profissional da imprensa automotiva para homenagear o segmento? João – Fernando Calmon. Eu o respeito demais. É o engenheiro que mais faz jornalismo neste setor, com notícias de bastidores e de interesse público, fato raro entre nós. E, desde que entrei neste segmento, sempre o vi tratando todos da mesma forma, sem nunca julgar cada qual pela posição no expediente da publicação. PJ – Livro de cabeceira? João – Guia Cult para a Copa do Mundo. Sou fanático por Geografia e Geopolítica e comprei este livro num sebo. Fala sobre os países que tiveram seleções na disputa da Copa do Mundo de 2006, mas aborda temas culturais, históricos e, claro, geográficos dos países. É coisa de quem é curioso mesmo e não precisa que você siga um roteiro para ler. Já li e reli umas oito vezes.   PJ – Time de coração? João – Time não. Corintianismo é religião… PJ – O que mais gosta de fazer nos momentos de descanso? João – Literalmente nada! No máximo uma corridinha na Sumaré. PJ – Algum hobby especial? João – Dizem que jogo futebol bem… Pelo menos duas vezes por semana. PJ – Tipo de música que mais aprecia? João – Gosto de samba. Samba mais antigo e samba-enredo. Sempre que posso estou na quadra da Rosas de Ouro, que frequento desde os 13 anos. PJ – Na televisão, qual programa predileto? João – Gosto de coisa de povão e adoro jornalismo de tevê. Curto demais os jornais da Globo News e coisas como A grande família, Pânico, Gol, o grande momento e A Liga. Também assisto o Provocações, dependendo do entrevistado. PJ – Quais os jornais e revistas de que mais gosta? E sites especializados? João – Leio o Estadão desde pequeno. Minha mãe sempre fez questão de ter jornal em casa e eu cresci lendo sobre tudo. Entre as revistas, a que eu compro com gosto é a piauí. Mas sou do tipo que lê qualquer revista que apareça na frente. De Ana Maria a Economist.  Entre os sites, gosto muito do autoblog.com, internacional, e do Carro Online. O Interpress Motor, o Blog Auto e o Auto Esporte também são referências de informação. PJ – Um sonho por realizar? João – Cobrir uma guerra por uma rede de televisão internacional.

Fernando de Barros e Silva deixa a Folha e assumirá piauí em janeiro

Após dois anos como titular da coluna São Paulo, da Folha de S.Paulo, Fernando Barros e Silva deixou o jornal no final de setembro e a partir de janeiro assumirá a Diretoria de Redação da piauí, revista que comemora este mês seu 5º ano de fundação.

Ele entra na vaga de Mario Sérgio Conti, indicado para substituir Marília Gabriela no Roda Viva. Com a saída de Barros, que antes foi editor de Política e crítico de tevê do jornal, Hélio Schwartsman passou a assinar a coluna desde o último dia 4/10.

Também filósofo, ele está na Folha desde 1998, em que foi, entre outros, editor de Mundo e de Opinião e ultimamente integrava o corpo de articulistas.  Hélio vai escrever a coluna todos os dias, exceto às 2ªs e 5ªs, quando o espaço fica a cargo de, respectivamente, Vinícius Mota, secretário de Redação (Produção), e Ricardo Melo, produtor-executivo da TV Folha. Roda VivaConti, salvo imprevistos, estreia no comando do Roda Viva em 17 de outubro.

O planejado era que ele entrasse no ar já nesta 2ª.feira (10/10), mas problemas técnicos com a montagem do novo cenário forçaram o adiamento. O ?novo? Roda Viva retoma a proposta original, com o convidado ficando no centro da roda e os entrevistadores e convidados, um nível acima.

De malas prontas

Três colegas, dois do Estadão e um do Valor Econômico, anunciaram na última semana seus novos rumos não apenas profissionais, mas também de praça de trabalho. Embarcam nos próximos dias para a Espanha Vitor Hugo Brandalise e Priscila Machado, para uma temporada de estudos naquele país. Brandalise deixou o Estadão no último dia 30/9 e segue para La Coruña, onde vai cursar o Master em Edição Jornalística da Universidade de La Coruña. Sai de licença e fica afastado da redação até novembro de 2012. Nesse período, porém, continuará colaborando para o próprio Estadão, com reportagens para diversas editorias e de diversos pontos da Europa. Ele é repórter do caderno Metrópole/Cidades há quase quatro anos. Começou por lá em janeiro de 2008, após ser aprovado em 1° lugar no programa de trainee do jornal. Seu e-mail de contato é o vhbrandalise@gmail.com. Já Priscila, que até então era repórter de empresas do Brasil Econômico, irá cursar o Master em Estudos Internacionais pela Universidade de Barcelona e estará disponível para frilas pelo priscila.m.n@hotmail.com. Também do Estadão Flávia Tavares anunciou depois de cinco anos e meio de casa, sua mudança para Brasília. Nesse período passou pelos cadernos Aliás, Política e mais recentemente Metrópole, além de ter integrado o time de repórteres especiais do jornal. Antes foi também repórter de Negócios da IstoÉ Dinheiro e da equipe da Panorama (revista corporativa da GM), Flávia deve assumir novas responsabilidades profissionais na Capital Federal. Até lá estará disponível para frilas pelo flaviatavares@hotmail.com, ou no 11-8269-3933, até sua mudança.

Desrespeito profissional

Coincidência ou não, três episódios recentes envolvendo jornalistas de Economia e órgãos governamentais no Rio, irritaram ? e muito ? os que foram convocados para os eventos. Governo do RJ ? Rio Capital da EnergiaNo primeiro caso, os veículos receberam um aviso de pauta sobre o encontro no Palácio Guanabara a respeito do tema Rio Capital da Energia. Vários jornalistas compareceram na hora marcada, 18h, pois além do governador Sérgio Cabral estariam o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, e Eike Batista, entre outros empresários. Lá chegando, foram proibidos de entrar no Anexo (o Palácio está fechado para obras) e ficaram na rua, na chuva. Depois, puderam entrar numa pequena sala, mas vigiados por seguranças para não verem a saída dos executivos. Ramona Ordoñez, do Globo, pergunta: ?Se era uma reunião fechada, por que o aviso de pauta? E por que esse tratamento com a imprensa??. Valéria Blanc, coordenadora de Imprensa do Governo do Rio admite o erro. Cobrou providências da equipe e disse que essa exceção à regra da conduta de atendimento e da boa relação com os colegas não se repetirá.   Prefeitura do RJ – Internacional World EnergyPoucos dias depois, no Palácio da Cidade, houve um seminário sobre Internacional World Energy. A organização exigiu credenciamento antecipado mas, ao querer assistir ao seminário, a imprensa foi proibida de entrar no salão. Do lado de fora havia mesas e cadeiras, e solicitaram gentilmente aos jornalistas que não ficassem lá. Esperaram, então, fora do Palácio, a saída do presidente da Petrobras e do ministro Lobão. Puderam entrar rapidamente para falar com eles, e depois tiveram que sair outra vez. Rafael Lisboa, que coordena o atendimento à imprensa na Prefeitura do Rio, informou que esta apenas cedeu o Palácio, e não teve participação no evento, organizado por Eletrobrás e World Energy.   Estaleiro MauáHouve ainda uma terceira situação de mal-estar, quando da palestra do ex-presidente Lula no Estaleiro Mauá, em Niterói. Toda imprensa estava lá, soube que não teria acesso à palestra, e esperou na rua. O evento fora organizado pela assessoria do ex-presidente e pelo Sinaval, instituição que representa os estaleitos brasileiros instalados em diversas regiões do País. Mas, para surpresa geral, não era uma palestra para um grupo de empresários e executivos do setor naval. Os jornalistas souberam depois que Lula falou para uma plateia de cerca de dois mil metalúrgicos, dentro do estaleiro. Mais uma vez, por que esse tratamento com a imprensa? Se era um evento fechado, por que avisaram a imprensa sobre sua realização? Os setoristas de Economia acreditam que uma coisa é ficar à porta de alguma grande empresa ou órgão público, sem serem convidados, por decisão do veículo. Outra bem diferente é receberem avisos de pauta e serem proibidos de entrar num local onde estão milhares de pessoas. Esses fatos não costumavam acontecer no Rio.

Brasil Econômico: dois anos de vida e a liderança como meta

Em outubro de 2009, após alguns meses de estudos, viagens, múltiplos contatos, o Grupo Ongoing desembarcava no Brasil, representado pela Ejesa e pela acionista Maria Alexandra Mascarenhas, para lançar um novo diário de economia, no vácuo deixado pela Gazeta Mercantil. Elegeu Ricardo Galuppo para implantar e comandar toda a operação editorial do jornal e emprestou ao País alguns de seus diretores portugueses, para ajudar no start-up da operação.

Tudo foi construído do zero e em poucos meses, com uma equipe de dezenas de profissionais, combinando experiência e juventude, o jornal chegou ao mercado em formato berliner, com muitas apostas. Algumas vingaram, como o próprio formato, os especiais aprofundando determinados temas; e outras não, como o suplemento cultural. No meio do caminho, surgiu a compra do Grupo O Dia, do Rio de Janeiro, e, com isso, a Ejesa ampliou tanto a sua atuação geográfica quanto o seu escopo editorial. Tentou emplacar uma versão paulista do carioca Meia Hora, mas desistiu em pouco tempo, desanimada com os resultados.

Galuppo, hoje transformado em publisher do Brasil Econômico, tem agora responsabilidades ainda maiores sobre os destinos do jornal. Mas, pela conversa que teve com este Jornalistas&Cia, não mostra nenhum temor em relação ao êxito do empreendimento. Ao contrário. Garante que o jornal chega até o final do ano à circulação de 50 mil exemplares e que a meta é em alguns anos alcançar a liderança do mercado, feito dos mais difíceis, face à consolidação, à retaguarda e ao prestígio alcançados pelo Valor Econômico em mais de uma década de vida.

Galuppo falou a J&Cia, em entrevista que você confere a seguir:

Jornalistas&Cia – Qual o balanço que pode ser feito do Brasil Econômico nesses dois anos de vida? Sua evolução comercial e de circulação atingiram, superaram ou ficaram aquém das expectativas?

Ricardo Galuppo – A avaliação é positiva e se tiver que resumi-la em uma palavra, seria sucesso. Nos orgulhamos da história do jornal. Os dois anos foram de muito trabalho, sobretudo porque ele não existia. Não era um produto que estava sendo reciclado. Construído a partir do zero, já está sólido o suficiente para partir para a segunda etapa, que é busca da liderança do mercado. Nossa evolução comercial e de circulação superou a expectativa inicial.

J&Cia – Qual o atual patamar de circulação (entre assinaturas, venda em bancas e distribuição dirigida)?

Galuppo – O Brasil Econômico trabalha com a meta firme de uma tiragem diária de 50 mil exemplares (chegaremos a esse patamar no final do ano), com forte concentração no Sudeste, no Sul e no Distrito Federal. Por se tratar de um jornal destinado a um nicho muito específico, a venda em bancas tem impacto marginal na circulação. Ela representa, com boa vontade, no máximo 5% de nossas vendas. A receita é composta por publicidade legal, assinaturas e publicidade, como é praxe nesse segmento. E, também, pelos projetos especiais. Por enquanto, ainda somos o 2º jornal de economia do País. O público do Brasil Econômico é formado por 95% de AB e apenas 5% de C. Não podemos nos esquecer que, em 2010, a atividade da Ejesa foi marcada pelo desafio de integrar o Brasil Econômico, fundado em 2009, com os jornais do grupo O Dia, do Rio de Janeiro. Isso, claro, gerou exigências específicas. A empresa fez investimentos vultosos, de mais de R$ 100 milhões no ano passado, e era nossa obrigação voltar nossas atenções para esse aspecto.

J&Cia – O relacionamento com as demais empresas jornalísticas voltou a um patamar de normalidade, ou a empresa continua desfiliada da ANJ, após a pressão feita pela instituição contra a Ejesa, questionando seu controle acionário?

Galuppo – Da nossa parte, nunca houve problema. As vemos como concorrentes, mas não temos nenhum problema com nenhuma delas. A Ejesa, não é segredo, posicionou-se contrária à postura adotada pela ANJ, que fez questionamentos indevidos a respeito de nossa legalidade. Por isso, optou por desfiliar-se de uma entidade que, na nossa opinião, faz distinções entre seus associados. Somos uma empresa brasileira e 100% dentro da lei. Ponto final. Ela tem entre os acionistas o grupo português Ongoing, nos limites estabelecidos pela Constituição. Pessoalmente, falando como cidadão brasileiro, eleitor, reservista, contribuinte, com carteira de vacinação em dia, sou contra o limite de investimentos estrangeiros nos meios de comunicação. É a minha posição pessoal. Mas como executivo da Ejesa e publisher do Brasil Econômico, tenho dito que a empresa cumpre a legislação nos mínimos detalhes. E, por essa razão, se considera sob a proteção da Constituição brasileira.

J&Cia – Essa, aliás, já é uma questão superada para a Ejesa?

Galuppo – Sim. Mas enquanto a ANJ continuar a nos atacar, não há possibilidade de voltarmos a nos filiar. A Ejesa foi criada para ser um novo player no mercado jornalístico brasileiro, que há tempos não recebia novos investimentos como os que estamos fazendo.

J&Cia – A criação do cargo de publisher, que você agora ocupa, tem quais objetivos institucionais e de mercado? Aliás, quais os planos da Ejesa para o Brasil Econômico em 2012?

Galuppo – A função de publisher é nova e mal compreendida na imprensa brasileira. A mudança se deu após uma série de conversas com os acionistas sobre a necessidade de expandir o alcance do Brasil Econômico. Na verdade, acrescentei algumas funções às que já desempenhava, como a representação do jornal e a validação de alguns projetos comerciais. Para 2012, a meta é a liderança.

J&Cia – Um dos objetivos da Ejesa para o jornal, revelado quando de sua implantação no Brasil, era a aposta na internet, de modo a transformar o título num jornal nacional de fato, sem as limitações do papel, Isso evoluiu? Os planos permanecem?

Galuppo – Os jornais e revistas estão se tornando cada vez mais multiplataforma e isso significa que, além da versão impressa, precisam ter um portal, versões para iPad, iPhone e mobile. O presente, não mais o futuro, é multiplataforma. O Brasil Econômico já nasceu multiplataforma. Precisamos avançar nesse aspecto e isso está em nossos planos.

J&Cia – O líder do mercado, Valor Econômico, a propósito, fez um importante investimento com o objetivo de consolidar sua presença na web. Foram várias contratações, inclusive fora de São Paulo, apenas para produzir conteúdos específicos para o site. O Brasil Econômico terá também equipes para as edições online?

Galuppo – Não temos informações específicas sobre os planos do concorrente e, por essa razão, prefiro esperar pelos resultados para comentar esses movimentos. Nossa ideia, no entanto, é um pouco diferente do que está descrito em sua pergunta. Mas ficando apenas na pergunta, posso dizer que sonho com o dia em que não existam mais barreiras entre plataformas. O jornalista produz o conteúdo de qualidade e a empresa o embala, no momento e na forma mais adequada a cada uma delas, naquela que for mais conveniente. Recentemente, os sites da Ejesa passaram a ser abrigados pelo portal iG. Isso tem ampliado nossa audiência. O objetivo agora é tornar o site ainda mais ágil, quente e dinâmico. Com a exploração adequada dos meios de comunicação.

J&Cia – E quanto aos investimentos em tecnologia mobile “tablets, celulares etc.”

Galuppo – Estamos investindo nos conteúdos para iPad e iPhone. O conteúdo para iPad do Brasil Econômico é composto pela edição impressa em e-paper, além de oferecer a possibilidade de acesso às últimas notícias, índices de bolsa e outros conteúdos. Estamos atentos a tudo isso.

J&Cia – Outra aposta do jornal era em priorizar algumas coberturas, para aprofundar a abordagem de temas em que a redação apostasse, sem a preocupação de levar para suas páginas um noticiário extensivo. Como isso evoluiu?

Galuppo – No ano passado publicamos 35 suplementos sobre temas relevantes, que demandaram uma análise mais aprofundada, como Fórum Econômico Mundial, Previdência Privada, Relações com Investidores, Especial Eleições e Sustentabilidade. Neste ano, o número será ainda maior.

J&Cia – O jornal trouxe profissionais experientes para suas hostes, mas ao longo do curso de dois anos também perdeu, outros. Como avalia o perfil do mercado, hoje, para profissionais especializados em Economia? Há forte demanda por eles? Os salários estão sendo puxados pra cima?

Galuppo – As redações são dinâmicas e, assim como a nossa, outras estão sendo obrigadas à reciclagem imposta pelo aquecimento do mercado. Isso é positivo, claro. Nossa ideia é, na medida do possível, trazer profissionais experientes e, ao mesmo tempo, profissionais jovens e sem vícios, que possam ser treinados por nós. Nossa principal contratação, este ano, foi a de Joaquim Castanheira [ver J&Cia 808]. Trabalhamos juntos cerca de 15 anos atrás, na revista Exame e eu sempre fui um admirador do trabalho do Joaquim. Outras virão antes de dezembro.

J&Cia – Qual é o tamanho da equipe editorial atual, incluindo sucursais?

Galuppo – Não quero falar em números pois o que vale hoje não serve para amanhã. Mas o ideal é uma equipe que tenha em torno de 70 jornalistas, sem contar os fotógrafos e o pessoal da arte. Tem que ser uma equipe nem tão grande que, em caso de solavancos, precise ser reduzida com um programa de demissões em massa, nem tão pequena que falte gás para fechar o jornal. Essa é a meta.

Época adota novo projeto gráfico/editorial

Objetivo é ser um produto distinto da concorrência e único no mercado editorial brasileiro

 

A edição de Época que chegou neste final de semana às bancas e aos assinantes marca um divisor de águas na história da revista. Praticamente abandona o conceito de uma publicação semanal focada em hard news e na súmula da semana, temperada por matérias de comportamento, para reforçar a linha analítica e de reportagens exclusivas, direcionada para o futuro, em que terão vez um olhar sobre as tendências, os ângulos diferenciados, os personagens inspiradores, como informa o release distribuído pela Editora Globo.

No novo formato, o conteúdo da revista dá adeus às editorias tradicionais e se divide em cinco núcleos editoriais:

1) Opinião, espaço para editoriais sobre os fatos da semana, para a visão de articulistas e também dos próprios leitores, por meio das cartas;

2) Tempo, que será caracterizado pelo nome Para Saber Primeiro, no qual os leitores encontrarão reportagens especiais, atualidades e furos;

3) Ideias, apresentado com o título de Para Entender Melhor, que vem a ser um espaço dedicado a análises e tudo o que diz respeito ao conhecimento, em áreas variadas, de economia a ciência;

4) Vida, que traz histórias humanas, serviço e pautas de interesse pessoal;

5) Mente Aberta, a já tradicional área dedicada à cultura e ao entretenimento.

A publicação também ganhou um novo time de colunistas: Bruno Astuto, Eugênio Bucci, Felipe Patury, Gustavo Cerbassi, Jairo Bouer, Vilfredo Schürmann e  Walcyr Carrasco, que se somam aos colunistas Guilherme Fiuza e Ruth de Aquino e aos articulistas Paulo Guedes, Fernando Abrucio, Roberto DaMatta e Alberto Almeida. Eduardo Ribeiro, diretor deste Portal dos Jornalistas ouviu o diretor de Redação de Época, Helio Gurovitz, sobre as mudanças.

Portal dos Jornalistas – Por que Época decidiu adotar uma nova linha editorial e quais os principais objetivos da mudança?

Helio Gurovitz – Nosso principal objetivo é criar um produto distinto da concorrência e único no mercado editorial brasileiro. Pretendemos, com o novo projeto, criar no País uma nova categoria de semanal, mais adequada a um mundo em constante transformação, aos desafios impostos pelos meios digitais e à evolução da sociedade brasileira.

PJ – A revista fez alguma pesquisa junto ao público para orientá-la nessa direção?

Helio – Fazemos pesquisas regularmente, e elas sempre são um subsídio fundamental para nossa orientação, tanto editorial quanto comercial. Mas este projeto é resultado de ideias que vêm amadurecendo há alguns anos, não apenas de uma pesquisa recente. A decisão de tentar fazer algo mais ousado foi tomada no final do ano passado, e o desenvolvimento para valer começou no início do ano.

PJ – Chegou a fazer edições experimentais para testar junto aos leitores?

Helio – Sim. Mas não fizemos nada muito científico, simplesmente uma simulação do produto que propusemos ? e testamos sua adequação ao público que nos interessava e às propostas de campanha publicitária para ele. O resultado foi animador.

PJ – Como chegaram aos cinco principais núcleos editoriais que nortearão o conteúdo da revista?

Helio – Por meio de experiência, muito debate ? e criatividade, claro.

PJ – Como as mudanças têm sido trabalhadas internamente junto à equipe? Tem havido treinamentos, palestras, oficinas?

Helio – As ideias do novo projeto já vêm sendo debatidas e trabalhadas há alguns meses ? de modo explícito para os editores-executivos e implícito para o resto da redação. Mas optamos por manter sigilo até a semana anterior ao lançamento, para evitar vazamentos. Fizemos então um dia de treinamento intensivo, planejamos alguns workshops e estamos agora transmitindo a todos, no dia a dia, as diretrizes necessárias para a execução dessas ideias. Estamos surpresos positivamente com o grau de compreensão e de comprometimento de todos os nossos jornalistas.

PJ – Qual a lógica na escolha dos novos colunistas?

Helio – Dentro de uma das linhas mestras do projeto “Aqui você sabe antes”, decidimos criar duas colunas de notas exclusivas, dedicadas a furos: uma em política e negócios, outra em celebridade, moda e sociedade. Daí termos trazido dois nomes reconhecidos dessas respectivas áreas: Felipe Patury e Bruno Astuto. Dentro de outra das linhas mestras “Aqui você entende”, resolvemos criar uma equipe de articulistas preparados para oferecer as melhores explicações, análises e pontos de vista originais ao nosso leitor. Chamamos Roberto DaMatta e Alberto Almeida para integrar essa equipe, completada por alguns nomes que já escreviam na revista, como Paulo Guedes e Fernando Abrucio. Dentro da linha mestra “Aqui você aprende”, resolvemos ampliar a equipe de colunistas de nossa seção dedicada a serviço, Vida Útil, para outras áreas, com nomes também consagrados: Jairo Bouer (saúde e comportamento), Gustavo Cerbassi (finanças pessoais) e Vilfredo Schürmann (motivação e aventura), que se juntam a Marcio Atalla (bem-estar). Finalmente, decidimos também ter algumas colunas com mais pimenta e tempero jornalístico em algumas áreas: política (Guilherme Fiúza e Eugênio Bucci), comportamento (Walcyr Carrasco) e atualidades (Ruth de Aquino).

PJ – Qual a aposta da revista em termos de circulação? Não teme um possível encolhimento de assinantes e de venda em bancas?

Helio – Não revelamos nossas metas. Mas é lógico que ninguém faz uma mudança dessa envergadura para perder leitores… Nosso objetivo obviamente é crescer – e acreditamos ter o produto certo para isso.

PJ – Patury é o único contratado full time ou alguns dos outros colunistas também passam a integrar o corpo redacional?

Helio – Dos colunistas, contratamos como funcionários Felipe Patury e sua equipe e Bruno Astuto e sua equipe.

PJ – Houve algum ajuste interno no time para fazer frente ao novo projeto (dança de cadeiras, mudança de espaço físico etc.)?

Helio – Houve uma mudança no modo como trabalhamos que é tão inovadora quanto o próprio projeto. Cada editor-executivo tornou-se o guardião de um dos pilares do novo projeto. Com isso, os editores passaram a responder integralmente pelas respectivas áreas de competência e fecham suas reportagens não mais com um único executivo, mas com aquele que é responsável pela seção onde a matéria vai entrar. Assim, as seções adquirem um rosto próprio, e todas as editorias produzem para todas elas. O jornalista da nossa redação se sente, portanto, dono de todo o produto, não de apenas um pedaço dele. E criamos profissionais melhores, mais completos. Outra mudança foi atribuir ao editor a missão de cuidar da sub-home de sua editoria em nosso site, mantendo nossa filosofia de ter uma redação integrada para todos os meios. Nosso espaço físico recebeu também uma decoração adequada aos novos tempos da revista.

PJ – A revista será integralmente produzida dentro das cinco ?retrancas? ou elas serão o carro-chefe da revista, compondo com outras?

Helio – Não haverá outras retrancas, apenas as cinco seções.

Comissão de Seleção indica 57 finalistas

Vinícius Sessine (Correio Braziliense) tem três trabalhos selecionados;Cleide Santos (O Globo) e Samira Cunha (Diário do Nordeste), dois cada.   Reunida em São Paulo nesta 2ª.feira (3/10), a Comissão de Seleção do Prêmio J&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade indicou 60 trabalhos, de 57 profissionais, para concorrerem aos R$ 95 mil líquidos que o concurso oferece. Foram ao todo 692 trabalhos inscritos, divididos em 190 de jornal, 129 de revista, 25 de rádio, 107 de televisão, 100 de internet, 76 de fotografia, 7 de vídeo e 58 de criação gráfica, representando 23 Estados, além do Distrito Federal (só não estiveram presentes Amapá, Roraima e Tocantins). Os finalistas são de Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo. Segundo o relator da comissão, Luciano Martins Costa, ?concluída a primeira etapa da seleção, o Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade já tem uma mensagem importante para a sociedade: o tema chegou para ficar e se consolida como uma das prioridades do jornalismo no Brasil. Foram 692 inscritos nas categorias Jornal, Revista, Rádio, Internet, Televisão e Imagem, com ampla representatividade de todas as regiões do Brasil, desde os principais veículos de circulação nacional até emissoras e publicações regionais, de blogs a portais. Houve uma clara evolução na criatividade e profundidade das pautas, com novas abordagens ao tema?. Os classificados passarão agora pelo crivo de um novo júri, a Comissão de Premiação, que irá apontar os vencedores de cada segmento de Mídia Nacional e de Mídia Regional e o vencedor do Grande Prêmio. A festa de premiação acontecerá em 26/10, na EcoHouse, em São Paulo.   Finalistas  Jornal: Ana Paula Pedrosa Barbosa (O Tempo/MG), com o trabalho Ações de sustentabilidade conquistam espaço em sala de aula; Cleide Aparecida Carvalho dos Santos (O Globo/SP), com dois trabalhos: Arrastão na Amazônia e Pacto pelo fim do desmatamento coloca Paragominas no mapa; Daniela Cisneiros Arrais (Folha de S.Paulo), com Mude o (seu) mundo; Leonencio Nossa Júnior (O Estado de S.Paulo/DF), com Rio Amazonas, dos Andes ao Atlântico; Rachel Beatriz Faria Vita (Correio 24 Horas/BA), com Salvador Sustentável; Ricardo França de Gusmão (O São Gonçalo/RJ), com O Peixe chegou. E agora?; Samira de Castro Cunha (Diário do Nordeste/CE), com dois trabalhos: Retrato Sertanejo: Esperança e Convivência e Combustíveis limpos: Brasil investe em inovação; e Vinicius Jorge Carneiro Sassine (Correio Braziliense), com três trabalhos: Angra sob suspeita, A morte no berço das águas e Código Florestal em causa própria. Revista: Alexandre Versignassi (Superinteressante), com O lado escuro da comida; Aline Assis Moraes Ribeiro (Época), com A usina que explodiu; Bruno Dias Weis (Trip), com São Paulo e o rio; Efraim Batista de Souza Neto (ComCiência Ambiental/SP), com Da ciência à gestão dos riscos no Brasil; Fábio Gomes Pinto Rodrigues (Página 22/SP), com Inteligência à venda; Giovana Girardi (Unesp Ciência/SP), com Jogo ?sujo? só até 2014; Jeanne Callegari da Silva (Vida Simples/SP), com Edição Sustentabilidade Especial ? 100 ideias, ações iniciativas e pessoas que fazem nosso mundo melhor; Joana Lehmann Baracui (Arquitetura&Construção/SP), com Especial Construção Sustentável; Natália Cristina C. Martino (Horizonte Geográfico/SP), com Estão tirando a água das nossas matas; e Raquel de Pinho Carvalho (Revista Capital Público/ES), com O desafio do desenvolvimento sustentável. Rádio: Akemi Nitahara Souza (Rádio Nacional FM 96,1/DF), com O Brasil e os povos da floresta; Ana Lúcia Almeia (seria Almeida?) Caldas de Oliveira (Rádio Nacional FM 96,1/DF), com a série Descarte e reciclagem (5 matérias); Cátia Toffoletto Montebelo (CBN FM 90,5/SP), com Lixo e entulho: desafios e realidade de uma cidade grande; Celso Luís Barbosa Freire (CBN-O Liberal/PA), com o Homem da latinha; Eduardo de Matos Silva (Rádio Gaúcha FM 93,7/RS), com Tragédia no Rio dos Sinos: quatro anos depois, pouca coisa mudou; Marcelle Chagas do Monte (Rádio Roquette Pinto FM/RJ), com Cresce o número de trabalhadores que atuam na área verde; Nestor Tipa Júnior (Rádio Gaúcha FM 93,7/RS), com Campo limpo; Núbia Pereira da Silva (Rádio Jornal AM 1080, Caruaru/PE); com Sustentabilidade e empreendedorismo; e Rodrigo de Castro Resende (Rádio Senado FM 91,7/DF), com Lixo no lugar certo ? Um ano da Lei de Resíduos Sólidos. Televisão: André Luiz Rego Oliveira (TV Senado/DF), com Rios voadores; André Trigueiro (Cidades e soluções ? Globo News/RJ), com Poluição mata (1 e 2); Celis Fabrícia Alves da Silva (TV Aldeia/AC-TV Cultura/SP), com Do lixo ao mercado: uma iniciativa sustentável de geração de emprego e renda; Cristiana Von Randow Villas Novas (TV Globo/SP), com Projeto respirar; Eliaquim Silva de Oliveira (TV Jornal Meio Dia/SBT-Caruaru/PE), com A água que não escorre pelo ralo; Gustavo Marcelo Costa (Domingo Espetacular-TV Record/SP); com Transamazônica: a estrada sem fim; José Floriano Pereira Lima Filho (TV Brasil/DF), com Biodiversidade sustentável na Amazônia ? desafios e oportunidades; Laura Vieira (TV TEM-Rede Globo, Sorocaba/SP), com Sustentabilidade (5 programas); Mônica Cristina de Carvalho (TV Jornal Meio Dia/SBT-Recife/PE), com Saneamento: questão de cidadania; e Wendell Rodrigues da Silva (Correio Cidades/TV Record, João Pessoa/PB), com O futuro do Brasil passa pelo etanol. Internet: Carlos Elyson Ayres Maciel (NE10/Jornal do Commercio, Caruaru/PE), com Alinhavando o futuro; Celso da Silva Calheiros (O Eco/PE), com ONU quer mudar fogões à lenha; Liana John (Abril.com-Campinas/SP), com Plantadores de florestas, histórias de gente dedicada à recuperação das matas brasileiras; Lucas Renan Bessel (R7/SP), com Carro elétrico terá caminho longo e difícil até chegar ao Brasil; Maurício Hiroaki Hashizume (Repórter Brasil/SP), com Roupas da Zara são fabricadas com mão de obra escrava; Mona Lisa Dourado Neves (Jornal do Commercio-Recife/PE), com O poder da cidadania; Rosana Rocha Cavalcante Jatobá (G1/SP), com Um olhar sobre Gaia, a Terra como organismo vivo; e Valmir Moratelli Cassaro (iG/BrTurbo/iBest), com Atafona: a cidade que está sendo engolida pelo mar. Imagem-Fotografia: Alberto César de Souza Araújo (Amazonas Em Tempo), com Natureza Extrema; Cristiano Tavares Mariz (Exame/DF), com Vidas Secas; Michel Abrahão Filho (O Globo/SP), com Sonho sustentável; Paulo Rossi Jr. (Diário Popular, Pelotas/RS), com Ladrilã; e Sergio Ricardo de Oliveira (Revista Empório/AM), com Soltos para a vida. Imagem-Vídeo: Luiz Carlos Ribeiro Ferreira (Gente de Opinião, Porto Velho/RO), com Seca continua no Rio Abunã – RO, fronteira com o Acre; e Orlando Pedrosa Lima Júnior (TV Amazonas), com Fungos da Amazônia. Imagem-Criação gráfica: Alex Silva (Brasil Econômico/SP), com Automóvel do futuro acessível para poucos; Anna Martha Silveira (Zero Hora/RS), com Nosso Mundo Sustentável; Diogo Franco do Nascimento (Horizonte Geográfico/SP), com O predador que virou vítima; Morgana Miranda Correia Lima (Correio/BA), com Jogo da Sustentabilidade; e Renata Steffen (Superinteressante/SP), com O lado escuro da comida.   Comissão de Seleção As duplas que integraram a Comissão de Seleção, com relatoria de Luciano Martins Costa, foram as seguintes: Jornal 1: Dario Palhares e Leonardo Mourão; Jornal 2: Hamilton Almeida e Lucila Cano; Revista: Reinaldo Canto e Wilson Baroncelli; Rádio: Álvaro Buffarah e Joás Ferreira; Internet: Luís Perez e Mateus Furlanetto de Oliveira; Televisão: Paulo Vieira Lima e Valéria Propato: Imagem (Fotografia/Vídeo/Criação gráfica): Amilton Vieira e Nelson Graubart.

Nelson Nunes deixa o Diário de S.Paulo

Depois de 22 anos na casa, cinco diferentes proprietários e oito projetos gráficos, Nelson Nunes, editor-chefe do Diário de S.Paulo, deixou o jornal nesta 2ª.feira (3/10), encerrando um ciclo iniciado em 1989, como chefe de Reportagem de Esportes. O jornal ainda não anunciou seu sucessor, mas sabe-se que o consultor contratado para reestruturar o jornal, Eucimar de Oliveira, tem conversado com vários profissionais, com vistas a definir um novo estafe editorial, que compartilhe as mesmas ideias e conceitos de elaboração de um jornal popular. Nelson, no período em que lá esteve, passou por várias funções até assumir, com a saída há 45 dias de Leão Serva e a chegada de Eucimar, o comando editorial do jornal. Ele foi também por dez anos da Gazeta Esportiva, veículo em que deu os primeiros passos no jornalismo. ?Hoje é o primeiro dia, desde que comecei no jornalismo, em que estou oficialmente fora de uma redação, mas saí por escolha própria, sem um plano B?, revelou a este J&Cia. Em sua despedida, fez questão de encaminhar uma carta para toda a redação, em que aproveitou para brincar com o leiaute do jornal, mais especificamente com a primeira página, a que tanto se dedicou nos últimos anos. Nela anuncia: ?Caros, nos últimos 22 anos, certamente fiz mais de 3 mil capas do Diário de S.Paulo. Nenhuma tão difícil quanto essa. A começar pela falta da manchete… Vocês devem imaginar que há um vazio dentro de mim nesse momento de dizer adeus e, por mais que procure, não acho as palavras. Na falta delas, queria apenas dizer obrigado a todos os que acompanharam minha trajetória aqui dentro, dividindo comigo as melhores e as piores notícias, as mais lindas e as mais chocantes imagens, os mais longos e intermináveis plantões. A partir de amanhã serei só um leitor. E, se não for pedir demais, humildemente, peço que vocês cuidem bem do ?meu querido Diário?. Muito obrigado por terem vivido comigo as melhores páginas da minha vida. Tks, NN?. Em outra frase, só que esta na mensagem que estampa o alto das capas do Diário de São Paulo, ele escreve ainda. ?Bom dia. A partir de agora, eu vou ficar só na torcida pelo sucesso de todos vocês?. Além de Nunes deixou o jornal na semana passada, Fernanda Cirenza, sub do caderno Viva. Rede Bom DiaNa Rede Bom Dia, do mesmo Grupo Traffic, que administra o Diário de S.Paulo, as novidades vem da Central de Edição Compartilhada (CEC), espécie de agência de notícias que produz conteúdo para os vários jornais editados. Deixaram o núcleo a editora do Dia-a-Dia Darlene Delello (11-7512-1527 e darlenedelello@gmail.com), que já estava havia cinco anos na casa, sendo os últimos 18 meses junto com a redação do jornal em São Paulo, e o repórter de esportes Diogo Mustaro. Grupo TrafficVale ressaltar que o Grupo Traffic, por seu presidente, J.Hawilla, contratou recentemente a consultoria Galeazzi, com o objetivo de analisar uma possível reestruturação das atividades da empresa. A Galeazzi é a mesma consultoria que anos atrás foi chamada pelo Estadão para profissionalizar o grupo e monitorar a saída da família da operação.

A brincadeira adolescente que virou jornalismo

Quando montou seu blog, em março de 2004, Ricardo Noblat pensava apenas num espaço onde aproveitaria algumas notícias que envelheciam durante a semana. Na época, editava uma página publicada somente aos domingos, em O Dia (RJ). Tanto que quase encerrou sua conta quando deixou o jornal, alguns meses mais tarde.   O que ele não podia imaginar é que aquela ferramenta que ele conhecia apenas como uma espécie de diário adolescente se transformaria em sua principal atividade e abriria as portas para mais uma plataforma no jornalismo, os blogs de notícias. Não que a iniciativa fosse pioneira, já que nos EUA alguns jornalistas já se aproveitavam dessa ferramenta; mas no Brasil, a idéia de um blog se tornar um veículo independente de notícias ainda estava longe de ser aceita.   Hoje, o Blog do Noblat é um dos mais visitados e respeitados do Brasil. Recentemente faturou, pela segunda vez, o Prêmio Comunique-se, na categoria Jornalista Nacional ? Blog. Nesta entrevista exclusiva, que comemora o lançamento do Portal dos Jornalistas, ele conta detalhes do nascimento de seu blog bem como do preconceito dos demais colegas que enfrentou na época, os casos interessantes, furos, a relação com os políticos etc..   Noblat começou na profissão na sucursal de Recife do Jornal do Brasil e ao longo de quase 45 anos de carreira passou por Diário de Pernambuco, Jornal do Commercio, Veja, revista Manchete, IstoÉ e atualmente mantém uma coluna semanal em O Globo, além de seu blog, é claro.   Portal dos Jornalistas ? Como é sua rotina de trabalho?Noblat ? Todos os dias vou dormir de madrugada, entre 3h e 4h, mas já teve época de eu dormir invariavelmente entre 5h e 6 horas. Aproveito as madrugadas para fazer o clipping dos jornais que circulam no dia seguinte. São vários os que leio para separar o mais importante. Eventualmente uma daquelas matérias pode inspirar algum comentário.   PJ ? Você já tentou mudar essa rotina?Noblat ? Já. O problema é que os leitores se acostumaram dessa maneira. Eu me arrependo profundamente de ter inventado isso, mas lá se vão uns seis anos desde que comecei a fazer esse clipping de madrugada. O leitor se habituou a abrir o blog logo cedo e já ter alguma coisa pra ler. Se eu deixasse pra fazer isso durante o dia, provavelmente eles só teriam notícias do dia anterior.   PJ ? Como surgiu a idéia de fazer um blog?Noblat ? Foi uma coisa acidental, não teve nenhum grande mérito não. Eu estava fazendo uma página sobre política nacional em O Dia, em 2004, e me queixava que as informações que eu apurava no começo da semana envelheciam e não podia aproveitá-las na página dominical. Aí um colega de O Dia Online, o André Falcão, falou pra eu fazer um blog. O problema é que eu nunca tinha entrado num blog na minha vida, eu ouvia falar que era um diário de adolescente. Então ele começou a citar alguns jornalistas nos EUA que já estavam fazendo disso um meio de distribuição de notícias, de informação, e ele mesmo desenhou a página, me hospedou no iG, que era quem hospedava O Dia, e eu comecei a jogar lá as notícias que eu sabia não se sustentariam até o domingo.   PJ ? Como os mercados jornalístico e político receberam essa ideia?Noblat ? No começo eu tinha dificuldade para conseguir credencial, as pessoas não sabiam o que era blog, achavam isso uma coisa esquisita, estranha. Não tive problemas com as fontes porque já moro e trabalho em Brasília desde 1982; nunca tive. O cara podia não saber direito o que era aquilo, mas os políticos são muito espertos; eles sacaram o negócio mais rapidamente do que os próprios jornalistas, começaram a enxergar o potencial, até porque são alvos constantes de comentários e críticas, então ficam muito atentos a esse tipo de coisa. Quem demorou mais para aceitar foram os próprios coleguinhas, que não davam muita bola, achavam que isso era jornalismo de segunda, de terceira categoria, que jamais se faria jornalismo assim e que blog jamais seria um veículo jornalístico. Isso eu ouvia muito.   PJ ? Hoje essa visão é diferente?Noblat ? Acho que nem existe mais essa visão. Talvez em alguns mais velhos e implicantes.;Em geral não tem não. No começo, sim, havia mais preconceito de jornalistas do que de outras pessoas. Os leitores não estavam nem aí, mas os jornalistas depreciavam e minimizavam o trabalho, descartavam, enfim, a possibilidade de isso se tornar uma coisa importante.   PJ ? E o blog acompanhou a página por muito tempo?Noblat ? Na verdade, depois de uns três meses O Dia mudou de direção e acabou com várias coisas, inclusive com essa página no jornal. Foi quando eu achei que o blog não fazia mais sentido, já que na minha cabeça ele era caudatário da página e não o contrário. Cheguei a me despedir dos leitores, avisando que estava caindo fora, acabando com o blog porque a página do jornal havia acabado. Foi então que vários leitores me incentivaram a continuar produzindo o conteúdo, pelo menos até eu arrumar um novo emprego. Eu continuei fazendo e isso acabou virando meu emprego.   N.R.: ?Durou pouco mais de dois meses a participação de Ricardo Noblat em O Dia, com a coluna política que assinava nas edições dominicais do jornal. Noblat foi comunicado pela nova direção que a coluna está cancelada. Como se sabe, sua chegada se deu pelas mãos da ex-diretora Ariane de Carvalho, que deixou o cargo na última semana. Noblat esteve nesta 2ª.feira (7/6), em SP, participando de mesa-redonda sobre o tema A comunicação pública, que marcou o lançamento do curso de Pós-Graduação em Comunicação Pública, da Escola Superior de Propaganda e Marketing.? (Jornalistas&Cia ? Edição 441 ? 9 de junho de 2004)   PJ ? Um emprego rentável? Noblat ? No começo, não. Trabalhei quase um ano de graça sem saber que estava trabalhando. Eu era um produtor gratuito de conteúdo. Depois de um ano me dei conta disso e então cheguei pro pessoal do iG e falei: ?Ou vocês me pagam ou eu vou para algum outro provedor?. Então, fiz um contrato com eles e o blog começou a virar o meu emprego de verdade.   PJ ? Nessa época da saída de O Dia, como andava a repercussão da página?Noblat ? O blog se beneficiou muito do escândalo do mensalão em 2005. Como naquela época não havia outro blog político, com atualização diária, nadamos de braçada por pelo menos seis meses, praticamente sem concorrência. Aliás, eu não tive concorrência por quase um ano e meio, foi só depois que começaram a aparecer outros blogs.   PJ ? Inicialmente sua página em O Dia pautava seu blog. Hoje é ele que pauta sua coluna em O Globo? Você segura informações para a coluna?Noblat ? Não, eu raramente seguro alguma informação, até porque em O Dia era uma página de notícias, tinha um comentário de abertura, mas o resto era notícia. A coluna em O Globo, na 2ª.feira, pode e deve ter notícia, mas seu principal foco é o comentário, a análise. Claro,no blog há espaço suficiente para você fazer análise todo dia, quantas vezes quiser, mas não colide tanto quanto colidia quando eu fazia esse trabalho em O Dia.   PJ ? Em todos esses anos, qual foi ou quais foram os assuntos que geraram maior repercussão?Noblat ? Foram vários, mas o próprio mensalão foi um assunto muito polêmico. Em todos esses grandes momentos da política, como eleições, o blog estoura. Nesses momentos cresce não apenas em audiência, mas também em importância.   PJ ? Algum fato curioso ou engraçado que tenha te chamado a atenção nesse período?Noblat ? Me lembro quando anunciei em primeira mão que o ministro José Dirceu ia pedir demissão, que sua saída ia ser anunciada na Chefia da Casa Civil, em uma hora mais ou menos. A mulher dele na época me telefonou e disse: ?Noblat, você deve estar maluco, o Zé almoçou comigo agora, saiu daqui pro Palácio há pouco tempo e não tem nada dessa história de pedir demissão. Você não acha que se tivesse eu estaria sabendo??. Em uma hora a demissão dele foi anunciada!   PJ ? E qual a importância do episódio do ?foda-se?(*) do Lula para a divulgação do blog?Noblat ? Ali foi a primeira vez em que o blog foi citado em discursos na Câmara e no Senado. Claro que os que o mencionavam no discurso não diziam exatamente o que havia sido dito. Davam a entender que havia sido uma frase forte, mas não reproduziam o conteúdo dela. Mas ali, com certeza, o mercado começou a conhecer.   PJ ? E como é o relacionamento com outros blogueiros? Há alguma troca de ?figurinhas??Noblat ? Não, na verdade há muita competição. Não que eu ache que deva ser assim, mas até que é bom, porque o leitor ganha com isso. O que eu faço ? e poucos outros fazem, talvez por orientação de suas empresas ou deles mesmos ? é sempre dar o devido crédito quando reproduzo o conteúdo de outros blogs e sites. Isso porque, desde o princípio, entendi que meu blog é um espaço de noticias, preferencialmente políticas; mas quando há notícias boas eu dou, sejam apuradas por mim ou por outros jornalistas, desde que mereçam confiança, é claro.   PJ ? Você acompanha muitos outros blogs diariamente?Noblat ? Eu tenho por obrigação acompanhar todos aqueles que são mais aplicados em dar notícias do interesse do meu público. Além disso, passo o dia todo ligado, não só ao telefone, mas também no Congresso e em outros estados.   PJ ? Algum em especial?Noblat ? Nenhum em especial, eu acompanho vários blogs e os grandes portais em geral.   PJ ? Quantos posts chegam a sair em um dia?Noblat ? A média de 60.   PJ ? Eles são publicados apenas por você ou há outras pessoas em sua equipe?Noblat ? Geralmente tenho a meu lado um repórter. Nesse momento estou sozinho, porque o Erich Decat, que estava comigo, foi trabalhar no Correio Brasiliense e ainda não preenchi a vaga (Ver J&Cia 812). PJ ? Por estar numa plataforma em que os comentários são tão dinâmicos e rápidos, como você lida com as críticas?Noblat ? Se você não for capaz de ter uma certa dose de humildade para ser criticado e saber conviver com as críticas, para tirar proveito delas e ignorar as que pareçam profundamente injustas, melhor não ter um blog de notícias. É inevitável: a partir do momento em que você tem um blog, está sujeito a apanhar o tempo todo. Eu já me acostumei a isso, mas a sabedoria não está apenas em ter o couro grosso, saber que vai apanhar e conviver com isso, é tirar proveito dessa situação.   PJ ? E quando as críticas têm fundamento?Noblat ? Há sempre aquelas críticas que podem e enriquecem o seu trabalho. Muitas vezes você está escrevendo sobre algo e aparece alguém com uma leitura mais interessante do assunto, mostrando algum equívoco no que está dizendo ou analisando. Mesmo não escrevendo de imediato, você é capaz de ler aquilo de alma limpa e aproveitar muita coisa. Várias vezes repensei e reescrevi coisas a partir de comentários dos leitores.   PJ ? Como faz a moderação dos comentários?Noblat ? Eu tenho um moderador que lê todos os comentários publicados e caso algum deles fira as regras do blog é cortado. As regras estão publicadas claramente no menu. Desconfio que poucos leitores leem, por mais que eu chame a atenção para elas, mas estão ali todas as regras.   PJ ? Quais são as principais?Noblat ? Não pode caluniar, difamar, escrever em caixa alta todo comentário, como se estivesse gritando. Também não pode usar palavrão. Mas ao contrário dos outros blogs, em que só são liberados após passar pelo crivo dos blogueiros, no meu eles entram, o moderador lê e se ferirem alguma regra são cortados.   PJ ? E no Twitter, a moderação é mais complicada?Noblat ? No Twitter você pode até bloquear o cara para que ele não entre mais na sua página, mas isso eu faço muito pouco. Na época da eleição fiz um pouco mais porque estava muito pesado, aí os ânimos ficam acirrados e exaltados.   * Episódio em que o então presidente Lula, ao saber que seria contra a Constituição expulsar o correspondente do The New York Times Larry Rother, que havia escrito uma matéria sobre sua compulsão alcóolica, teria dito ?foda-se a Constituição? durante uma reunião fechada com o alto escalão do governo. Na época, Ricardo Noblat soube dessa declaração por uma fonte presente na reunião e a publicou em seu blog, o que teve grande repercussão.

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